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Pesquisa da Fiocruz PE busca identificar a presença do vírus HTLV entre gestantes

Vírus silencioso, o HTLV não causa problemas de saúde a maioria dos seus portadores. Porém entre 5% a 10% das pessoas nas quais ele se manifesta pode causar mielopatia, doença neurológica degenerativa grave, ou leucemia das células T, um câncer agressivo e que pode ser fatal. No mundo há de 15 a 20 milhões de casos de HTLV. No Brasil esse número fica entre 800 mil a 2,5 milhões, mas esse quantitativo é subestimado, já que muitas vezes o diagnóstico só ocorre na doação de sangue. Sem vacina para prevenção ou medicação para tratamento do vírus – há apenas remédios para alívio dos sintomas – evitar a transmissão é hoje a melhor forma de controle da doença, de acordo com a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Clarice Morais. Ela coordena um estudo que investiga a transmissão da doença de mães para bebês, que pode ocorrer na gestação, durante o parto e principalmente pela amamentação. Além da transmissão vertical (mãe/filho), considerada a principal forma de perpetuação do vírus, as outras formas de contágio são o compartilhamento de agulhas e seringas, a prática de sexo sem uso de preservativo e a transfusão sanguínea e de órgãos.

O objetivo da pesquisa – Perfil epidemiológico do HTLV-1 em gestantes do Recife, padrão de transmissão na gestação e resposta imune celular entre mãe-bebê – é identificar a presença do vírus entre gestantes acompanhadas num único hospital do Recife, referência regional em saúde materna e neonatal. Para isso estão sendo testadas amostras de sangue, de um biobanco de soro de 816 mulheres recrutadas de abril de 2017 a julho de 2018, no estudo de coorte sob coordenação do professor Malaquias Batista-Filho, do Grupo de Estudos Integrados de Nutrição e Saúde do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), colaborador da pesquisa. Na época, elas foram testadas para zika, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis e HIV. Também responderam um questionário sobre questões de saúde e socioeconômicas. As amostras estão sendo submetidas a teste sorológico e em caso positivo passam por outro exame, o Western Blot, para confirmação do diagnóstico.

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Estudo aponta fator de risco para dor articular crônica após chikungunya

Uma pesquisa foi realizada para avaliar o papel de quimiocinas e citocinas séricas como preditores de desenvolvimento de dor articular crônica em pacientes com chikungunya. Na fase aguda, a doença tem como principais sintomas febre, dores e inchaço nas articulações, erupção cutânea, dores musculares e de cabeça. Passada a fase aguda, alguns indivíduos podem evoluir para a fase crônica, caracterizada por dores persistentes nas articulações, denominado de artralgia crônica, que podem durar anos, levando à limitação dos movimentos, incapacidade para o trabalho e até depressão.

Publicado na revista Frontiers in Immunology, o estudo realizado pela estudante de doutorado Camila Jacob e coordenado pelos pesquisadores Mitermayer Reis e Guilherme Ribeiro, da Fiocruz Bahia, faz parte de um estudo de vigilância para monitorar infecções por arbovírus em pacientes febris agudos, em um centro de saúde de emergência, em Salvador. Os achados sugerem que níveis elevados da quimiocina CXCL8 em pacientes com chikungunya na fase aguda da doença podem induzir aumento na resposta inflamatória, o que pode contribuir para o desenvolvimento de dor articular crônica.

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Causa da ‘doença da urina preta’ pode ser toxina em peixes

A Fiocruz Bahia participou de um estudo do Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador com o objetivo de investigar casos da doença de Haff detectados entre janeiro de 2016 e janeiro de 2021. A pesquisa buscou descrever as características clínicas dos casos, identificar fatores associados, estimar a taxa de ataque associada ao consumo de um peixe relacionado ao surgimento de casos e investigar a presença de biotoxinas e metais em espécimes de peixes relacionados.

A doença de Haff é uma causa rara de rabdomiólise, síndrome provocada por lesão muscular que resulta na elevação dos níveis séricos de creatina fosfoquinase (CPK) e, em alguns casos, provoca escurecimento da coloração urina, variando de avermelhada a marrom, característica que tornou a enfermidade popularmente conhecida como “doença da urina preta”. A rabdomiólise na doença de Haff tem rápido início, após o consumo de certos peixes e crustáceos cozidos, sugerindo que toxinas estáveis ao calor, ainda desconhecidas, são a causa da doença.

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Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas comemora 103 anos com simpósio online

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) comemora 103 anos de atividades com um simpósio online que será realizado de 09 a 11 de novembro. A solenidade de abertura será conduzida por Valdiléa Veloso, diretora do INI, e contará com a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. A programação terá três conferências com os temas: Experiências de Saúde Digital na Pandemia de Covid-19 (Manoel Barral Neto – Fiocruz Bahia); Desafios para a implementação da Saúde Única (Marcia Chame – Centro de Informação em Saúde Silvestre e da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre – Pibss/Fiocruz) e Trombose trombocitopênica induzida por vacinas para a Covid-19 (Daniela Palheiro Mendes de Almeida – INI/Fiocruz).

O evento também contará com duas mesas redondas dedicadas à apresentação de trabalhos inovadores desenvolvidos no INI e estudos implementados na área de assistência à saúde, moderadas respectivamente por Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz) e por Estevão Portela Nunes, vice-diretor de Serviços Clínicos (INI/Fiocruz).

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Fiocruz Minas realiza ações contra doenças infecto-parasitárias

Implementar um programa de organização de serviços de saúde em atendimento, diagnóstico e tratamento de doenças infecto-parasitárias no Vale do Mucuri, região com elevada pobreza e vulnerabilidade social do Nordeste de Minas Gerais. Esse foi o objetivo de uma iniciativa da Fiocruz Minas, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e secretarias de saúde de municípios sede de microrregiões sanitárias do Vale, que começou em 2019. Primeiramente, o trabalho foi direcionado para a leishmaniose tegumentar (LT), doença infecciosa que acomete os seres humanos e provoca úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. Dos esforços iniciais, resultou o estabelecimento de um fluxo de atendimento que já possibilitou diagnóstico e tratamento de mais de uma centena de casos.

De acordo com a pesquisadora Vanessa Peruhype, uma das coordenadoras do projeto, o programa iniciou-se pelo município de Teófilo Otoni, cidade polo da macrorregião Nordeste e referência para o Vale do Mucuri. O primeiro passo da equipe foi fazer uma avaliação diagnóstica da situação dos serviços prestados, considerando-se os dados epidemiológicos da microrregião, para implementar um serviço especializado e voltado exclusivamente à leishmaniose tegumentar. A partir daí e após várias reuniões com gestores do município, foi possível a estruturação do ambulatório de referência e o estabelecimento do fluxo interno de encaminhamentos referentes ao atendimento, diagnóstico e tratamento da LT.

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Vacina Covid-19: Fiocruz entrega 3,5 milhões de doses (5/11)

A Fiocruz realiza, nesta sexta-feira (5/11), mais uma entrega da vacina Covid-19 (recombinante) ao Ministério da Saúde (MS), produzida em seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Serão liberados cerca de 3,5 milhões de vacinas para o almoxarifado designado pelo Ministério da Saúde (MS), para distribuição aos estados.

Somada à entrega de 1,3 milhão de doses realizada na quarta-feira (3/11), a Fundação completa mais de 4,8 milhões de doses na semana e totaliza 125,8 milhões de vacinas contra o novo coronavírus disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

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Retomada irrestrita de eventos com aglomeração não é recomendada

Divulgado nesta quinta-feira (4/11), o novo Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz defende cautela em retomada de eventos sociais com aglomeração levando em conta apenas o percentual de adultos completamente vacinados. Para os pesquisadores do Observatório, é fundamental que se atinja o patamar de 80% de cobertura vacinal da população total. Com essa meta, além dos adultos, a campanha de imunização deve atingir também crianças e adolescentes. “Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, afirmam os cientistas.

Segundo o Boletim, a cobertura vacinal vem aumentando paulatinamente e recentemente alcançou 55% da população total, ainda distante do patamar ideal. Há também uma quantidade expressiva de pessoas que precisam retornar para a segunda aplicação do imunizante. “A recomendação é de que, enquanto caminhamos para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas e que a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação”, ressaltam os pesquisadores. Países do Leste Europeu e os EUA, por exemplo, vêm apresentando surtos de Covid-19 em condições de baixa cobertura de vacinação, o que deve ser evitado no Brasil.

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Fiocruz lança curso sobre vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis

A pandemia de coronavírus mexeu com o mundo, alterando processos e rotinas em diferentes instâncias. No entanto, apesar de ainda matar centenas de pessoas por dia no Brasil, outras doenças, como a dengue, a zika e a chikungunya, continuam circulando entre a população e não podem ser negligenciadas, pois apresentam alto potencial epidêmico em nosso país. Buscando disseminar conceitos teóricos do monitoramento de doenças transmissíveis, assim como instrumentalizar profissionais para a tomada de decisão em salas de situação dedicadas à vigilância de arboviroses urbanas e de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), a Fiocruz acaba de lançar o curso InfoDengue e InfoGripe: Vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis, em parceria com o Ministério da Saúde. A formação, online, gratuita e autoinstrucional, está com inscrições abertas.

Esta é a décima iniciativa do Campus Virtual Fiocruz – sempre em articulação com unidades da Fundação e outras instituições de ensino e pesquisa – lançada no âmbito da pandemia de Covid-19 e insere-se num esforço ímpar de formação voltada aos profissionais de saúde. Segundo a coordenadora do CVF, Ana Furniel, “estamos todos vivendo um período muito difícil. Mas os profissionais de saúde trabalharam no limite. A Fiocruz, a cada novo curso, fortalece sua missão de capacitar esses profissionais para o SUS, e a equipe do Campus tem feito a sua parte para ajudar, disseminando conhecimento em todas as partes do Brasil, e até para além dele, sempre estabelecendo parcerias e estimulando o trabalho em rede”. O curso tem foco na atualização de profissionais da vigilância em saúde das secretarias municipais e estaduais de Saúde, mas é aberto a todos os interessados na temática. A coordenação acadêmica da formação está a cargo da pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz), Cláudia Torres Codeço, e integra uma iniciativa do Ministério da Saúde para a capacitação de profissionais da saúde que trabalham em vigilância de arboviroses e síndromes gripais.

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Fiocruz faz entrega recorde de 7,2 milhões de vacinas Covid-19

A Fiocruz, por meio de seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/ Fiocruz), alcança, nesta sexta-feira (29/10), o quantitativo de 7,2 milhões de doses da vacina Covid-19 entregues ao Ministério da Saúde em uma semana, o maior desde o início da produção do imunizante, em março. O total abrange as entregas do dia (cerca de 2,7 milhões de doses) e as 4,5 milhões doses liberadas na última terça-feira (26/10).

A entrega desta semana demonstra a capacidade de produção das instalações de Bio-Manguinhos/Fiocruz frente à chegada dos últimos lotes de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Com as remessas, a Fiocruz alcança o total de 121 milhões de doses entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

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Boletim destaca relevância de medidas de proteção coletiva

Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira (29/10), reforça a estabilidade de indicadores da transmissão do Sars-CoV-2 (Covid-19), mas a chama atenção que a idade precisa ser considerada como um aspecto de vulnerabilidade e requer medidas de proteção, manejo clínico e vigilância. Os novos dados mostram que – apesar da melhoria do cenário geral – a proporção de casos internados entre idosos está em 63,3% e que 81,9% dos óbitos ocorrem em pessoas acima de 60 anos. A letalidade hospitalar em idosos é 2,5 vezes maior do que em adultos jovens. Na Semana Epidemiológica 41, a média de idade, das internações em UTI e de óbitos foi, respectivamente, 62,1; 64,2 e 71,6 anos.

Na nova edição, os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo Boletim, defendem a adoção de medidas que garantam melhor qualidade do ar nos ambientes fechados e orientam que empregadores e trabalhadores avancem conjuntamente em campanhas, estimulando e induzindo a adoção do passaporte de vacinas nos diversos ambientes de trabalho, tais como bares e restaurantes, escolas e universidades, comércio e serviços entre outros.

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