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Hidrelétricas podem aumentar casos de malária em Rondônia

Desenvolvimento e progresso nem sempre combinam com saúde pública. A construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, ambas ao longo do Rio Madeira, em Rondônia, embute a ameaça de expansão da malária nas duas áreas do estado, caso as obras não sejam acompanhadas por melhorias nas condições de vida da população ribeirinha. A advertência está explicitada em estudo publicado, recentemente, na Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz,  por pesquisadores do Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais (Ipepatro), da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical, também de Rondônia. Apesar de ocupar apenas 4,7% do território da Amazônia Legal, em Rondônia está o terceiro maior índice de casos autóctones de malária, doença que, em 2006, foram registrados 550.576 casos no Brasil, 101.532 deles apenas no estado.

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Mensagem sobre risco do cigarro tem impacto no fumante

Estudo publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz  teve como alvo cerca de 4 mil indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos que moravam em Brasília e em 17 capitais de estados brasileiros, em 2002, fumavam diariamente e já haviam consumido ao longo da vida, pelo menos, 100 cigarros. Os pesquisadores André Szklo, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), e Evandro Coutinho, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), ambos no Rio de Janeiro,  investigaram em que medida o apelo ao medo contido em algumas campanhas governamentais antifumo – o que inclui, por exemplo, imagens de pessoas doentes nos maços – pode impactar o fumante, isto é, afetar sua vulnerabilidade, expressa pela percepção que ele tem da própria saúde.

“Mensagens antifumo voltadas para perdas em curto prazo parecem ter aumentado a conscientização dos fumantes mais dependentes em relação às suas próprias vulnerabilidades. Posteriormente, quanto mais os indivíduos tomam consciência de que são suscetíveis a riscos sérios em curto prazo, mais eles interiorizam as mensagens de apelo ao medo e de perdas associadas ao tabagismo contidas na campanha”, afirmam os autores.

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Dissertação recupera a trajetória da ornitóloga Emília Snethlage

A historiadora Miriam Junghans pesquisou a trajetória da naturalista alemã Emilia Snethlage no Brasil na dissertação defendida no Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Emilia Snethlage (1868-1929). Ela desenvolveu sua carreira científica no Brasil, trabalhando no Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém, e no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Dentre sua produção científica, o Catálogo das aves amazônicas, publicado em 1914 sob a orientação do zoólogo suíço Emilio Goeldi (1859-1917), foi um dos pontos altos.

"Esse catálogo foi, ao longo de 70 anos, a obra mais completa e abrangente sobre o assunto, sendo citado até hoje. O intenso trabalho de campo que Emilia desenvolveu contribuiu para o conhecimento da distribuição geográfica da avifauna brasileira”, afirma Miriam. Na dissertação, Miriam descobriu que a participação das mulheres em atividades como viajantes, coletoras e funcionárias de instituições científicas em museus e universidades no final do século 19 e início do 20 foi maior do que se imaginava.

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Má conservação de equipamentos gera micoses em trabalhadores de limpeza

Trabalhadores de serviço de limpeza estão expostos a diversos riscos químicos, físicos e biológicos. Um estudo realizado pela coordenadora do Serviço de Dermatologia Ocupacional do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), a dermatologista Maria das Graças Mota Melo, conclui que a exposição constante à umidade, tanto em decorrência do contato com água, quanto pela utilização de luvas e botas por tempo prolongado, está relacionada a grande numero de casos de micoses cutâneas em trabalhadores que atuam em serviços de limpeza.

A pesquisa foi feita por meio de um estudo retrospectivo, pela análise de prontuários dos trabalhadores do serviço de limpeza de uma empresa atendidos no Serviço de Dermatologia Ocupacional, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007. Foram adotados um questionário padronizado e exame da pele, unhas e cabelos de todos os pacientes, além da solicitação de exame micológico direto e cultura para fungos em caso de lesão sugestiva de micose cutânea.

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Laboratório de referência em tuberculose ganha aprovação da OMS

A qualidade dos exames realizados no Laboratório de Referência Nacional para Tuberculose, do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), foi avaliada pelo Laboratório Supranacional da OMS, na Argentina. O parecer emitido concluiu que o laboratório apresenta capacidade para realizar culturas e testes de sensibilidade aos fármacos antimicobacterianos pelos métodos "proporções em meio sólido" e "BACTEC MGIT 960". Foi solicitado ainda que o CRPHF proceda o controle de todos os laboratórios da rede que realizam teste de sensibilidade no Brasil, aplicando a mesma modalidade de análise utilizada pelo Laboratório Supranacional da OMS.

O laboratório do Centro de Referência também está em processo de certificação para funcionamento do ambiente NB3 de biossegurança e de acreditação para saúde pública e pesquisa. O setor está capacitado para o desenvolvimento de diversos tipos de estudos e pesquisas. As linhas de pesquisa prioritárias, atualmente em andamento, são de novos métodos para o diagnóstico rápido da tuberculose, genotipagem molecular, estudos epidemiológicos e implantação do sequenciamento para auxílio na identificação de espécies micobacterianas e detecção rápida da resistência.

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Livro resgata a trajetória do sanitarista Sergio Arouca

A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), o Ministério da Saúde e a Fiocruz lançou dia 14/8, na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), às 11 horas, o livro Arouca, meu irmão: uma trajetória a favor da saúde coletiva. No momento em que o Sistema Único de Saúde (SUS) completa 20 anos, o livro mapeia e elucida o quanto a visão de saúde pública construída pelo movimento sanitarista brasileiro permanece viva e atual nas políticas contemporâneas de saúde no Brasil. O evento contará com a presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que assina o prefácio – uma carta aberta ao personagem biografado, que o conheceu recém-formado em medicina.

A trajetória do médico sanitarista Sergio Arouca, um dos idealizadores do SUS e criador da frase "Saúde é direito de todos e dever do Estado", implementada no artigo 196 da Constituição de 1988, é posta em relevo. O livro é resultado de quatro anos de pesquisas do projeto Memória e Patrimônio da Saúde Pública no Brasil: a Trajetória de Sérgio Arouca, coordenado pela antropóloga Regina Abreu (do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UniRio) e pelo médico sanitarista Guilherme Franco Netto (do Ministério da Saúde) e que contou com recursos do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde e da Unesco. O livro foi impresso com recursos da Faperj e traz textos de Regina Abreu, Guilherme Franco Netto, Helena do Rego Monteiro, Fabrício Pereira da Silva e Sérgio Lamarão.

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Novo método identifica origem alimentar de surtos por vírus que causa gastroenterites

 No início do ano, um surto de gastroenterites em um cruzeiro de luxo, causado por um norovírus, ganhou destaque no noticiário. Apesar de ser pouco conhecido do público, o vírus transmitido por água e alimentos contaminados é um importante causador de gastroenterites não bacterianas no Brasil. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) acabam de desenvolver um método inédito para diagnosticar sua presença em alimentos – por enquanto, em verduras e queijo artesanal. A técnica poderá ser importante para o desenvolvimento de políticas de vigilância sanitária para casos de contaminação por vírus, ainda inexistentes no país.

A pesquisadora Marize Miagostovich, do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do IOC, responsável pela pesquisa, explica que os norovírus estão muito associados a surtos em locais confinados ou de contato próximo, numa mesma família, em navios, asilos e ambientes hospitalares, por exemplo. “A transmissão de pessoa para pessoa ocorre com facilidade e, diferentemente de outros vírus causadores de gastroenterites, o norovírus afeta com frequência indivíduos adultos, o que facilita a ocorrência desse tipo de surto”, afirma.

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Estudo revela aumento da incidência de câncer de cérebro

Embora seja raro – com cerca de 2% do conjunto de casos – o câncer de cérebro vem aumentando em várias partes do mundo. No Brasil, as mortes por tipo de câncer já estiveram em oitavo lugar entre as neoplasias, representando 4%, em 2006. Uma pesquisa que aborda os fatores que podem contribuir para esse aumento será apresentada no Congresso da Sociedade Internacional de Epidemiologia Ambiental, que será realizado em Dublin, na Irlanda. O estudo faz parte da tese de doutorado da pesquisadora da ENSP Gina Torres Rego Monteiro.

De acordo com a pesquisadora, a etiologia dos casos de câncer no cérebro é complexa e ainda pouco conhecida. Há uma linha de pesquisa sobre fatores potencialmente associados ao desenvolvimento dessa neoplasia, tais como alimentação, uso de determinados medicamentos e exposição a substâncias químicas. Enfim, ainda não se sabe ao certo o que provoca o crescimento da doença e do número de mortes. "Quando falamos em mortalidade, o câncer no cérebro já se encontra entre as dez primeiras causas de óbito por neoplasias, embora seja muito raro, com cerca de 4% de casos. Os números estão crescendo e não há nenhuma etiologia comprovada", revelou.

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Artigo avalia o impacto do mal de Alzheimer na vida dos cuidadores

O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa e progressiva que atinge o sistema nervoso central do indivíduo, o que prejudica as funções intelectuais do cérebro, como a memória, o comportamento e a linguagem. Devido a esse efeito, o portador da enfermidade passa a necessitar de alguém que o auxilie em suas atividades diárias. Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina, ao perceberem que o ato de cuidar é uma tarefa árdua e que suas consequências são comumente negligenciadas, resolveram construir um perfil desse cuidador, figura indispensável para o doente com Alzheimer, e avaliar o peso que essa atividade impõe em sua vida. Os resultados da pesquisa estão em artigo publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz.

A pesquisa foi realizada com base em entrevistas com 122 cuidadores de doentes com mal de Alzheimer moradores do município de Londrina (PR). Segundo os pesquisadores, essa é a maior amostra em um estudo sobre cuidadores já reportada no Brasil para esse tipo específico de doença mental. Os resultados apontaram que a atividade apresenta impacto elevado na vida física, emocional, social e financeira dos cuidadores, que são, predominantemente, mulheres com menos de 60 anos, filhas dos pacientes, casadas, que aprenderam o cuidado no dia-a-dia sem nenhuma ajuda e exercem essa função de supervisão por afeto.

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Pesquisa recebe menção honrosa em encontro ibero-americano

O trabalho de uma pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) recebeu menção honrosa no 1º Encontro Ibero-Americano de Toxicologia e Saúde Ambiental (Ibamtox). O estudo, que investiga a passagem do antimônio para o leite materno durante a lactação, foi desenvolvido pela biomédica Karen Friedrich. “O antimônio é o elemento principal do medicamento de escolha para o tratamento das leishmanioses no Brasil”, explica. O evento premiou 28 das 152 pesquisas expostas e foi realizado em Ribeirão Preto (SP). Agora, Karen pretende que o trabalho laureado (intitulado Milk, blood and organ distribution of antimony in lactating rats treated with meglumine antimoniate) se transforme em artigo a ser publicado em revista científica indexada.

Em sua pesquisa, a biomédica administrou o antimônio em ratos lactantes e observou a transmissão do elemento químico das mães para as proles durante a amamentação. Essa conclusão já seria suficiente para não se recomendar o uso de remédios com antimônio em lactantes humanas, mas o estudo da cientista foi além e lançou uma discussão levando-se em conta a condição social do país. “A maioria dos infectados por leishmaniose são pessoas em condições sociais precárias, muitas vezes com dificuldade de acesso a substituintes adequados para o leite materno. Dessa maneira, a restrição da amamentação durante o tratamento com antimoniais é uma questão complexa que extrapola o ambiente acadêmico”, observa.

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