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ENSP renova parceria para fortalecer Atenção Básica na Baixada

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) reafirmou, em reunião na terça-feira (11/6), o convênio de cooperação técnica existente entre ela, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (Cisbaf), o Ministério da Saúde e o Consórcio Hospitalar da Catalunha (CHC), que tem como principal objetivo fortalecer a Atenção Básica nos 11 municípios que compõem a Baixada Fluminense. A parceria, firmada em meados de 2006, obteve grande êxito, principalmente no âmbito do fortalecimento da capacitação da gestão do setor saúde na Baixada, com a formação de cerca de 50 gestores no curso de especialização em Gestão de Sistemas de Saúde, desenvolvido com base na experiência da ENSP. A renovação da parceira, entre outras ações, garante a segunda edição do curso.

A reunião, que marcou a renovação da parceria, contou com a presença do diretor da ENSP, Hermano Castro, da secretária executiva do Cisbaf, Rosangela Bello, do pesquisador do Departamento de Ciência Sociais da Escola, José Mendes, e de Rafael Eugênio, representando a Secretaria de Saúde de Mesquita. Na ocasião, o diretor da ENSP ressaltou a importância da renovação da parceira e destacou que fortalecer a Atenção Básica é fundamental para a Saúde Pública atualmente. “O fortalecimento da Atenção Básica à Saúde é a base para uma saúde melhor, e capacitar profissionais é um excelente caminho a seguir. Dessa forma, desenvolveremos mais uma etapa desse projeto e pretendemos interligar as áreas de ensino, formação e recursos humanos”, explicou ele.
Rosangela Bello destacou que, fortalecendo a Atenção Básica na Baixada, os ganhos na saúde pública são diversos, além de suprir problemas que envolvem questões estruturais, como a migração de moradores da Baixada para hospitais no município do Rio de Janeiro. A Baixada Fluminense é composta de 11 municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti e Seropédica. De acordo com Rosangela, a cobertura da Atenção Básica na região ainda é baixa – cerca de 26%, apesar de já ter avançado bastante desde o início da parceria, que era de somente 16%. Além disso, a distribuição é desigual. Municípios como Magé e Nilópolis possuem cerca de 70% de cobertura, enquanto alguns outros não chegam a 15%.
Segundo Rosangela, a parceria contribuiu muito para a ampliação da cobertura da AB na Baixada, e a capacitação para os gestores rendeu bons frutos, como as monografias dos alunos, que apresentaram boas respostas para muitos problemas de saúde existentes nos municípios que compõem a região, além da atuação de cerca de 50 gestores altamente qualificados no Sistema Único de Saúde. A ideia principal com a renovação da parceira é a criação da segunda edição do curso. O projeto para elaboração da segunda turma será submetido ao Conselho Deliberativo da ENSP e, posteriormente, entrará em ação. Os pesquisadores e docentes do Departamento de Ciências Sociais da Escola, José Mendes e Nilson do Rosário, serão responsáveis pela reedição do curso, que mais uma vez ocorrerá de forma presencial.

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Ética em pesquisa: nova resolução é publicada

Foi publicada, no Diário Oficial da União, nesta quinta-feira (13/6), as novas diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Segundo o pesquisador da ENSP e coordenador pela Escola do Programa de Pós-Graduação em Bioética Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS), Sergio Rego, essa revisão da Resolução CNS Nº466, de dezembro de 2012, traz alguns avanços, mas também muitos retrocessos. O texto, aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde, foi concluído em dezembro do ano passado, depois de ser submetido a fóruns, plenárias e passar por consulta pública para a consolidação das propostas de mudanças até chegar à sua versão final. Confira as definições, disponíveis on-line, na página eletrônica da Conep.

A versão inicial foi desenvolvida em 1996, e essa é a sua primeira revisão. Sergio explicou que o documento incorpora diversos itens publicados em resoluções complementares ao texto principal, ao longo dos anos.
Segundo ele, a nova resolução, entre outros itens, apresenta o termo de consentimento de pesquisa de maneira mais interessante, pois o traz como um processo de consentimento, e não apenas como um processo burocrático de assinatura. “Entrando assim em acordo com antigas questões defendidas por pesquisadores, em especial da área das ciências humanas e sociais.” Ele lamentou que, entre os retrocessos percebidos no texto está a questão do conflito de interesses, que, na primeira versão, foi abordada de maneira sucinta e, agora, na versão aprovada em 2012, o tema simplesmente não aparece.
Todo o processo de construção dessa nova versão da resolução foi difícil e complexo. De acordo com ele, muitos pesquisadores não se sentiram contemplados com as diretrizes estabelecidas. Porém, disse Sergio, “isso é normal e já esperado. Algumas pessoas acham que a pesquisa se justifica por ela mesma e têm resistência em compreender a necessidade de delimitação clara do que é ou não eticamente aceitável de se fazer em pesquisa”.
A coordenadora geral do PPGBIOS, Marisa Palacios, também comentou o documento e apontou a importância do texto ser uma resolução e não uma lei, pois traz a facilidade de fazermos modificações no documento, o que permite um processo permanente de atualização. “Essa regulamentação não está terminada. Temos de pensar de forma ética a resolução, uma vez que o documento não é meramente um conjunto de normas a serem cumpridas”, disse ela.
Sergio Rego ressaltou que, agora, é preciso continuar o processo de radicalização da discussão sobre ética em pesquisa e aperfeiçoamento da regulamentação. “Sabemos que ela não atende a todas as necessidade que as áreas demandam, em especial das ciências humanas e sociais. Portanto, ainda é preciso traçar caminhos. Mas temos de ter claro que esse é um avanço em relação ao que tínhamos no passado. Não podemos apenas aplicar burocraticamente os pontos sugeridos em fóruns e consultas. É preciso pensar em como atender demandas de acordo com as condições objetivas e ter boas razões e argumentos que sustentem as posições pleiteadas. Algumas pessoas defendem que os objetivos científicos justificam o benefício de muitos em detrimento do problema de poucos. Mas isso é inaceitável”, encerrou ele.
Confira as definições, disponíveis on-line, na página eletrônica da Conep.

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Relatório busca melhorar o acesso a medicamentos

O Núcleo de Assistência Farmacêutica (NAF) da ENSP irá auxiliar a Aliança para Pesquisa em Políticas e Sistemas de Saúde (Alliance for Health Policy and Systems Research), instituição com sede no prédio da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na elaboração de um relatório sobre o uso de evidências para a tomada de decisão em políticas de saúde, especificamente no acesso a medicamentos. Chamados de Flagship Reports, esses relatórios trazem aspectos relevantes a respeito do tema a partir da perspectiva de pesquisadores, tomadores de decisão e profissionais atuantes no serviço. O convite da Instituição da OMS foi feito à coordenadora do NAF/ENSP, Vera Lúcia Luiza.

O documento irá trabalhar pautado em casos exemplares, em três eixos prioritários do acesso a medicamentos. Essas prioridades foram escolhidas com base em consenso de especialistas de nível internacional, sendo elas: os modelos de compartilhamento de risco para o financiamento do acesso, os medicamentos genéricos e o potencial de uso dos sistemas de informação a serviço do acesso a medicamentos.
“Esses temas se articulam em torno da visão sistêmica de serviços de saúde – da forma como a OMS propõe. A grande questão que está no topo da agenda, da qual o Brasil é um grande protagonista, é a cobertura universal. Então, a ideia do documento é articular esses eixos e discutir as prioridades de acesso, de forma a promover tanto a geração como o uso de evidências”, explicou Vera.
Além da cobertura universal, o Brasil pode acrescentar outras experiências bem-sucedidas no que diz respeito ao acesso aos medicamentos. Vera citou como exemplo o financiamento dos medicamentos da atenção básica, o acesso universal e gratuito aos medicamentos antirretrovirais e a Farmácia Popular. “Há um potencial importante de casos para serem representados em um documento desse tipo. O NAF, como Centro Colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde em Políticas Farmacêuticas, tem o compromisso de refletir sobre experiências da região, divulgando as estratégias nacionais e incorporando ações da América Latina”.

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Programas da ENSP/Fiocruz abrem inscrições para doutorado

Estão abertas, até o dia 10/5, as inscrições para os cursos de doutorado dos programas de Epidemiologia em Saúde Pública e Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP. Neste segundo período de convocação, são oferecidas, ao todo, 22 linhas de pesquisa. A lista de docentes dos programas de Epidemiologia em Saúde Pública e Saúde Pública e Meio Ambiente, com vagas de orientação de doutorado disponíveis para o ano de 2013, bem como suas respectivas linhas de pesquisa, podem ser acessadas no site da Plataforma Siga Fiocruz.

Epidemiologia em Saúde Pública
O programa de Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP é coordenado pelas pesquisadoras Silvana Granado Nogueira da Gama e Mariza Miranda Theme Filha. O doutorado em Epidemiologia, credenciado pelo Conselho Federal de Educação, visa à formação de profissionais para atuar nas áreas de docência e pesquisa. As linhas de pesquisa disponíveis para o segundo período são:
● A construção do conhecimento epidemiológico e sua aplicação às práticas de saúde; ● Avaliação de políticas, sistemas e programas de saúde; ● Avaliação de serviços e tecnologias em saúde; ● Desigualdades sociais, modelos de desenvolvimento e saúde; ● Determinação e controle de endemias; ● Epidemiologia de doenças crônicas; ● Epidemiologia de doenças transmissíveis; ● Informação e saúde; ● Modelagem estatística, matemática e computacional aplicadas à saúde; ● Paleopatologia, paleoparasitologia e paleoepidemiologia; ● Saúde da mulher, da criança e do adolescente; ● Saúde indígena; ● Saúde mental.
Acesse aqui a lista de docentes com vaga para orientação.
E-mail de contato: posgrad-epi@ensp.fiocruz.br

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Centro de Estudos da ENSP debate as doenças crônicas sob várias óticas

O Centro de Estudos da ENSP de 22/5 promoveu uma grande discussão acerca das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Com o tema Indústria, mercado e determinantes sociais no controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis a atividade reuniu pesquisadores para debater as diversas questões que colaboram para o aumento das DCNT na população brasileira. Realizado no âmbito do curso Fatores de Risco para DCNT, o Ceensp contou com organização do Centro de Estudo sobre Tabaco e Saúde (Cetab/ENSP) e recebeu o coordenador do Centro de Estudos, Políticas e Informação sobre Determinantes Sociais da Saúde (Cepi-DSS/ENSP), Alberto Pellegrini, os pesquisadores do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativo da ENSP, Luís David Castiel e Dora Chor, e a diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), Paula Jonhs. Na ocasião, a coordenadora da atividade e também do Cetab/ENSP, Vera Luiza da Costa e Silva, alertou para manipulação da indústria do tabaco sobre o governo e a sociedade civil.

Para relacionar os determinantes sociais da saúde referido ao controle das doenças crônicas e orientações para intervenções, o coordenador do Cepi-DSS, Alberto Pellegrini, iniciou sua fala explicando que os DSS são um conjunto de determinantes hierarquizados que também contemplam os determinantes estruturais, esses tem influência direta nas condições de vida e trabalho dos indivíduos. Ele citou também a questão dos diferenciais de saúde segundo a estratificação social e o modelo adotado na Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde (CMDSS 2012) para definir essa relação. No modelo, o contexto social do indivíduo está relacionado a sua posição social, exposição específica, doença ou acidente e, por fim, as suas consequencias sociais ou estado de saúde.

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Escritório da Fiocruz na África: um duplo desafio

Após dois anos à frente do Escritório da Fiocruz na África, o pesquisador da ENSP, José Luiz Telles renova seu projeto de coordenação e traça novos planos para a atuação e legitimação do Escritório no continente. Apesar de cinco anos de atuação, o Escritório ainda caminha na busca por protagonismo e reconhecimento institucional. Segundo Telles, existem grandes desafios externos, porém ultrapassar as barreiras internas da própria Fundação e suas unidades técnico-científicas para ganhar legitimidade tem sido a principal tarefa.

Existe na Fundação a cultura de muita independência e autonomia em cada um de seus institutos, centros e escolas. No âmbito da cooperação internacional, a consequência é a dificuldade de se ter um quadro mais sistêmico das atividades que as unidades desenvolvem.

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Teias completa três anos de atuação em Manguinhos

É positivo o saldo da Iniciativa Teias Escola Manguinhos dos últimos três anos: 13 equipes de Saúde da Família, 5 equipes de Saúde Bucal, 1 equipe de Consultório na Rua, 1 Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), além de apoiadores institucionais e administrativos, totalizando cerca de 200 profissionais. Fruto de cooperação técnica entre a ENSP e o governo municipal do Rio de Janeiro (Subpav/SMSDC), que engloba, entre outras ações, a cogestão da saúde no território de Manguinhos, a iniciativa, desde a sua criação, assumiu a responsabilidade da gestão direta da Atenção Primária em Saúde à população de Manguinhos. Ela segue o modelo da Estratégia de Saúde da Família e busca construir um modelo participativo de gestão como caminho para a promoção da saúde, de ações intersetoriais e ambientes saudáveis.

Em três anos de atuação no território, a iniciativa passou por muitas limitações, como tempo, recursos, estrutura e governabilidade. No entanto, muitas conquistas foram obtidas. A primeira delas foi a implantação de um modelo de Atenção Primária Integral, de base territorial, que ampliou o acesso e a qualidade à porta de entrada prioritária do Sistema Único de Saúde local, além da radicalização no âmbito da gestão participativa. Um reflexo disso foi a criação do Conselho Gestor Intersetorial de Manguinhos (CGI), fórum deliberativo do território, eleito em 2011 com 48 conselheiros e considerado importante espaço de diálogos entre a gestão em saúde e a população.
O CGI consiste em um órgão de instância colegiada e deliberativa e de natureza permanente do Teias. Ele tem por finalidade identificar, fiscalizar e cobrar solução para os problemas de saúde da população, bem como deliberar sobre as macropolíticas públicas para a saúde, acompanhar aspectos econômicos e financeiros, segundo diretrizes constitucionais para promoção do controle social. Fazem parte do CGI representantes das instâncias governamentais da área da saúde e dos setores sociais da educação e assistência social, gestores dos equipamentos de saúde, representantes dos profissionais de saúde desses equipamentos, representantes dos profissionais do setor educação e representantes dos usuários-cidadãos de Manguinhos.
Outra conquista alcançada pela iniciativa foi ser incluída nos projetos estratégicos da Fiocruz no Plano Quadrienal 2011-2014. No âmbito do Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSPS), o Teias apoiou 14 projetos de pesquisa em Manguinhos, além de realizar o Inquérito sobre Condições de Saúde e Utilização de Serviços, que servirá como base para implementação desse novo modelo. “Somos um território Escola. Portanto, entre os nossos objetivos está o incentivo à realização de pesquisas pelos profissionais que estão na ponta dos serviços, assim como a todos os outros profissionais”, ressaltou o Colegiado Gestor do Teias.
A última novidade da iniciativa foi o lançamento, em 2 de maio de 2013, do site do Teias, que tem por foco principal a intersetorialidade. Transparência, comunicação, participação e responsabilidade são as palavras norteadoras do novo Portal do Território Escola Manguinhos–Teias. Com a proposta de ser uma nova ferramenta de articulação entre a comunidade de Manguinhos, a ENSP e todos os interessados, o site concentra e disponibiliza informações sobre o território, seus moradores, saúde, ensino, pesquisas, integrando parcerias.
Segundo Elyne Engstrom, coordenadora do Teias, o portal é um espaço de trocas de experiências, transparência, informação e comunicação, essenciais para uma gestão participativa e democrática na saúde. “É um espaço que potencializa novas formas de organização e relação entre gestores, profissionais, pesquisadores, alunos e população, além de fomentar a integração de políticas públicas e participação cidadã. Ele fortalece ainda mais o Conselho Gestor Intersetorial, um dos espaços do exercício da intersetorialidade”, concluiu a gestora.

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Estudo aborda saúde de médicos de UTI neonatal

O trabalho e a saúde dos médicos que atuam numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público neonatal. Esse foi o assunto abordado por Ana Paula Ferreira da Rocha, em sua dissertação de mestrado em Saúde Pública pela ENSP, apresentada no dia 21 de maio. Segundo ela, as principais consequências dessa atividade para os médicos são, principalmente, alterações sobre a saúde mental (psicológica) e queixas sobre o sono, o humor, cefaléia e alterações musculares. “O objetivo da pesquisa era conhecer as estratégias de defesa usadas por esses profissionais para manter a saúde num trabalho tão hostil. O que chamou a atenção foi a comprovação da automedicação e autodiagnóstico nessa classe”, alertou.

A unidade de saúde investigada pela mestranda foi o Hospital São João Batista, em Volta Redonda- RJ. A pesquisa visou interpretar o significado do trabalho na vida desses profissionais, identificando as dificuldades, bem como as satisfações geradas no âmbito laboral.

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Pesquisa analisa aspectos da leishmaniose visceral

Com o objetivo de analisar fatores associados à leishmaniose visceral (LV) americana em populações humanas e caninas, foi desenvolvida, na ENSP, a pesquisa Fatores associados à Leishmaniose Visceral nas Américas. O estudo, desenvolvido pelo biólogo Vinícius Silva Belo, mestre em Epidemiologia em Saúde Pública pela ENSP, pretendeu também organizar e sistematizar o conhecimento existente a respeito de cada um dos fatores associados com a infecção por LV, além de analisar o papel de cada um dos fatores de risco já abordados na literatura em relação aos desfechos estudados, ou seja, as infecções em cães e em seres humanos. A pesquisa rendeu ainda a publicação de dois artigos sobre o tema. De acordo com Vinícius, os fatores associados à infecção por Leishmania infantum na América Latina têm sido considerados controversos ou parcialmente entendidos. Dessa forma, a pesquisa, por meio da realização de uma revisão sistemática da literatura com meta-análise, buscou identificar as melhores evidências sobre o tema nas informações científicas disponíveis, visando apontar o papel de cada um dos fatores estudados e as lacunas no conhecimento existente. Para isso, foram revistos 51 estudos para infecção humana e 36 para a canina. O estudo foi orientado pelos pesquisadores do Departamento de Endemias da ENSP, Guilherme Werneck e Claudio Struchiner, que, atualmente, é pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc), e também pelo pesquisador Eduardo Sergio da Silva, da Universidade Federal de São João Del Rei-MG. Para o desenvolvimento do estudo, diferentes pesquisadores estiveram envolvidos nas várias etapas de elaboração, fator considerado, na opinião do autor principal, um grande diferencial.  A dissertação rendeu a publicação de dois artigos: Factors Associated with Visceral Leishmaniasis in the Americas: a systematic review and meta-analysis (PLoS Neglected Tropical Diseases ) e A systematic review and meta-analysis of the factors associated with Leishmania infantum infection in dogs in Brazil (Veterinary Parasitology). “Podemos observar que, em seres humanos, a LV está associada à presença de cães no domicílio, com maior incidência de leishmaniose visceral canina na região em que se vive, e também com piores condições socioeconômicas e existência de áreas vegetadas próximas ao domicílio”, apontou. Por fim, o autor da pesquisa destacou que todos os aspectos estudados colaboraram para melhor entender a doença e devem ser utilizados para a elaboração de ações de controle mais efetivas e bem direcionadas. “É fundamental que os dados obtidos, as questões levantadas e as tendências identificadas continuem a ser investigadas em estudos futuros, e estes considerem e corrijam as limitações metodológicas identificadas pela presente revisão. Aponto também para a necessidade de que mais estudos ecológicos e de coorte sejam desenvolvidos, tendo em vista sua escassez na literatura, e mais investigações sejam realizadas para variáveis em que o conhecimento é pobre ou inconsistente, ou em regiões e países em que as informações são escassas”, finalizou Vinícius.

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Teias lança novo Portal do Território Escola Manguinhos

Transparência, comunicação, participação e responsabilidade são as palavras norteadoras do novo Portal do Território Escola Manguinhos –Teias, lançado nesta quinta-feira (2/5), na ENSP. Com a proposta de ser uma nova ferramenta de articulação entre a comunidade de Manguinhos, a ENSP/Fiocruz e todos os interessados, o site concentra e disponibiliza informações sobre o território, seus moradores, saúde, ensino, pesquisas, integrando parcerias.
Para Elyne Engstrom, coordenadora do Teias, o portal será um espaço de trocas de experiências, transparência, informação e comunicação, essenciais para uma gestão participativa e democrática na saúde. “É um espaço que potencializa novas formas de organização e relação entre gestores, profissionais, pesquisadores, alunos e população, e fomenta a integração de políticas públicas e participação cidadã. Além disso, fortalece ainda mais o nosso Conselho Gestor Intersetorial (CGI), um dos espaços do exercício da intersetorialidade”, afirmou a gestora.
A conselheira do CGI Michelle Oliveira, considerou que o portal será um importante instrumento para a gestão participativa. “Ele abrangerá a atuação da gestão do Teias, colaboradores, conselheiros e moradores para que possa se tornar uma ferramenta política para o enfrentamento dos determinantes sociais da saúde deste lugar em que vivemos, trabalhamos e sonhamos… Manguinhos!”
Segundo Elyne, conhecer os determinantes e as necessidades de saúde, vulnerabilidades e riscos, planejar, integrar e agir coletivamente são fundamentais para o alcance dos resultados: uma saúde da família integral, 100% para Manguinhos.
De acordo com a análise da coordenadora, a transformação do modelo de atenção primária, que ampliou acesso e qualidade, tornando as unidades de atenção primária a principal porta de entrada do SUS local, foi uma grande conquista. “Essa transformação foi fruto de um árduo trabalho realizado por muitos atores e teve foco em uma gestão territorial que priorizou conhecer as famílias, suas condições de vida e saúde e também lidar com as profundas transformações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Manguinhos) na comunidade”, complementou ela.
Essa nova ferramenta de comunicação possibilitará conhecer mais sobre a saúde da família de Manguinhos na Sala de Situação e, também, proporcionará maior acesso dos moradores às suas equipes. Outro grande avanço, destacou a gestora do Teias, é a possibilidade de os moradores de Manguinhos solicitarem, pelo portal, visitas e atendimentos da Equipe de Saúde da Família e de entrar em contato direto com a direção das clínicas.
Por meio de uma agenda pública, os interessados poderão acompanhar a realização de reuniões do CGI e do Conselho das Clínicas. Também poderão conhecer e participar das iniciativas de promoção da saúde, assim como de eventos e grupos comunitários, reuniões científicas, cursos, além de serem informados sobre resultados de pesquisas. Em breve, haverá informações sobre o Inquérito sobre condições de saúde e utilização de serviços em Manguinhos, pesquisa que está sendo desenvolvida pela Rede Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP-Teias), da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz.
A prestação de contas técnica e financeira do Teias estará em acesso livre. Elyne comentou que os relatórios são instrumentos padronizados para prestação de contas do contrato de gestão e são enviados trimestralmente à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro para avaliação dos gestores e auditores municipais.
Os links das páginas eletrônicas dos colaboradores do Teias estarão disponíveis no Portal. Entre eles, os links da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Rede de Estações do Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde da cidade do Rio (Rede Otics), ENSP, Ministério da Saúde, Blog de Participação Cidadã, Cooperação Social da ENSP, Laboratório Territorial de Manguinhos (LTM/ENSP) e Ouvidoria Fiocruz.
O espaço, concluiu Elyne, pretende ser dinâmico e integrador, incorporando a pluralidade do Teias. A coordenadora convidou todos a acessar o novo site (www.ensp.fiocruz.br/teias) e utilizar as ferramentas disponíveis.