Em 26 de fevereiro, quando o primeiro caso de covid-19 no Brasil foi detectado, em São Paulo, o Sars-CoV-2 e seus efeitos ainda eram em grande parte misteriosos para pacientes, estudiosos e médicos.
Passado um ano, o Brasil tem mais de 250 mil mortos e de 10 milhões de casos de covid-19, e vê seus trágicos números continuarem a crescer – apesar de estarem desacelerando em algumas outras partes do mundo.
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O infectologista Fernando Gatti estava descansando em casa quando seu celular tocou por volta das 20h do dia 24 de fevereiro de 2020, uma Segunda-Feira de Carnaval.
Do outro lado da linha, um médico que trabalhava no plantão do pronto-socorro do Hospital Israelita Albert Einsten, na zona sul de São Paulo, tinha uma pergunta importante: ele deveria ou não pedir um teste de covid-19 para um paciente que apresentava sintomas de gripe e tinha acabado de voltar de uma viagem à Itália?
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A pandemia da covid-19 evidenciou uma fragilidade do Brasil: a alta dependência de insumos importados da China para a fabricação de vacinas e o sucateamento de laboratórios e fábricas usados para produzir imunizantes no país.
Enquanto na década de 1980, o Brasil tinha pelo menos cinco institutos capazes de produzir vacinas, atualmente, há apenas dois em operação: Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan.
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Na manhã desta terça-feira (23/2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina Cominarty, desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech.
Esse é o primeiro imunizante contra a covid-19 a ganhar liberação definitiva no país — os outros dois produtos já aplicados no Brasil (a CoronaVac, da Sinovac e do Instituto Butantan, e a CoviShield, de AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz) ganharam aval em caráter emergencial.
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As quase 195 mil mortes por covid-19 oficialmente registradas no Brasil ao final de 2020 não só escalonaram rapidamente neste ano — hoje, essa cifra já passa de 225 mil — como fizeram do país um dos mais mortíferos da pandemia em todo o mundo, se levadas em conta a composição demográfica e etária brasileira.
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O Ministério da Saúde anunciou, no sábado (30), que o Brasil deve receber de 10 a 14 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a covid-19 a partir de meados de fevereiro, por meio do consórcio internacional Covax Facility.
Segundo a pasta, a estimativa para o envio dos imunizantes foi recebida por meio de uma carta da aliança internacional ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS). A Covax Facility é definida como uma ação que tem o objetivo de difundir a distribuição justa e igualitária das vacinas contra a covid-19. A iniciativa define que a imunização mundial contra o novo coronavírus é uma corrida na qual “ninguém ganha até que todos ganhem”.
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