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Programa gratuito analisa variabilidade cardiocirculatória

Pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP desenvolve programa de computador que faz análise da variabilidade cardiocirculatória, o CardioSeries. Apesar da existência de similares, este programa computacional é gratuito, além de ser de fácil manuseio e possibilitar a análise pareada da variabilidade da pressão arterial e da frequência cardíaca/intervalo de pulso.

Segundo Daniel Penteado Martins Dias, pós-doutorando do Departamento de Fisiologia da FMRP e idealizador do programa, o estudo da variabilidade cardiocirculatória permite a análise de alguns dos mecanismos que regulam a ritmicidade cardíaca e a vasomotricidade. “O sistema cardiovascular tem alguns mecanismos de controle que atuam, “momento a momento”, monitorando os níveis de pressão arterial e promovendo alterações na frequência cardíaca. O estudo da variabilidade cardiocirculatória permite a avaliação precisa deste controle”.

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Maior dose de ondansetrona é eficaz para tratar alcoolismo

A ondansetrona, substância comumente utilizada para evitar náusea em pessoas que estão sob quimioterapia, teve sua eficácia testada no tratamento de dependentes de álcool. Em estudo realizado no Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o médico João Maria Corrêa Filho verificou sua ação em dose maior do que vem sendo utilizada e comprovou o retardamento do consumo de álcool, além da redução de sintomas de depressão e do desejo pelas bebidas alcoólicas. Ele também descobriu quais são os fatores que tornam o abandono do tratamento mais propício.

A ondansetrona atua como antagonista do receptor da serotonina, substância envolvida com a sensação de prazer promovida pela bebida alcoólica. Assim, “esse antagonismo faz com que o prazer que poderia sentir ao se ingerir a bebida diminua”, explica Corrêa Filho, que testou a dose de 16 miligramas (mg) por dia, usada atualmente apenas para tratamento de enjôo. Esta dosagem diária é maior do que a aplicada anteriormente – 4 microgramas a cada quilo do paciente (mcg/kg) – e surtiu efeito nos pesquisados em relação aos medicados com placebo. Os dependentes medicados com o fármaco demoraram mais a ingerir o primeiro gole de bebida alcoólica (54,7 versus 40,9 dias, em média, a partir do início do tratamento) e a ter o primeiro consumo intenso (58,4 versus 45,4 dias, em média).

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Questionário avalia adesão a tratamento de hepatite-B

Um projeto desenvolvido na Faculdade de Medicina (FM) da USP elaborou um questionário de avaliação de pacientes em tratamento de hepatite-B crônica para avaliar o grau de comprometimento deles em relação às prescrições médicas com antiviriais. Os resultados permitiram aos pesquisadores estabelecer uma relação entre a adesão dos enfermos ao tratamento e um nível indetectável de carga viral no organismo.

A dissertação de mestrado do farmacêutico especialista em Farmácia Hospitalar e Clínica, Rodrigo Martins Abreu, buscou validar um questionário de avaliação da adesão do tratamento em pacientes que apresentavam um estágio avançado de hepatite-B. A doença, apesar de já possuir um programa de vacinação, ainda afeta milhares de pessoas no País e é assintomática. Os primeiros sinais só aparecem quando a enfermidade já evoluiu para casos mais graves, como cirrose hepática.

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Função materna vai além de aspectos da experiência corporal

Um estudo evidenciou que aspectos como condições sociais, corporais e subjetivas não são os únicos elementos construtores da maternidade. A pesquisa desenvolvida no Instituto de Psicologia (IP) da USP revelou que os laços sociais são um fator decisivo na formação da função materna, muito além da experiência corporal.

A proposta da tese de doutorado da psicóloga Vera Iaconelli foi problematizar as condições e adversidades encontradas na parentalidade contemporânea. Segundo a pesquisadora, o estudo buscou “ampliar reflexões sobre o tema para além da dupla mãe-bebê, recolocando a mulher em um lugar protagonista, sem esquecer o lugar do pai”. A pesquisa teve início a partir do atendimento de um caso de tentativa de infanticídio no Instituto Brasileiro de Psicologia Perinatal_Gerar. “Buscou-se a partir de então discutir algumas das condições para a construção da função materna”, afirma Vera.

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Estudo investiga distúrbios do sono associados à acromegalia

Os distúrbios respiratórios do sono (DRS) em pessoas com acromegalia — síndrome causada em adultos pelo aumento da secreção do hormônio do crescimento — são mais comuns em pacientes mais velhos, obesos e com hipertensão arterial sistêmica. “Os distúrbios respiratórios do sono estão associados de forma independente com a idade, maior pressão arterial diastólica e menor distensibilidade da artéria carótida”, relata a fisioterapeuta Aline Cecília Silva Amaro, que pesquisou o assunto em seu doutorado na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

“A acromegalia está associada com o surgimento de complicações cardiovasculares, pulmonares, metabólicas e neoplasias que cursam com aumento da mortalidade, redução da expectativa de vida e considerável impacto sobre a qualidade de vida dos pacientes”, explica a fisioterapeuta. As complicações respiratórias, por sua vez, são resultantes das alterações anatômicas causadas pela síndrome nos ossos e tecidos moles do crânio e da face, mucosa respiratória, cartilagens, volumes pulmonares, geometria da caixa torácica, além da própria atividade dos músculos respiratórios.

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Estudo aponta o melhor método para combater mau hálito matinal

A combinação da higienização bucal com escova e pasta de dente e também o uso do enxaguante bucal à base de clorexidina é o método que deixa o hálito melhor e por mais tempo. A constatação é feita em estudo desenvolvido na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP.

A pesquisa, desenvolvida pelo doutorando Jeronimo Neto, está descrita na dissertação de mestrado Avaliação clínica em estudo cruzado e randomizado de diferentes métodos para a redução da halitose matinal, apresentada à FORP sob orientação do professor Vinícius Pedrazzi. O objetivo foi descobrir qual método disponível no mercado brasileiro é mais eficaz contra o mau hálito da manhã. Porém, segundo Jeronimo Neto, esses resultados não podem ser estendidos para quem sofre de mau hálito persistente.

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Pesquisa aborda o papel materno na hemodiálise infantil

Um estudo desenvolvido na Escola de Enfermagem (EE) da USP abordou o papel das mães no tratamento de hemodiálise dos filhos. Os resultados apontaram que as mães podem apresentar papel mais positivo no tratamento se amparadas psicossocialmente pelos profissionais de saúde.

A dissertação de mestrado da terapeuta ocupacional Fernanda Mieto buscou avaliar qual o sentido que a figura materna dá para a experiência de hemodiálise sofrida pelo filho. Estudos desenvolvidos anteriormente na Alemanha já apontam para uma menor qualidade de vida das famílias com pacientes que fazem o tratamento hemodialítico, quando em comparação a um tratamento a base de medicamentos e ao processo de transplante. Segundo a pesquisadora, a ideia seria trazer essas observações de conflitos e problemas na família para o universo materno. “Muitas pesquisas investigavam a vivência da criança e do adolescente com insuficiência renal crônica, mas nenhuma tratava diretamente da experiência do tratamento, sobretudo com enfoque nas mães”.

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Práticas corporais ajudam nos níveis de saúde da população

Dados de uma pesquisa de mestrado desenvolvida na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP mostram que o alinhamento das práticas corporais com os atendimentos clínicos realizados nos serviços médicos aparece como uma estratégia de cuidado para ampliar os níveis de saúde da população. A ideia foi comprovada a partir de um grupo experimental, de pacientes atendidos no Centro de Saúde Escola (CSE) Geraldo Horácio de Paula Souza, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que executou atividades orientadas por um profissional de educação física.

O projeto se baseou na teoria da “Clínica Ampliada e Compartilhada”, do professor Gastão Campos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que propõe discussões sobre outras maneiras de pensar as ações de promoção de saúde. “Essa teoria traz uma nova forma de compor o processo de trabalho, alterando os objetos e os objetivos dos profissionais de saúde, propondo a incorporação de outros meios de intervenção que não apenas os tradicionais protocolos para qualificar suas práticas”, afirma Valéria Monteiro Mendes, professora de educação física e autora do estudo.

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Poluição em São Paulo é 2,5 vezes maior que limite da OMS

Em 2011, a poluição do ar por material particulado fino (MP2,5) no Estado de São Paulo apresentou um nível médio 2,5 vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O resultado se baseia em informações sobre os níveis de poluição entre 2006 e 2011 e faz parte de pesquisa da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Instituto Saúde e Sustentabilidade, com participação da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). O trabalho também aponta que no ano de 2011, houve cerca de 17 mil mortes e 68 mil internações de pacientes mais suscetíveis às doenças associadas à poluição, como câncer de pulmão, doenças respiratórias e problemas cardiovasculares, as quais geraram uma despesa de cerca de R$ 240 milhões para as instituições públicas e privadas de saúde do Estado.

O estudo teve a colaboração do professor Paulo Saldiva, da FMUSP. “O objetivo foi apresentar dados ambientais sobre a poluição por MP2,5 no Estado de São Paulo e avaliar os seus efeitos para saúde, mortalidade e adoecimento, bem como os gastos com internações devido a problemas ocasionados pelos poluentes”, afirma a médica Evangelina Vormittag, do Instituto Saúde e Sustentabilidade, que participou da pesquisa. “Cerca de 40% do MP na Região Metropolitana de São Paulo é emitido por veículos pesados movidos a óleo diesel. O restante vem da poeira, proveniente de aerossóis secundários e da ressuspensão de partículas, e da fuligem produzida pelas indústrias”.

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Vacina contra dengue será testada no Brasil

Pesquisadores do Instituto Butantan, entidade parceira da USP, em conjunto com com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (os chamados NIH, do inglês National Institutes of Health), desenvolvem uma vacina contra a dengue. Os testes em seres humanos no Brasil foram autorizados neste mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos Estados Unidos, a vacina já foi testada em animais e em seres humanos, com resultados positivos.

Para Alexander Precioso, diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, uma das principais dificuldades encontradas na produção da vacina é a existência de quatro tipos de vírus que causam dengue — cada um com características próprias. “A vacina precisa proteger as pessoas contra os quatro vírus ao mesmo tempo”, explica o médico.

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