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Sistema de classificação descreve consumo alimentar

Um estudo envolvendo a elaboração de um sistema de classificação de alimentos inédito foi conduzido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, para descrever o consumo alimentar de beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF). Entre outros resultados, foi verificado ingestão (valores médios) de fibra alimentar reduzida e ácidos graxos trans consumidos em excesso. Verificou-se ainda conteúdo insuficiente de vitaminas E, A, D, folato, B1 (em idosas) e B6 (em idosos), cálcio, potássio, magnésio e fósforo (em meninos e meninas), e sódio consumido em excesso.

De acordo com o pesquisador Alan Giovanini de Oliveira Sartori, o sistema adota critérios tecnológicos para ser aplicado na análise do consumo alimentar de populações. “Utilizando-se desse sistema, foi possível descrever o consumo de alimentos de acordo com o propósito, grau de processamento e inclusão de aditivos alimentares, bem como a contribuição destes no fornecimento de nutrientes, fibra alimentar e carotenoides para os beneficiários do PBF”, revela.

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Fluoretação da água apresenta níveis adequados em SP

Na cidade de São Paulo, 54% das amostras de água fluoretada apresentaram benefício máximo contra a cárie dentária e 99% têm risco mínimo para a ocorrência de fluorose dentária. Os dados são apresentados em pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realizada pelo cirurgião dentista Carlos César Soares, especialista em saúde coletiva. O pesquisador defende a necessidade de que os dados estejam a disposição de todos os cidadãos, em cumprimento à legislação de acesso à informação.

A pesquisa, orientada pelo professor Paulo Capel Narvai, da FSP, apresenta dados produzidos pelo sistema de vigilância da fluoretação da água no município de São Paulo, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde, entre 1990 e 2011. “Por ser pioneira nessa política de vigilância, a cidade de São Paulo possui o banco de dados mais extenso sobre a fluoretação no Brasil”, afirma Soares.  “O estudo utilizou critérios estabelecidos em um seminário realizado na FSP, em 2011, para avaliar os níveis de proteção contra cárie dentária proporcionados pela fluoretação das águas de abastecimento público, bem como os riscos de ocorrência de fluorose dentária, doença associada a ingestão de níveis elevados de flúor”.

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Estimulação cerebral pode ser alternativa a antidepressivos

Buscar um tratamento para o Transtorno Depressivo Maior (TDM), conhecido como depressão, sem uso de remédios. Esse é o objetivo de cientistas da USP que pretendem comparar se a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) e os antidepressivos têm efeitos semelhantes. A ETCC é uma técnica de estimulação cerebral não invasiva. Consiste na aplicação de uma corrente elétrica contínua de baixa intensidade no córtex cerebral, por meio de eletrodos implantados na cabeça, para aumentar a atividade elétrica de áreas do cérebro que são mais baixas em pessoas com depressão.

A pesquisa Escitalopram e estimulação transcraniana por corrente contínua no transtorno depressivo maior, que tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é desenvolvida no Hospital Universitário (HU) da USP e envolve o Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e o Instituto de Psicologia (IP) também da USP.

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Dietas hipocalóricas têm redução de peso semelhante

A dieta de baixa caloria (hipocalórica) tradicional e a baseada no sistema de pontos apresentaram resultados semelhantes na redução de peso em adolescentes obesos, como mostra pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). O estudo envolveu 66 jovens residentes na cidade de São Paulo, que foram avaliados pela nutricionista Mara Della Santa Dovichi Mendes. A redução do peso foi progressiva e significativa nas duas dietas. O número de pacientes que concluíram o tratamento foi maior entre os adolescentes que seguiram a dieta tradicional.

A variação de peso medida por meio do escore Z do Índice de Massa Corporal (ZIMC) foi avaliada durante seis meses (oito visitas) em consultas quinzenais no primeiro mês e mensais a partir do segundo mês. “Os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo que 31 foram submetidos a orientação de dieta hipocalórica tradicional (Grupo A) e 35 foram orientados a seguir o sistema de pontos (Grupo B)”, conta Mara. “O estudo envolveu adolescentes de 13 anos de idade com ZIMC superior a 3, ou seja, apresentando um grau bastante acentuado de obesidade e circunferência abdominal.”

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Programa incorpora dimensão espiritual a tratamento médico

Embora trabalhe diariamente com a questão da saúde humana, o que com frequência é sinônimo de lidar com o sofrimento alheio, a dor e a morte, o exercício da medicina e a formação na área raramente levam em consideração aspectos como religião e espiritualidade no contato com os pacientes. Mas para o psiquiatra Frederico Camelo Leão, independentemente das crenças pessoais do médico, ele deve estar preparado para lidar com a dimensão espiritual. “O paciente demanda isso”, afirma o pesquisador do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

No Instituto, Leão coordena o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (ProSER), iniciativa que busca compreender a relação entre esses três fatores a partir de atividades de pesquisa, ensino e assistência terapêutica. Segundo o médico, a complexidade do ser humano e a saúde mental vão muito além das questões neuroquímicas — e é essa premissa que guia o programa.

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Reciclagem de entulho é um empreendimento viável

As cidades brasileiras podem fornecer brita e areia recicladas para a indústria da construção civil de forma complementar aos agregados naturais a partir de Resíduos de Construção e Demolição (RCDs), aponta pesquisa da Escola Politénica (Poli) da USP. A viabilidade da reciclagem por meio da mineração urbana foi verificada a partir de uma modelagem teórica baseada na análise do conteúdo e da destinação dos resíduos nas cidades de Macaé (Rio de Janeiro), Maceió (Alagoas) e São Paulo. O trabalho do engenheiro Francisco Mariano Souza Lima teve orientação do professor Arthur Pinto Chaves, do Departamento de Engnharia de Minas da Poli.

De acordo com o engenheiro, o gerenciamento dos resíduos é afetado por dois aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei federal 12.305, de 2 de agosto de 2010. “São os princípios do poluidor pagador e do protetor-recebedor, além da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto”, aponta. “As empresas da cadeia da indústria da construção civil tornam-se responsáveis pelos custos do gerenciamento dos RCDs desde a geração até o descarte final ou a reciclagem. A lei incentiva a criação de mecanismo de mercado para o gerenciamento destes resíduos.” A supervisão do serviço é feita pelos municípios e a reciclagem pode ser realizada por empresas privadas.

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Conduta do parceiro influencia decisão de realizar aborto

A decisão feminina de interromper uma gestação está relacionada ao conhecimento da gravidez pelo parceiro e à reação que este esboçou no momento da descoberta. Tal afirmativa é resultado da pesquisa de mestrado da psicóloga Daniele Nonnenmacher, que também constatou que o abortamento, mais conhecido como aborto, frequentemente se associa à depressão, independente de ser provocado ou espontâneo. A pesquisa, realizada na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), comparou resultados obtidos em São Paulo (SP) e Natal (RN), e concluiu que a participação masculina está associada à decisão de abortar.

“Embora avanços sociais tenham ocorrido, seguem enraizados na identidade feminina princípios culturais e sociais que, diante da situação de abortamento, despertam na mulher conflitos e ambivalências”, explica Daniele. Na capital paulista, as reações negativas e a falta de participação do parceiro contribuíram à decisão de provocar o aborto. Já em Natal, a ausência deste no momento em que a gravidez se confirmou foi associada a seu interrompimento.

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Malformação fetal produz perda e complexo processo de luto

Elaborar a morte de um filho que ainda não nasceu, está vivo, e se desenvolvendo, é um processo que causa grande sofrimento a gestantes que, com autorização da justiça, optam por interromper a gravidez em virtude de malformação fetal. A situação gera perdas e desencadeia um complexo processo de luto, como mostra estudo do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

Os casos analisados envolviam malformação fetal, sem chances de sobrevivência, como a anencefalia e a agenesia renal bilateral. Os resultados mostraram que o diagnóstico fetal causou sofrimento a essas mães por gerar inúmeras perdas e desencadear “complexo processo de luto. Por isso, a importância de discutir e planejar abordagens e cuidados à saúde de gestantes nessa situação”, afirma Elenice Bertanha Consonni, em sua tese de doutorado orientada pela professora Eucia Beatriz Lopes Petean.

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Prática escolar pode promover respeito às diferenças

Na Faculdade de Educação (FE) da USP, pesquisa da pedagoga Ana Paula Sefton investigou uma proposta de prática docente e escolar que acolhe as diferenças de gênero e de sexualidade. A partir da análise do contexto de uma escola de ensino fundamental particular em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), o trabalho identificou condições que pudessem gerar a transformação das disposições culturais de gênero e sexualidade por meio das relações sociais entre professores, gestores, alunos e familiares. O estudo procurou mostrar como a prática docente, interpelada por um ambiente escolar favorável, embora imersa em uma sociedade sexista, tem condições de levar uma socialização para o convívio das diferenças.

“Em geral, a sociedade na qual vivemos é pautada em preceitos do patriarcado, que resultam em representações pré-definidas de como devem ser e atuar homens e mulheres em sociedade, sem considerar que tais pensamentos foram e são construídos socialmente a partir de interesses e de jogos de saber e de poder”, aponta Ana Paula. “A escola analisada apresenta práticas educativas e um ambiente de condições favoráveis para o questionamento das disposições de cultura sexistas e homofóbicas em prol do acolhimento às diferenças, sejam na relação da pessoa com ela mesma ou com as demais em sociedade.”

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Ingestão de folato na dieta de gestantes é inadequada

O folato é uma vitamina do complexo B essencial durante a gestação, pois previne diversos efeitos adversos na saúde materno-infantil. No entanto, pesquisa da Faculdade Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP com 82 gestantes, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão Preto (interior de São Paulo), mostra que a ingestão dietética da vitamina não atingiu as necessidades nutricionais estabelecidas para o nutriente. O estudo foi realizado pela nutricionista Lívia Castro Crivellenti, com orientação da professora Daniela Saes Sartorelli, da FMRP.

O folato pode ser encontrado naturalmente nos alimentos, como vegetais folhosos verde- escuros, feijões, grão de bico, frutas cítricas, fígado entre outros, e na sua forma sintética, denominada ácido fólico, que é utilizada nos suplementos vitamínicos e nos alimentos fortificados. “Esta vitamina exerce papel fundamental nas reações do metabolismo do carbono que estão envolvidas na síntese de DNA e divisão celular”, aponta a nutricionista. “O consumo deficiente de folato na dieta de gestantes pode afetar a saúde das mães e dos bebês, resultando em efeitos indesejáveis, como maior risco de anemia materna, pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer, parto prematuro e alterações cromossômicas”.

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