Publicado em março 23, 2014 por bibliotecafsp
Na capital paulista, a adaptação de aparelhos auditivos e a realização de implantes cocleares aumentaram nos últimos dez anos, mas o acompanhamento terapêutico decorrente está muito aquém do esperado. A conclusão foi obtida pela fonoaudióloga Gislene Inoue Vieira, que estudou dados nacionais e locais. Foram realizadas ainda entrevistas com os profissionais de três grandes centros paulistanos em saúde auditiva, os quais tinham contato direto com os pacientes, levantamento dos principais documentos oficiais relacionados ao tema e observações de fóruns regionais de saúde auditiva. Na pesquisa, apresentada em 2013, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, ela conseguiu perceber um discurso uniforme entre os entrevistados sobre a dificuldade no processo pós-adaptação.
Em 2004, foi instaurada pelo Governo Federal a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA), o ponto de partida do estudo. Deste então, Gislene percebeu um aumento na concessão de aparelhos de amplificação sonora individual e na realização de cirurgias para a colocação de implante coclear, um dispositivo eletrônico inserido cirurgicamente no ouvido interno, que substitui parcialmente as funções da cóclea, transformando energia sonora em em sinais elétricos. Esses recursos representam uma grande mudança na vida do usuário e, por isso, precisam de acompanhamento em múltiplas especialidades após a operação ou adaptação. Os dados da pesquisa indicaram que estes tratamentos decorrentes, porém, não tiveram uma evolução tão grande no período analisado, sugerindo que possa haver uma falha nessa rede de referência e contra-referência.
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