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Má gestão de recursos da saúde municipal gera desperdícios

Má administração, não pagamento de tributos pelo município, fraca fiscalização do Conselho Municipal de Saúde e processo licitatório irregular são alguns dos principais fatores que geram ineficiência (desperdício passivo) relacionada à aplicação de recursos da saúde repassados pela União aos municípios. A conclusão é do estudo Fatores Associados ao Desperdício de Recursos da Saúde Repassados pela União aos Municípios Auditados pela Controladoria Geral da União, publicado na Revista Contabilidade & Finanças, do Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, tendo como autores Lidiane Nazaré da Silva Dias, José Matias-Pereira, Manoel Raimundo Santana Farias e Vanessa Mayara Souza Pamplona.

Os reflexos da ineficiência da gestão dos recursos públicos na área da saúde são bastante conhecidos. Obras que perduram por meses a mais do que o planejado, remédios comprados e não distribuídos antes do vencimento, ausência de efetiva utilização dos equipamentos recebidos, etc. Esse tipo de desperdício não recebe tanta atenção da mídia, ou mesmo em trabalhos acadêmicos, como ocorre com a corrupção (desperdício ativo). Mas estudos realizados no exterior indicam que os gastos desnecessários gerados pela má gestão pública podem representar até quatro vezes mais que os recursos relacionados ao desperdício ativo. Os autores da pesquisa citam, como exemplo, um estudo realizado por Bandiera, Prat, e Valletti (2009), evidenciando que, na Itália, esses gastos representam 83% do total de desperdício de dinheiro público na aquisição de bens.

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Pessoas com neuromielite têm alterações nos autoanticorpos

Pesquisadores do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP e da Universidade Tohoku do Japão identificaram alterações nos níveis do anticorpo anti-aquaporina 4 em pacientes com neuromielite óptica, doença caracterizada por ataques imprevisíveis e graves de inflamação no nervo óptico e na medula espinhal, podendo causar cegueira e deixar o paciente restrito a cadeira de rodas. As descobertas abrem caminhos para novas estratégias de tratamento.

Segundo o coordenador da pesquisa, Dagoberto Callegaro, neurologista do HC, a grande maioria dos pacientes com neuromielite óptica é positivo no soro para autoanticorpos contra a aquaporina-4 (proteína importante para regular a quantidade de água nas células), mas os níveis do anticorpo no soro não se correlacionam com os ataques da doença.

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Drogas comprometem cuidados com saúde de usuários

As drogas comprometem todos os aspectos da vida dos usuários. Mas, interfere, principalmente, na percepção que essas pessoas têm sobre a sua saúde atual. A capacidade de alcançar e manter um bom nível de funcionamento, nestas pessoas, é afetada; não conseguem realizar os cuidados necessários para manter ou promover a saúde, nem seguir as atividades da vida que consideram importantes. Todos esses aspectos comprometem o estado de bem-estar e estão atrelados à qualidade de vida, é o que mostra estudo da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, realizado por Natália Priolli Jora. A pesquisa, que avaliou grupos de usuários de crack, de cocaína e de múltiplas drogas, revelou que a qualidade de vida é prejudicada pelo uso das drogas e afetam de maneira igual os problemas de saúde física, psicológica e social desses indivíduos.

Esse fato, diz a pesquisadora Natália Priolli Jora, surpreendeu, uma vez que o esperado era que a qualidade de vida dos usuários de crack ou pelo menos a dos de múltiplas drogas estivesse muito mais prejudicada, pois “esses usuários andam na contramão dos cuidados de saúde, ou seja, se cuidam muito pouco”. Entretanto, o estudo revelou que os usuários de crack apresentaram problemas muito mais graves relacionados ao trabalho, família e com a justiça.

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Pesquisa revela necessidades profissionais de diabéticos

A partir do momento em que a pessoa é diagnosticada com o Diabetes mellitus, ela passa a ter necessidades especiais. Necessita se adequar a novos hábitos, que envolvem alimentação saudável, prática de atividade física e uso de medicamentos. Para aquele que trabalha, receber o diagnóstico de diabetes resulta na necessidade de conciliar as ações de autocuidado com a rotina de trabalho. Com isso, muitos acabam enfrentando dificuldades e aposentando-se precocemente, em função das complicações crônicas, que podem acarretar deficiências.

Partindo desse pressuposto, pesquisa na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, conduzida pela terapeuta ocupacional Beatriz Cardoso Lobato, com orientação da professora Carla Regina de Souza Teixeira, foi em busca de compreender as necessidades das pessoas com diabetes no trabalho, na perspectiva dos adoecidos e dos profissionais de saúde. O intuito foi mostrar quais são as condições adequadas para o autocuidado neste contexto, para mantê-los ativos no mercado de trabalho. “Os resultados da pesquisa apontam que tanto para os profissionais da saúde quanto para as pessoas com diabetes, há uma implicação recíproca entre diabetes e trabalho”, salienta Beatriz.

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Fototerapia e exercício previnem cardiopatia na pós menopausa

Pesquisa desenvolvida por cientistas do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) comprova que a fototerapia aliada a exercícios físicos pode ser eficiente na prevenção de cardiopatias em mulheres de meia-idade na pós menopausa.

O estudo resultou no artigo Infrared LED irradiation applied during high-intensity treadmill training improves maximal exercise tolerance in postmenopausal women: a 6-month longitudinal study, publicado em artigo na revista “Lasers in Medical Science”, no ano de 2013. A publicação recebeu o “Prêmio Baldacci”, que refere-se a publicação médico-científica de importância clínica que tenha contribuído significativamente para a divulgação e o avanço da ciência na área de cardiopatia na mulher.

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Pesquisa vai auxiliar no controle da contaminação do solo

As concentrações críticas ou limites de elementos potencialmente tóxicos (EPTs) no solo diferem entre as regiões tropical úmida e temperada, como mostra estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. O estudo da engenheira ambiental Alexys Boim comparou o acúmulo de EPTs nos vegetais nas regiões temperada e tropical úmida e calculou a concentração crítica à saúde humana para ambas as regiões, além de avaliar os teores prontamente disponíveis no solo. “Observamos também que seria interessante calcular concentrações críticas para cada tipo de solo ou região”, diz.

O estudo de Alexys foi desenvolvido no programa de Pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas, na Esalq, e reforça que, no Brasil, é comum a utilização de resultados de trabalhos realizados em regiões temperadas. No entanto, Alexys lembra que cada região apresenta características diferentes como tipo de solo, temperatura, relevo, clima etc. “No entanto, o número de estudos relacionados à acumulação ou disponibilidade dos EPTs nos solos brasileiros é limitado, o que dificulta os levantamentos para a obtenção destas concentrações limites”, complementa a autora do trabalho, que teve orientação do professor Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni, do Departamento de Ciência do Solo.

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Enfermeiros sofrem com carga horária de trabalho extensa

Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP alerta: profissionais de enfermagem que trabalham mais que 30 horas semanais têm maior chance de sofrer com estresse. Outro fator que pode estar relacionado ao estresse é a presença de dois ou mais vínculos empregatícios, detectado em 44,1% dos entrevistados. Para a pesquisadora Márcia Teles Gouveia, esse dado pode ser explicado pelo fato de que a maioria dos profissionais recebe entre um e dois salários mínimos.

A afirmação é baseada em dados estatísticos presentes na tese de doutorado Estresse e jornada laboral dos trabalhadores de enfermagem. Com 145 entrevistados, a pesquisa foi desenvolvida em duas fases. A primeira, que analisou os fatores de risco no ambiente de trabalho e os problemas de saúde dos trabalhadores, foi desenvolvida entre os meses de janeiro a abril de 2013, com 145 trabalhadores, dentre eles enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. “Depois, avaliamos os sintomas de estresse e coletamos amostras de saliva dos trabalhadores, para mensurar o cortisol, o ‘hormônio do estresse’”, conta a pesquisadora.

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Estudo incentiva prática da dieta crudívora na alimentação

Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, uma pesquisa teve como objetivo verificar a adequação nutricional de uma dieta crudívora, composta por vegetais, grãos germinados, alimentos de diferentes fontes lipídicas e submetidas a três temperaturas de processamento (25ºC, 40ºC e 80ºC).

O estudo Efeito da germinação de grão e temperatura de processamento na composição nutricional de dietas crudívoras é o tema da dissertação de mestrado de Carolina Bonfanti Fiori, iniciada em 2012 e que está prestes a ser defendida.
O crudivorismo, também conhecido por alimentação viva ou alimentação crua (raw food), destaca-se entre as demais dietas vegetarianas devido aos seus fundamentos, princípios e estilo de vida. Na verdade, os crudívoros se abstêm de aplicação térmica, pois argumentam que as comidas cruas submetidas a temperaturas acima de 42ºC inativam enzimas digestivas que facilitam a digestão dos alimentos no organismo. Porém, para evitar possíveis deficiências e interferências nutricionais e manter dieta predominantemente crua, os adeptos necessitam de planejamento adequado e seleção de alimentos apropriados.

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Pessoas com fobias têm área do cérebro diminuída

A região do cérebro chamada cíngulo anterior do córtex apresenta-se com menor volume em pessoas com medo de aranha.  É o que revela exames de última geração, com aparelhos de ressonância magnética e de espectroscopia por ressonância em estudo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e das Universidades Federais de São Paulo, Santo André, no Estado de São Paulo, e do Rio de Janeiro, RJ.

A ciência busca respostas para as reações químicas e biológicas das pessoas que sofrem de fobias e, ainda, como é a anatomia das regiões do cérebro dessas pessoas. Apesar dos avanços científicos dos últimos anos, tentando explicar o funcionamento do cérebro humano para as emoções, pouco ainda se sabe sobre a origem do medo excessivo que é tido como um dos fatores que desencadeiam os transtornos de ansiedade.

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Farinha de chia na panificação proporciona produto saudável

Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, a pesquisa  Caracterização nutricional e funcional da farinha de chia e sua aplicação no desenvolvimento de pães, realizada por Tânia Baroni Ferreira Dutra, identificou os parâmetros de nutrição da semente de chia. O estudo do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos desenvolveu pães utilizando farinha desta semente em detrimento à farinha branca de trigo, com várias concentrações de aplicação, sendo rica em proteína, fibras, ômega 3 e outros micronutrientes.

“O estudo foi idealizado para que pudéssemos aumentar o suporte científico à literatura disponível e aos órgãos regulatórios no que tangem a segurança alimentar, composição nutricional e utilização da semente de chia no desenvolvimento de novos produtos”, afirma. A ciência já provou: a farinha de semente de chia é rica em proteína, fibras, ômega 3 e outros micronutrientes. No entanto, Jocelem Mastrodi Salgado, professora do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) da Esalq, afirma que o problema está na farinha branca, a mais utilizada no mercado de alimentos. “A farinha branca é composta basicamente apenas de carboidrato, sem nenhum valor nutricional para o organismo”, explica. De acordo com Jocelem, os estudos do LAN apontam que, teoricamente, se uma pessoa consumir 3,5 unidades por dia do pão desenvolvido com 9% de farinha de semente de chia, o consumo de ácido graxo ômega 3 pode aumentar até 1% em sua dieta. “Isso é muito favorável para a saúde, uma vez estudos demonstraram que o aumento de 1% no consumo de ômega 3 pode reduzir até 40% o risco de desenvolvimento de doença arterial coronariana não fatal”.

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