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Avaliação física simples diagnostica caquexia

A caquexia é uma síndrome associada a algumas doenças que causa perda de peso e força muscular, principalmente em idosos com câncer – chega a acometer 85% desses pacientes. Para reverter essa situação, um pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP usou um teste simples para avaliar a atividade física espontâneas desses doentes, por meio do estudo de parâmetros como o tempo sentado/deitado, o tempo em pé, o tempo caminhando e o número de passos dados e ver a sua associação com a caquexia.

Apesar de ser uma consequência de doenças graves e com grande impacto na saúde das pessoas, ainda é pouco abordada, sendo que a literatura médica descreve taxa de diagnóstico de apenas 2,4% dos casos. A explicação, aponta o médico geriatra e especialista em cuidados paliativos, André Filipe Junqueira dos Santos, autor do estudo, está na dificuldade de interpretação pelos médicos (da perda da massa e força muscular) e da demanda de exames sofisticados e caros para o diagnóstico.

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Novos biomarcadores vão ajudar a detectar câncer de bexiga

A descoberta de proteínas e metabólitos (pequenas moléculas que são produto do metabolismo humano) na urina de pessoas com e sem câncer de bexiga poderá ajudar, no futuro, a detecção precoce da doença. Os estudos estão sendo conduzidos pela pesquisadora Juliana Vieira Alberice, no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP. “Outros estudos ainda necessitam ser realizados, mas os resultados obtidos até agora indicam que poderemos utilizar essas proteínas e metabólitos como biomarcadores para o câncer de bexiga”, aponta.

Segundo os pesquisadores envolvidos no projeto, “biomarcadores são moléculas que podem ser medidas experimentalmente e indicam a ocorrência de uma determinada função normal ou patológica de um organismo. Assim, podem ser utilizados como ferramentas não apenas para o diagnóstico como também para o prognóstico de doenças, que é uma previsão do resultado do tratamento”.

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Parasita transgênico indica processo vital ligado ao cálcio

Pesquisa do Nucleo de Apoio à Pesquisa Nucleo de Pesquisa em Sinalizacao Celular na Interação Patogeno-Hospedeiro (NAP-NUSCEP) da USP, desenvolveu um parasita transgênico que expressa um indicador de cálcio (Ca2+) geneticamente modificado (GCaMP3). O parasita é derivado do Plasmodium falciparum, causador da malária humana. O íon de cálcio, como em outras células conhecidas, está associado a uma série de processos essenciais à sua sobrevivência. O parasita transgênico poderá ser usado na busca de novas drogas antimaláricas, capazes de interferir na via de Ca2+ vital para o Plasmodium.

De acordo com a professora Célia Regina da Silva Garcia, do Instituto de Biociências (IB) da USP, que participou da pesquisa, cálcio é um ion sinalizador universal. “Em diversos organismos já foi demonstrado a importância deste segundo mensageiro nas vias de sinalização da célula. Isto também acontece com o Plasmodium”, afirma a professora, que coordena o NAP-NUSCEP. “Diversas pesquisas do Núcleo e colaboradores, além de trabalhos de pesquisadores de outros países, demonstraram a importância deste íon nos processos de secreção proteica, invasão celular, motilidade, progressão celular e egresso da célula hospedeira”.

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Profissionais de saúde que lidam com iminência da morte necessitam de formação diferenciada

Pesquisa aponta importância de preparação ética para aqueles que trabalham com cuidados paliativos

Com o envelhecimento da população brasileira e o avanço da medicina na manutenção da qualidade da vida, a presença de uma equipe preparada para atuar em situações de doenças crônicas que têm risco de morte tornou-se cada vez mais necessária. A pesquisadora Carolina Becker elaborou sua tese de doutorado sobre os profissionais dessa área buscando entender quais os problemas éticos vivenciados pelos chamados paliativistas e qual a sua diferenciação para os demais que atuam na saúde. Os dilemas detectados fizeram com que considerasse a necessidade de uma formação com fundamentos éticos e bioéticos que capacite esses profissionais a lidarem com as complexidades exigidas no cotidiano da profissão.

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Estressores psicossociais influenciam gestação e vida adulta

Projeto da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) acompanhou 900 mulheres grávidas do distrito do Butantã, zona oeste de São Paulo, pertencentes à nova classe C, e constatou que, durante a gestação, 27% sofreram algum tipo de violência (física, psíquica ou sexual), 29% tiveram depressão, 16% ansiedade e 4% dependência de álcool ou drogas. Essas condições estão associadas a uma maior ocorrência de retardo de crescimento intrauterino nos bebês, ou seja, peso e altura abaixo do esperado para a idade gestacional em que o bebê nasceu. “Crianças nascidas nestas condições têm aumentadas as chances de, na vida adulta, apresentarem hipertensão, diabetes, obesidade e transtornos mentais, doenças que têm um custo muito alto para um país”, alerta o médico pediatra e professor da FMUSP, Alexandre Ferraro.

Esses dados fazem parte dos resultados preliminares obtidos pelo Projeto Butantã – Novas Ferramentas na Compreensão do Desenvolvimento Infantil: a Interação gene-ambiente e a Conectividade Neuronal, realizado sob a coordenação de Ferraro e da psiquiatra infantil Bacy Fleitlich-Bylik, do Instituto de Psiquiatria da FMUSP. A pesquisa está inserida no âmbito do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD), coordenado pelo professor Eurípedes Constantino Miguel, da FMUSP. O INPD é um dos Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTI) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

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Toxina em ração de aves de abate tem de ser controlada

Entre janeiro e agosto de 2014, a exportação de frango do Brasil para a Rússia cresceu 36% em relação ao mesmo período de 2013. E o estado onde mais se abatem as aves é o Paraná, responsável por 29,18% da produção aviária do País. Porém, para especialistas, a avaliação da alimentação desses animais merece atenção especial. Isso porque a ração consumida por eles, em muitos casos pode estar contaminada por micotoxinas, substância produzida por fungos, e que ao serem ingeridas podem causar efeitos agudos.

E sobre esses efeitos no organismo das aves, uma revisão bibliográfica realizada por pesquisadores dos Departamentos de Nutrição Animal e de Engenharia de Alimentos, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, em Pirassununga, buscou descrever os principais efeitos da toxina sobre o desempenho zootécnico na produção de frangos de corte, as alterações nas matérias-primas de ração e os avanços científicos em metodologias desintoxicação biológica.

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Proteínas indicam condições sanitárias de ovos de codorna

No Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, estudo do pesquisador Adriano Aquino identificou proteínas no albúmen (clara) e nas gemas de ovos de codorna japonesa que podem servir como biomarcadores das condições higiênico-sanitárias antes do consumo. As proteínas localizadas pelo laboratório do Grupo de Bioanalítica, Microfabricação e Separações (Bio MicS) do IQSC atuam contra o crescimento bacteriano e sofrem degradação quando os ovos são estocados a temperaturas elevadas, o que pode causar contaminação alimentar. A pesquisa foi orientada pelo professor Emanuel Carrilho.

Biomarcadores referem-se a moléculas que podem ser medidas experimentalmente e indicam a ocorrência de uma determinada função normal ou anormal de um sistema orgânico como por exemplo, ovos. O estudo descobriu a presença de algumas proteínas indicadas como potenciais marcadores biológicos para a avaliação de controle de qualidade. Para a identificação, foram realizados experimentos empregando ferramentas omicas, próprias para análise em escala molecular, como eletroforese em gel de acrilamida e espectrometria de massas.

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Atriz leva doença mental do morador de rua para os palcos

Há alguns anos, quando a atriz e dançarina Evinha Sampaio andava pelas ruas de São Paulo e via um morador de rua com doença mental passando por algum tipo de surto, ela se sentia angustiada. Após presenciar alguns desses surtos, e sem ter como agir a respeito, ela refletiu e percebeu que era preciso fazer algo mais. Mas como uma atriz poderia contribuir? “Ora eu sou atriz e posso levar essa temática para os palcos!!!”, pensou. E foi assim, a partir de um olhar atento e lúcido sobre a loucura de pessoas que vivem nas ruas, que a atriz decidiu pesquisar o tema no Centro de Experimentação Cênica do Ator (Cepeca) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. A tese de doutorado Dramaturgia de uma nau de corposoutros: uma possibilidade cênica foi defendida em abril de 2014. A pesquisa deu origem à peça teatral Nau do Asfalto.

“O doente mental que mora nas ruas é diferente do usuário de crack, do bêbado, do catador de papel ou do morador de rua comum”, diz Evinha. “Ele vive ‘a solidão dentro da solidão’. Certa vez, eu observei um deles e, de repente, do nada, ele começou a chorar. Essas pessoas vivem dentro de um mundo próprio e não percebem que há um mundo em volta deles. Falam sozinhos, discutem com o nada, gesticulam, fazem movimentos repetitivos, ouvem vozes e repetem o que as vozes dizem. Estão em um universo próprio”, relata.

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Estudo analisa crianças e adolescentes com TOC

Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) constatou que crianças e adolescentes portadoras de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) apresentam comprometimento de alguns circuitos cerebrais em decorrência da doença. Apesar de esse comprometimento ainda não ter se manifestado no comportamento, outros dados do estudo sugerem que existe a possibilidade de esses pacientes, ao atingirem a vida adulta, apresentarem dificuldades ou déficits ligados à memória e ao agrupamento semântico (evocar em sequência palavras de uma mesma categoria). “Estudos futuros deverão ser feitos para confirmar esta hipótese”, afirma o autor do estudo, o psicólogo Marcelo Camargo Batistuzzo.

Os resultados foram obtidos pelo pesquisador na tese de doutorado Ativação cerebral associada à memória episódica verbal no transtorno obsessivo-compulsivo por meio de ressonância magnética funcional defendida na FMUSP. O estudo foi desenvolvido no âmbito do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD), coordenado pelo professor Eurípedes Constantino Miguel, da FMUSP. O INPD é um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

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Laser e LED tratam DTM e Paralisia Facial de Bell

Dois métodos executados por Vitor Hugo Panhóca, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, comprovaram a eficácia do laser de baixa potência e do LED — vermelho e infravermelho —, no tratamento não invasivo de Disfunção Temporomandibular (DTM) e Paralisia Facial de Bell. Em seus testes, o especialista comparou a qualidade de ambas as técnicas, com o intuito de melhorar a condição de vida de pessoas que são acometidas pelas citadas doenças.

A eficácia do uso de laser e LED como efeito analgésico consta há anos na literatura médica. Segundo Vitor Panhóca, os fótons (partículas presentes em qualquer tipo de luz) originados pelo LED são tão eficientes quanto os obtidos através do laser. Quando interagem com o tecido da pele, os fótons adquiridos por essas luzes, atingem e estabilizam as células nervosas do tecido humano, causando o efeito analgésico. Com base nesses conhecimentos, o pesquisador comparou a qualidade dos dois métodos, onde concluiu que, apesar de ambos terem o mesmo efeito de analgesia, o LED é mais vantajoso, uma vez que tem maior durabilidade, menor consumo de energia, abrange maior área do tecido a ser tratado e seu custo é muito mais baixo que o do laser.

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