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Centro é pioneiro no tratamento de anemia falciforme

O Centro de Terapia Celular (CTC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sediado na USP, é pioneiro na realização do transplante de células-tronco hematopoieticas (TCTH), que já é feito para doenças como leucemia e linfoma. A partir de agora, o procedimento é uma possibilidade, via SUS, também para os casos graves da anemia falciforme – doença hereditária de maior ocorrência no Brasil. O CTC já ofereceu o tratamento experimentalmente para 27 pacientes, com alta taxa de cura.

“O transplante já é aceito mundialmente há alguns anos, e desde 2009 temos solicitado ao Ministério da Saúde a sua liberação pelo SUS – até porque é o único tratamento com possibilidade de cura para a doença, com um índice de 95% de sucesso”, conta a hematologista Belinda Pinto Simões, pesquisadora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), membro da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e do CTC.

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Demência vascular é mais comum que Alzheimer em idosos

Pesquisas realizadas em cérebros armazenados no Banco de Encéfalos da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) revelam maior prevalência de demência vascular e doença de pequenos vasos entre idosos, em comparação com a da doença de Alzheimer. Os estudos realizados no Banco, organizado pelo Grupo de Estudos em Envelhecimento Cerebral, encontraram alterações decorrentes de lesões cerebrais causados por problemas da circulação sanguínea, compatíveis com o quadro de demência vascular. A descoberta pode auxiliar na prevenção da doença, associada a fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e diabetes.

Anteriormente, acreditava-se que a principal causa de demência entre idosos brasileiros era a doença de Alzheimer, a exemplo do que era verificado em estudos realizados no exterior. “A pesquisa avaliou 1.291 casos, sendo que 113 atenderam os critérios para o grupo ‘demência’, e entre os restantes, foram sorteados 100 para o grupo ‘controle’”, diz a professora Lea Grinberg, da FMUSP, que coordenou a pesquisa. “Os critérios de inclusão no grupo ‘demência’ foram ter mais de 50 anos, apresentar demência moderada ou grave e ter doado o cérebro para o Banco de Encéfalos”.

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Ressonância magnética aprimora diagnóstico de Parkinson

O Mapeamento de Susceptibilidade Magnética, que é feito por meio de Imagem de Ressonância Magnética (IRM) é mais sensível e específico para quantificar ferro in vivo em pacientes com Doença de Parkinson. Já se sabia que pessoas com Doença de Parkinson apresentam maior concentração de ferro na substância negra, mas a quantificação só era possível por meio de amostragem de tecido cerebral de autópsias. Essa quantificação, por meio de imagem in vivo, ou seja, de pessoas vivas, foi resultado do mestrado do físico-médico Jeam Barbosa, no programa de pós-graduação em Física Aplicada à Medicina e à Biologia, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

O pesquisador utilizou o mapa de susceptibilidade magnética, além de mapas de Relaxometria (ferramenta convencional para quantificar ferro por IRM) para avaliar a região da substância negra e outras regiões do cérebro como: globo pálido, putamen, núcleo caudado, tálamo e núcleo rubro. “Com o mapa de susceptibilidade foi possível visualizar uma maior concentração de ferro no cérebro de um grupo de pacientes com Doença de Parkinson quando comparado a um grupo de sujeitos saudáveis. E essa maior concentração estava somente na região da substância negra, a qual é conhecida como a principal região de morte de neurônios dopaminérgicos em pacientes com a doença de Parkinson”, revela.

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Pesquisa revela mais benefícios do aleitamento materno

Pesquisa na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP constatou que o aleitamento materno, além de todas as vantagens insistentemente divulgadas, também está ligado às menores taxas de diarreia aguda, infecções do trato respiratório, otite média e outras infecções, e à menor mortalidade de crianças por essas doenças. Os resultados mostraram, ainda, que crianças que não mamaram tiveram 2,6 vezes mais chances de ter diarreia.

Outros dados chamaram a atenção, como a constatação de que o uso da chupeta, especialmente durante o dia, pode elevar em quatro vezes as chances de a criança parar de mamar o peito, quando comparada com crianças que não usam. E, ainda que as crianças que não usaram mamadeira apresentaram 16 vezes mais chances de receberem o aleitamento materno.

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Comportamento antissocial é mais precoce entre brasileiros

Apesar dos achados revelarem que a maioria dos adolescentes (77%) já cometeram algum ato delituoso, o que indica normalidade desse comportamento na adolescência, informação também encontrada em estudos de outros países, a amostra brasileira verificou que apenas uma pequena parcela deles (17%) é responsável pela maior quantidade dos delitos. E, ainda, que a idade do primeiro delito ocorreu entre o final da infância e início da adolescência, enquanto dados internacionais mostram esse início na segunda metade da adolescência (por volta dos 15 anos).

O estudo foi realizado pelo psicólogo André Vilela Komatsu, pesquisador do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, com jovens, recrutados em escolas públicas (133) e em instituição judicial (60) da cidade de Ribeirão Preto.

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Beta-ionona tem potencial preventivo para câncer de fígado

A susbtância beta-ionona (BI) tem potencial quimiopreventivo para o câncer de fígado. Encontrada em uvas e aromatizantes de vinhos, a BI é um composto bioativo da classe dos isoprenóides, envolvido com a via metabólica do mevalonato e a síntese do colesterol. Em testes realizados com animais, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP pela pesquisadora Mayara Lilian Paulino Miranda, verificou-se que a BI reduziu lesões pré-neoplásicas (LPN) no órgão, que precedem o câncer. O estudo também apresenta indícios de que a substância atenua o desenvolvimento da doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD), causada pelo acúmulo de gordura no fígado, que pode estar relacionada ao aparecimento das lesões.

De acordo com Mayara, o termo NAFLD designa um grupo de doenças definidas por esteatose hepática (presença de gordura no fígado) em mais de 5% dos hepatócitos (células do fígado), na ausência de consumo de etanol (álcool). “Ela pode resultar em resistência hepática e periférica à insulina”, relata. “Conforme o grau, também desencadeia lesões por estresse oxidativo, lesão hepática mediada por citocinas, hepatotoxicidade mediada por ácidos graxos livres (AGL), concentrações elevadas intra-hepáticas de colesterol, hiperinsulinemia, hiperleptinemia, hipoadiponectinemia, e a apoptose (morte celular)”.
A morte celular pode resultar em necroinflamação e fibrose, que são consideradas lesões classificadas como LPN em seres humanos. A NAFLD pode variar de simples esteatose a sua forma mais grave, esteatohepatite não alcoólica (NASH) . “A prevalência da doença pode ser de 30% da população em países industrializados e está aumentando em países em desenvolvimento devido à mudança de hábitos alimentares”, aponta a pesquisadora. “Estima-se, ainda, que na obesidade mórbida há um risco aumentado de 90% de desenvolvimento de NAFLD”.
Para verificar o potencial quimiopreventivo da BI, a pesquisa mediu o número e a área das LPNs, por meio de marcação de imunohistoquímica GST-P. “A proliferação celular foi medida por dupla marcação de imunohistoquímica para GST-P e KI67”, afirma a pesquisadora. A imunohistoquímica é a identificação de epítopos no tecido por meio da reação entre antígeno e anticorpo, revelada por um marcador visual e examinada por microscopia óptica ou eletrônica. “Foi realizada ainda a quantificação da apoptose em lâminas de Hematoxilina e Eosina (H&E), avaliação do dano celular por meio da técnica de cometa e avaliação do escore de células ovais nestes tecidos, também em lâminas de H&E”.

 

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Guia Alimentar propõe novo olhar sobre a alimentação

Quebrar paradigmas e propôr uma nova maneira de se relacionar com a alimentação é a proposta do novo Guia para a População Brasileira, uma parceria do Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP) vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, localizado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Em sua segunda edição, o Guia busca inovar e se atualizar em relação ao primeiro, lançado em 2006 — sem a participação do Nupens —, fazendo uma ampla análise da alimentação do brasileiro. Além da parte nutricional, levou-se em conta questões culturais, sociais e até ambientais, inovando no conceito de guia alimentar e explorando os alimentos além dos seus nutrientes.

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Pesquisadores aperfeiçoam análise de perfusão cerebral

Uma nova implementação realizada em um equipamento de Imagens por Ressonância Magnética (RM) permitiu aperfeiçoar a análise de perfusão cerebral, que é o mecanismo pelo qual os nutrientes são transportados ao cérebro, através do fluxo sanguíneo. A técnica utilizada é a Arterial Spin Labeling (ASL), que utiliza imagens e é completamente não invasiva utilizada para medir a perfusão de sangue no cérebro.

A metodologia, introduzida por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, tem como objetivo final viabilizar a utilização da técnica ASL para a avaliação da perfusão em tecidos com tempo de trânsito arterial prolongado, condição típica em pacientes com doenças cerebrovasculares, em especial os que têm estenose de carótida, terceira doença cerebrovascular com maior índice de mortalidade, causada pelo acúmulo de placas de gorduras nas artérias carótidas — principais canais que transportam o sangue do coração ao cérebro.

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Anticoncepcional pós-parto não muda volume de leite materno

Estudo da USP Ribeirão comprova segurança de implante contraceptivo logo após o parto, para as mães e bebês.Implantar contraceptivo que libera o hormônio etonogestrel imediatamente após o parto não altera a quantidade de leite na amamentação. Essa era a informação que faltava para que a equipe da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, liderada pela professora Carolina Sales Vieira, comprovasse a segurança do método contraceptivo para as mães que necessitam sair da maternidade sem a preocupação de uma gravidez indesejada ainda na amamentação.

O estudo foi conduzido pela pesquisadora Giordana Campos Braga, aluna de doutorado do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP orientada pela professora Carolina, com 24 mães e seus recém-nascidos. Eles foram divididos em dois grupos: um em que as mães receberam o implante dentro das primeiras 48 horas após o parto e outro, o controle, cujas mães não receberam qualquer método contraceptivo.

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Água distribuída em SP tem flúor em quantidade inadequada

Análise da fluoretação da água distribuída pelas redes de abastecimento do estado de São Paulo indica que cerca de 30% das amostras de água estão inadequadas. Os riscos para a população que consome essa água são a baixa proteção contra a cárie e o aumento da fluorose dentária (manchas no esmalte dos dentes). Estes dados fazem parte da mais ampla pesquisa já feita no mundo sobre flúor na água e foram divulgados dia 11 de agosto pelo Conselho Regional de Odontologia (Crosp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a USP.

Das 11.715 amostras coletadas em 2014 em 642 municípios, 71,5% apresentavam concentração de flúor entre 0,6 e 0,8 partes por milhão de unidade de fluoreto (ppm F), medida considerada adequada pela Secretaria Estadual de Saúde. Porém, nas amostras restantes foram encontradas quantidades acima do mineral (14% das amostras), ou abaixo do ideal (14, 5%). Três em cada dez amostras coletadas não atendiam ao parâmetro de obtenção do máximo benefício contra a cárie com o mínimo de risco de fluorose. Tanto o excesso como a falta de flúor são prejudiciais à saúde bucal. “A quantidade correta aplicada na água combate a formação da cárie, mas teores altos, por sua vez, também são ruins principalmente para crianças de até cinco anos, quando os dentes estão em formação”, afirma Claudio Miyake, presidente do Crosp.

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