O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) adquiriu o registro do antilipidêmico atorvastatina cálcica, nas concentrações 10mg e 20mg. O medicamento é usado para controle da elevação do colesterol. Concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o registro foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) na última terça-feira (10/6). Além de garantir o fornecimento do medicamento à população assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a produção da atorvastatina por Farmanguinhos representará a redução de custos para o Brasil.
A atorvastatina cálcica resulta de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o laboratório americano Pfizer e Farmanguinhos, assinada em junho do ano passado. A previsão é que a partir de 2016 o Instituto comece a produzir parte da demanda prevista para o abastecimento da Rede SUS. Estima-se um total de 175 milhões de unidades farmacêuticas nos próximos cinco anos, sendo 35 milhões a cada ano.
Leia MaisAlemão e Maré têm alto risco de doenças infecciosas
“Jacarezinho, Complexo do Alemão e Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, podem ser considerados como potenciais áreas de alto risco para o desenvolvimento de doenças infecciosas de veiculação hídrica. Isto se deve, principalmente, às condições socioeconômicas precárias em que as populações se encontram, a fragilidade destas áreas diante de eventos climatológicos extremos e a falta de equidade social no âmbito da saúde.” Os dados são da aluna do mestrado acadêmico em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Juliana Viana. O estudo analisou 11 Regiões Administrativas (RAs) inseridas na área de influência da Estação de Tratamento de Esgoto Alegria (ETE/Alegria). A pesquisa destacou ainda a Região Administrativa de Ramos como de alto risco para o desenvolvimento de doenças infecciosas. Neste caso, o Índice de Sensibilidade ao Risco (ISR) recebe influência principalmente do indicador epidemiológico, com destaque para o risco extremo associado ao número de casos de esquistossomose e leptospirose.
“No município do Rio de Janeiro, independente dos cenários das mudanças climáticas, o setor de saneamento encontra enormes desafios para universalização dos serviços e manutenção de padrões aceitáveis de qualidade, incluindo o atendimento das Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). Os sistemas de esgotamento sanitário são bons exemplos dessa dificuldade encontrada”, explicou a aluna. Segundo ela, a grandiosidade da escala dos sistemas de coleta e tratamento implantados, a falta de recursos necessários à sua operação e manutenção adequadas e as dificuldades decorrentes das alternativas tecnológicas adotadas associadas às especificidades da cidade, resultaram em enorme complexidade e vulnerabilidade, na gestão das águas urbanas.
Leia MaisPesquisa da Ensp aponta que aumento de impostos reduz consumo de cigarros
Resultados da Pesquisa Internacional de Tabagismo (ITC) confirmam que a elevação de impostos sobre o cigarro, e o consequente aumento de preços, é um forte indutor da redução do consumo de tabaco no Brasil. O estudo foi apresentado no dia 30 de maio, em evento que marcou a celebração do Dia Mundial sem Tabaco, realizado na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília. A atividade contou com a presença das pesquisadoras do Centro de Estudos sobre Saúde e Tabaco da Escola Nacional de Saúde Pública (Cetab/Ensp/Fiocruz) Valeska Carvalho Figueiredo e Silvana Rubano Turci.
Os achados mostram que os cigarros tornaram-se economicamente menos acessíveis entre 2009 e 2013, com uma redução média anual de 2%, considerando o número de cigarros fumados por dia, o preço pago na compra de cigarros, a renda familiar e o número de adultos na residência do fumante. Além disso, metade dos fumantes entrevistados pensou em parar de fumar ou diminuir a quantidade de cigarros que fuma para economizar.
Leia MaisSite PenseSUS será lançado com roda de conversa sobre internet e direito à saúde
O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fioruz (Icict/Fiocruz) vai lançar, em 15 de maio, o site PenseSUS – A Reflexão Fortalece essa Conquista, com a realização de uma roda de conversa sobre o tema Internet e direito à saúde: experiências e perspectivas para o SUS. O evento, que ocorrerá às 13h30 na Biblioteca de Manguinhos, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro, tem o objetivo de debater perspectivas de exercício do direito à saúde por meio da internet, refletindo sobre a regulação da rede mundial de computadores no Brasil, a partir da recente aprovação do Marco Civil da Internet. O papel da rede no debate público e no controle social da saúde também será debatido, bem como diferentes práticas em defesa do SUS evidentes na internet.
Como debatedoras, estão confirmadas as presenças da coordenadora do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Bia Barbosa, da conselheira nacional de saúde representando a Rede Lai Lai Apejo – População Negra e Aids, Michely Ribeiro, e da facilitadora da Comunidade de Práticas, do Departamento de Atenção Básica do Ministério de Saúde, Karen Athié. Com realização do Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação em Saúde, do Programa de Pós-graduação em Informação e Comunicação em Saúde e do Centro de Estudos do Icict, o evento integra as atividades de comemoração do aniversário do instituto, que em abril completou 28 anos. A roda de conversa contará ainda com transmissão online em tempo real. Mais informações sobre o link de acesso serão disponibilizadas no site do Icict e nas redes sociais.
Leia MaisSessões de cine-debate revelam vitórias e angústias de mães muito especiais
Viviane Andrade tem dois filhos autistas, mas só ganha do governo um Benefício de Prestação Continuada, no valor de um salário-mínimo. Os adolescentes gêmeos, entretanto, dão trabalho dobrado à mãe. Vítima da burocracia estatal, Viviane agora contará com assessoria jurídica para conseguir os dois benefícios de que precisa. O anúncio do apoio foi feito em 30 de abril pelo advogado Claudio Sarkis Assis, secretário-geral da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – regional Rio de Janeiro (OAB-RJ), no debate realizado na casa após a exibição do documentário Um dia especial, que retrata a rotina de mães de filhos com autismo e outras síndromes mais raras. A realização do filme, produzido e dirigido por Yuri Amorim, teve apoio da Faperj, por meio do Programa de Apoio à Produção e Divulgação das Artes, e da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, na pós-produção.
O suporte oferecido pela OAB-RJ a Viviane prova que o cine-debate – no qual após cada exibição do filme é realizado um debate com convidados, mães, o diretor e o público – pode efetivamente ajudar as famílias a encontrar apoios para o enfrentamento de seus problemas. As sessões podem ocorrer em escolas, universidades, centros de saúde, empresas, ONGs ou mesmo em praças públicas. Presente ao evento, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel Fernandes, disse que o filme ajuda a descaracterizar estereótipos e a renovar o modo de pensar: “O cinema, como meio de comunicação de massa, é a melhor maneira de fazer provocações sobre questões da nossa existência. O cine-debate levanta a questão da responsabilidade do setor público e da sociedade e estimula um aprendizado sobre tolerância em cada um de nós. O filme é uma ferramenta para transformar realidades. Iniciativas como esta têm um valor agregado enorme e devem ser reproduzidas”.
Leia MaisPaís mantém vigilância permanente da poliomielite
Na segunda-feira (5/5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência sanitária mundial diante do risco de contágio da poliomielite. A iniciativa ocorreu depois que foram detectados casos em mais de uma dezena de países. No Brasil, o último caso da doença transmitido por um poliovírus selvagem foi registrado em 1989, duas décadas após o início da política de vacinação contra a poliomielite. Para manter essa lembrança no passado, o Brasil desempenha atividades permanentes de vigilância virológica. Referência nacional no tema junto ao Ministério da Saúde e referência para a região das Américas junto à OMS, o Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) decidiu colocar a genética em campo: os cientistas sequenciaram a última linhagem selvagem de poliovírus a circular no Brasil. Assim, têm em mãos uma sequência genética que pode servir como elemento de comparação para facilitar o esclarecimento de casos que possam ressurgir no futuro. A estratégia é especialmente relevante num momento em que o país se prepara para receber visitantes de todos os cantos do mundo durante os grandes eventos internacionais que se aproximam.
Quando o assunto é uma possível reemergência da paralisia infantil, dois caminhos preocupam os cientistas. O primeiro é a possibilidade de, com tantas viagens intercontinentais, o vírus pegar carona na intensa circulação de pessoas. O segundo é bem mais complexo: como a vacina mais comum na atualidade é baseada em um vírus atenuado, é comum que os indivíduos imunizados excretem os vírus pelas fezes. A característica é positiva para o efeito de imunização do conjunto da população pois, ao entrar em contato com crianças não vacinadas, em áreas com saneamento básico precário, por exemplo, o vírus atenuado acaba provocando a imunização de um maior número de indivíduos. Ao mesmo tempo, porém, existe o risco de que este vírus vacinal atenuado sofra mutações que o tornem neurovirulento.
Leia MaisEstudo investiga potencial de planta da Amazônia na luta contra a dengue
A dengue acomete milhares de pessoas todos os anos. Apenas em 2012, foram cerca de 600 mil casos da doença no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Apesar deste importante impacto epidemiológico, não existe um medicamento para tratamento específico para a dengue: estão disponíveis apenas ferramentas para tratamento dos sintomas, como a febre e a desidratação. Somando-se às diversas pesquisas em andamento no mundo na busca de um medicamento antiviral para a dengue, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) vem investigando o potencial terapêutico da Uncaria tomentosa, uma planta medicinal da Amazônia conhecida popularmente como unha-de-gato.
Os resultados mais recentes destes estudos, conduzidos pelo Laboratório de Imunologia Viral do IOC, foram apresentados na tese do biólogo Raimundo Sousa Lima Júnior, defendida no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Parasitária do Instituto. Os dados obtidos por estudos in vitro corroboram resultados anteriores de pesquisadores do Laboratório de Imunologia Viral sobre o potencial da Uncaria tomentosa contra a dengue, que desde 2008 têm demonstrado sua ação na redução da carga viral e na melhoria da resposta imunológica. A principal novidade nos estudos realizados por Raimundo sob orientação da pesquisadora Claire Kubelka, chefe do Laboratório e líder das pesquisas sobre o tema, está no nível celular: foi observado que a Uncaria tomentosa atenua a permeabilidade de células infectadas com o vírus dengue, o que pode ser um efeito fundamental para evitar o agravamento da doença.
Leia MaisAumenta em 10% a incidência de tuberculose em indígenas
A tuberculose (TB) se mantém como um dos principais problemas de saúde no Brasil, atingindo principalmente os povos indígenas.
Para descrever a situação epidemiológica da TB, segundo raça/cor no Brasil, o aluno do mestrado em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Paulo Victor de Sousa Viana avaliou os casos novos de TB notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Leia MaisFiocruz é designada Centro Colaborador para Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da OMS
O Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) foi nomeado Centro Colaborador para Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Durante os próximos quatro anos, a instância vai conduzir atividades focadas em temáticas como Determinantes Sociais da Saúde, a saúde na Agenda do Desenvolvimento Pós-2015 e saúde global e fortalecimento dos sistemas de saúde.
Essa designação é um enorme reconhecimento de algo que temos construído há algum tempo e que nos permitirá encontrar pontos de identidade e cooperações mais extensas entre os países do sul”, afirma o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
Leia MaisComissão de Seguridade Social e Família da Câmara debate acesso a medicamentos
O acesso a medicamentos essenciais a preços justos é uma luta enfrentada pelos países em desenvolvimento. Para discutir recomendações e ideias que garantam esse acesso como medida integral para a saúde como direito humano, a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara promoveu uma audiência nesta quinta-feira (3/4). Solicitado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o encontro também debateu o trabalho da organização Medicamentos para Doenças Negligenciadas. O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Jorge Bermudez, participou da audiência. Também foram convidados para o debate a diretora da Open Society Foundations, Els Torreele, o professor da University School of Law de Boston, Brook Baker, e a consultora independente Eloan Pinheiro. Estiveram presentes ainda o presidente da CSSF, deputado Amauri Teixeira (PT-BA), e o presidente da Frente Parlamentar de Saúde, Darcisio Perondi.
O vice-presidente Jorge Bermudez lembrou que, há 15 anos, 39 empresas farmacêuticas moveram ações contra o governo na África do Sul pela quebra de patentes de remédios contra a Aids. “Foi um enfrentamento entre a indústria e a necessidade dos povos que precisam de remédios a baixo custo. Saúde versus comércio. E esse processo teve como referência a campanha HIV-Aids do Brasil e a forma de compra de remédios pelos SUS”, destaca Bermudez. Para ele, vivemos uma situação “dramática” no preço dos remédios. Ele diz que novos medicamentos contra o câncer são lançados com preço entre US$ 100 mil e US$ 400 mil. Para a hepatie C novas drogas custam US$ 84 mil. Por outro lado, se as patentes pudessem ser quebradas, os mesmos remédios poderiam ser feitos no Brasil por US$ 240.
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