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‘Maconha: usos, políticas, saúde e direitos’ é o tema do Sala de Convidados

O programa Sala de Convidados vai abordar o tema Maconha: usos, políticas, saúde e direitos, na próxima terça-feira (14/7), às 11h, no Canal Saúde. O programa vai ampliar para os telespectadores as discussões que aconteceram no seminário internacional “Maconha: usos, políticas e interfaces com a saúde e direitos”, realizado pela Fiocruz, em parceria com a Escola de Magistratura do Rio de Janeiro (Emerj), entre os dias 1 e 3 de julho, com o objetivo de promover um amplo debate sobre o tema.

Os convidados desta edição são o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel; a ex-coordenadora de Saúde Mental do município do Rio de Janeiro e coordenadora do Laboratório de Educação Profissional em Atenção à Saúde pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Pilar Belmonte; e a pesquisadora do Instituto Igarapé e mestre em Relações Internacionais, Ana Paula Pellegrino.

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Especialistas esclarecem população sobre casos de malária na região serrana do Rio

Foram confirmados casos de malária em indivíduos com histórico de deslocamento para áreas cobertas por Mata Atlântica ou próximas a ela no estado do Rio de Janeiro. São chamados de casos autóctones, cuja transmissão aconteceu nesse período na região serrana do estado do Rio de Janeiro, entre pessoas que visitaram a localidade. Especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que atua como referência em malária para a região extra-Amazônica, tranquilizam a população e orientam como profissionais de saúde, moradores e turistas devem agir em caso de suspeita da doença. Eles reforçam que o diagnóstico rápido é fundamental e divulgam o Malária-Fone, serviço disponível para atender profissionais de saúde que precisem de auxílio em casos suspeitos.

A investigação e monitoramento dos casos autóctones da Mata Atlântica do estado do Rio atendidos pelo ambulatório de Doenças Febris Agudas e diagnosticados pelo Serviço de Parasitologia do INI vem sendo feita desde 2008 por estudos com o Laboratório de Pesquisa em Malária e Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), integrantes do Centro de Pesquisa Diagnóstico e Treinamento em Malária da Fiocruz (CPD-Mal).

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Estratégias de controle baseadas no uso de bactérias não é indicada contra Leishmaniose

Na agricultura, bactérias causadoras de doenças em insetos (as chamadas bactérias entomopatogênicas) são utilizadas com frequência para a eliminação de pragas. Diferentemente dos inseticidas químicos, elas atuam de forma mais direcionada, agindo apenas contra determinadas espécies, e não representam risco para a saúde das pessoas. Por estes mesmos motivos, a estratégia é considerada uma possível arma também para o combate a insetos transmissores de doenças. No entanto, um estudo divulgado na revista científica ‘Parasites and Vectors’, sugere que essa abordagem pode ser contraindicada para enfrentar a leishmaniose. A pesquisa aponta que a presença do parasito Leishmania, causador da enfermidade, pode proteger os insetos transmissores da doença contra uma infecção bacteriana potencialmente letal. Os resultados, que pela primeira vez constataram que a infecção pela Leishmania pode ser vantajosa para o inseto, foram obtidos por cientistas das universidades de Lancaster e Liverpool, na Inglaterra, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e do Piauí (UFPI).

“Nossa descoberta reforça a necessidade de cautela no desenvolvimento de estratégias de controle do vetor da leishmaniose. Ao utilizar uma bactéria para combater os insetos, pode-se favorecer aqueles que carregam o parasito. Assim, mesmo que o total de vetores diminua, o percentual de infectados vai crescer, aumentando a chance de disseminação da doença”, afirma o pesquisador Fernando Genta, do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC/Fiocruz e um dos autores do artigo.

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Retorno de HIV em menina americana não inibe busca por cura funcional, diz cientista

A difícil batalha de pesquisadores contra a Aids tem um capítulo negativo. De acordo com reportagem veiculada no jornal O Globo, médicos americanos fizeram um pronunciamento, nesta quarta-feira (9/7), que decepcionou a comunidade científica. Testes de HIV realizados na semana passada em uma menina de 4 anos, que havia sido dada como livre do HIV durante anos, indicam que ela não está mais em remissão, e o vírus voltou a ser detectado. Para Valdiléa Veloso, pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a notícia representa um certo desapontamento, mas, mesmo assim, trata-se de um caso animador do ponto de vista científico. “O que aconteceu com essa criança foi um estímulo em termos de pesquisa”, disse a especialista, que prevê ainda ações promissoras. “Atualmente, existe uma gama de pesquisas voltadas para a cura de HIV/Aids, inclusive aqui no INI. O principal objetivo é estudar meios de buscar a cura funcional dos pacientes”, destacou.

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Fiocruz busca estreitar colaboração técnica com Opas e OMS no combate a leptospirose

Desde 2008, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) atua como Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para leptospirose. Para planejar estratégias de atuação no escopo do acordo de cooperação, foi realizada uma visita da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) ao país, com reuniões técnicas no IOC e com autoridades das Secretarias de Agricultura e Saúde no Rio Grande do Sul. Como desdobramentos, um projeto interinstitucional liderado pela Opas, Fiocruz e os responsáveis do Estado do Rio Grande do Sul está em fase de planejamento.

À frente da direção do Centro Colaborador da OMS para Leptospirose, a pesquisadora do Laboratório de Zoonoses Bacterianas do IOC, Martha Pereira, explicou que o objetivo do encontro realizado em maio no IOC foi estreitar as relações entre as instituições, além de estabelecer planos e estratégias para os próximos dois anos. Também participaram o diretor do Instituto, Wilson Savino; a assessora em Interface Saúde Animal-Humana da Opas sediada em Washington, Cristina Schneider; o diretor da Panaftosa, Unidade de Saúde Pública e Veterinária da Opas no Rio de Janeiro, Ottorino Cosivi; e o assessor em zoonoses da Panaftosa, Victor Del Rio Vilas.

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Pesquisador alerta para a chegada de vírus semelhante a dengue ao Brasil

Descoberto há 50 anos, o arbovírus Chikungunya tem circulado pelos continentes africano, asiático, europeu, chegando recentemente à América Central e América do Sul. A partir de estudos na literatura existente, o pesquisador do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazonas), Felipe Naveca, alerta para a sua chegada ao Brasil e os impactos prováveis. Após sofrer mutação, sua transmissão tornou-se mais fácil, principalmente, através dos mosquitos Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus, os mesmos vetores da dengue.

Segundo Naveca, no Brasil, os casos notificados foram “importados”, ou seja, as pessoas infectaram-se nos países onde o vírus circula e adoeceram quando voltaram para o Brasil. Os casos recentes foram de seis militares brasileiros que estiveram no Haiti e ao retornarem desenvolveram os sintomas, sendo diagnosticados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. “Até o momento, não há registro oficial da circulação do Chikungunya no país. Como temos casos em países vizinhos é praticamente impossível impedir a sua entrada no Brasil. Em alguns locais, onde circulou este vírus, foi muito alta a taxa da população infectada”, explicou Naveca.

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Fiocruz detecta presença de poliovírus no país

Pesquisadores do Laboratório de Referência Nacional de Enteroviroses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmaram a presença de poliovírus em amostras coletadas em São Paulo, no monitoramento do esgoto do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Por meio de análises genéticas, os pesquisadores identificaram que o vírus encontrado nas amostras coletadas em março é similar a uma cepa recentemente isolada de um caso na Guiné Equatorial. É importante no entanto salientar que nenhum caso foi constatado em humanos. A confirmação do diagnóstico e a identificação da linhagem genética da amostra foi coordenada pelo pesquisador Edson Elias da Silva, chefe do Laboratório de Enterovírus.

A vice-diretora de Serviços de Referência e Coleções Biológicas do IOC, Eliane Veiga da Costa, ressaltou o protagonismo do Instituto enquanto referência no tema. “Há mais de 20 anos prestando serviços alinhados aos padrões internacionais estabelecidos pela OMS, o laboratório identificou e sequenciou as amostras seguindo o protocolo de referência. Os resultados da análise foram emitidos dentro do prazo de cinco dias, após o recebimento das amostras”, destacou. “Recentemente, o IOC sequenciou geneticamente umas das últimas amostras do vírus a circular no Brasil, na década de 1980, o que contribui para o trabalho de comparação genética em relação a possíveis casos da doença no país”, acrescentou a vice-diretora. Clique aqui para saber mais sobre o estudo.

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Tese chama a atenção para o aumento da obesidade entre indígenas avante

A obesidade é um problema de saúde entre adultos indígenas xavante do Mato Grosso, sendo associada a fatores socioeconômicos e padrões de subsistência e consumo alimentar. A informação vem da pesquisa do aluno do doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Felipe Guimarães Tavares. Dela, participaram 479 indígenas (homens e mulheres), sendo que mais da metade da população apresentava excesso de peso (sobrepeso: 43%; obesidade 20,9%), correspondendo a 92,4% da população-alvo. “Entre os povos indígenas no Brasil, a emergência de obesidade tem sido associada a mudanças nos padrões de alimentação, de atividade física e de exposição a determinantes sociais da saúde, em geral relacionados à história de contato com sociedades não indígenas”, observa Tavares.

O estudo é um inquérito nutricional realizado na população xavante das terras indígenas Pimentel Barbosa e Wedezé com idade de 15 anos em diante, residente no estado do Mato Grosso, no período de junho a agosto de 2011. Foram investigadas 8 das 10 aldeias existentes no território. De acordo com Tavares, no modelo de regressão, as prevalências de obesidade foram maiores nos indivíduos com idade entre 20 e 49 anos, morando em domicílios com nível médio de consumo de alimentos de cultivo e criação, e com nível baixo de consumo de alimentos de coleta, caça e pesca. Essas prevalências, informa o aluno,  também foram maiores em indivíduos classificados nos níveis médio e alto do indicador socioeconômico de bens de casa, estimado por análise fatorial. “Foram observadas fortes correlações do índice de massa corporal, do perímetro da cintura e do percentual de gordura corporal entre si e com medidas de peso e dobras cutâneas (tricipital e subescapular)”.

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Ditadura: regime instituído pelo golpe, há 50 anos, deixou marcas no campo da ciência

O regime militar no Brasil, que começou com o golpe de 50 anos atrás e perdurou por duas décadas, atingiu também o mundo científico e deixou marcas na Fiocruz. Móveis atirados pela janela, perda de recursos, aumento dos índices de enfermidades como a doença de Chagas, malária e meningite, perda de milhares de peças do acervo de amostras biológicas, documentos queimados, pesquisadores cassados. Esses são alguns exemplos dos problemas vivenciados pelo Instituto Oswaldo Cruz – transformado em Fundação em 1970 – durante a ditadura, período turbulento que pôs em risco a legitimidade de uma instituição que já havia vencido uma série de batalhas no campo da saúde.

A ingerência governamental na instituição começou logo após o golpe civil-militar, com a indicação do médico Francisco de Paula Rocha Lagoa para a diretoria do Instituto Oswaldo Cruz, em 1964. Por determinação do General Castelo Branco, Lagoa substituiu o bacteriologista Joaquim Travassos da Rocha, que dirigia a instituição desde 1962.

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Megaeventos, como a Copa, facilitam trocas de vírus e bactérias entre países

A Copa do Mundo, além de reunir as melhores seleções de futebol do planeta para jogos em 12 cidades brasileiras, atraiu milhares de turistas de todos os continentes. O evento tem, de fato, a marca da integração e da sadia competição entre os povos, mas, por outro lado, resulta em um aspecto não tão saudável: é que os megaeventos aumentam a possibilidade de circulação de agentes infecciosos (vírus e bactérias) entre os países.

O aumento da circulação internacional de patógenos já é um fenômeno de nossos dias, impulsionado pela facilidade de mobilidade humana. Durante grandes eventos, esse fluxo é intensificado.

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