A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciaram, na última quarta-feira (17), a participação na Coursera – plataforma de ensino online, gratuito, lançada no Brasil com apoio da Fundação Lemann. O sistema, criado em 2012 na Universidade de Stanford (Inglaterra), disponibiliza gratuitamente mais de 700 cursos de instituições de ensino renomadas de todo o mundo. As videoaulas são acessadas por 9 milhões de usuários de diversos países.
Segundo a fundadora e presidente do Coursera, Daphne Koller, o sistema se molda aos interesses dos estudantes e permite adaptações às realidades individuais. “É um sistema de aprendizado no qual o conteúdo é assimilado pelos alunos online, do jeito que eles preferem, na sua casa, ao seu tempo, praticando até que dominem as habilidades”, destacou.
Além das aulas, a plataforma tem canais de interação entre alunos, que podem discutir os temas entre si, e com os professores. Também estão abertos testes que podem, inclusive, garantir certificados para os cursos. “Com uma plataforma como o Coursera, o professor passa a ser o criador de um ambiente no qual o aluno é o sujeito do seu processo de aprendizagem”, elogiou o pró-reitor de extensão da Unicamp, João Frederico Meyer.
Os resultados dos questionários e testes servem ainda como instrumento para aprimorar o sistema. “Olhando para os padrões de respostas corretas e incorretas dos alunos, sabemos exatamente que vídeos não estão funcionando, quais questões estão mal formuladas, e isso nos permite interagir com o professor para que ele melhore seu modelo de ensino”, ressaltou Daphne.
Para o pró-reitor de pesquisa da USP, José Eduardo Krieger, existem diversas possibilidades de uso da Coursera, como complemento para os cursos regulares ou para adquirir conhecimento em áreas fora da formação principal. Segundo ele, “pode-se utilizar essa ferramenta para disseminação de conhecimento científico. Não propriamente um curso naquele formato que a gente tem, mas para ampliar conhecimento, ampliar a cultura”.
Kriger disse ainda que a USP pode usar a plataforma para estreitar laços acadêmicos com países vizinhos, uma das prioridades da instituição. “A oportunidade de você atingir centenas, milhares de pessoas ao mesmo tempo é única, e a USP não quer perder essa oportunidade. Isso é fundamental para o crescimento da universidade”, enfatizou.
Atualmente, existem 12 cursos na Cousera traduzidos para o português, apesar de o Brasil ser o quinto país em número de usuários, com 300 mil estudantes. Esse conteúdo está sendo ampliado pelo trabalho de 3 mil tradutores voluntários, e tem suporte da Fundação Lemann.