Transferência de tecnologia permite produção de remédio que controla colesterol

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e o laboratório americano Pfizer assinaram, na última quinta-feira (13/6), Parceria de Desenvolvimento Produtivo para transferência de tecnologia de desenvolvimento e produção da Atorvastatina Cálcica, usada no controle do colesterol. O medicamento será fabricado pela unidade nas concentrações de 10 e 20mg. A parceria terá a participação ainda da Nortec Química S/A, que será responsável pela produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a fabricação do medicamento.

A Atorvastatina é o princípio ativo do Citalor, produzido pela Pfizer. O medicamento faz parte da lista de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), cujos domínios tecnológico e de produção são essenciais para o desenvolvimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis). Busca-se com o acordo não apenas o domínio da produção, como também o incentivo da indústria farmoquímica nacional, com a fabricação do IFA em solo brasileiro.

O diretor da unidade, Hayne Felipe da Silva, destacou a relevância do acordo. “Além de fazer uma atualização do nosso portfólio com este medicamento estratégico, a parceria segue também a linha da política industrial de produzir IFAs em nosso país”, ressaltou. Farmanguinhos já produz quatro outros medicamentos contra doenças cardíacas, os anti-hipertensivos Captopril, Enalapril, Metildopa e o Cloridrato de propranolol.

O medicamento é um dos mais importantes do mundo no controle do colesterol elevado, uma doença de alto impacto para a saúde. Só para se ter uma ideia, problemas cardiovasculares são a primeira causa de morte, por doença, da população brasileira.  “Essa iniciativa contribuirá com a saúde de mais pessoas em todo o país e poderá ampliar o acesso à Atorvastatina no Sistema Único de Saúde”, enfatizou o presidente da Pfizer Brasil, Victor Mezei.

Atualmente o medicamento é financiado pelas Secretarias de Estado da Saúde, ou seja, a distribuição não é centralizada pelo Ministério da Saúde. Com isso, a parceria permitirá a redução de custo do medicamento e Farmanguinhos poderá oferecer um produto mais barato para as secretarias de saúde.

A demanda prevista para atender a rede do SUS é de 175 milhões de unidades farmacêuticas nos próximos cinco anos, sendo 35 milhões anualmente. A previsão é de que em 2017 sejam produzidos os primeiros lotes do IFA nacional.

A transferência de tecnologia envolve um complexo processo, que passa por transmissão de conhecimento, tecnologia, equipamentos, treinamento de pessoal e assessoramento técnico. No desenho proposto por este acordo, entre o 4º e 5º anos da parceria, respectivamente 2016 e 2017, Farmanguinhos produzirá 25% desta demanda e a Pfizer os outros 75%. A partir do 6º ano (2018), o Instituto terá capacidade para atender 100% da demanda nacional.

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