A biomédica Patrícia Garcez se encaixa na rara categoria de pessoas que estavam no lugar certo, na hora certa.
Durante sua formação acadêmica, realizada em grande parte na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela decidiu entender a fundo uma malformação que até então era muito rara e pouco conhecida: a microcefalia, marcada pelo desenvolvimento inadequado do cérebro durante a gestação.
Leia MaisFiocruz desenvolve teste para diagnosticar zika em 20 minutos
Método desenvolvido em Pernambuco é 40 vezes mais barato que o convencional. Previsão é de que kit chegue a postos de saúde até o fim do ano, beneficiando principalmente cidades afastadas dos grandes centros.
Exames para identificar infecção pelo vírus zika devem em breve poder ser feitos em apenas 20 minutos. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco desenvolveram um método simples e 40 vezes mais barato que o tradicional.
Leia MaisMalformação neurológica: estimulação precoce em crianças é fundamental
Os casos de malformação neurológica aumentaram no Brasil por conta do surto do vírus zika. Diante desse cenário, assim que nascem, essas crianças iniciam uma rotina de exames para determinar que tipo de malformação elas têm, qual o nível de comprometimento do cérebro, da visão, da audição, entre outros. Além disso, os bebês diagnosticados ou com suspeita de microcefalia são submetidos desde os primeiros meses de vida a intervenções de várias áreas, como fisioterapia, fonoaudiologia, otorrinolaringologia e oftalmologia. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dessas crianças, especialistas avaliam que a estimulação precoce na janela de até três anos de idade é importante para reduzir o nível de comprometimento causado pela malformação.
“Estimulação precoce é um termo que abrange uma variedade de estímulos para auxiliar o desenvolvimento motor e cognitivo de lactentes e crianças e pode ser definido como um programa de acompanhamento e tratamento multiprofissional para recém-nascidos de risco ou com alguma deficiência. A maior parte dos programas de estimulação precoce objetiva o atendimento de crianças de zero a três anos de idade, envolvendo tipicamente terapias tradicionais como fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia”, explicou a coordenadora técnica da Fisioterapia Motora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Carla Trevisan.
Leia MaisArtigos sobre febre amarela e chikungunya ganham publicação acelerada na revista ‘Memórias do IOC’
A revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz ampliou seu sistema de publicação acelerada de artigos para incluir pesquisas sobre febre amarela e chikungunya, além dos estudos relacionados ao vírus zika. Implantado em junho de 2015, o sistema de Fast Track oferece uma via rápida para divulgação de trabalhos, que são disponibilizados online em um prazo de 24 horas após a submissão. De acordo com os editores do periódico, a decisão foi tomada considerando o contexto atual dos agravos. “A zika já não é considerada uma emergência de saúde pública de interesse internacional, mas ainda há necessidade de mais investigação sobre esta infecção, assim como sobre outras doenças emergentes e re-emergentes. Portanto, ‘Memórias’ decidiu expandir a seção Fast Track para incluir investigações sobre chikungunya e febre amarela, além do vírus zika”, afirmam em texto divulgado no site da revista.
A publicação através do sistema acelerado ocorre após a avaliação de um editor do periódico. Os artigos considerados relevantes são indexados, recebendo um registro preliminar de indicador de objeto digital (DOI, na sigla em inglês), e divulgados no site da revista, na seção Fast Track. Para orientar os leitores, é indicado que a revisão por pares está em andamento. O processo de submissão não é alterado no sistema de Fast Track e os manuscritos podem ser enviados através do site da revista. Após a conclusão da revisão, os estudos aceitos para publicação são incluídos em uma edição regular do periódico, com menção ao período de dados abertos no sistema de Fast Track. Em caso de rejeição, o acesso ao manuscrito é retirado e um aviso de que o manuscrito não foi aceito é mostrado na seção. Os autores ficam livres para submeter o estudo a outro periódico.
Leia MaisBrasil e EUA vão desenvolver teste de zika para doadores de sangue
Os bancos de sangue vão passar a realizar o teste do vírus zika em seus potenciais doadores. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (19) pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro. O exame, que será desenvolvido em parceria com autoridades dos Estados Unidos, será semelhante ao que já é feito para detectar hepatite B e C e HIV.
Ainda não há prazo definido para que o teste esteja disponível nos hemocentros, mas a ideia é que isso ocorra no menor prazo possível.
Leia MaisFiocruz esclarece convocação de pacientes com suspeita de zika
Em relação à postagem que tem circulado em redes sociais sobre convocação para consultas e coleta de amostras de pacientes com suspeita de infecção pelo vírus zika, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esclarece que a mensagem está em desacordo com a legislação vigente referente à pesquisa clínica no Brasil. Sendo assim, a coleta de amostras anunciada na mensagem não está em andamento.
A Fundação lamenta o transtorno e informa que o profissional responsável pelo envio foi orientado sobre os mecanismos adequados para conduzir o estudo em questão. A Fundação reforça que permanece empenhada no desenvolvimento de pesquisas que ajudem a responder as numerosas perguntas científicas relacionadas ao vírus zika.
Leia MaisMinistério da Saúde esclarece sobre o uso do larvicida pyriproxifen
Não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia. O Ministério da Saúde somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os produtos passam por um rigoroso processo de avaliação da World Health Organization Pesticed Evaluation Scheme (WHOPES).
O pyriproxifen está entre os produtos aprovados por esse comitê e também possui certificação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que avalia a segurança do larvicida no Brasil.
Leia MaisOPAS/OMS esclarece boatos que associam vacinas à microcefalia
A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) esclarece que são falsos os boatos associando vacinas para gestantes com microcefalia. A vacinação é um ato preventivo de promoção e proteção da saúde, considerado prioritário pela organização por beneficiar a mãe e o bebê. O Programa Nacional de Imunizações brasileiro segue o conceito de vacinação segura da OPAS/OMS, que envolve um conjunto diferenciado de aspectos relacionados ao processo de vacinação.
As vacinas que a organização recomenda para as gestantes e que são oferecidas no Sistema Único de Saúde (SUS) são seguras e eficazes.
Leia MaisDia Nacional de Mobilização leva militares e autoridades do governo às ruas
O Brasil realizou um grande mutirão de combate ao Aedes aegypti no último sábado. O Dia Nacional de Mobilização Zika Zero contou com a participação de mais de 200 mil militares e a presença de mais 100 entes públicos, entre eles ministros e autoridades em capitais e cidades consideradas endêmicas. Casas, terrenos baldios e construções abandonadas concentram de 70% a 80% dos focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti.Foram visitados 2,8 milhões de domicílios.
A presidenta Dilma Rousseff esteve no Rio de Janeiro e ao final do dia comemorou os resultados: “A ação foi um sucesso, mas claro que é só o começo. A gente vai ter de persistir. Eu tenho absoluta confiança no meu povo”, declarou após visita à Sala Nacional de Coordenação e Controle para Combate ao Aedes aegypti.
Leia MaisFundação integra rede de pesquisa da Faperj contra vírus zika
Em resposta à emergência de saúde pública provocada pela disseminação do vírus zika e pelos casos de microcefalia, a solidariedade científica tem sido um elemento chave. Mais um passo neste enfrentamento solidário foi dado com o lançamento de seis redes de pesquisa envolvendo instituições do Estado do Rio de Janeiro, a partir do edital Programa Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Alinhado às contribuições científicas no conhecimento do vírus, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) lidera duas das redes de pesquisa. O lançamento oficial aconteceu em evento no dia 4/2, na sede da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
A chamada Rede 4 (‘Microcefalia associada à infecção pelo vírus zika: uma abordagem transdisciplinar’) será coordenada pelo pesquisador Wilson Savino, diretor do IOC/Fiocruz e membro do Gabinete de Enfrentamento à Emergência Sanitária de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin/Fiocruz), enquanto a Rede 2 (‘Aquisição de conhecimentos fundamentais, tecnologias e informação para subsidiar a prevenção e o controle da transmissão vetorial de zika, dengue e chikungunya’) fica sob a coordenação de Ricardo Lourenço, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC/Fiocruz. No total, 379 pesquisadores farão parte das seis redes, cujos recursos alocados para financiamento serão da ordem de R$ 12 milhões.
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