Hoje, dia 10 de novembro, é um dia muito importante para parte da comunidade científica. É o Dia Mundial de Conscientização do HTLV (Vírus T Linfotrópico Humano), data estabelecida pela Sociedade Internacional de Retrovirologia. Provavelmente, poucos leitores saibam dessa data e tampouco o que é o HTLV. Grande parte desse desconhecimento está ligado ao contexto histórico da sua identificação, em 1980. O HTLV foi o primeiro retrovírus identificado pelo pesquisador estadunidense Robert Gallo nas suas pesquisas buscando a causa da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Acontece que, logo em seguida (1983), Gallo identificou o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Assim, diante da dimensão e gravidade da infecção pelo HIV e da epidemia de AIDS, o HTLV ficou fora do foco das pesquisas, sendo negligenciado do ponto de vista científico e farmacêutico, não fazendo parte nem mesmo da lista de doenças negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O HTLV infecta células do sistema de defesa e pode causar mielopatia, que afeta a medula espinhal, provocando dificuldade de movimento e perda de locomoção. Outra consequência é uma leucemia associada ao vírus. No Brasil, estima-se que existam cerca de 800 mil a 2,5 milhões de pessoas infectadas, sendo os estados do Maranhão, Bahia e Pernambuco os mais prevalentes. Não há vacinas disponíveis e nem tratamento específico até o momento, sendo apenas utilizadas medicações para alívio dos sintomas. A transmissão do HTLV ocorre de maneira semelhante ao HIV, através da via sexual, compartilhamento de seringas/algulhas contaminadas, doação de sangue e órgãos e através da transmissão vertical, principalmente pelo aleitamento materno.
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