Tag Archives: Violência

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Dia da Imunização: conheça o serviço dos centros de vacinas especiais

Pessoas vulneráveis têm direito de receber vacinas diferenciadas

Além dos mais de 20 imunizantes que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece nas unidades básicas de todo o Brasil, algumas pessoas mais vulneráveis a infecções têm direito a receber outras vacinas ou versões diferenciadas, oferecidas nos centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie).

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Fioflix chega a 500 filmes disponíveis e lança seção semanal de resenhas

A Plataforma de Filmes em Acesso Aberto da Fiocruz, a Fioflix, alcançou a marca de 500 obras audiovisuais disponíveis gratuitamente. O acervo, lançado há três anos e acessado por milhares de telespectadores mensalmente, reúne obras sobre temas de saúde coletiva, ciência e tecnologia e compõe uma das mais completas e diversificadas plataformas audiovisuais públicas sobre temas de saúde no Brasil. 

Para celebrar o número, a VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, em parceria com a Agência Fiocruz de Notícias (AFN), lança uma seção semanal de resenhas sobre as principais produções disponíveis na Plataforma, vinculada ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict/Fiocruz). A meta é oferecer ao público um retrato detalhado de filmes com temas da saúde coletiva e de ciência. A primeira resenha é sobre o título Sala Lilás, uma das cinco produções entre as novidades e lançamentos. Novos textos serão divulgados às quintas-feiras. 

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Fiocruz Minas e PBH lançam Protocolo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência

A Fiocruz Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC), lançaram, na tarde dessa segunda-feira (9/12), o Protocolo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência do município. O documento apresenta um compilado dos diversos serviços que compõem a rede de atendimento às mulheres e traz uma série de diretrizes que visa nortear o olhar dos profissionais que atendem a esse público, promovendo uma assistência ainda mais qualificada e cuidadosa.

O protocolo é constituído de três partes. A primeira é mais conceitual e apresenta definições sobre vários termos relacionados ao tema da violência. A segunda explica a metodologia para o desenvolvimento do documento. Já a terceira, a maior, faz uma caracterização de todos os serviços oferecidos às mulheres em situação de violência, aponta as atribuições de cada um deles e, de forma inovadora, chama atenção para os marcadores sociais das diferenças, apresentando casos emblemáticos e fornecendo orientações sobre como atender as especificidades. 

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Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual

Dados são de vítimas menores de 14 anos

A cada ano, 11.607 partos são consequência de violência sexual praticada contra meninas menores de 14 anos de idade. A Lei nº 12.015/2009 determina que esse tipo de violação configura estupro de vulnerável e prevê pena de reclusão de dois a cinco anos.

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Consumo de álcool causa 12 mortes por hora no país, diz Fiocruz: Em 2019 foram registrados 104,8 mil óbitos

Um estudo divulgado hoje (5) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que o consumo de álcool causa, em média, 12 mortes por hora no país. O levantamento, chamado de Estimação dos custos diretos e indiretos atribuíveis ao consumo do álcool no Brasil, foi feito pelo pesquisador Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da instituição, a pedido das organizações Vital Strategies e ACT Promoção da Saúde.

São levadas em conta as estimativas de mortes atribuídas ao álcool da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os números totais são de 104,8 mil mortes em 2019 no Brasil. Homens representaram 86% das mortes: quase a metade relacionam o consumo de álcool com doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Mulheres são 14% das mortes: em mais de 60% dos casos, o álcool provocou doenças cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.

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5 sinais de violência psicológica (e como ajudar quem sofre com isso)

A violência psicológica envolve a manipulação, tentativas de assustar uma pessoa e o uso frequente e deliberado de palavras ou ações não físicas que fragilizam outra pessoa emocionalmente, segundo definição da SaveLives, uma organização com sede no Reino Unido dedicada a combater esse tipo de abuso.

As consequências do abuso psicológico são tão graves quanto as de abusos físicos e pode causar problemas na saúde, como depressão, ansiedade, úlceras estomacais, palpitações cardíacas, distúrbios alimentares e insônia, segundo o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês).

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Nova edição da Radis aborda a violência contra as mulheres

Se você pensa que os relatos de violência contra mulheres, assédios, agressões as mais diversas aumentaram, não é impressão. Estão mais visíveis nos noticiários, em manchetes que causam embrulho no estômago. Também se revelam nos números. De acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, uma mulher foi vítima de feminicídio no país a cada 7 horas — e a cada 10 minutos, uma foi estuprada.

O avanço de pautas conservadoras coloca os direitos das mulheres na mira e provocam retrocessos em políticas públicas que promovem igualdade de gênero e buscam prevenir as mais diversas formas de violência. A reportagem de capa da Radis de novembro aborda esse tema delicado, porém necessário, e traz dados alarmantes sobre o aumento de diferentes formas de violência e violações contra as mulheres — e mostra também caminhos possíveis para o debate público e para fortalecer o acolhimento, a prevenção e o protagonismo feminino.

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Pesquisa avalia a política de prevenção dos acidentes e violências

O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem uma política específica de saúde voltada para a redução e prevenção dos acidentes e violência, em conformidade com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Duas décadas após sua implantação, a Fiocruz, em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde, por meio da Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (CGDANT) do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DASNT/Ministério da Saúde), deseja conhecer o processo de implementação desta política no país, a fim de subsidiar e fortalecer ações de redução desses eventos. Para isso, está sendo conduzida a Pesquisa avaliativa da implementação da Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências no país, destinada a gestores e profissionais de saúde de qualquer município do país.

A pesquisa avaliativa possibilitará atualizar o conhecimento sobre os principais acidentes e violências no país e analisar como os municípios estão enfrentando e respondendo a esses desafios na rede de serviços de saúde. Permitirá também identificar a dinâmica desses eventos violentos em diferentes contextos sociais e no âmbito nacional. “Desejamos fornecer contribuições para gestores e profissionais, a fim de que possam elaborar e/ou ajustar suas políticas e suas práticas às evidências da realidade atual”, afirmou a coordenadora Edinilsa Ramos de Souza, que é pesquisadora do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli da Ensp/Fiocruz.

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Foto:Marcos Santos/USP Imagens

Pesquisa associa consumo de álcool a mortes violentas em São Paulo

De acordo com a pesquisa, dos que haviam ingerido álcool, 32% tinham sido vítimas decorrentes de acidentes de trânsito e 30,5% de homicídios.

O estudo usou registros de vítimas do IML de São Paulo, cruzando dados sobre idade, sexo e concentração de álcool no sangue.

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Seminário debate violência e saúde em periferias urbanas

“Minha terra tem horrores que não encontro em outro lugar / A falta de segurança é tão grande que mal posso relaxar” – foram os versos de alunos de uma escola da rede pública da Penha que oficializaram a abertura do seminário Impacto da violência armada na saúde dos moradores de periferias urbanas, promovido pela Cooperação Social da Presidência da Fiocruz na terça-feira (27), no campus Manguinhos. O evento contou com apoio do Programa Institucional de Violência e Saúde, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) e do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

O seminário recebeu pesquisadores, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), especialistas da área de saúde mental e movimentos sociais para discutir os modos pelos quais o contexto de permanente insegurança em territórios vulnerabilizados influencia na saúde dos que moram e trabalham. Outros dois eventos sobre temas análogos estão previstos ainda para esse ano.

Na mesa 1, com o tema A violência armada como determinação social da saúde de moradores das periferias urbanas, fizeram exposições os ACS Anastácia Santos e Jorge Nadais, e as pesquisadoras do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Adalgisa Peixoto e Fernanda Serpeloni.

Anastácia Santos começou sua exposição com um dado: em março, de 23 dias úteis, em apenas oito não foram notificadas ocorrências por incursões policiais na região. Em sua fala, Anastácia também questionou a formação dada aos agentes. “A maioria dos ACS têm hipertensão, muitos são diabéticos, têm problemas psicológicos, síndrome do pânico. Temos que problematizar que tipo de capacitação está sendo feita com esses trabalhadores que moram, trabalham e vivem essa realidade tão intensamente”, questionou.

O estado de suspensão de direitos dos que moram em favelas e periferias urbanas foi o assunto que comoveu a fala de Jorge Nadais, uma das lideranças dos ACS. Em sua opinião, as políticas públicas tratam a favela como um “não-lugar” e a vida dos moradores como sem valor.  “Pode ter valor no discurso político de um populista, na academia, mas quando morre alguém, é mais um na estatística. Só a mãe que vai chorar”, exemplificou.

Ele destacou que “com a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), a dinâmica mudou, a operação tinha horário para acontecer, hoje não tem mais. Você é surpreendido. Trabalha sempre estressado, olhando para o lado”.

A hipervigilância é um dos sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Síndrome de pânico, dificuldade de concentração, insônia, dores de cabeça e alcoolismo são outras alterações metabólicas e comportamentais associadas à exposição contínua à violência ou a situações que representem ameaças reais à vida.
“As consequências não fatais da violência costumam ser ainda maiores. As marcas invisíveis não são tão invisíveis assim. Afeta as relações familiares, o desempenho escolar, as relações sociais, e de trabalho”, explicou Fernanda Serpeloni.

Antes de chegar ao Claves e ao Instituto Nacional de Saúde da Mullher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Fernanda trabalhou com refugiados de guerra, vitimas de torturas e perseguições políticas. Segundo suas pesquisas mais recentes, o impacto da violência armada em famílias residentes em territórios periféricos é semelhante ao sofrido por aqueles grupos sociais.

Enfocando os aspectos da violência com uso de armas de fogo, Adalgisa Peixoto, também do departamento, apresentou dados preliminares de sua pesquisa, que investiga as redes formais e informais existentes de apoio às vítimas indiretas (familiares e amigos) desse tipo de violência, que deve ser publicada em outubro da Revista Ciência e Saúde Coletiva. Entre outras bases de dados, foi consultado o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), do Ministério da Saúde. Como desdobramento da pesquisa, é prevista a produção de material de apoio ao trabalho de profissionais da saúde e assistência social na atenção a esse público.

Educação, Cultura e Luta Social contra a violência armada na favela

Membro da Equipe Clínico-Jurídica do Grupo Tortura Nunca Mais Rio de Janeiro e professor e pesquisador da EPSJV, Marco Aurélio Soares Jorge narrou sua experiência com um grupo de pacientes encaminhadas pelo serviço de saúde na Fiocruz. Segundo ele, o grupo, constituído ocasionalmente apenas por mulheres, tornou palpável o quanto a violência, sob as mais variadas formas, “deixam histórias escritas no corpo”.

“Eram queixas de alergias diversas, insônia, algumas tinham diarreia… Traziam história de violência intrafamiliar, violência policial; de parceiros que se envolviam com o narcotráfico e se tornavam agressivos”, contou. A experiência foi refletida em sua tese de doutorado pela Ensp, intitulada Produção de sintomas como silenciamento de doença.

Sobre as violências sofridas por moradores de um território em contexto de permanente insegurança, Edilano Cavalcante, coordenador do jornal Fala Manguinhos e morador da região, foi categórico: “Moro em um lugar que é feito e pensado para se viver o luto”. De acordo com ele, mais de um terço das postagens do jornal nas mídias sociais, de janeiro a junho, foram informando sobre incursões policiais e aviso de tiroteio nas 15 comunidades do Complexo. Ele também questionou o silêncio dos grandes veículos de comunicação acerca dessa realidade.

O depoimento de Daiana de Oliveira, diretora social do projeto social Ballet Manguinhos, corrobora a fala do comunicador popular. Aos 18 anos, saindo para a faculdade, deparou-se com o corpo sem vida de um senhor em frente à sua casa. O impacto que o fato teve em sua vida a direcionou para atuar criticamente em relação à violência. O projeto de dança possui a proposta pedagógica de promover a cidadania e hoje atende 211 meninas, com uma lista de espera de 500 interessadas.

André Lima, conselheiro de saúde, membro do Conselho Comunitário de Manguinhos e colaborador da Cooperação Social da Presidência, fez um resgate histórico sobre momentos da história da interação entre Fiocruz e território desde a década de 1990.

Como parte das atividades do Programa de Promoção de Territórios Urbanos Saudáveis (PTUS), da Cooperação Social da Presidência, serão organizados mais dois seminários, oficinas com moradores e estudantes de Manguinhos e uma pesquisa sobre a percepção social dos moradores e trabalhadores da região acerca dos impactos da violência armada na saúde está em andamento desde o começo do ano. O programa tem como uma de suas metas a prevenção às violências em territórios urbanos.