Tag Archives: Vacina

Cidade do Rio vacina trabalhadores do turismo contra sarampo: Santos Dumont será um dos primeiros locais a receber a campanha

O município do Rio de Janeiro iniciou, nesta terça-feira (5), uma mobilização para atualizar a vacinação de trabalhadores do setor de turismo contra o sarampo. Além dos postos de saúde e super centros de vacinação, o imunizante estará disponível em locais de concentração desses profissionais.

O Aeroporto Santos Dumont será um dos primeiros locais a receber a campanha. O Rio de Janeiro é um dos principais turísticos do país e sediará a reunião de cúpula do G20, além de eventos paralelos ao fórum de líderes, como o G20 Social, nas próximas semanas.

Leia Mais

Centro detecta aumento na taxa de positividade para covid no Rio. Secretaria de Saúde reforça importância da vacinação

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) retomou, nesta terça-feira (27), a divulgação do Panorama da Covid-19, em razão do aumento nos indicadores da covid-19 detectado pelo Centro de Inteligência em Saúde do estado (CIS-RJ). Os dados registrados nas semanas epidemiológicas SE 29 a SE 33, que compreendem o período de 14 de julho a 17 de agosto, apontam alta sustentada a partir da SE 29 em indicadores como a taxa de positividade, além de crescimento dos atendimentos em unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Os indicadores precoces, como positividade e procura nas UPAs, por exemplo,  sinalizam o aumento de casos antes mesmo da elevação registrada nos sistemas de informação.

Leia Mais

Mpox: Anvisa simplifica regra para importação de vacina e medicamento. Norma tem caráter excepcional e provisório

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou resolução que dispensa registro e autorização excepcional de importação de medicamentos e vacinas adquiridos pelo Ministério da Saúde para prevenção ou tratamento da mpox.

A norma, aprovada por unanimidade, tem caráter provisório e excepcional e permite que a pasta solicite a dispensa de registro de medicamentos e vacinas que já tenham sido aprovados para prevenção ou tratamento da doença pelas seguintes autoridades reguladoras internacionais:

– Organização Mundial da Saúde (OMS);

– Agência Europeia de Medicamentos (EMA);

– Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA);

– Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA);

– Agência de Produtos Farmacêuticos e Equipamentos Médicos/Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão (PMDA/MHLW);

– Agência Reguladora do Canadá (Health Canada).

Em nota, a Anvisa destacou que as condições de uso e distribuição dos medicamento e vacinas a serem importados devem ser as mesmas aprovadas e publicizadas pelas autoridades reguladoras listadas.

“O medicamento ou vacina deve ter todos os locais de fabricação, incluindo linhas e forma farmacêutica, aprovados por autoridades reguladoras membros do Esquema de Cooperação em Inspeção Farmacêutica.”

Ainda de acordo com o comunicado, o pedido de dispensa de registro será avaliado prioritariamente pelas áreas técnicas da agência e a decisão deverá ocorrer em até sete dias úteis.

“A norma prevê um rito simplificado e prioritário para a importação dos medicamentos e vacinas, semelhante ao modelo já adotado para as importações via Covax Facility”, destacou a Anvisa, ao se referir à uma aliança internacional conduzida pela OMS para acelerar o desenvolvimento e a produção de vacinas contra covid-19.

Público-alvo

Segundo a agência, o ministério ficará responsável por estabelecer grupos classificados como vulneráveis e prioritários para o uso de medicamentos e vacinas para mpox. Caberá à pasta, ainda, o monitoramento dos insumos importados e dos pacientes, além da divulgação de orientações para serviços de saúde, notificações de eventos adversos e queixas técnicas.

“[O ministério] também deverá assegurar que os medicamentos ou vacinas atendam às condições aprovadas pela autoridade sanitária internacional e garantir que as vacinas somente sejam utilizadas após sua liberação pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS/Fiocruz).”

Os medicamentos e vacinas adquiridos por meio desta resolução poderão ser utilizados até o final do seu prazo de validade.

“Com a aprovação da norma, a Anvisa tem como objetivo a simplificação documental e a agilidade do processo de importação, de modo a facilitar o acesso da população brasileira aos medicamentos ou vacinas já aprovados por outra autoridade regulatória internacional para o tratamento ou prevenção da mpox. A medida é fundamental para o enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, declarada novamente pela OMS no último dia 14 de agosto.”

Covid-19: Rio vacina população contra variante XBB até domingo. Imunizante será aplicado em quem tem 5 anos ou mais

O prazo para a população se vacinar contra a variante XBB da covid-19 no Rio de Janeiro termina no próximo domingo (25). Depois de uma ampliação da campanha realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), quem tem cinco anos de idade ou mais ficou apto a receber a vacinação contra a doença.

A única exigência para ter o reforço é que a dose anterior tenha sido aplicada há, pelo menos, um ano. Conforme a SMS, “o imunizante previne contra novas cepas e reduz as chances de internação e mortalidade pela doença”.

Leia Mais

Equidade e produção local são destaques no primeiro dia da cúpula sobre prevenção de pandemias

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, afirmou que o desafio é garantir que as vacinas desenvolvidas possam ser produzidas em escala mundial e distribuídas de forma igualitária (Foto: Peter Ilicciev)

Discussões em torno da equidade no acesso a vacinas e sua relação com a produção local, financiamento e cooperação foram alguns dos pontos-chave das discussões no primeiro dia da Cúpula Global de Preparação para Pandemias (GPPS 2024, na sigla em inglês), organizada pelo Ministério da Saúde (MS), a Fiocruz e a Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi). O evento, que ocorre no Rio de Janeiro e termina nesta terça-feira (30/7), teve, na abertura, a participação de autoridades da saúde, como o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, o diretor-executivo do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, e a presidente da Cepi, Jane Halton.

Durante a mesa que debateu a Missão 100 dias, que prevê que nesse período seja possível responder a uma nova ameaça viral, Mario Moreira enfatizou que há numerosos desafios, como pesquisa, desenvolvimento e escalonamento da produção em tempo necessário. Segundo ele, algo que também o preocupa é o desafio de garantir o acesso a todos. “Temos acúmulo de conhecimento e capacidade para desenvolver as vacinas cada vez em tempo mais curto, mas essa não é a maior questão”, afirmou. “O desafio é garantir que as vacinas desenvolvidas possam ser produzidas em escala mundial e distribuídas de forma igualitária”.

‘O país só vacina se produz’

Possibilitando o acesso equitativo por meio da produção local e regional foi justamente o tema escolhido para uma das principais mesas do dia. Nela, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo Econômico-Industrial da Saúde do MS, Carlos Gadelha, destacou que a pandemia mostrou que os países sem capacidade produtiva e tecnológica não conseguem enfrentar as crises. “O Brasil só vacina quando tem produção local”, disse. Ele lembrou a concentração de insumos em países ricos durante a pandemia de Covid-19 e afirmou: “Queria enfatizar o vínculo entre a capacidade produtora e o acesso universal à saúde. No Brasil, a produção local salvou 200 mil vidas. Devemos isso à Fiocruz e ao Butantan, que junto a redes privadas permitiram essa vitória”. Para Gadelha, é preciso “enxergar o Sul Global não apenas como consumidor, mas com riqueza de pessoas e tecnologia para cooperar numa rede de inovação e produção em saúde”.

O acordo entre a Cepi e a Fiocruz para a entrada na rede mundial de fabricantes de vacinas da Coalizão, assinado durante a Cúpula, foi classificado pelo diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/ Fiocruz), Mauricio Zuma, como uma “grande responsabilidade” e a possibilidade de demonstrar o compromisso da Fundação com os esforços globais em propiciar o acesso equitativo a vacinas. “Estamos num grande momento para fortalecer a produção regional, mas sabemos que isso só não é suficiente. O desenvolvimento de capacidades tecnológicas demanda outros requisitos que não são simples de obter”, afirmou Zuma. “Precisamos ter mais liberdade de operar, menos restrições de propriedade intelectual, mais acesso a capital para continuar investindo e modernizando nossas instalações, em pesquisa e desenvolvimento”. Ele acrescentou que também é necessário mais colaboração e coordenação: “E é neste ponto que acredito que as organizações internacionais têm um papel importante para que possamos atingir o que estamos debatendo aqui [equidade]”.

Zuma explicou que a produção de Bio-Manguinhos durante a pandemia foi resultado de uma longa trajetória de aprendizado. “Foi calcado em processos de transferência de tecnologia, e agora estamos nos pautando pelo desenvolvimento de nossos produtos, com parceiros estratégicos”, disse. “Se não tivermos essa capacidade [de produção local], não teremos futuro”.

O evento foi aberto pela ministra Nísia Trindade Lima, que como membro do conselho da Coalizão participou da primeira cúpula da Cepi, em 2022, em plena pandemia, quando ainda era presidente da Fiocruz. A ministra defendeu a necessidade de financiamentos contínuos e robustos para iniciativas de enfrentamento de emergências de saúde e para o desenvolvimento de tecnologias para testes diagnósticos e medicamentos.

“Muito se falou da velocidade no desenvolvimento das vacinas naquele período, fruto do financiamento constante de pesquisa a laboratórios, que fizeram a diferença no enfrentamento à pandemia. Mas é necessário que a pesquisa e o desenvolvimento sejam mais equitativos, focados nos desafios globais”, ressaltou, lembrando momentos difíceis que o país atravessou e destacando que “a ciência voltou ao Brasil”.

O secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom, admitiu que Covax, o mecanismo de fornecimento de vacinas a países pobres durante a pandemia, não foi rápido o suficiente. “Não podemos permitir que o mesmo ocorra da próxima vez. E vai haver uma próxima vez. Não é questão de ‘se’, mas de ‘quando’”, disse Adhanom, em vídeo. Ele citou iniciativas, como a transferência de tecnologia para vacinas de plataforma mRNA e o Hub da OMS para Inteligência Epidêmica e Pandêmica, em Berlim. “Ainda temos um longo caminho a percorrer. Mas, juntos, estamos deixando o mundo mais preparado do que jamais esteve”, acrescentou.

O secretário-geral da Organização Pan-Americana de Saúde, Jarbas Barbosa, concorda que o mundo está melhor do que antes da pandemia, mas ainda longe de onde precisa estar. “Temos uma visão clara de nossa fraqueza. Os países estão mais realistas. Foi uma lição dolorosa”, disse.

Financiamento e cooperação no Sul Global

O diretor-geral do CDC África, Jean Kaseya, destacou em um painel sobre vigilância  que, mais do que pensar no futuro, é preciso enfrentar o presente, diante de um quadro de surtos de doenças infecciosas, como Mpox, no continente. “Não estou pensando no que virá, mas no que estamos vivendo hoje”, afirmou, ressaltando que há lacunas a serem superadas. Kaseya destacou a importância de ações coordenadas entre os países africanos. Hoje, segundo ele, a África não teria como enfrentar uma pandemia de forma adequada, pois são necessários investimentos em diversas frentes, como em pesquisa e fortalecimento dos sistemas de saúde. “Em nível global, a resposta [à Covid-19] não foi ideal”, lembrou, destacando que espera que o Tratado de Pandemias seja finalizado e aceito para garantir acesso menos desigual a insumos, por exemplo.

A questão do financiamento voltou ao debate na mesa sobre a Missão 100 dias. A presidente da organização Find, Ayoade Alakija, puxou a discussão para como se preparar para enfrentar uma crise ou investir na capacidade produtiva local sem fundos suficientes. “Como vamos produzir, regulamentar? Precisamos olhar para trás e entender nossa história para olhar para frente”, referindo-se às iniquidades na pandemia. Assim como Kaseya, ela chamou atenção para surtos em curso na África e a dificuldade para diagnóstico de casos: “Estamos enfrentando ameaças agora, doenças das quais ninguém está falando”.

Refletindo também sobre as diferenças de acesso a insumos de saúde na pandemia, Mario Moreira enfatizou que a Missão 100 dias só será possível com um “novo arranjo global”. O presidente da Fiocruz destacou ainda a tradição da Fundação de colaboração na América Latina e África, especialmente com países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP), na área de ensino, com oferta de cursos de capacitação e especialização, e no apoio à estruturação e fortalecimento dos sistemas de saúde.

Uma pesquisa apresentada pela presidente da Cepi mostrou que, se a Missão de 100 Dias fosse implementada e bem-sucedida quando a Covid-19 surgiu, 800 milhões de infecções teriam sido evitadas. “Por isso estamos comprometidos em acelerar e apoiar de forma sustentável a pesquisa, o desenvolvimento e as capacidades em todo o mundo. Todo país, independentemente de riqueza ou localização geográfica, deveria poder proteger sua população”, disse Jane Halton. “A colaboração não é opcional. Quando se trata de uma doença infecciosa, a ameaça a um é uma ameaça a todos”.

Richard Hatchett, CEO da Cepi, ressaltou que para alcançar a Missão dos 100 Dias é necessário “desenvolver capacidades com contramedidas médicas e globalizar o acesso a estas tecnologias”, aproveitando novas ferramentas como a Inteligência Artificial para eliminar gargalos. “Enfrentar pandemias é essencial para o bem-estar da população mundial, e a liderança do Brasil pode causar um impacto significativo nesse sentido”.

‘Não vamos nos sair melhor na próxima pandemia nos preparando para a passada’

Em vários momentos do dia, participantes ressaltaram que a prevenção de pandemias passa pela preparação constante e reforço dos sistemas de saúde. Comparando a pandemia de Covid-19 à travessia de um navio em meio à uma tempestade, o diretor-executivo do Programa de Emergências Sanitárias e diretor-geral adjunto da OMS, Mike Ryan, alertou que é preciso emergir com um renovado senso de propósito e um trabalho diário permita para traçar um rumo que permita navegar por futuras epidemias.

“Não vamos nos sair melhor na próxima pandemia nos preparando para a passada. Somente nos sairemos melhor se pudermos prever, prevenir, detectar e responder coletivamente a emergências sanitárias todo santo dia. Se construirmos juntos sistemas de saúde mais resilientes, que absorvam os choques enquanto são ampliados e que protejam a força de trabalho. Só poderemos nos sair melhor investindo em nossas comunidades”, disse Ryan.

Para ele, a alta conectividade do mundo acaba por expô-lo. “Somos a população mais conectada da História. Nos movemos em horas entre os centros urbanos ao redor do mundo. Essa conexão nos trouxe muitos benefícios em termos de desenvolvimento humano, mas também nos deixa vulneráveis. O contágio do patógeno se move rapidamente entre nós, assim como o contágio da desinformação. É uma faca de dois gumes. Diante das pandemias, pode ser a nossa maior fraqueza, mas afirmo que é a nossa maior força. O caminho que trilharmos agora determinará até que ponto poderemos proteger o nosso mundo da próxima ameaça pandêmica”, disse o diretor-geral adjunto. “Devemos repensar as nossas abordagens e reimaginar o nosso futuro se quisermos enfrentar as tempestades que estão por vir”, aconselhou.

Fiocruz se une a rede mundial de fabricantes de vacinas e reforça potencial do Sul Global

Um dos maiores fabricantes de vacinas da América Latina, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) é o mais novo parceiro a se juntar à rede da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi) de fabricantes de vacinas no Sul Global. A rede trabalha para apoiar respostas mais rápidas e equitativas a futuras ameaças de doenças infecciosas emergentes. A inclusão da Fiocruz impulsionará significativamente os esforços de produção de vacinas na região da América Latina e do Caribe, aumentando a capacidade para produzir imunizantes em resposta a ameaças epidêmicas e pandêmicas.

Com um investimento de US$ 17,9 milhões (aproximadamente R$ 92 milhões) da Cepi, as organizações vão colaborar para diversificar as capacidades de fabricação de vacinas de Bio-Manguinhos/Fiocruz, expandindo novas plataformas de tecnologia de imunizantes de resposta rápida de mRNA e vetor viral contra doenças infecciosas. O financiamento também vai otimizar os processos de fabricação e capacidades tecnológicas para fortalecer o suprimento regional de vacinas, além de aprimorar capacidades, como o envase e a finalização de imunizantes. Reduzir o tempo necessário para fabricar e validar os primeiros lotes de vacinas experimentais será fundamental para possibilitar uma resposta a um surto crescente em apenas 100 dias — um objetivo abraçado pelos líderes do G7, do G20 e da indústria — e poderia ajudar a deter uma futura pandemia durante seu curso. O investimento se baseará no histórico de Bio-Manguinhos na produção de vacinas de alta qualidade em grande escala, ao mesmo tempo em que expandirá sua capacidade existente de atuar como um centro de fabricação capaz de fornecer rapidamente vacinas para ensaios clínicos para a região em caso de um futuro surto.

O CEO da Cepi, Richard Hatchett, afirma que “expandir a capacidade global de fabricação de vacinas é crucial para fortalecer nossas defesas coletivas contra surtos. A expertise renomada em fabricação de Bio-Manguinhos/Fiocruz e suas crescentes capacidades de resposta rápida estão posicionadas para desempenhar um papel vital na ampliação do acesso a vacinas na região e além. Esta crescente rede de fabricantes apoiada pela Cepi, dedicada ao acesso no Sul Global, está ajudando a equipar melhor o mundo para responder de forma mais rápida e equitativa às ameaças futuras de pandemia”.

Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, “é muito promissor para a Fiocruz, por meio de Bio-Manguinhos, integrar a rede global de fabricação de vacinas da Cepi. Somos reconhecidos por desempenhar um papel estratégico na promoção da produção de vacinas na América Latina, e, com esta parceria, visamos ir além de sermos fabricantes de referência”, observa Moreira. “Nosso objetivo é ser agentes de transformação e facilitadores para expandir a capacidade de produção de vacinas nos países do Sul Global, especialmente em plataformas de mRNA e vetor viral, garantindo uma resposta mais ágil e eficaz a surtos emergentes e acesso mais equitativo às vacinas para nossas populações”.

O diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma Medeiros, afirma que “construir capacidade local e regional no Sul Global é crucial para uma resposta rápida a emergências de saúde. Bio-Manguinhos tem se dedicado a garantir capacidades locais em tecnologia, inovação e manufatura para apoiar o acesso sustentável e equitativo a produtos biológicos. Fazer parte da rede de fabricantes da Cepi representa um marco em nossos esforços atuais de preparação e reforça nosso compromisso em construir ecossistemas de saúde resilientes, não deixando ninguém para trás”, diz.

Impacto desproporcional da pandemia na América Latina

A pandemia de Covid-19 destacou a necessidade urgente de expandir o desenvolvimento de vacinas e regionalizar a fabricação de ponta a ponta na América Latina. Embora os latino-americanos representem apenas cerca de 8% da população mundial, foram desproporcionalmente afetados pela doença, respondendo por mais de um em cada quatro óbitos até outubro de 2023. Isso ocorreu, em grande parte, porque o acesso a vacinas e outras medidas de combate na América Latina e outras regiões do Sul Global foram prejudicados devido à concentração da capacidade de fabricação global em um pequeno número de países de alta renda ou com grande população. Outros fatores que contribuíram incluem o acesso dificultado a produtos, insumos e tecnologias necessários, além de desafios sociais e políticos.

Como a primeira instituição no Brasil capaz de distribuir uma vacina recombinante contra a Covid-19 produzida integralmente no território nacional, a Fiocruz foi fundamental na resposta do país à pandemia. Apesar desses esforços, o Brasil registrou o maior número de mortes na região, com 700 mil óbitos até dezembro de 2023.

Aproveitando o crescente pipeline de fabricação de vacinas de Bio-Manguinhos/Fiocruz, o financiamento da Cepi apoiará um novo e multifacetado local de envase, o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), no Campus de Santa Cruz (Rio de Janeiro). O investimento da Cepi vai, em última instância, fortalecer as capacidades de desenvolvimento de vacinas de ponta a ponta de Bio-Manguinhos, desde a pesquisa e desenvolvimento até o envase e acabamento, alinhadas com as boas práticas de fabricação locais e da Organização Mundial de Saúde (padrões mínimos que um fabricante de medicamentos deve cumprir em seus processos de produção). Além disso, a diversificação e expansão das capacidades de fabricação de vacinas de Bio-Manguinhos, baseadas em mRNA e vetores virais, tanto para patógenos de surtos quanto endêmicos na região, ajudarão a garantir maior sustentabilidade das instalações de fabricação de vacinas entre pandemias, gerando demanda suficiente para manter suas operações.

O desenvolvimento adicional do Cibs no Campus de Santa Cruz, já em construção, tornará este local o maior centro de produção de vacinas na região. Será capaz de produzir 120 milhões de frascos por ano, ajudando a atender à crescente demanda no Brasil, na América Latina e no mundo.

Uma rede de fabricação de vacinas para o mundo 

Criada pela Cepi para expandir a produção global de vacinas, a rede de fabricação concentra-se em fabricantes de vacinas no Sul Global, próximos a áreas de alto risco de surtos causados por ameaças virais mortais como chikungunya, febre lassa, nipah, doença X e outros patógenos com potencial epidêmico ou pandêmico priorizados pela organização. A Fiocruz torna-se o quinto membro da rede global de fabricação da Cepi. Outros membros incluem o Serum Institute, da Índia, a Aspen, na África do Sul, o Institut Pasteur de Dakar, no Senegal, e a Bio Farma, na Indonésia. A Fiocruz apoiará o desenvolvimento, fabricação, fornecimento e licenciamento de novas vacinas contra patógenos de doenças no futuro, potencialmente incluindo contra as doenças prioritárias da Cepi.

A parceria com Bio-Manguinhos/Fiocruz vai se basear em parcerias e sinergias existentes para fortalecer a fabricação de vacinas e a preparação para surtos na região, incluindo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Governo do Brasil — unidos sob a visão compartilhada de criar um mundo mais seguro para todos.

É no mesmo espírito de colaboração que o Ministério da Saúde do Brasil, a Fiocruz e a Cepi estão co-organizando a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, que ocorrerá no Rio de Janeiro em 29 e 30 de julho. A Cúpula reunirá especialistas em P&D e fabricação, autoridades governamentais, representantes da sociedade civil e líderes da indústria e da comunidade de saúde global para abordar desafios e explorar progressos rumo ao acesso equitativo, fortalecendo a capacidade de produção local e regional, cumprindo a Missão 100 Dias, melhorando os sistemas de vigilância de doenças e construindo um mundo mais bem preparado para enfrentar equitativamente os desafios das ameaças virais.

A Cepi

A Cepi foi lançada em 2017 como uma parceria inovadora entre organizações públicas, privadas, filantrópicas e civis. Sua missão é acelerar o desenvolvimento de vacinas e outras contramedidas biológicas contra ameaças de doenças epidêmicas e pandêmicas e possibilitar acesso equitativo a elas. A Cepi tem apoiado o desenvolvimento de mais de 50 candidatos a vacinas ou tecnologias de plataformas contra múltiplos patógenos de alto risco conhecidos e também está avançando no desenvolvimento de plataformas de resposta rápida para vacinas contra uma futura doença X. Central para o plano quinquenal da Cepi de vencer pandemias de 2022 a 2026 está a Missão 100 Dias para reduzir o tempo necessário para desenvolver vacinas seguras, eficazes e globalmente acessíveis contra novas ameaças para apenas 100 dias.

Leia Mais

Com 6,3 milhões de casos prováveis, Brasil lidera ranking de dengue. Argentina ocupa segundo lugar, com 420 mil casos prováveis

Com quase 6,3 milhões de casos prováveis de dengue, sendo mais de 3 milhões confirmados em laboratório, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de países com maior número de notificações da doença em 2024. Em seguida estão Argentina, com 420 mil casos prováveis; Paraguai, com 257 mil casos prováveis; e Peru, com quase 200 mil casos prováveis.

Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que já contabiliza este ano um total de 7,6 milhões de casos prováveis de dengue em todo o mundo, sendo 3,4 milhões confirmados em laboratório. O painel de monitoramento da entidade aponta ainda mais de 3 mil mortes provocadas pela doença. Atualmente, 90 países registram transmissão ativa de dengue.

Leia Mais

SpikeVax: DF começa a aplicar nova dose contra a covid-19. Imunizante da Moderna protege contra variantes recentes

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal começa a aplicar, nesta quarta-feira (15), a vacina contra a covid-19 SpikeVax, da farmacêutica Moderna. Os imunizantes se destinam a crianças de até 4 anos, conforme calendário de rotina, e como dose de reforço para os seguintes grupos prioritários:

  • pessoas com 60 anos ou mais;
  • pessoas que vivem em instituições de longa permanência;
  • pessoas imunocomprometidas;
  • gestantes e puérperas;
  • trabalhadores da saúde;
  • pessoas com deficiência permanente;
  • pessoas com comorbidades;
  • pessoas privadas de liberdade;
  • adolescentes cumprindo medidas socioeducativas;
  • funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • ribeirinhos;
  • quilombolas;
  • indígenas.

Em nota, a Secretaria de Saúde destacou que, independentemente do número de doses prévias contra a covid-19, todos que pertencem aos grupos prioritários devem tomar uma dose ao ano da SpikeVax. No caso de pessoas com mais de 60 anos, imunocomprometidos e gestantes ou puérperas, a orientação é receber uma dose a cada seis meses.

Leia Mais

Como funciona a vacina ‘personalizada’ contra melanoma, que promete revolucionar tratamento de forma mais letal de câncer de pele

É um ensaio importante e pioneiro que pode representar um avanço significativo na luta contra o câncer.

Pesquisadores em Londres estão testando a primeira vacina “personalizada” de RNA mensageiro (mRNA) projetada para combater o melanoma, a forma mais letal de câncer de pele.

Leia Mais

Brasil passa a adotar esquema de dose única contra o HPV. Anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade

A vacinação contra o HPV no Brasil, a partir de agora, passa a ser feita em dose única. O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na noite dessa segunda-feira (1º). Até então, o país utilizava um esquema de duas doses para combater a infecção, principal causadora do câncer de colo de útero.

“Uma só vacina vai nos proteger a vida toda contra vários tipos de doença e de câncer causados pelo HPV, como o câncer de colo de útero. Não vamos deixar que crianças e jovens corram esse risco quando crescerem”, escreveu a ministra em seu perfil na rede social X, antigo Twitter.

Leia Mais