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Revalida 2025: prazo para contestar notas provisórias termina hoje

Exame avalia formados em medicina no exterior

Os candidatos que não concordaram com as notas provisórias da prova discursiva da primeira edição de 2025 do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de educação superior estrangeira (Revalida) podem entrar com recurso até esta quinta-feira (15).

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Bandeira Científica leva alunos aos caminhos da saúde no Brasil

Tradicional projeto da USP une diversas áreas de conhecimento em imersões pelo interior do País

Acadêmicos de odontologia atendem crianças em Acreúna (GO) na imersão de 2016 – Foto: Divulgação

Uma estudante de fisioterapia discute com um de engenharia como adaptar uma cadeira de rodas que possa ser usada no banheiro. Uma dentista e um nutricionista conversam com crianças sobre saúde bucal enquanto uma terapeuta ocupacional e uma psicóloga pensam na melhor abordagem em uma oficina para mulheres sobre violência de gênero. Imagine dezenas desses e outros estudantes juntos em viagens para construir ações de saúde e educação em diferentes cidades do Brasil. É disso que o projeto Bandeira Científica da USP trata.

Criado em 1957, o Bandeira passou por diversas transformações. No início, o propósito era realizar viagens a outros municípios a fim de coletar informações para pesquisas e estudos na área de saúde. Interrompido em 1969, seria resgatado quase duas décadas depois, em 1998, por alunos da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Desde a retomada, o conceito mudou. O projeto passou a servir como forma de contribuição social e assistência médica nas cidades para onde vai, realizando atendimentos, visitas domiciliares, doações de óculos, próteses e órteses, entre outras atividades. Diversas áreas também passaram a integrar o projeto: medicina, fisioterapia, nutrição, engenharia, odontologia, psicologia, administração, economia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, saúde pública e farmácia compõem o quadro atual.

Cidades dos Estados de São Paulo, Rondônia, Maranhão, Minas Gerais, Alagoas, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pará, Pernambuco, Espírito Santo e Goiás já foram atendidas nessa nova fase do Bandeira Científica.

Chegada dos participantes em Maceió (AL), para a imersão em Limoeiro de Anadia, 2015. – Foto: Divulgação

Escolhendo o destino

A cada ano, o Bandeira seleciona a cidade na qual irá atuar. Alguns fatores fundamentais são pensados em conjunto: o Índice de Desenvolvimento Humano do município (entre 0,5 e 0,7 é o que se busca), o tamanho da população (sendo a faixa ideal entre 20 e 40 mil habitantes) e, especialmente, a existência de cobertura de 70% da Estratégia Saúde da Família, programa de saúde básica do governo federal.

Feita a escolha, a equipe começa a fase de preparação, na qual são discutidas as atividades a serem realizadas, e considera-se as demandas específicas do lugar a ser visitado. Em dezembro ocorre a imersão, quando a equipe toda viaja ao município e permanece por 12 dias. A parceria com a Força Aérea Brasileira, que auxiliava com o transporte, teve de ser interrompida em 2016 devido a cortes de verba da instituição. Naquele ano o Bandeira fretou ônibus.

Alguns meses depois, um pequeno grupo retorna à cidade para finalizar o ciclo, quando se apresenta uma devolutiva das ações desenvolvidas e discute-se os relatórios elaborados.

O sustento do projeto se dá de formas variadas. Empresas parceiras doam materiais e equipamentos, como produtos de higiene bucal ou óculos. O patrocínio também pode vir em dinheiro. Outras instituições e entidades, como a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (PRCEU), o Hospital das Clínicas, associações de ex-alunos e centros acadêmicos da USP também contribuem. No final do ano passado,  foi feita uma campanha on-line de financiamento coletivo para a viagem a Acreúna, em Goiás.

Acadêmicos e moradora de Acreúna a caminho de sua residência para uma visita domiciliar – Foto: Divulgação

O cuidado em conjunto

Em meio a suas mudanças, o Bandeira Científica acabou também revendo seu próprio vocabulário, deixando para trás termos tradicionais. Assim as “expedições” passaram a ser chamadas de “imersões”, e passou-se a valorizar os momentos de antes e depois delas, a “preparação” e o “seguimento”, inclusive para se ressaltar a continuidade entre as etapas. Até o termo “bandeirantes”, antes usado para designar a maioria dos estudantes participantes, foi trocado por “acadêmicos”. Além desses, o projeto conta com diretoria, conselheiros, discutidores e colaboradores.

A postura mais atenta à integração dos membros e momentos do projeto não se restringe a uma mudança de nomes. É algo que orienta o desenvolvimento de todas as atividades. É o que contam Isabela Froes, aluna do terceiro ano de Fisioterapia, e Letícia Belchior, no quarto ano de Terapia Ocupacional, cursos da FMUSP. Ambas participaram das duas últimas viagens do Bandeira: para Limoeiro de Anadia (Alagoas), em 2015, e Acreúna (Goiás), em 2016. Isabela finaliza em junho sua atuação na diretoria da entidade, que já vem sendo ocupada por Letícia.

Participantes do projeto em atividade em Ibatiba (ES), 2014 – Foto: Divulgação

Elas ressaltam que o projeto não pretende ser um atravessamento na cidade, mas uma iniciativa que procure as potencialidades do município, servindo como um investimento na saúde local. Não se trata, portanto, de prestar um favor à saúde de lugares carentes, apontar os problemas locais e, depois de alguns dias, levantar acampamento. O que se quer é construir algo em conjunto, tendo a sensibilidade ao contexto local e àqueles que lá vivem como orientação permanente.

“A ideia é que os profissionais de saúde da cidade também possam participar e discutir os casos com a gente. Eles são as pessoas que estão mais próximas desta população que a gente vai atender, estão mais próximos do cuidado. Então é melhor construir isso com eles para que (o atendimento) se propague durante o ano”, afirma Letícia.

Acadêmicos de engenharia e fisioterapia em atividade do Posto de Atenção Domiciliar – Foto: Divulgação

O cuidado do outro

Assim como a integração com a comunidade e os serviços de saúde locais são fatores decisivos para que a imersão seja bem-sucedida, o mesmo vale para a relação entre os membros da equipe do Bandeira Científica. Como diz Isabela, “falamos muito em cuidado na área de saúde, mas cada um tem um tipo de cuidado. Isso é muito diferente nas nossas graduações. Ali, vamos conseguindo um espaço para construir juntos um modo de fazer, um modo de pensar saúde e cuidado”.

A atuação conjunta de diferentes profissionais procura ampliar o que se pode entender por saúde e cuidado, ressaltam as acadêmicas. Saúde não se trata apenas de ausência de doença ou de realização de atendimento. Cuidado não é algo que apenas médicos podem oferecer. O projeto é uma forma de os próprios profissionais de saúde compreenderem melhor o trabalho uns dos outros.

Acadêmicos de medicina atendem moradores de Limoeiro de Anadia (AL) – Foto: Divulgação

E o cuidado de si

Não é simples articular a variedade de pessoas e atividades envolvidas no Bandeira. O aprendizado com as atividades sobre questões de gênero é um bom exemplo. Isabela conta que, em 2015, uma das atividades coletivas pretendia trabalhar questões de violência e empoderamento com mulheres de Limoeiro de Anadia.

Dança, produção de desenhos e debates estavam previstos. A experiência foi proveitosa, mas o público foi maior que o imaginado e as discussões não abordaram os temas propostos como se previa. O receio de se tocar em temas delicados sem saber como lidar exigiria um preparo conjunto da equipe.

Visita domiciliar a moradores de Acreúna – Foto: Divulgação

Refletindo sobre essas dificuldades, tentou-se uma nova abordagem em Acreúna. Ali procurou-se falar de forma mais direta as questões de gênero, tematizando a falta de mulheres em posições de liderança e experiências de violência sutil. O desenvolvimento já foi outro. Na etapa de seguimento, com o retorno de alguns membros a Acreúna, ouviu-se relatos de assistentes sociais de que, motivadas pela atividade com o Bandeira, mulheres da cidade criaram um grupo próprio para continuar as discussões.

Auxiliar os outros a se organizarem para cuidarem de si – esta não deixa de ser uma finalidade da saúde.

Universidades em São Paulo se destacam em ranking de produção acadêmica

Três instituições paulistas – Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) – lideram o ranking das universidades brasileiras que mais publicaram artigos científicos entre os anos de 2007 e 2011, de acordo com a edição mais recente doSIR World Report, divulgado em julho pela Scimago Lab. Quando se considera o impacto obtido pela produção científica de cada instituição, a brasileira que mais se destaca é a Universidade Federal do ABC (UFABC).

O SIR World Report 2013 avaliou cinco anos de produção científica das instituições de ensino superior de todo o mundo que publicaram, em 2011, pelo menos cem trabalhos científicos indexados na base de dados Scopus. Produzida pela editora holandesa Elsevier, a Scopus é considerada uma das maiores bases de dados científicos do mundo, englobando mais de 20 mil periódicos especializados.

Quando se leva em conta o número total de publicações (desconsiderando trabalhos feitos por academias de ciência, hospitais, fundações e centros nacionais de pesquisa), a USP é a instituição brasileira mais bem colocada – ficando em quinto lugar no ranking mundial, com 48.156 trabalhos publicados entre 2007 e 2011. Em primeiro lugar, está a Universidade Harvard, dos Estados Unidos, com 80.467 publicações. Em seguida, estão Universidade de Tóquio (51.796), Universidade de Toronto (48.944) e Universidade Tsinghua (48.396), da China.

O pró-reitor de Pesquisa da USP, Marco Antonio Zago, destacou que a instituição tem uma longa tradição de valorizar a pesquisa associada ao ensino de qualidade. “A USP investe parcela considerável de seu orçamento para apoio à pesquisa, além de captar financiamento de agências como FAPESP, CNPq e Finep. Nos últimos anos intensificou a relação com universidades expressivas do exterior. Está também evoluindo na cooperação com o setor produtivo e com empresas, no que diz respeito à pesquisa mais aplicada, ao mesmo tempo em que vem valorizando também outras formas de produção intelectual. Neste panorama, a relação com a FAPESP é muito relevante, não apenas pelos recursos que nossos pesquisadores captam da agência, mas também porque introduz um componente competitivo e de controle sobre a qualidade de nossa produção”, disse à Agência FAPESP. 

A segunda brasileira mais bem colocada no ranking global foi a Unicamp, que ficou em 135º lugar com 17.130 trabalhos publicados. Na 137ª posição está a Unesp, com 16.998 artigos.

Para Gláucia Maria Pastore, pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, o resultado expressa a força das três universidades estaduais paulistas e sua produção científica de grande relevância.

“Se levarmos em conta o tamanho das instituições e o fato de que a Unicamp é uma universidade bem menor do que a USP, nosso segundo lugar reflete a importância de nossa produção científica, que abrange todas as áreas do conhecimento, e o grande aporte feito em pesquisa na fronteira do conhecimento. A posição é boa, mas queremos sempre aprimorar e, para isso, a pró-reitoria de Pesquisa tem trabalhado para integrar os diversos grupos de pesquisa de tal forma que a gente consiga resultados ainda mais promissores”, afirmou Pastore.

“Considerando os trabalhos publicados pelas dez universidades brasileiras mais bem colocadas (148.047 publicações), a produção científica dessas três instituições paulistas representa 56% desse total (82.284 publicações)”, destacou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

Com apenas 3.956 publicações, a UFABC ficou na 1.345ª posição nessa modalidade. Mas no quesito “Q1”, que mede a porcentagem de artigos de uma universidade publicados nas mais conceituadas revistas de cada área do conhecimento, a instituição salta para a primeira colocação entre as brasileiras, com 55% de seus artigos publicados em revistas conceituadas.

A UFABC é seguida pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap), com 45%; pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 40,6%; e pela USP, com 39,1%. Nesse quesito, a Unicamp ficou na décima colocação entre as brasileiras, com 37,5%, e a Unesp em 34º, com 30,5% dos trabalhos publicados em revistas conceituadas.

Entre as dez universidades brasileiras mais bem classificadas no ranking Q1, seis estão situadas no Estado de São Paulo – UFABC, Univap, Unifesp, USP, UFSCar e Unicamp. Ao se considerar o volume de artigos no quesito “Q1”, cinco universidades paulistas estão entre as 10 primeiras – ficando a USP em primeiro lugar, com 17.985 trabalhos, e a Unicamp em segundo, com 5.967 publicações nas revistas mais conceituadas.

Quando o critério de classificação usado é o de “impacto normalizado” – que mede quantas vezes os trabalhos de cada instituição são citados em comparação com a média mundial –, novamente a UFABC vem em primeiro lugar entre as brasileiras com a marca de 1,67 – o que significa que os artigos da instituição tiveram média de citações 67% maior que a média global.

Em seguida, estão a Universidade Estadual da Paraíba (0,95), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (0,93) e a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (0,92). A USP é a nona brasileira nessa modalidade, com a marca de 0,86. A Unicamp é a 12ª, com 0,84, e a Unesp, a 35ª, com 0,70.

No critério “colaboração internacional”, mais uma vez a UFABC é a brasileira mais bem colocada, seguida pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Universidade Estadual de Santa Cruz (BA) e Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A USP aparece em sétimo lugar, a Unicamp está em 22º e a Unesp em 40º.

Com 20,3% de sua produção científica inserida no grupo dos 10% trabalhos mais citados do mundo na respectiva área do conhecimento, a UFABC é a instituição brasileira que lidera também no critério “excelência”. “A UFABC é nova e está no caminho da qualidade acadêmica, enfrentando o desafio de crescer”, disse Brito Cruz.

Política de apoio à pesquisa

Segundo Klaus Capelle, pró-reitor de Pesquisa da UFABC, há quatro fatores que explicam o bom desempenho da instituição. O primeiro é a alta qualidade do corpo docente, composto apenas por doutores contratados em regime de dedicação exclusiva.

“Nossa segunda vantagem é decorrente do fato de sermos uma universidade muito nova, com apenas sete anos. Por esse motivo, todos os nossos laboratórios – que por enquanto são poucos – são de última geração. E grande parte dos equipamentos foi adquirida por meio de projetos apoiados pela FAPESP”, contou Capelle.

Outra razão do bom desempenho acadêmico apontada por Capelle é a existência de uma política interna de apoio à pesquisa. A instituição reserva parte da verba recebida pelo Ministério da Educação para oferecer bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de auxílios para pesquisas interdisciplinares e para a formação de núcleos estratégicos.

Por último, Capelle ressalta o modelo de organização da universidade, que aboliu a divisão das áreas do conhecimento em departamentos para favorecer a interação de pesquisadores.

“Essa diferenciação entre o que é Física, o que é Química e o que é Biologia representa a forma como se enxergava o conhecimento no século 19. Como nós construímos a universidade nos primeiros anos do século 21, abandonamos a ideia do departamento. Isso faz com que a pesquisa interdisciplinar seja particularmente forte na UFABC, pois não há barreiras artificiais que separam um engenheiro de materiais, por exemplo, de um físico de estado sólido”, afirmou Capelle.

Pós-Graduação 2014 em Saúde Pública da USP

A Faculdade de Saúde Pública da USP está com inscrições abertas para os Programas de Pós-Graduação 2014 em Saúde Pública, Nutrição em Saúde Pública – Mestrado, Doutorado e Mestrado Profissional em Ambiente, Saúde e Sustentabilidade.

As inscrições para o exame de ingresso na Pós-Graduação podem ser feitas até 30 de agosto de 2013, exclusivamente pela internet, no site www.fuvest.br

Mais informações no site da Faculdade.