Tag Archives: SUS

Into lança programa de educação em saúde para crianças

O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) lançou nesta terça-feira (01/10), o programa Fortalecer, iniciativa de educação em saúde que tem por objetivo prevenir a ocorrência de doenças crônicas e ortopédicas a partir da infância. A proposta é estimular crianças a levarem uma vida mais saudável a fim de diminuir a incidência de doenças, principalmente a osteoporose, que leva a fraturas ósseas e à sobrecarga dos serviços ortopédicos e do Sistema Público de Saúde(SUS).

De acordo com a idealizadora do programa, a pediatra Germana Bahr, a osteoporose deve ser prevenida desde a infância. “As crianças de hoje são sedentárias, dependentes dos jogos eletrônicos, não brincam mais na rua, não dormem o suficiente e cada vez se alimentam pior. Está na hora de falarmos seriamente em prevenção de doenças, principalmente considerando que estas crianças tem expectativa de vida de 100 anos”.

Leia Mais

Outubro Rosa: Acesso do público prioritário à mamografia cresce 37% em dois anos

O ano de 2012 registrou crescimento de 37% na realização de mamografias na faixa prioritária – de 50 a 69 anos – em comparação com 2010, no Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos somaram 2,1 milhões no ano passado, contra 1,5 milhões em 2010. No total, o número de exames realizados no último ano atingiu a marca de 4,4 milhões, representando um crescimento de 26% em relação a 2010. Para estimular a detecção precoce do câncer de mama, o Ministério da Saúde inicia campanha para conscientização das mulheres sobre o tema (disponível no site), reforçando as ações do movimento Outubro Rosa.

O movimento popular Outubro Rosa é internacional. Em qualquer lugar do mundo, a iluminação rosa é compreendida como a união dos povos pela saúde feminina. Em Brasília, às 18h40 desta terça-feira (01), o prédio Central do Ministério da Saúde e o Congresso Nacional serão iluminados com luzes cor-de-rosa. O câncer de mama é a segunda causa de morte entre mulheres. Somente no ano de 2011, a doença fez 13.225 vítimas no Brasil. O rosa simboliza alerta às mulheres para que façam o autoexame e, a partir dos 50 anos, a mamografia, diminuindo os riscos que aparecem nesta faixa etária. Para que mais mulheres possam fazer o exame, o Ministério da Saúde investiu, em 2012, R$ 92,3 milhões – um aumento de 17% em relação a 2011.

Leia Mais

IdeiaSUS: iniciativa permite que secretarias e profissionais do país compartilhem experiências

Em sua rotina, gestores e profissionais de saúde de todo o Brasil lançam mão de muita criatividade para desenvolver práticas que enfrentem os problemas mais diversos. Mas, até hoje, ainda não havia no país um sistema pelo qual eles pudessem trocar informações e compartilhar essas experiências, permitindo, inclusive, identificar elementos que possibilitem reproduzir aquelas que foram bem-sucedidas. Uma lacuna que vai ser diminuída com o lançamento, esta semana, do Banco de Práticas e Soluções em Saúde e Ambiente – IdeiaSUS.

No novo site, qualquer internauta pode se cadastrar, gratuitamente, para fazer o relato de projetos que tentaram solucionar algum problema de saúde pública e meio ambiente, nos diversos municípios do Brasil. Da mesma forma, qualquer pessoa vai poder buscar ideias que já foram postas em prática. Em outras palavras: o IdeiaSUS tem como finalidade a divulgação e consulta de práticas e soluções para o SUS, implantadas nos diversos territórios do país. Seu lançamento oficial foi neste domingo (7/7), durante o 19º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, em Brasília.

Leia Mais

Práticas corporais ajudam nos níveis de saúde da população

Dados de uma pesquisa de mestrado desenvolvida na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP mostram que o alinhamento das práticas corporais com os atendimentos clínicos realizados nos serviços médicos aparece como uma estratégia de cuidado para ampliar os níveis de saúde da população. A ideia foi comprovada a partir de um grupo experimental, de pacientes atendidos no Centro de Saúde Escola (CSE) Geraldo Horácio de Paula Souza, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que executou atividades orientadas por um profissional de educação física.

O projeto se baseou na teoria da “Clínica Ampliada e Compartilhada”, do professor Gastão Campos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que propõe discussões sobre outras maneiras de pensar as ações de promoção de saúde. “Essa teoria traz uma nova forma de compor o processo de trabalho, alterando os objetos e os objetivos dos profissionais de saúde, propondo a incorporação de outros meios de intervenção que não apenas os tradicionais protocolos para qualificar suas práticas”, afirma Valéria Monteiro Mendes, professora de educação física e autora do estudo.

Leia Mais

Tem início coleta de dados sobre uso de medicamentos no país

A coleta de dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), do Ministério da Saúde foi iniciada nesta segunda-feira, em Recife (PE). No país serão entrevistados, a partir de hoje, 38,4 mil pessoas em 245 municípios brasileiros, sobre temas como o uso de remédios, acesso aos produtos no Sistema Único de Saúde (SUS), uso racional de medicamentos e a automedicação. A previsão é que, no início de 2014, os dados do inquérito estejam finalizados.

O público entrevistado será dividido por gênero, escolaridade e em sete faixas etárias – desde crianças a idosos. As informações serão transmitidas em tempo real por tablets.

Leia Mais

Ministério da Saúde amplia faixa etária da vacina contra HPV

A vacina irá proteger meninas de 9 a 13 anos contra quatro variáveis do vírus. A partir do próximo ano, começa a vacinação para o grupo de 11 a 13 anos e, em 2015, para as adolescentes de 9 a 11 anos

O Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária para a vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), usada na prevenção de câncer de colo do útero. Já em 2014, meninas dos 11 aos 13 anos receberão as duas primeiras doses necessárias à imunização, a dose inicial e a segunda seis meses depois. A terceira dose deverá ser aplicada cinco anos após a primeira.

Leia Mais

40 anos PNI | De Oswaldo Cruz às PDPs: confira a evolução do sistema de imunizações no país

Apesar de o Programa Nacional de Imunizações (PNI) ter nascido em 1973, as primeiras ações de imunização no Brasil foram feitas em 1804. Mas foi em 1904 que um personagem importante entrou em cena: o médico Oswaldo Cruz. Junto com o presidente Rodrigues Alves, ele deu início ao programa de vacinação do Estado, estabelecendo um modelo de ação que serve de exemplo para o PNI.

Com as ações preconizadas pelo mestre da saúde pública, a febre amarela urbana foi erradicada em 1942. Outros males como a varíola e a poliomielite também foram eliminados em 1973 e 1989, respectivamente. Nos últimos 40 anos, com a criação do PNI, doenças como o sarampo, o tétano neonatal e a coqueluche também foram controladas.

Leia Mais

Hesio Cordeiro: ‘Falta uma real prioridade para a questão da saúde’

Transcorridos 25 anos da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), um de seus principais artífices, o médico Hesio Cordeiro, avalia que o principal desafio desse modelo na atualidade é desfazer as desigualdades regionais no atendimento à população. Na avaliação dele, ainda falta dar real prioridade à questão da saúde no Brasil. Um impulso para isso pode ter vindo das grandes manifestações populares que tomaram as ruas de dezenas de cidades em junho para defender bandeiras como a melhora na qualidade dos serviços públicos no país. Nesta quinta-feira (12/9), às 16h, durante a cerimônia de entrega da Medalha Jorge Careli de Direitos Humanos e do Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania na sede da Associação dos Servidores da Fiocruz (Asfoc), será aberta oficialmente a mostra Permaneçamos lutando!, uma homenagem da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) a Cordeiro. A exposição também faz parte das comemorações dos 25 anos do SUS e busca rememorar a atmosfera de celebração e de desagravo que marcou a concessão do título de professorhonoris causa a Cordeiro em 1988, logo após seu afastamento da presidência do Inamps.

Otimista quanto aos rumos do SUS, Cordeiro vê no programa Mais Médicos, que busca levar profissionais brasileiros e estrangeiros a regiões desassistidas, um sinal de que o sistema de saúde se encaminha para corrigir distorções do passado e colocar em prática ações que não foram implementadas. Em entrevista, Cordeiro disse, porém, que a luta não está ganha. “A lógica privatista e empresarial que tentava se impor no setor de saúde no Brasil dos anos 80 ainda ronda o SUS”, alerta. “Temos visto uma série de secretarias estaduais e municipais (…) privatizando as ações de saúde, delegando às organizações sociais inclusive a atenção primária. Alguma coisa tem de ser revista para que isso seja revertido”, declarou. A entrevista a seguir foi publicada originalmente na Agência Fiocruz de Notícias.

Leia Mais

‘Estudos Avançados’ 78 explora as relações entre saúde pública e nutrição

A edição 78 da revista “Estudos Avançados traz como destaques textos que tratam de dois temas interligados e sintonizados com as demandas atuais da sociedade brasileira: a saúde pública e a melhoria dos padrões nutricionais. Segundo Alfredo Bosi, editor da publicação, “o número procura cumprir um dos objetivos centrais do IEA: conjugar pesquisa acadêmica e interesse pelo aperfeiçoamento de nossas políticas públicas”.

O lançamento da edição acontece no dia 13 de setembro, às 17 horas, na Sala de Eventos do IEA, num encontro sobre Saúde Pública e Nutrição. Os expositores serão José Filippi Jr., secretário municipal da Saúde de São Paulo, e dois autores de artigos no número: Carlos Augusto Monteiro, professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, e Ana Lydia Sawaya, coordenadora do Grupo de Pesquisa Nutrição e Pobreza do IEA.

Leia Mais

Aspectos políticos comprometem gestão de cuidado

“As assimetrias técnico-financeiras, as disputas político-partidárias por investimentos, a aplicação de recursos atrelados ao voto e, sobretudo, os interesses privados de formuladores de políticas, gestores e trabalhadores da saúde em detrimento do fortalecimento de um sistema público e universal comprometem a coesão necessária para constituir uma rede solidária de caráter regional.”  Esse é um dos desafios apresentados por Adriano Maia dos Santos, em sua tese de doutorado em Saúde Pública intitulada Gestão do cuidado na microrregião de saúde de Vitória da Conquista (Bahia): desafios para constituição de rede regionalizada com cuidados coordenados pela Atenção Primária à Saúde, defendida na ENSP em 28/3. Para ele, em oposição a esse desafio, a publicização da gestão e o envolvimento de representantes da sociedade civil organizada em defesa do Sistema Único de Saúde nas plenárias poderiam reduzir o campo do interesse privado nas decisões públicas.
Na concepção de Adriano, a gestão do cuidado na rede regionalizada de serviços de saúde modela uma imagem-objetivo: formuladores de políticas, gestores, trabalhadores da saúde e usuários devem se articular em diferentes espaços para resolver os problemas de saúde, utilizando a tecnologia mais adequada, no lugar e no tempo certo para produção do cuidado.
De acordo com ele, a gestão do cuidado requer interdependência e cooperação entre os sujeitos e as instituições, para defesa da saúde como um direito de todos os cidadãos, em todas as fases da vida e ao longo do tempo, compartilhando os projetos terapêuticos e tendo o usuário como centro do cuidado.
Assim, explica Adriano, a gestão do cuidado necessita de uma gestão democrática, com valorização dos trabalhadores, inserindo-os em processos de aprendizagem permanente. Tais processos devem apoiar práticas individuais e coletivas responsáveis com os itinerários terapêuticos dos usuários e as linhas de produção do cuidado, possibilitando a construção de vínculos de confiança e coeficientes de autonomia.
Para o pesquisador, os profissionais mais adequados para coordenação dos cuidados em rede regionalizada devem estar em equipes na Estratégia de Saúde da Família (ESF), como centro de comunicação/articulação entre diferentes pontos da rede. Tal centro, acrescentou Adriano, deve funcionar de portas abertas às necessidades episódicas e regulares (porta de entrada preferencial) às demandas explícitas, bem como as que requerem investigação e vigilância, direcionadas às famílias, no seu cotidiano.

A ESF está presente em todos os municípios

O pesquisador elegeu para o estudo a microrregião de saúde de Vitória da Conquista (macrorregião sudoeste da Bahia), que possui 632.708 habitantes, divididos em 19 municípios. Todos os municípios assinaram o Pacto pela Saúde, mas apenas cinco deles (Barra do Choça, Belo Campo, Maetinga, Presidente Jânio Quadros e Vitória da Conquista) assumiram o Comando Único, e os demais permaneceram sob gestão estadual dos serviços de saúde. Em relação à oferta de serviços, Adriano informou que a ESF está presente em todos os municípios com uma elevada cobertura formal (> 70%), com exceção de Encruzilhada (58%) e Vitória da Conquista (42%). A população não cadastrada em Unidades de Saúde da Família (USF), nos diferentes municípios sem plena cobertura da ESF, possuem Unidades Básicas de Saúde (UBS) como unidades de referência. Outro dado relevante é que Vitória da Conquista possui 100% de cobertura formal de ESF na zona rural.
Estágio atual da Atenção Primária à Saúde em Vitória da Conquista

A pesquisa de Adriano também constata a centralidade da Atenção Primária à Saúde (APS), que é condicionada pela baixa cobertura real da ESF, pouca disponibilidade de profissionais (médicos, em particular), insuficiente adensamento tecnológico das USF, baixa capacidade técnica dos profissionais, escassa oferta de serviços especializados e de apoio diagnóstico em tempo oportuno e matriz tecnológica subjacente ao modelo de atenção em curso na microrregião.
“Os profissionais da atenção primária, sobretudo médicos, são responsáveis pelas referências para outros pontos de atenção na rede SUS, por meio de formulários específicos (guias de solicitação), mediados por centrais reguladoras municipais ou regionais que, por sua vez, restringem a referência às regras administrativas sem qualquer possibilidade de escolha entre os prestadores (critério por disponibilidade do serviço), pelos profissionais ou usuários”, complementou.
Segundo Adriano, a organização da ESF na microrregião apresenta questões problemáticas também relacionadas à insuficiência de cobertura real e elevado número de pessoas cadastradas por equipe, que, atrelados à baixa disponibilidade de médicos nas USF, dificultam o acesso oportuno de usuários aos serviços de APS.
A cobertura formal da estratégia está acima de 80% em 15 dos 19 municípios. Isso indica que coberturas altas e potencialmente satisfatórias nem sempre se traduzem em melhor utilização da capacidade disponível. Vale notar, contudo, que a própria expansão das equipes fica limitada pela baixa oferta de médicos e insuficiência no financiamento que, paradoxalmente, são agravados por gastos com pagamento de salários de profissionais.
Outra questão apontada pelo pesquisador é a dificuldade de atração e fixação de médicos, atrelada à ausência de uma política consistente de gestão do trabalho. Isso abre espaço para inúmeros acordos informais, entre gestores e profissionais, que “autorizam” a redução na carga horária, flexibilização das funções a serem desenvolvidas na equipe, pagamento de salários acima da média. Tais procedimentos colaboram para aumentar a rotatividade desses profissionais e a competição entre municípios, agravando a situação da ESF na microrregião.
Adriano Maia dos Santos é cirurgião-dentista, com mestrado em Saúde Coletiva (Universidade Estadual de Feira de Santana) e doutorado em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz). Atualmente, é professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Multidisciplinar em Saúde – Campus Anísio Teixeira (Vitória da Conquista – Bahia), nos cursos de graduação de Enfermagem, Farmácia e Nutrição. Sua tese foi orientada pela pesquisadora Lígia Giovanella, da ENSP.

Leia Mais