Ainda tabu na sociedade brasileira, o suicídio é um tema que costuma ser evitado pelos meios de comunicação, apesar de ser bem divulgado em casos de falecimentos de figuras públicas ou quando atrelado a mortes inusitadas ou trágicas. Mas, para além do tabu em si, qual seria o real motivo para a imprensa evitar falar sobre o tema e quais seriam as consequências do tipo de veiculação feita, muitas vezes associada ao sensacionalismo?
“A ideia de que a imprensa pode influenciar o suicídio não é recente. O romance Os sofrimentos do jovem Werther, publicado pelo escritor alemão Goethe em 1774, foi apontado como fonte de inspiração para mais de uma centena de suicídios cometidos por jovens na época”, explica a jornalista Juana Portugal, que defendeu especialização sobre o tema no curso de Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). “A partir de então, iniciou-se o debate sobre o assunto e o tratamento do suicídio pela mídia foi visto como algo ‘contagioso’, que poderia ter na veiculação dessas notícias o principal fator desencadeador de uma espécie de ‘epidemia’ ”.
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