Todo mundo adora uma boa noite de sono, mas, para alguns, conseguir isso é mais complexo do que apenas apagar as luzes e fechar os olhos.
A Associação Mundial de Medicina do Sono (WASM, na sigla em inglês) diz que problemas para dormir são uma “epidemia global” que afeta 45% das pessoas.
Leia MaisOs riscos do trabalho noturno para a saúde: ‘Quem trabalha à noite não tem mais vida’
Simone Camargo trabalha há três anos como motorista de aplicativo madrugada adentro.
Até março de 2024, ela começava a dirigir às 16h e só parava cerca de 12 horas depois, em torno das 4h.
Leia MaisPor que não caímos da cama quando estamos dormindo
Mesmo que você seja daqueles que batem na cama e dormem como uma pedra até a manhã seguinte, todo mundo sabe que tanto a mente quanto o corpo permanecem ativos enquanto dormimos.
Não apenas sonhamos, como também roncamos, falamos, rimos, gritamos, viramos, nos aconchegamos e nos espreguiçamos — e até batemos e chutamos.
Leia MaisNecessidade de dormir varia de acordo com o ambiente externo
Pesquisas da USP divulgadas na “Nature” mostram que a luminosidade e a localização afetam regulação do sono
Pesquisas realizadas pelo professor Mário Pedrazzoli Neto, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, revelam que as características do sono estão ligadas ao ambiente em que as pessoas vivem. De acordo com os estudos, que foram publicados na semana passada na revista Scientific Reports, do grupo Nature, o sono seria uma resposta do organismo às condições externas do ambiente em que uma determinada pessoa está inserida e não mais uma necessidade inflexível da raça humana.
Leia MaisUso de celular antes de dormir pode retardar a sensação de sono
É difícil esquecer de uma noite mal dormida, pois o corpo não deixa: o sono domina, o trabalho não rende, a cabeça pesa e o humor fica péssimo. Além disso, quem não dorme bem, ou insuficientemente, pode ter sonolência excessiva durante o dia. Não é preciso ser um especialista no assunto para saber da importância do sono em nossa saúde como um todo e na qualidade de vida.
Na era da tecnologia, como os aparelhos eletrônicos se tornaram mais leves e portáteis, podemos levá-los a qualquer lugar, inclusive para a cama. O celular, hoje, é um instrumento de assessoria quase indispensável, pela praticidade, facilidade e rapidez de comunicação entre as pessoas, mas usá-lo à noite, antes de dormir, pode retardar a sensação do sono e conduzir a uma “diminuição do estado de alerta no dia seguinte, além de alteração na secreção hormonal de melatonina”, segundo artigo recém-publicado na Revista de Medicina.
Leia MaisAlertas contra o sono
Sono, cansaço e distração ao volante – além de embriaguez e excesso de velocidade – estão entre as principais causas de acidentes de trânsito, que todos os anos levam à morte cerca de 42 mil pessoas no Brasil, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) coordenado pelo Ministério da Saúde.
É um fenômeno global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que contabilizou 1,2 milhão de pessoas mortas a cada ano em acidentes de trânsito. No Relatório de Situação Global sobre a Segurança Rodoviária de 2015, a OMS, citando dados do SIM para o Brasil, indica que do total de mortes em acidentes automobilísticos 5% eram de motoristas de carros, 18% de passageiros desses veículos, 1% de passageiros e motoristas de ônibus, 2% de passageiros e motoristas de caminhões, 28% de motociclistas, 20% de pedestres e 23% outros, sem especificação.
Leia MaisHospital britânico lança aplicativo para melhorar sono de crianças
Um hospital britânico lançou um aplicativo gratuito para ajudar a melhorar a qualidade do sono de crianças e adolescentes.
O “Kids Sleep Dr” foi criado por médicos do Evelina Children’s Hospital de Londres e já está disponível para iOS (pode ser baixado por usuários no Brasil). Versões para Android e Windows devem ser lançadas em breve.
Leia MaisSONO: Dormir mal pode trazer problemas graves à saúde
A estudante Sheila Sousa sofreu de insônia durante um ano. Ela conta que só conseguiu combater o problema depois que procurou orientação médica. “Dormia um pouquinho e acordava, não fixava a noite. Me sentia sensibilizada, chorava muito por causa disso. Inclusive com a medicação para o dia ajudava na questão do apetite. Inibia mais essa minha ansiedade pela comida, que e estava tendo, por conta da insônia. Foi um tratamento mesmo. Fui fazendo terapia, a depressão foi saindo e voltei a dormir bem”.
O otorrinolaringologista do Hospital Federal da Lagoa, Lucas Lemes, explica que, assim como Sheila, muitas pessoas que dormem mal acabam desenvolvendo problemas graves de saúde como obesidade, apneia e hipertensão. “Isso está cada vez mais sendo conhecido como mecanismos de doenças que podem ser favorecidas pela má qualidade de sono. As pessoas que dormem menos do que o necessário, ou que dormem mal, tem uma tendência, por exemplo, a ganhar peso. Outras doenças específicas favorecem a hipertensão arterial. Existem mecanismos que essa má qualidade do sono favoreça a uma elevação da pressão arterial sistêmica durante o dia”.
Leia MaisPrivação do sono pode desencadear doenças graves
O sono é essencial para a vida e é a base de muitas funções fisiológicas e psicológicas do organismo, tais como a reparação de tecidos, o crescimento, a consolidação da memória e a aprendizagem. Embora nem todos os adultos precisem do mesmo número de horas de sono, os especialistas acreditam que menos de sete horas de sono por noite, numa base contínua, pode ter consequências negativas para o corpo e para o cérebro.
A falta de uma boa qualidade do sono tem impacto nos condutores fisiológicos do balanço energético, nomeadamente no apetite, na fome e no gasto energético. Além disso, a privação do sono apresenta efeitos negativos na capacidade do corpo distribuir a glicose sanguínea e pode aumentar o risco de diabetes tipo II.
Leia MaisExcesso de pesadelos na infância pode indicar tendência a psicoses
O excesso de pesadelos na infância pode ser um sinal precoce do surgimento de transtornos psicóticos na vida adulta, sugere uma pesquisa britânica.
O estudo foi publicado na revista científica Sleep e analisou dados de 6,8 mil crianças do Reino Unido até os 12 anos de idade.
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