Tag Archives: Sistema Único de Saúde

Para 90%, brasileiros não têm condições de pagar médicos de qualidade, diz pesquisa

Embora a maior parte dos brasileiros use majoritariamente o SUS (Sistema Único de Saúde), onde o tratamento é gratuito, questões de ordem econômica entraram com força no último ano para o rol de principais preocupações dos brasileiros quanto à saúde, mostra uma pesquisa da Ipsos divulgada nesta semana.

O Brasil teve o maior percentual mundial de pessoas que dizem que a população não tem condições financeiras para pagar por cuidados médicos de boa qualidade — 90% dos entrevistados têm essa opinião. A média global nesse quesito é de 58%.

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Transformação digital na saúde será tema de seminário da Fiocruz Brasília

Tecnologias digitais se fazem cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas. Quais os possíveis impactos dessa transformação digital na saúde pública? Quais as ameaças e as oportunidades que ela traz para a efetivação dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)? Discutir essas questões é o objetivo do Seminário Transformação Digital em Saúde – Desafios para os Princípios e as Diretrizes do SUS, que ocorrerá nos dias 28 e 29 de outubro, com transmissão ao vivo pela UnBTV.

O evento será realizado pelo Colaboratório de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Fiocruz Brasília, a Coordenação de Atenção Primária à Saúde (CoAPS) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e a Universidade de Brasília (UnB), com patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAP-DF), e parceria da Plataforma de Inteligência Cooperativa com Atenção Primária à Saúde (Picaps) e do ImpactHub. O seminário faz parte do convênio firmado entre Fiocruz Brasília e FAP-DF.

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Artigo da ENSP discute sobre um SUS para a Amazônia

Amazônia ribeirinha, Amazônia de fronteira, Amazônia indígena, urbana, de assentamentos, do agronegócio, do narcotráfico, Amazônia preservada, Amazônia super explorada. Longe de ser um espaço homogêneo, na Amazônia brasileira subsistem diversas formas de ocupação. Destacando alguns elementos da teoria social de Boaventura de Souza Santos, o artigo de Michele Rocha El Kadri, do Instituto Leônidas e Maria Deane; e Carlos Machado de Freitas, da ENSP, discute como o problema do tempo linear e da escala dominante no pensamento hegemônico vem servindo para invisibilizar os territórios amazônicos na organização das ações públicas de saúde.
O artigo Um SUS para a Amazônia: contribuições do pensamento de Boaventura de Sousa Santos, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva n° 26 (Supl. 2), aponta, ainda, que consolidar um SUS pós-abissal na região passa inevitavelmente por uma repactuação do papel econômico e desenvolvimento social inclusivo com a Amazônia, e não apesar dela. Por fim, reflete se a construção do SUS local deveria se basear em um tripé, não exclusivamente urbano centrado, que considere sua extensão territorial, densidade populacional e vias pelas quais os fluxos de acesso aos serviços de saúde acontecem.
A proposta do texto é, segundo os autores, a partir de alguns elementos da teoria social de Boaventura de Souza Santos, pensar a região para além do pensamento hegemônico que, via de regra, vem produzindo leituras no campo da saúde que a localizam como lugar da doença, da incipiência de processos organizativos, do vazio e da vulnerabilidade, e que desconsideram tamanha heterogeneidade.
Destacam-se duas questões, dizem os autores: o problema do tempo linear e da escala dominante, para discutir como servem para invisibilizar os territórios amazônicos no planejamento das ações públicas de saúde. Por fim, eles apontam para a ideia de que consolidar o SUS na região passa inevitavelmente por uma repactuação do papel econômico e do desenvolvimento social inclusivo, com e para as pessoas que aqui constroem suas histórias e dão sentido a este lugar.
Essa discussão sobre o papel da Amazônia no cenário de desenvolvimento nacional nada tem de local, explicam eles, considerando que ela é essencial na irrigação das terras agrícolas que garantem a exportação dos principais produtos do país, assim como o balanço hídrico das bacias que fornecem água a milhões nas cidades no Sul e Sudeste brasileiro. Também não é irrelevante sua importância na regulação do clima global. “As reflexões apresentadas ampliam a discussão e apontam como o modelo de desenvolvimento econômico e social atual concorre para aprofundar as desigualdades com a marca cartográfica abissal que separa o Norte e o Sul do país”.
Neste trabalho, os autores destacam dois conceitos para aprofundar reflexões importantes que ajudam a apontar como a realidade amazônica tem estado com frequência ausente de diretrizes que orientam a construção do SUS. “A primeira é a racionalidade do tempo linear, que é diferente do tempo vivido pelas comunidades amazônicas que em grande medida têm suas vidas orientadas pela sazonalidade do ciclo das águas. O segundo ponto é o problema da escala que influencia naquilo que é visto ou invisibilizado numa política universal como o SUS”.
Para eles, essas questões oferecem elementos relevantes para entender como a dinâmica desse território desafia uma outra lógica de organização do sistema de saúde, e que, se bem acolhida pelo planejamento, pode ajudar na construção de um SUS pós-abissal com e para a região.
Os autores concluem que o  pensamento abissal, que evidencia a dominação econômica, política e cultural de uns lugares em detrimento de outros, sustenta o discurso hegemônico que cria ausências onde na verdade há muitas presenças. “A linha que coloca a Amazônia no lugar do atraso em uma hierarquização de saberes, tempo e escala tem produzido injustiças e desastres recorrentes, resultantes de intervenções inadequadas, públicas e/ou privadas, em função do desconhecimento, intencional ou não, desse lugar”. Para que a universalização do SUS produza redução de desigualdades, garantindo saúde como condição básica para o desenvolvimento na Amazônia, é preciso aumentar a escala de análise e focalizar alternativas mais coerentes com o lugar, apontam.
Eles destacam o desafio peculiar para a gestão local de consolidar o sistema em um território de tamanha extensão territorial, com dinâmica de ocupação não urbano-centrada e com fluxos que não se dão invariavelmente por via rodoviária. “Enquanto persistir o não reconhecimento desse território em toda a sua história, seus ecossistemas e suas culturas, não será possível construir uma alternativa pós-abissal que vença a exclusão que o tem mantido do lado de lá da linha. Inovação tecnológica que gere valor para a biodiversidade, ciência que reduza iniquidades, ecologia de saberes que compartilhem conhecimentos (e também ignorâncias) podem apontar potenciais soluções”.
Por fim, defendem que discutir a preservação da Amazônia é importante, mas alternativas econômicas que impactam diretamente as condições de vida e a saúde daqueles que aqui residem é o debate fundamental a fazer.
Foto: Radis

Projeto abre inscrições para criar rede de defensores do SUS

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) lançou, nesta segunda-feira (14/6) o Projeto Integra – articular políticas públicas para fortalecer o direito à Saúde. A iniciativa é assinada pelo CNS, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Escola Nacional dos Farmacêuticos (ENF), com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). As inscrições já estão abertas e podem ser feitas aqui.

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Arte: Jornal da USP

Pesquisa expõe o racismo estrutural nas instituições de saúde

Estudo realizado em Ribeirão Preto com 182 pessoas revelou que 71,54% delas perceberam, em algumas situações, ter sofrido discriminação racial em serviços de saúde.

O racismo está bastante enraizado na cultura brasileira, tanto que as medidas para combater a discriminação racial, adotadas pelo Governo Federal, utilizaram pela primeira vez, em 2005, a expressão “racismo institucional” para explicar que ele se manifesta nas estruturas de organização da sociedade e nas instituições, o que inclui o Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em 2015, 23,3% das pessoas negras e pardas já se sentiram discriminadas em serviços de saúde.

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Imagen: Capa da Revista da USP – Editora: SCS/USP

Novo número da Revista USP traz Dossiê “Saúde Pública – O SUS, o enfrentamento da covid-19 e outros temas”, concebido e elaborado dentro da Faculdade de Saúde Pública da USP

Acaba de ser lançado o número 123 da Revista USP, cujo o tema do dossiê desta edição é “Saúde Pública – O SUS, o enfrentamento da covid-19 e outros temas”, concebido e elaborado dentro da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP cujo diretor, o professor Oswaldo Yoshimi Tanaka, sensível ao pedido da Revista, prontamente mobilizou todos os departamentos da faculdade, para a elaboração do Dossiê.

O Dossiê desta edição é composto por artigos de docentes e pesquisadores de várias áreas de pesquisa da FSP-USP, porém, como diz o Editor da Revista – Jornalista Jurandir Renovato, “não trata apenas da pandemia. Se ela conseguiu de algum modo obnubilar os outros problemas da saúde no país, não teve o poder de erradicá-los. O câncer, a desnutrição e a obesidade continuam existindo. Assim também as dificuldades de acesso às condições de saúde de certa parte excluída da população. Tudo isso é discutido neste Dossiê”.

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Inovações no cuidado e prevenção do HIV/Aids são temas de seminário

A adesão ao tratamento antirretroviral, disponibilizado gratuitamente no país pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é fundamental para a manutenção da qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV. O acesso a medidas de prevenção, como as profilaxias de pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao vírus, contribuem de forma significativa para a redução no número de infecções.

Reflexões sobre o impacto de inovações no cuidado e na prevenção do HIV e achados de pesquisas desenvolvidas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro serão discutidos em um seminário online. A iniciativa voltada para pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e lideranças sociais será realizada no dia 05 de novembro, às 9h30, com transmissão pelo canal do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) no Youtube [acesse].

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Informativo auxilia comunicação do paciente surdo com equipe médica

No último dia 26 de setembro, foi comemorado o Dia Nacional do Surdo e da Inclusão. E no dia 27 de setembro, homenageou-se o Dia Internacional do Surdo. Por isso, o Serviço de Audiologia do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) elaborou um informativo destinado aos trabalhadores e familiares de pessoas surdas neste momento de pandemia.

O documento destaca a garantia ao atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de Sistema Único de Saúde (SUS), além de salientar que todos os hospitais devem oferecer serviços que ajudem na comunicação entre o paciente e a equipe médica, trazendo o exemplo do que acontece em outros países na utilização do VRI, uma interpretação remota de vídeo. O informativo, elaborado pela pesquisadora do Cesteh Marcia Soalheiro, traz recomendações para esse grupo no caso de ser necessária a hospitalização. Para tanto, foi elaborada uma lista contendo tais orientações, que vão desde a impressão de uma placa com a informação da deficiência auditiva até o pedido de comunicação com o hospital por meio de interpretação remota de vídeo.

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Imagem: Pete Linforth/Pixabay

Programa de Pesquisa para o SUS tem nova chamada de propostas

Serão selecionados projetos de pesquisas em linhas prioritárias para o enfrentamento da pandemia de COVID-19.

A FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) divulgou orientações para pesquisadores do Estado de São Paulo interessados em submeter propostas em nova chamada do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS).

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Concluído o maior mapeamento da diversidade genética do vírus da hepatite B

O mais completo levantamento da diversidade genética dos vírus da hepatite B já realizado no Brasil mostra que a pluralidade de origens da população brasileira se reflete também nos microrganismos que circulam no país. Liderado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o estudo é resultado da parceria entre onze laboratórios e instituições de pesquisa de todas as regiões, com apoio do Ministério da Saúde. Mais de mil amostras foram analisadas, referentes a casos crônicos de hepatite B registrados em mais de cem cidades de 24 estados e no Distrito Federal. Os resultados apontam que os casos brasileiros estão relacionados a sete dos dez genótipos do vírus da hepatite B identificados no mundo. A distribuição das variantes virais muda significativamente de uma região para outra e, até mesmo, de um estado para o outro. Os resultados foram publicados na revista científica Journal of General Virology.

Coordenadora do estudo, a chefe do Laboratório de Hepatites Virais do IOC, Elisabeth Lampe, explica que os vírus da hepatite B evoluíram junto com as populações humanas. Dessa forma, a distribuição geográfica das diferentes variantes genéticas – nomeadas por letras de A até J – está relacionada às origens das populações, sendo impactada pelas migrações e pelos deslocamentos populacionais. “O Brasil apresenta um cenário muito diferente dos outros países da América do Sul, onde o genótipo F do vírus da hepatite B – mais associado às populações americanas nativas – é predominante. No território brasileiro, vemos grande presença de genótipos associados com populações europeias e africanas, e chama atenção a ampla variação regional”, ressalta a pesquisadora.

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