Tag Archives: Sistema Único de Saúde

Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS: Com 17 mil pessoas na fila, Santa Catarina está no topo do ranking

Em junho deste ano, 77.243 brasileiras aguardavam por uma mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS). Santa Catarina é o estado com mais mulheres na fila de espera, cerca de 17 mil.  Em seguida, aparecem São Paulo (15 mil) e Rio de Janeiro (12,5 mil). Juntos, os três estados somam 56% do total de pacientes à espera do principal exame para detecção do câncer de mama. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Segundo a entidade, em alguns locais do país, o tempo de espera por uma mamografia na rede pública pode chegar a 80 dias. O exame, quando realizado em tempo hábil, permite a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a necessidade de intervenções invasivas e onerosas. “Os números revelam parte da sobrecarga no SUS e devem ser levados em conta, especialmente pelos recém-eleitos nas eleições municipais, na formulação e manutenção de políticas de saúde pública”, avaliou o CBR.

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Saúde amplia vacinação contra o HPV para quem usa PrEP. Profilaxia é indicada para pessoas a partir de 15 anos

Usuários da chamada profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, com idades entre 15 e 45 anos, passaram a integrar o público-alvo para vacinação contra o HPV no Brasil. A orientação consta em nota técnica publicada nesta quarta-feira (3) pelo Ministério da Saúde.

Segundo o documento, o grupo deve receber a vacina quadrivalente (HPV4), que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus. Nesse caso, o esquema indicado é de três doses, com intervalos de dois meses após a primeira e de quatro meses após a segunda.

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Nova edição da Radis debate a legalização do aborto

Nem Presa Nem Morta. A frase estampada nos lenços verdes, ao lado de um ramo de arruda, está nos blocos de Carnaval, na Conferência Nacional de Saúde, nos congressos de saúde coletiva, tremulando em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mulheres de diferentes idades, profissões e regiões do país se reuniram na campanha que leva este nome e defende a descriminalização do aborto no Brasil.

Elas não têm medo de dizer que o aborto é um tema para ser levado a sério — e deve ser encarado não só como questão de saúde pública, mas como um direito das mulheres e pessoas que gestam para decidir sobre seu próprio corpo. Portanto, essa também é uma discussão sobre liberdade e autonomia, o que se torna ainda mais difícil em uma conjuntura de avanço do conservadorismo e do fundamentalismo religioso. É o que ressalta uma das coordenadoras da campanha, Angela Freitas, ao lembrar que o aborto acontece, seja legalizado ou não. “Muitas mulheres irão buscar a interrupção [da gravidez], quer seja legal ou não, quer seja seguro ou não. Isso é um fato”, disse, em entrevista à Radis.

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Veja a linha do tempo do Programa Nacional de Imunizações. PNI completa 50 anos nesta segunda-feira (18)

A criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) partiu de estratégias bem-sucedidas que eliminaram a varíola do Brasil dois anos antes, em 1971. Seu fortalecimento com campanhas de grande porte, na década de 1980, também venceu a poliomielite, em 1989. Mas a robustez e a capilaridade conquistadas pelo programa, que hoje tem quase 40 mil salas de vacina, vieram principalmente com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a redemocratização do Brasil e a Constituição de 1988.

O coordenador do PNI, Éder Gatti, conta que foi o direito universal à saúde estabelecido pelo SUS que levou a vacinação de rotina a todos os brasileiros, permitindo um controle ainda mais amplo de doenças infecciosas.

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Governo anuncia R$ 200 milhões para saúde mental em 2023. Anúncio foi feito na 17ª Conferência Nacional de Saúde

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou nesta segunda-feira (3) duas portarias que instituem a recomposição financeira para os serviços residenciais terapêuticos (SRT) e para os centros de atenção psicossocial (Caps), totalizando mais de R$ 200 milhões para o orçamento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) no restante de 2023. Ao todo, o recurso destinado pela pasta aos estados será de R$414 milhões no período de um ano. 

O anúncio foi feito durante a 17º Conferência Nacional de Saúde, que acontece até a próxima quarta-feira (5) em Brasília. O evento reúne representantes da sociedade civil, entidades e movimentos sociais para debater temas prioritários para o sistema público de saúde, incluindo a saúde mental. O montante anunciado representa um aumento de 27% no orçamento da rede, no intuito de aumentar a assistência à saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS).

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Pesquisa mostra importância de áreas verdes urbanas para a saúde. Cidades com mais verde têm menos internações por males respiratórios

Estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revela que há menos internações hospitalares por doenças respiratórias em municípios com mais áreas verdes. A pesquisa, que envolveu ciência de dados, usou bases de informações públicas como o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria Nacional de Trânsito e o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná.

O objetivo do trabalho era avaliar como a infraestrutura verde urbana (IVU), composta por praças, parques, jardins planejados, fragmentos florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na saúde da população.

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Filas de cirurgias precisam ser monitoradas pelo SUS, diz pesquisadora. Faltam dados: não se sabe quantos esperam hoje pelos procedimentos

Uma informação importante sobre a situação atual das filas de cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde (SUS) é, na verdade, a ausência de um dado: não se sabe quantas pessoas esperam hoje pelos procedimentos em cada canto do país.

A vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Marília Louvison, descreve que o diagnóstico, quando existe, encontra-se apenas em nível municipal, e precisa ser consolidado em nível estadual e federal. Professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), ela defende que o trabalho que o SUS terá pela frente para vencer o represamento de cirurgias passa, primeiro, por dimensioná-lo.

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Foto destacada: acervo da FAU

Laboratório da USP estuda o design para melhoria da saúde pública

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, local de desenvolvimento de pesquisas sobre Design em Saúde

Estudos focam em aprimoramento de dados para gestores, educação aos pacientes e comunicação em procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS)

A trajetória do paciente: como o design pode aperfeiçoar a saúde pública?
Estudos focam em aprimoramento de dados para gestores, educação aos pacientes e comunicação em procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Um caminho não acolhedor da recepção ao consultório, o aparelho de ultrassom de difícil manuseio, cartilhas não informativas sobre saúde e números complicados de casos da covid-19. O que eles têm em comum? Todos passaram por algum grau de planejamento inadequado, ou seja, necessitam de um melhor design.

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HIV/Aids: projeto da Fiocruz Minas investiga o acolhimento no sistema de saúde

Oficinas para conversas, desabafos e trocas de experiências. Cartas para o registro das vivências. É com essas ferramentas que o Grupo de Saúde, Educação e Cidadania (SEC), da Fiocruz Minas, vem trabalhando no projeto Reconectando Vidas, que tem por objetivo principal fortalecer e qualificar o acolhimento a Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA). Para isso, a equipe responsável pelo projeto entende que é fundamental compreender como se dá a trajetória dessas pessoas dentro do sistema de saúde, desde o momento em que buscam o diagnóstico, passando pela fase de adesão ao tratamento e à continuidade dele.

Para alcançar essa compreensão, o grupo de pesquisa criou espaços de escuta qualificada, possibilitando às pessoas que vivem com HIV/Aids relatar como são acolhidas nos serviços de saúde, permitindo aos pesquisadores identificar os pontos fortes e, principalmente, os aspectos que precisam ser aprimorados.  Entre os espaços criados estão um coletivo, materializado em oficinas em que PVHA podem dialogar e falar sobre suas vivências; e um individual, em que elas são convidadas a escreverem uma carta, contando sobre a experiência com o HIV/AIDS, desde o momento em que receberam o diagnóstico da doença.

“Essa possibilidade de participação em diferentes espaços permite aos/às participantes diferentes formas de expressão, o que é extremamente importante em pesquisas com temas que mobilizam tão intimamente a história de vida das pessoas e ainda são tão permeados por estigmas, preconceitos e julgamentos de valores”, destaca a pesquisadora Rose Ferraz Carmo, que integra do SEC, da Fiocruz Minas.

Desde que foi iniciado, há cerca de um ano, o projeto já promoveu duas oficinas, que contou com a participação de cinco pessoas em cada uma delas e tiveram duração de quatro horas. “Nossa previsão era de que cada encontro durasse duas horas, mas os debates foram tão intensos e produtivos, que duraram o dobro do tempo”, afirma Rose.

Além disso, cinco cartas já foram escritas e, em breve, serão lidas pela equipe responsável pelo projeto em uma sessão de leitura conjunta. “As cartas podem ser endereçadas a pessoas, animais de estimação, artistas, profissionais de saúde, familiares, o próprio vírus… A proposta é que, posteriormente, essas correspondências sejam compiladas em uma produção literária em coautoria com os\ as participantes”, explica Rose.

Como desdobramento do projeto, também está em execução um documentário que terá como elemento central a adesão e o seguimento do tratamento. A previsão é que seja lançado ainda este ano. Outro desdobramento, em fase de elaboração, é um projeto voltado para os profissionais de saúde, tendo como objetivo central a qualificação do acolhimento à PVHA.

Para a pesquisadora Zélia Profeta, coordenadora do grupo de Saúde, Educação e Cidadania, o projeto Reconectando Vidas acontece em um momento importante, já que, nos últimos anos, houve uma desarticulação dos movimentos sociais voltados para esse tema e, dessa forma, PVHA perderam espaços para compartilhar suas vivências e refletir sobre as demandas em comum. Perdeu-se também a capacidade de articulação para reivindicar direitos e melhorias na prestação dos serviços. “Assim, ao atuar na mobilização de PVHA, o projeto poderá contribuir também para o avanço das políticas públicas de saúde relacionadas ao HIV/Aids”, afirma a coordenadora. O projeto Reconectando Vidas foi viabilizado, até o momento, com recursos de emendas impositivas, destinada pelo mandato do deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), por meio de chamada pública.