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Dia Mundial do Câncer: vacina do HPV também previne doença em homens

Vírus também pode levar a tumores no pênis, ânus e mais órgão

A relação entre o Papiloma Vírus Humano, ou HPV, e o câncer de colo de útero é a mais difundida, mas o vírus também pode causar outros tipos de câncer em mulheres e homens. No Dia Mundial do Câncer, lembrado nesta terça-feira (4), um levantamento inédito feito pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia mostra que mais de 6 mil pessoas morreram em decorrência de câncer do canal anal, entre 2015 e 2023, no Brasil. A maioria dos casos desse tipo de câncer é uma consequência da infecção pelo HPV.

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‘Aos 17 anos, já tinha feito 4 operações para adequar minha anatomia ao meu sexo’

Candelaria Schamun, de 42 anos, descobriu aos 17 que, ao nascer, se chamava Esteban.

Em uma pasta verde arquivada na escrivaninha de seu pai, a argentina encontrou uma antiga certidão de nascimento que indicava que tinha sido registrada como um bebê do sexo masculino.

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Estudo ressalta importância da discussão sobre sexualidade com adolescentes

Terapeutas ocupacionais no Recife analisam resultado de uma interação com jovens do 8º e 9º do Ensino Fundamental

Em artigo publicado na última edição da Revista Saúde e Sociedade, da Faculdade de Saúde Pública da USP, as pesquisadoras Anna Sena, Rosana Monteiro, Vera Facundes, Maria de Fátima Trajano e Daniela Gontijo apresentam a avaliação de uma pesquisa feita com jovens pernambucanos matriculados no 8º e 9º ano de uma escola pública do Recife.

O estudo sediado pelo Departamento de Terapia Ocupacional da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) teve como objetivo identificar os padrões de gênero e as concepções acerca do sexo entre o adolescente comum brasileiro e, por fim, analisar criticamente estas, para ajudar na adoção de novos hábitos mais saudáveis no âmbito sexual e também social.

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Perfil sexual dos brasileiros revela diferenças entre homens e mulheres

Foram entrevistadas 3 mil pessoas entre 18 e 70 anos em sete regiões metropolitanas

A ciência dá mais um passo no entendimento do comportamento sexual humano. Pesquisa feita no Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostra que embora tenham caído diversos tabus, ainda existem muitas diferenças entre a mulher e o homem brasileiros quando o assunto é sexo.

A pesquisa Mosaico 2.0, coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do IPq, ouviu 3 mil participantes com idade entre 18 e 70 anos, divididos em cinco faixas etárias. Foram entrevistadas pessoas de sete regiões metropolitanas: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal.

Apesar do sexo ter sido considerado essencial para ambos os gêneros, a pesquisa apontou que a expectativa quanto à frequência ideal de relações sexuais divergiu. Para 95,3% dos entrevistados, o sexo é importante ou muito importante para harmonia do casal; desses, 96,2% eram homens e 94,5%, mulheres. Em relação à quantidade, a resposta mais escolhida pelas mulheres foi “três vezes” quando perguntadas sobre o número ideal de relações por semana, enquanto que os homens escolheram a opção “oito vezes”.

Ocorrência de DSTs entre idosos aumentou, de acordo com a pesquisa – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Desconsideradas as expectativas, o desejo de se fazer sexo com mais frequência não coincide com a realidade das pessoas que vivem em capitais metropolitanas. A rotina atribulada, a correria do dia a dia e o cansaço afetam o desejo sexual do brasileiro. Os homens relataram ter relação sexual “três vezes por semana”, enquanto que as mulheres disseram “duas vezes”. Nesse quesito, somente o Rio de Janeiro e Salvador divergiram das outras capitais: a resposta predominante foi “duas vezes”.

Sobre as preocupações que rondam a cabeça das pessoas quando se trata de sexo, encontram-se no topo da lista as “possibilidades de contrair doenças”, opção escolhida pelas mulheres, e o “temor de não satisfazer a parceira”, opção marcada pelos homens. O receio de ser contaminado por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) foi um fator também considerado preocupante para os jovens entre 18 e 25 anos. Segundo Carmita, são eles os que mais se previnem durante as relações sexuais, com índice de 36%.

O prolongamento da vida sexual somado às práticas inseguras têm refletido no aumento de ocorrências das DSTs entre os idosos. Um fator alarmante levantado pela pesquisa foi o baixo uso de preservativos entre os parceiros com mais de 60 anos. Somente 10% desse grupo disse se proteger durante a relação sexual. Carmita Abdo relaciona o mau hábito à tendência de crescimento no número de idosos contaminados pelas DSTs nos últimos anos.

Alguns estudos norte-americanos mostram que os casos de DSTs entre pessoas idosas dobraram na última década. No Brasil, o Ministério da Saúde não tem dados computados sobre o assunto porque a notificação não é obrigatória. Somente a aids que tem registro epidemiológico estimado, e teve o número de casos aumentado em 103% entre os anos de 2000 e 2010.

Campanhas segmentadas

Os dados originados pelo trabalho ficarão disponíveis para fomentar outras pesquisas e subsidiar políticas públicas voltadas à área da saúde. Carmita recomenda que sejam produzidas campanhas direcionadas de incentivo ao uso do preservativo, segmentadas por faixa etária e grupo específico de pessoas. Como elas acontecem hoje, de forma genérica e somente durante o carnaval, não têm eficácia alguma, afirma a médica.

Embora a sexualidade não deva ser atribuída apenas à educação formal, Carmita defende a inclusão do tema no currículo escolar do ensino superior nas áreas pedagógicas e de saúde. Por falta de formação, os profissionais não estão preparados para lidar com as angústias dos pacientes e dos alunos que chegam ao consultório e à sala de aula, respectivamente.

Programa de Estudos em Sexualidade

A pesquisa que traçou o perfil sexual do brasileiro em 2016 é uma atualização do estudo Mosaico Brasil, feito pelo Prosex em 2008, o primeiro e maior levantamento sobre sexualidade realizado em território nacional. A primeira pesquisa trabalhou com questionários impressos, não identificados, entregues aleatoriamente aos participantes. Na atualização, os questionários foram enviados por email, com tecnologias que garantiram o sigilo do usuário no envio das respostas.

Criado em 1993, o Prosex desenvolve várias linhas de pesquisas e presta atendimento assistencial gratuito à população. Coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, a equipe é multidisciplinar, envolvendo psiquiatras, urologistas, ginecologistas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, educadores e pesquisadores da área de saúde.

Mais informações e agendamento de consultas pelo telefone: (11) 2661-6982, com Renata

Erotismo politicamente correto

Com o aumento da longevidade, a velhice está se tornando a fase mais longa da vida. Contada geralmente a partir dos 60 anos de idade – mas não raro a partir dos 50 –, às vezes corresponde a quase metade da existência de uma pessoa.

Atualmente já se pode falar não de uma única velhice, mas de várias, dependendo da faixa etária e das condições sociais e individuais do idoso. Por ser o prolongamento da expectativa de vida um fenômeno recente e veloz, as políticas públicas, as concepções médicas e as de senso comum sobre a velhice se sucedem, se entrelaçam e muitas vezes se confundem.

As variações e contradições dos discursos gerontológicos das últimas décadas são tema da pesquisa Velhice, violência e sexualidade, da professora Guita Grin Debert, do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que conta com apoio da FAPESP.

O trabalho se insere num conjunto de estudos que a pesquisadora vem desenvolvendo ao longo de sua carreira acadêmica, cujas conclusões mais recentes se encontram no campo da sexualidade – ou, mais precisamente, no processo de “erotização da velhice” verificado nas últimas décadas.

O estudo foi feito com base na análise de documentos e pronunciamentos oficiais, de textos publicados na imprensa e da literatura de autoajuda, além de dados etnográficos obtidos em espaços de socialização de pessoas idosas.

O que se percebe, segundo Guita, é uma mudança marcante da década de 1970 para cá. Evoluiu-se de uma concepção em que a velhice é caracterizada como uma fase de “decadência física e perda de papéis sociais”, na qual a vivência sexual praticamente se extingue, para outra em que uma sexualidade ativa e gratificante é pré-requisito para uma vida saudável e feliz.

É quando surge o conceito de “terceira idade” e passa a predominar a ideia de que o sexo “é quase uma obrigação” para os idosos. Trata-se do que a pesquisadora chama, tomando de empréstimo uma expressão criada pela socióloga Maria Filomena Gregori, de “erotismo politicamente correto”. Não por acaso, na discussão sobre a terceira idade, os médicos vão perdendo terreno para os psicólogos.

“A velhice se tornou a idade do lazer e da realização pessoal”, diz Guita. Essa concepção, que não se restringe ao Brasil, acaba influindo diretamente nas definições do que é ser velho e nos parâmetros da “gestão do envelhecimento”. “Não deixa de ser também um novo mercado, porque, entre todos os grupos sociais, o dos velhos é o que tem mais disponibilidade de consumo”, diz a antropóloga.

A derrubada do mito da velhice assexuada se deu em campos múltiplos. Estudos de várias áreas comprovaram que a sexualidade não se esgota com o passar dos anos. É indiscutível o declínio da frequência das relações sexuais, mas emerge, por outro lado, a percepção de que a qualidade dessas relações pode aumentar.

Os encontros podem tornar-se mais livres e afetuosos. Percebe-se que os papéis tradicionais de gênero, nesse sentido, tendem a se inverter: as mulheres passam a ser menos recatadas e os homens, mais afetuosos. Nas sensações também haveria mudanças: o prazer estaria espalhado pelo corpo, ocorrendo um processo de “desgenitalização”.

A sexóloga e psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto de Sexualidade (Pro-Sex) do Hospital das Clínicas da Universidade São Paulo, coordenou em 2008 o Mosaico Brasil, um amplo estudo sobre a sexualidade dos brasileiros.

Os resultados mostraram que a atividade sexual é mantida na velhice, mas não sem percalços. “A chegada da menopausa na mulher, com o fim da produção de hormônios, causa um grande impacto físico e psicológico, em especial num país que cultua tanto a beleza e a jovialidade”, diz Carmita. Entre os homens, a fertilidade se mantém, mas, a partir da quinta década de vida, aumenta a incidência de problemas de saúde que comprometem a potência sexual.

Leia a reportagem completa em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/09/12/erotismo-politicamente-correto/