Tag Archives: Serviços de Saúde

Fiocruz Minas e PBH lançam Protocolo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência

A Fiocruz Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC), lançaram, na tarde dessa segunda-feira (9/12), o Protocolo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência do município. O documento apresenta um compilado dos diversos serviços que compõem a rede de atendimento às mulheres e traz uma série de diretrizes que visa nortear o olhar dos profissionais que atendem a esse público, promovendo uma assistência ainda mais qualificada e cuidadosa.

O protocolo é constituído de três partes. A primeira é mais conceitual e apresenta definições sobre vários termos relacionados ao tema da violência. A segunda explica a metodologia para o desenvolvimento do documento. Já a terceira, a maior, faz uma caracterização de todos os serviços oferecidos às mulheres em situação de violência, aponta as atribuições de cada um deles e, de forma inovadora, chama atenção para os marcadores sociais das diferenças, apresentando casos emblemáticos e fornecendo orientações sobre como atender as especificidades. 

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Ibaneis espera conclusão rápida de investigação sobre saúde no DF. Alvo é o fornecimento de alimentos a pacientes das unidades de saúde

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse nesta quinta-feira (29) que espera que a Polícia Civil e o Ministério Público concluam rapidamente as investigações sobre a suspeita de irregularidades no fornecimento de alimentos a pacientes das unidades de saúde públicas administradas por uma entidade social autônoma, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).

“A polícia está fazendo seu trabalho, o Ministério Público também vai fazer o dele”, disse Ibaneis ao participar da cerimônia de apresentação de 78 novos ônibus que serão integrados à frota do transporte público distrital dentro de alguns dias. “Esperamos que eles possam fazer uma investigação o mais rápido possível e que aqueles que tiverem culpa, se tiverem, sejam punidos”, completou.

Nessa quarta-feira (28), a Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal deflagraram uma operação (Escudero) para aprofundar as investigações em curso desde abril de 2023, acerca das suspeitas de envolvimento de empresários e agentes públicos com irregularidades nos serviços prestados pelo Iges-DF.

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Entenda a diferença dos sintomas de dengue e de covid-19. País atravessa período de aumento de casos das duas doenças

Em meio a uma explosão de casos de dengue e o aumento de infecções por covid-19 no Brasil, sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar passaram a assustar e gerar muitas dúvidas. No atual cenário epidemiológico, é importante saber diferenciar os sinais de cada enfermidade.

Em entrevista à Agência Brasil, o infectologista do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Albert Einstein, Moacyr Silva Junior, lembrou que, embora igualmente causadas por vírus, dengue e covid-19 são transmitidas de maneiras completamente diferentes. Enquanto a infecção por dengue acontece pela picada do mosquito Aedes aegypti, a infecção por covid-19 se dá por via aérea, por contato próximo a uma pessoa doente, como tosse ou espirro.

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Fiocruz lança editais de concurso para 300 vagas

A Fundação Oswaldo Cruz publicou, nesta terça-feira (12/12), os três editais do Concurso Fiocruz 2023. São oferecidas 300 vagas de nível superior, igualmente distribuídas para os cargos de Tecnologista em Saúde Pública, Analista de Gestão em Saúde e Pesquisador em Saúde Pública. Há vagas em todas as unidades da Fundação, no Rio de Janeiro e demais estados. O período de inscrições será de janeiro a março de 2024: das 10h de 22/01 às 23h59 de 5/3/2024. As primeiras provas serão realizadas no fim de abril.

Todas as informações sobre o processo seletivo, distribuição das vagas por perfil e cidades, atribuições dos cargos, pré-requisitos e conteúdo programático para concorrer estão disponíveis nos editais publicados no Diário Oficial da União e podem ser acessados na página Concurso Público Fiocruz 2023. A página tem informações institucionais, sobre os concursos anteriores e sobre os salários dos cargos disponíveis. Também estão acessíveis um guia de perguntas e respostas, além de informações sobre os canais de relacionamento para dúvidas.

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Glossário das normas do SUS está disponível em biblioteca virtual

De A a V, ou melhor, de “abordagem multiprofissional e interdisciplinar” a “vulnerabilidade”, passando por mais de 1,8 mil outros termos, cada um deles cuidadosamente explicado em uma ou mais definições, totalizando mais de 2,3 mil definições, conforme aparecem nas normas do SUS. Assim é o Glossário Lourdes Almeida da Consolidação de Normas do Sistema Único de Saúde, lançado em 30 de abril e disponível na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde.

A ideia do Glossário surgiu durante o projeto SUSLegis, coordenado pelo Programa de Direito Sanitário (Prodisa) da Fiocruz Brasília. Esse projeto reuniu mais de 35 mil dispositivos relacionados à normatização do SUS, como artigos, parágrafos, incisos, alíneas, itens e textos de portarias, e, em 2017, sistematizou todo esse conteúdo em apenas seis Portarias de Consolidação (PRC): a PRC nº 1 sobre a organização e o funcionamento do SUS, bem como sobre os direitos e os deveres de seus usuários; a PRC nº 2 sobre as políticas nacionais de saúde do SUS; a PRC nº 3 sobre as redes do SUS; a PRC nº 4 sobre os sistemas e subsistemas do SUS; a PRC nº 5 sobre as ações e os serviços do SUS; e a PRC nº 6 sobre o financiamento e a transferência de recursos federais para as ações e os serviços de saúde do SUS.

“A Consolidação das Normas do SUS de 2017 permitiu que conhecêssemos a quantidade faraônica de normas do SUS, sendo um primeiro e necessário passo para a simplificação da normatização do SUS, tornando-a acessível a sua destinatária, a sociedade”, afirma na apresentação do Glossário a equipe do SUSLegis2, projeto subsequente responsável pela consolidação das normas das secretarias do Ministério da Saúde e da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

Em paralelo à consolidação das normas do SUS, as equipes do SUSLegis e do SUSLegis2 trabalharam também para que gestores e usuários do SUS pudessem dispor de um glossário dos termos definidos pelas normas do SUS. Este Glossário, ora publicado, torna possível, pela primeira vez, o conhecimento integral de todas essas definições normativas, com a correspondência precisa ao texto publicado no Diário Oficial da União.

A publicação é fruto de um intenso trabalho coletivo, que contou com a imprescindível organização, revisão e dedicação de Lourdes Almeida, já falecida e carinhosamente homenageada no lançamento do Glossário, que leva seu nome. Acesse aqui o Glossário Lourdes Almeida da Consolidação de Normas do Sistema Único de Saúde.

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Faculdade de Saúde Pública oferece 20 cursos de verão em 2017

A Comissão de Cultura e Extensão Universitária da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP oferece 20 cursos que fazem parte do 24º Programa de Verão da Unidade.

Esses cursos de extensão universitária são voltados aos graduandos, formados e pesquisadores da área de saúde em geral, como forma de contribuir para a atualização e o desenvolvimento dos profissionais.

As atividades serão realizadas no período de 6 a 17 de fevereiro de 2017. Os temas são variados, abordando estudos epidemiológicos, envelhecimento, cuidado em Redes de Atenção, serviços de saúde, inovação em saúde materno-infantil, segurança do paciente, etc. Alguns cursos são ministrados simultaneamente, com cargas horárias desde 14h até 40h. Ao todo são 806 vagas distribuídas pelos 20 cursos.

Há cursos com investimento de R$ 85,00 a R$ 500,00. Mas a comunidade USP (professores, alunos e funcionários) e a externa poderão participar do sorteio para isenção realizando inscrição de 29 até 31 de agosto. O resultado do sorteio será divulgado no dia 3 de setembro. Após este período, as inscrições pagas estarão abertas de 5 de setembro a 28 de outubro.

Acesse a página do 24º Programa de Verão para conferir a relação dos cursos oferecidos, a política de isenções e como realizar a inscrição.

Os cursos acontecerão na Faculdade de Saúde Pública, localizada na Av. Dr. Arnaldo, 715 – Cerqueira César, São Paulo (próximo à estação Clínicas do metrô).

Mais informações pelos telefones (11) 3061-7979 / 7787, ou por e-mail: cveraoinsc@fsp.usp.br.

Campanha busca garantir saúde para população de rua

Objetivo é assegurar o acesso das pessoas que vivem na rua aos serviços de saúde, combatendo o preconceito na sociedade e entre os profissionais

Para vencer o preconceito da sociedade e dos profissionais de saúde e conscientizar a população em situação de rua dos seus direitos, foi lançada nesta quarta-feira (19) a campanha Políticas de Equidade. Para Tratar Bem de Todos. Saúde da População em Situação de Rua. O lançamento foi feito pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, no dia que marca os 10 anos do assassinato de sete pessoas que dormiam na Praça da Sé, em São Paulo, numa ação violenta que deixou outros oito feridos.

“Também é assassinato quando temos o acesso à saúde negado. Para algumas pessoas, essa pode ser mais uma campanha, mas para a gente é a diferença entre a vida e a morte. Esta campanha é um divisor de águas e a dívida do estado conosco começa a diminuir”, declarou coordenadora Nacional Movimento População em Situação de Rua, Maria Lúcia Pereira dos Santos.

Atualmente, existem no País 50 mil adultos e 24 mil crianças e adolescentes vivendo na rua. Eles foram levados a essa situação pelo alcoolismo, drogas, desemprego e conflitos familiares. Os dados são da Pesquisa Nacional Sobre a População em Situação de Rua (2008), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A pesquisa revelou também que 18,4% dos entrevistados já foram impedidos de receber atendimento na rede de saúde.

Para Arthur Chioro , é preciso vencer o preconceito e disseminar na sociedade de que é um direito de todos e, entre os profissionais de saúde, a necessidade de tratar com dignidade a todos. “É uma luta por direitos, não só direito à saúde. Como vimos na campanha, somos diferentes, não podemos ser desiguais. É um direito da população de rua, é uma obrigação e um dever do estado”, lembrou Chioro.

A campanha foi desenvolvida em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A secretária nacional de Assistência Social do MDS, Ieda de Castro, destacou o fato da Saúde ter sido escolhida para abrir este caminho para a inclusão dessas pessoas e que se soma ao trabalho desenvolvido pelo MDS. “Quebrar estigmas, preconceitos, reconhecer as diversidades e trabalhar para a cultura da paz. É uma tarefa grandiosa, mas é de todos nós”, disse.

Campanha

Serão distribuídos 100 mil cartazes para unidades de saúde de municípios com população em situação de rua e para os serviços de assistência social e direitos humanos que atendem a essa população. O objetivo é valorizar a saúde como um direito e ressaltar que as pessoas em situação de rua têm direito de ser atendidas nos serviços de saúde, independentemente das roupas, das condições de higiene, do uso de álcool e drogas ou da falta de documentação e comprovante de endereço.

A campanha contará, ainda, com materiais informativos, como 60 mil folders que serão distribuídos para profissionais de saúde e movimentos sociais. Também serão veiculadas nas redes sociais mensagens de sensibilização e informações sobre as necessidades de saúde e os direitos da população em situação de rua. Para se aproximar da população, as pessoas que ilustram as peças publicitárias (David, Thiago e Mary) estão realmente em situação de rua.

“Esta não é uma ação isolada, uma campanha fortuita. É a consolidação de um compromisso histórico. Nós não temos só a campanha, mas um conjunto de políticas desenvolvidas para poder cuidar da população de rua”, garantiu o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Consultório na Rua e outras ações

Entre as ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para essa população, o ministro Arthur Chioro destacou o Consultório na Rua. Criado em 2011, é uma modalidade de equipes de atenção básica que realizam busca ativa e qualificada de pessoas que vivem nas ruas. Atualmente, há 144 equipes de Consultórios na Rua, localizadas em 83 municípios, um crescimento de 80% em relação a 2012, quando havia 80 equipes.

O ministro lembrou que o Consultório na Rua tem que ser visto como mais um meio de atendimento da população e não o único. Eles devem ser atendidos em todos os servidos, nas Unidades Básicas de Saúde, nas Unidades de Pronto Atendimento, pelo Samu, pelos hospitais de emergência e pelas Santas Casas.

As equipes do Consultório na Rua são formadas por, no mínimo, quatro profissionais e podem ser compostas por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, médicos, agentes sociais, técnicos ou auxiliares de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional/professor de educação física ou profissional com formação em arte e educação.

As principais causas de internação das pessoas em situação de rua atendidas pelas equipes do programa têm relação com o uso de substâncias psicoativas (álcool, crack e outras drogas), problemas respiratórios e causas externas (acidentes e violência). As equipes de Consultórios na Rua podem também dar início ao pré-natal e vincular a gestante a uma UBS para que faça os exames e procedimentos necessários.

Outra ação importante foi a aprovação, em 2013, de um plano operativo que orienta os governos federal, estadual e municipal na implantação de estratégias e ações voltadas a essa população, como a criação de comitês técnicos e consultivos com a participação de representantes do movimento social e ações de promoção e vigilância em saúde. Além disso, em 2011, foi aprovada a Portaria nº 940, que dispensa a obrigatoriedade de apresentação de endereço de domicílio para aquisição do cartão SUS por pessoas vivendo nas ruas.

Fonte:

Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde.

Maus-tratos nos partos ainda acontecem ao redor do mundo

Estamos no ano de 2015, e as mulheres ainda relatam maus-tratos vividos em instituições de saúde na hora do parto. A maior porcentagem dos casos acontece em países pobres ou em desenvolvimento, mas mesmo nos ricos, como na América do Norte e na Europa, foram observados problemas com o preconceito e discriminação e pouco cuidado com o corpo feminino nessa hora tão delicada.

Apesar dessa realidade em que cada vez mais se reconhece o tratamento negligente, abusivo e desrespeitoso da mulher durante o parto nos serviços de saúde, até hoje não existe um consenso global quanto à forma como essas ocorrências devam ser medidas.

A obtenção de uma lista desses maus-tratos foi uma das primeiras respostas dadas por uma equipe multinacional de pesquisadores que analisaram 65 estudos científicos sobre o tema realizados em 34 países e envolvendo cerca de duas mil mulheres.

Os resultados foram publicados no final de junho na revista PLOS Medicine, dos Estados Unidos. Segundo os cientistas brasileiros, integrantes da equipe, essa foi a maior revisão da literatura já realizada sobre os desrespeitos, abusos e maus-tratos que as mulheres sofrem durante à assistência ao parto que, aqui no Brasil, é conhecido como ‘violência obstétrica’. O trabalho brasileiro foi coordenado pelo professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, João Paulo Souza, com a cooperação de Fernando Saraiva Coneglian e Alex Luiz Araújo Diniz, alunos da FMRP.

O estudo, segundo os especialistas, configurou os tipos de problemas de saúde pública enfrentados pelas mulheres em sete categorias: abuso físico, abuso sexual, preconceito e discriminação, não cumprimento dos padrões profissionais de cuidado, mau relacionamento entre as mulheres e os prestadores de serviços e condições ruins do próprio sistema de saúde. Com esse levantamento, os estudiosos da área esperam oferecer ajuda para mais estudos e para o desenvolvimento de maneiras de medir, informar e evitar os abusos.

O mundo ainda hoje convive com altas taxas de mortalidade materna; ao ano, são cerca de 300 mil mortes por complicações no parto em países de baixa ou média renda per capita. Isso, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter preconizado para 2015 uma diminuição de 75% dessas mortes, o que equivaleria a 95 para cada 100 mil partos.

Essas metas internacionais são afetadas também pelos maus-tratos em hospitais que recebem as parturientes. Os especialistas acreditam que muitas delas ficam longe dos serviços de saúde e acabam sofrendo problemas que podem levar à morte por não terem aporte profissional, como hemorragia, infecção e pressão arterial elevada. Os médicos asseguram que, para salvar a vida da mulher, o cuidado deve ser rápido e profissional.

Confira o artigo na PLOS Medicine na íntegra e a tradução, publicada na RESC – Revista Saúde na Comunidade, editada pelo Departamento de Medicina Social da FMRP.

Foto: Wikimedia Commons

Mais informações: (16) 3602.2536

Estudo investiga situação da saúde do paulistano

Conhecer a situação da saúde da população da cidade de São Paulo, sob os mais diversos aspectos é o objetivo da terceira edição da pesquisa Inquérito Domiciliar de Saúde no Município de São Paulo (ISA Capital – 2014), iniciada em agosto de 2014 e que vem sendo realizada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em parceria com a Prefeitura do Município de São Paulo e com o Sistema Único de Saíde (SUS). Ao todo, serão realizadas 4.250 entrevistas domiciliares por meio de questionários realizados por uma equipe de 32 profissionais.

É importante que as famílias sorteadas recebam os pesquisadores. Eles chegam às residências devidamente identificados com crachá da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), com as logomarcas da Prefeitura, do SUS e da Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEInfo) e carregam consigo um tablet. Por medida de segurança, a identidade do pesquisador pode ser confirmada por meio do site da prefeitura ou da USP, ou ainda pelo telefone  (11) 3397-2239.

A pesquisa insere-se em um elenco de estudos que vêm sendo realizados no estado de São Paulo por um grupo de pesquisadores das universidades públicas estaduais, USP e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo. Inclui inquéritos de saúde realizados no município de São Paulo em 2003 (ISA-Capital 2003) e em 2008 (ISA-Capital 2008), financiados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, CNPq e FINEP, além de um estudo multicêntrico realizado em 2002 (ISA-SP 2002) financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Mudanças
Os dados a serem coletados permitirão comparações com os resultados dos demais inquéritos bem como avaliar as mudanças ocorridas na cidade de São Paulo nos últimos dez anos. Todos os inquéritos incluíram informações sobre comportamentos relacionados à saúde, estado de saúde e uso de serviços de saúde, além de informações solicitadas pelos gestores e de importância para as políticas públicas e para a gestão de serviços de saúde. O inquérito que está sendo realizado conta também com financiamento da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

Estas pesquisas representam uma importante interface entre a academia e os serviços de saúde, e os bancos de dados existentes vêm permitindo uma expressiva produção acadêmica na forma de monografias, dissertações, teses, trabalhos apresentados em eventos científicos e artigos em periódicos, além de servirem para que o poder público e os sistemas de saúde aperfeiçoam o atendimento à população na área de saúde.

O coordenador da pesquisa é o professor  Chester Luiz Galvão Cesar, da FSP. Participam também do estudo  Regina Mara Fisberg, da FSP, Moisés Goldbaum, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Marilisa Berti de Azevedo Barros, da Unicamp,  Maria Cecília Goi Porto Alves, do Instituto de Saúde, além de diversos pesquisadores associados, inclusive alunos de pós-graduação. Veja aqui mais informações sobre o Projeto.

Foto: Edson Hatakeyama / PMSP

(com informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo)

Pesquisa analisa Unidades de Pronto Atendimento no Rio de Janeiro

O estudo sobre as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) no estado do Rio de Janeiro (RJ) pautou a última sessão científica do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde (Daps/Ensp), realizada no dia 5 de novembro. O trabalho, coordenado por Luciana Dias de Lima e conduzido por pesquisadores e alunos do grupo Estado, Proteção Social e Políticas de Saúde da ENSP, teve como objetivo analisar a formulação e implementação da política relacionada às UPA, no período de 2007 a 2013, além de avaliar a organização e funcionamento das unidades, levando em consideração sua relação com outros serviços da rede de atenção às urgências no estado. De acordo com o estudo, a inexistência de vagas em hospitais foi considerada, para 95% dos entrevistados, como o motivo principal para a permanência dos pacientes por mais de 24 horas nas Unidades.

O estudo se apoiou em contribuições das Ciências Sociais para a análise de políticas públicas, valorizando fatores histórico-estruturais, político-institucionais e conjunturais como condicionantes da implantação e funcionamento das Unidades. Procurou-se identificar o contexto de formulação da proposta, os fatores que motivaram a entrada e a permanência das UPA na agenda estadual, os atores, as estratégias e as reconfigurações da política durante sua implementação. A avaliação da organização e funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento, conforme explicou Luciana, considerou as seguintes dimensões: modelo de gestão, gestão do trabalho (forma de seleção e contratação, tipo de vínculo, carga horária, remuneração), perfil dos profissionais (sexo, idade, perfil e tempo de formação, experiência prévia em urgências, entre outros), oferta de serviços e assistência prestada e coordenação do cuidado.

Foram selecionadas 19 Unidades de Pronto Atendimento, segundo amostra aleatória a partir do universo de 42 que estavam cadastradas junto ao Ministério da Saúde e apresentavam mais de um ano de funcionamento em 2012, quando se iniciou a pesquisa. O estudo envolveu análise de documentos e dados secundários, a realização de 42 entrevistas semiestruturadas com gestores estaduais e municipais em dez municípios, visitas às 19 UPA selecionadas por amostragem, com preenchimento de diário de campo e aplicação in loco de 76 questionários estruturados junto aos coordenadores, médicos e enfermeiros.

Segundo a pesquisadora, o estado do Rio de Janeiro foi pioneiro na instalação das UPA no país e, no início de 2013, reunia o maior número dessas unidades, com  61 estabelecimentos, localizados principalmente na capital (31) e no seu entorno metropolitano (13). As Unidades ocuparam papel de destaque na política estadual por diversos fatores, entre eles problemas relacionados às limitações de acesso aos serviços de saúde, à superlotação das emergências hospitalares e às dificuldades históricas de integração de serviços ligados a distintas esferas de governo. A coalizão político-governamental envolvendo as esferas federal e estadual, bem como os conflitos com a capital, também favoreceram a adoção da proposta a partir de 2007. “De 2007 a 2013, as UPA se expandiram em um

ritmo intenso, sendo a trajetória de implementação da política marcada por influências recíprocas e interdependência entre as diferentes esferas de governo.”, comentou Luciana.

A maior parte dos estabelecimentos investigados estava sob administração direta estadual ou municipal (63,2%), sendo que 36,8% encontravam-se sob gestão de diferentes Organizações Sociais (OS), principalmente as UPA ligadas ao município do Rio. Entretanto, parte significativa das Unidades sob administração direta do estado estava em processo de transição da gestão para OS. Entre os principais resultados observados na pesquisa destacam-se as dificuldades de acesso aos leitos hospitalares. A necessidade de permanência por mais de 24 horas nas UPA, de acordo com a professora, é frequente e se deve principalmente à falta de leitos. Como ressaltou Luciana, “a inexistência de vagas em hospitais foi considerada para 95% dos entrevistados como o motivo principal para a permanência dos pacientes por mais de 24 horas nas UPA.”

A predominância de médicos jovens (com até 30 anos) e com pouco tempo de formado (até 2 anos) também foi significativa (respectivamente, 47,4% e 34,2% dos médicos entrevistados).  O estudo mostrou ainda a predominância de atendimento de casos de baixo risco e as fragilidades de articulação dos serviços com unidades de atenção básica para acompanhamento dos pacientes atendidos.