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Entenda o que é o vírus respiratório responsável por surto na China

hMPV causa infecção do trato respiratório superior, o resfriado comum

Detectado pela primeira vez na Holanda, em 2001, o metapneumovírus humano (hMPV, na sigla em inglês) é o responsável por um surto recente de infecções respiratórias registrado na China ao longo das últimas semanas. Trata-se de um dos diversos vírus que causam infecção do trato respiratório superior, conhecida popularmente como resfriado comum. Na maioria das vezes, o hMPV deixa os pacientes levemente doentes, mas, em alguns casos, sobretudo entre crianças e idosos, o quadro pode ser bastante severo.

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IFF/Fiocruz lança cartilhas sobre desenvolvimento infantil

A Área de Atenção Clínica ao Recém-Nascido do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), em parceria com as responsabilidades técnicas de fonoaudiologia e terapia ocupacional, lança duas cartilhas com foco no desenvolvimento e comportamento do lactente e infantil. Os informativos apresentam orientações de profissionais do Ambulatório de Follow-Up, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia do Instituto com dicas de interações e brincadeiras indicadas para cada faixa etária.

Na cartilha O bebê nasceu, e agora? Vamos brincar!, as profissionais informam que o desenvolvimento dos sentidos se inicia dentro do útero e continuam após o nascimento. É brincando que o bebê e a criança adquirem habilidades motoras, cognitivas, sociais e emocionais. Os estímulos oferecidos, ou até mesmo a falta de estimulação, influenciam diretamente na aquisição dessas habilidades.

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Apojadura: mães aprendem a lidar com a descida do leite

Quem vê a mulher amamentando tranquilamente seu bebê não imagina que oferecer o seio ao filho pode causar certos desconfortos, que geram dor e ansiedade. A apojadura, que é o preparo da mama para o início da produção do leite, é um desses desconfortos e nem sempre é fácil. Ela geralmente acontece até cinco dias após o parto. “Neste período, as mamas ficam maiores e bem cheias e algumas vezes quentes. É normal haver um pequeno fluxo de leite, começando a descer em forma de gotinhas, que é suficiente para o bebê ficar satisfeito”, esclarece Maíra Domingues Bernardes Silva, enfermeira pediátrica do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

Esse primeiro leite que sai, pós apojadura, é chamado de colostro e tem o papel principal de proteção do recém-nascido, pois contêm vários anticorpos, sendo conhecido como a primeira vacina. Essas características permanecem até o 7º dia pós-parto. “Já no quarto, a equipe de saúde pode ajudar a mãe a interpretar os sinais de fome do bebê (colocar as mãos na boca, abrir a boca em busca da mama, fazer movimentos de sucção e o choro), e se ele mostrar interesse em mamar, a equipe de saúde deve auxiliar a mãe a adotar uma posição confortável, para que o bebê possa fazer uma pega eficaz. São nessas primeiras 24-48 horas que a mãe pode ter algumas dificuldades em colocar o bebê para mamar, por isso é importante a ajuda da equipe de saúde nesse momento”, completou Maíra Domingues.

Maíra enfatiza que é bastante comum confundir a apojadura com outros problemas que podem ocorrer nos seios da mãe, como o ingurgitamento mamário, que surge quando a pega do bebê está errada e ele não consegue sugar todo o leite. Esta retenção de leite na mama gera o que conhecemos como leite “empedrado”. “É importante frisar que quanto mais o bebê sugar, maior o estímulo na produção e mais rápida e com maior volume será a descida do leite. Por isso, é indicado não levar para a maternidade chupetas, mamadeiras e/ou bicos de silicone, pois todos esses acessórios podem prejudicar o início, o sucesso e a duração da amamentação”, alerta Maíra Domingues.

“Caso as mamas estejam muito cheias, a mãe pode realizar massagens com a mão espalmada em movimentos circulares, ao redor do mamilo (na aréola), realizando em seguida uma pequena ordenha da aréola para que esta fique bem macia, o que facilita a pega para o bebê”, aconselhou a profissional. Vale destacar que esta massagem tem objetivo de deixar apenas a aréola mais macia para que o bebê possa abocanhar melhor, diferente do objetivo da massagem durante um ingurgitamento mamário.

Em caso de dúvidas, procure os profissionais de saúde no Banco de Leite Humano mais próximo de sua casa ou entre em contato com o SOS Amamentação pelo telefone 0800-026-8877.

Malformação neurológica: estimulação precoce em crianças é fundamental

Os casos de malformação neurológica aumentaram no Brasil por conta do surto do vírus zika. Diante desse cenário, assim que nascem, essas crianças iniciam uma rotina de exames para determinar que tipo de malformação elas têm, qual o nível de comprometimento do cérebro, da visão, da audição, entre outros. Além disso, os bebês diagnosticados ou com suspeita de microcefalia são submetidos desde os primeiros meses de vida a intervenções de várias áreas, como fisioterapia, fonoaudiologia, otorrinolaringologia e oftalmologia. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dessas crianças, especialistas avaliam que a estimulação precoce na janela de até três anos de idade é importante para reduzir o nível de comprometimento causado pela malformação.

“Estimulação precoce é um termo que abrange uma variedade de estímulos para auxiliar o desenvolvimento motor e cognitivo de lactentes e crianças e pode ser definido como um programa de acompanhamento e tratamento multiprofissional para recém-nascidos de risco ou com alguma deficiência. A maior parte dos programas de estimulação precoce objetiva o atendimento de crianças de zero a três anos de idade, envolvendo tipicamente terapias tradicionais como fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia”, explicou a coordenadora técnica da Fisioterapia Motora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Carla Trevisan.

Para a fisioterapeuta, a criança com disfunção neurológica apresenta restrições de impacto inicialmente desconhecidas, tanto musculoesqueléticas quanto neurais, para aquisição das habilidades motoras. “Desta forma, o início precoce de um plano de tratamento é fundamental, visto que as interações com o meio ambiente e as interações entre os segmentos corporais afetam o desenvolvimento. A estimulação precoce tem o objetivo de estimular e facilitar posturas e movimentos que favoreçam a aquisição sensório-motora, potencializando o desenvolvimento neuropsicomotor”, esclareceu.

A pediatra e pesquisadora do IFF, Maria Elisabeth Moreira, ratifica a importância do estímulo precoce nessas crianças, afim de minimizar os problemas, melhorando a qualidade de vida e garantindo o desenvolvimento neurológico delas. “Temos uma janela de oportunidade para fazer alguma coisa por essas crianças, durante o primeiro ano de vida, que é quando o cérebro ainda está em desenvolvimento, é neste momento, que uma área afetada pode ser substituída pelo crescimento de uma área normal por conta na neuroplasticidade”, afirmou Maria Elisabeth.

É importante frisar que os programas de estimulação precoce podem ser benéficos para qualquer recém-nascido de risco que apresente condições ou agravos de saúde que interfiram no seu desenvolvimento neuropsicomotor, como a prematuridade, a paralisia cerebral, doenças congênitas, entre outras. “Para lactentes e crianças com microcefalia, a estimulação precoce deve ser iniciada logo após a constatação da mesma, buscando otimizar o desenvolvimento e prevenir ou minimizar sequelas e deformidades”, disse Carla Trevisan.

No início de 2016, o governo federal divulgou uma cartilha com orientações de atendimento especial a crianças de zero a três anos com microcefalia causada pelo vírus zika. O documento tem orientações sobre desenvolvimento neuropsicomotor da criança, como a avaliação do desenvolvimento auditivo, visual, motor, cognitivo e da linguagem, a estimulação precoce e enfatiza a importância da participação da família na estimulação precoce. “A família tem papel primordial neste processo, uma vez que a estimulação deve ser continuada em casa. Desta forma, sempre sugerimos que os pais ou responsáveis devam assistir as sessões de atendimento para receberem orientações sobre posturas e estímulos que devem ser realizados em casa. É importante lembrar que as orientações devem ser individualizadas e fornecidas pelo profissional especializado que está atendendo esta criança, a partir das necessidades da mesma”, esclareceu a fisioterapeuta.

De acordo com a publicação, diversas técnicas fisioterapêuticas podem ser usadas para a estimulação precoce, sendo o tratamento neuroevolutivo o mais utilizado no meio terapêutico. “O objetivo é direcionar a facilitação das atividades motoras apropriada para cada criança, baseado na idade cronológica, através de manuseios e facilitações de postura e movimento. Esta abordagem tem por objetivo final a potencialização das atividades funcionais da criança, de maneira que, apesar de algum eventual dano ao sistema nervoso, a criança possa desenvolver suas habilidades e competências funcionais no máximo de suas possibilidades”, finalizou Carla Trevisan.

Conheça a Cartilha Diretrizes de Estimulação Precoce – Crianças de zero a 3 anos com Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor Decorrente de Microcefalia.

Bebê nascido com zika teve vírus detectado até os dois meses de vida

O caso acompanhado por pesquisadores da USP e da Santa Casa de São Paulo é publicado pela revista “New England Journal of Medicine” 

Médicos da Santa Casa de Misericórdia e pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP acompanharam o caso de um bebê que nasceu com o vírus zika em janeiro de 2016 e permaneceu infectado por ele até dois meses e uma semana de vida. Esse é o primeiro caso reportado de infecção prolongada por zika em recém-nascido. O bebê nasceu com 3 kg de peso, 48 cm de comprimento e perímetro da cabeça de 32,5 cm, pouco menor que os 33 cm recomendados pela OMS. A princípio, os médicos não detectaram sinais de qualquer anormalidade neurológica: a análise do fluido cerebroespinhal e os exames de olhos e ouvidos mostraram resultados normais. Já imagens obtidas por ressonância magnética mostraram o cérebro do bebê menor do que o esperado, com alguns focos de calcificação e dilatação anormal. Esses resultados e o fato de os sintomas de zika na mãe terem aparecido no sétimo mês de gravidez – quando se supõe que os danos ao feto sejam menores do que quando a infecção ocorre no início da gestação –, levaram a um diagnóstico de microcefalia leve.

A análise do fluido cerebroespinhal demonstrou resultados normais, mas ressonância magnética identificou microcefalia – Imagem: Blausen.com/Wikiversity Journal of Medicine

Aos 54 dias de vida, o bebê ainda não evidenciava o comprometimento neurológico. No entanto, aos seis meses, os médicos reportam atraso no desenvolvimento psicomotor, com hipertonia muscular (aumento anormal do tônus e redução da capacidade de estiramento muscular) e hemiplegia espástica (paralisia cerebral) – um quadro mais grave.

O pai do bebê viajou ao Nordeste do Brasil e apresentou sintomas de zika antes de sua mulher, o que deixa aberta a possibilidade de transmissão por via sexual. Exames sorológicos mostraram em ambos anticorpos para o vírus, o que atesta neles a infecção por zika.

O artigo Prolongued Shedding of Zika Virus Associated with congenital infection foi publicado na New England Journal of Medicine (NEJM.org), tendo como autores: Danielle B. L. Oliveira (USP) , Flávia J. Almeida (Santa Casa de São Paulo), Edison L. Durigon (USP) e outros.

Do Núcleo de Divulgação Científica da USP

Estudo liga amamentação a QI, salário e escolaridade mais altos

Um estudo científico identificou uma possível ligação entre a amamentação e a inteligência.A pesquisa foi realizada no Brasil e acompanhou o crescimento de 3.500 bebês. Ela constatou que aqueles que foram amamentados por mais tempo tiveram desempenhos melhores em testes de QI na idade adulta.

Especialistas disseram que os resultados, apesar de não conclusivos, podem dar suporte à atual recomendação de que bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno por pelo menos seis meses.

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Lançada campanha para incentivar doação de leite materno

O ministro da saúde, Arthur Chioro, lançou nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro, a campanha nacional de doação de leite humano 2014. Com o slogan “Quando você doa leite materno, doa vida para o bebê e força para a mãe”, a campanha deste ano tem como meta aumentar em 15% o volume de leite coletado no Brasil, ampliando o número de bebês beneficiados. Em 2013, o total coletado foi de 174.493 litros.

No último ano, houve redução no número de mulheres que doaram seu leite. Em 2013, foram 159.592 voluntárias contra 179.113 no ano anterior. Durante a solenidade desta quinta-feira, o ministro ressaltou que a expectativa do governo e das instituições empenhadas nesta campanha é aumentar o número de mães doadoras. Segundo ele, embora tenha ocorrido um crescimento nos últimos anos de 27% no número de doadoras, de 2012 para 2013, foi registrado redução no número de voluntárias. “Faço um apelo às mulheres que passam pela experiência da maternidade e produzam leite, que procurarem um dos postos de coleta. Esta voluntária está fazendo um gesto de amor e solidariedade em benefício a outras mães que, infelizmente, não conseguem amamentar”, afirmou o Chioro.

O ministro ressaltou as vantagens do leite materno, não apenas para a redução da mortalidade infantil, como também na qualidade de vida e na defesa das crianças contra uma série de doenças. Apesar da queda no número de doadoras, o volume de leite doado por cada mãe vem crescendo. Tanto que, entre 2010 e 2013, houve um aumento de 12% no total de recém-nascidos atendidos, chegando a 177.450.

Os bancos de leite figuram entre as principais iniciativas do Ministério da Saúde para a redução da mortalidade infantil, inseridos na estratégia da Rede Cegonha. Cada litro de leite pode atender até 10 recém-nascidos internados por alimentação, dependendo da necessidade. Toda mulher que amamenta pode doar leite materno para atender a demanda de bebês prematuros e de baixo peso.

Para fazer a doação, as mães lactantes podem solicitar orientação diretamente ao Banco de Leite Humano mais próximo da sua residência. A equipe vai até a casa da doadora, fornece todas as instruções e leva os frascos adequados para o armazenamento. Guardando o leite em casa, de acordo com a própria disponibilidade e no máximo até 10 dias após a coleta, basta a doadora solicitar a retirada do leite em sua casa. Qualquer quantidade é importante para a vida dos bebês, já que 1 ml de leite é suficiente para impactar na vida do recém-nascido.

Referência – O modelo do Banco de Leite Humano brasileiro é referência internacional. Desde 2005, o Brasil exporta as técnicas de baixo custo para implantar bancos de leite humano em 23 países na América Latina, Caribe hispânico, Península Ibérica e África. Na América do Sul, três países – Uruguai, Venezuela e Equador – receberam as primeiras tecnologias transferidas.

Logo depois, foram instalados em Portugal e na Espanha os primeiros bancos no modelo brasileiro. O primeiro país africano a adotar o sistema foi Cabo Verde. Missões da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano/Fiocruz estiveram em Moçambique e Angola em 2010 e 2011, onde já existem projetos em fase de implantação.

Para a rede brasileira, o Ministério da Saúde destinou, desde 2011, mais de R$ 7 milhões ao custeio, reforma e construção dos bancos de leite. Neste ano, está previsto R$ 894 mil na capacitação de profissionais para atuação em Banco de Leite Humano, promoção do aleitamento materno e desenvolvimento do sistema de informações integradas.

Madrinhas – A campanha deste ano conta com duas madrinhas, uma mãe doadora e outra receptora. A campanha enfatiza que o leite doado serve para salvar a vida de recém-nascidos prematuros e internados que não podem ser amamentados pela própria mãe. Com o leite humano, o bebê fica protegido de infecções e diarreias, cresce com mais saúde, ganha peso mais rápido e fica menos tempo internado.

As madrinhas da campanha são Andréa Santa Rosa, casada com ator Márcio Garcia, e Rany Souza. Com quatro filhos, Andréa é doadora de leite materno, mas precisou da doação quando o último filho, João, nasceu prematuro. Rany Souza é receptora, mãe de Isabela, que também nasceu prematura e esteve internada na UTI neonatal do IFF/RJ na semana em que a campanha foi produzida e já obteve alta.

“Como nutricionista, sei muito bem a importância do aleitamento materno. Ele é único e exclusivo, não precisar dar água, chá e tem todos os nutrientes fundamentais para a criança, além de ser um alimento de fácil digestão”, enfatizou a madrinha Andrea Santa Rosa, na solenidade desta quinta-feira. Durante a mobilização, que será realizada até o dia 18 de maio de 2015, o Ministério da Saúde irá distribuir um milhão de folders e 40 mil cartazes com as mensagens de incentivo à doação.

Prêmio – No evento, foi anunciado o Prêmio Jovem Pesquisador da Rede BLH que tem como objetivo incentivar estudantes universitários ou graduados, com até 10 anos de formação, para o envio de trabalhos que poderão contribuir no fortalecimento das ações.Foram entregues, ainda, certificados para profissionais colombianos e brasileiros formados no Curso EAD de Processamento e Controle de Qualidade do Leite Humano Ordenhado. A ação integrada do Ministério da Saúde e da Fiocruz com a Agência Brasileira de Cooperação possibilitou que a RedeBLH estabelecesse uma cooperação com os 23 países nas regiões da América Latina, Caribe, Península Ibérica e África. O objetivo do curso é formar multiplicadores para viabilizar a transferência da tecnologia dos bancos do Brasil a outros países.

O governo federal lançou, em 2011, a estratégia Rede Cegonha, que tem como uma das principais metas incentivar o parto normal humanizado e intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças. Atualmente, a Rede Cegonha está presente em mais de cinco mil municípios de todos os estados do país, e atende a 2,6 milhões de gestantes. Desde o lançamento da Rede, já foram investidos mais de R$ 3,3 bilhões.

O Brasil reduziu em 77% a taxa de mortalidade na infância (menores de cinco anos), de acordo com o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No período de 1990 a 2012, o número de óbitos passou de 62 a cada mil nascidos vivos para 14 mortes, nesta faixa etária. Com isso, o Brasil alcançou o índice de redução definido pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM 4), em relação à mortalidade na infância, três anos antes do prazo estabelecido.

Premature Baby in Incubator

Mãe e pai poderão acompanhar seus bebês por 24h no hospital

Portaria assinada pelo ministro Arthur Chioro nesta quinta-feira (22) garante acesso livre dentro dos hospitais aos pais de recém-nascidos, inclusive à UTI Neonatal

Mães e pais poderão permanecer perto de seus bebês 24h por dia durante todo o período que a criança estiver na maternidade. Portaria assinada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro, garante que todos os recém-nascidos possam ter acompanhantes em qualquer área do hospital, inclusive na UTI Neonatal.

Até então, a legislação brasileira previa acesso livre aos pais ou responsáveis nas maternidades, mas sem estabelecer que a circulação deles pudesse ser em qualquer horário. “Essa portaria garante o cuidado e o acompanhamento na UTI da mãe, do pai ou do responsável por 24h. Isso é fundamental e acaba com a história que UTI Neonatal não pode ter acompanhante. Estamos garantindo o acesso dos pais em toda a rede pública de saúde”, destacou o ministro Arthur Chioro, durante o lançamento da campanha de incentivo à doação de leite materno na capital fluminense.

Pela portaria, garantir a presença dos pais da criança nos locais onde o bebê estiver nas maternidades passa a ser requisito para que uma unidade receba a classificação Hospital Amigo da Criança, projeto realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com Unicef que garante incentivos às unidades que mantém assistência humanizada e qualificada às mães e aos bebês. Atualmente, 321 hospitais possuem esse título.

A nova portaria da Iniciativa Hospital Amigo da Criança também traz a assistência  do cuidado amigo da mulher , que visa estimular as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento, na forma da recomendação da Organização Mundial da Saúde bem como está previsto pela Rede Cegonha, Programa do Ministério da Saúde voltada a qualificação do atendimento de mães e bebês no Sistema Único de Saúde (SUS).

INVESTIMENTOS – O Ministério da Saúde também está ampliando os incentivos destinados aos Hospitais Amigos da Criança. A portaria estabelece aumento de 17% dos recursos repassados para parto normal e de 8,5% para parto cesáreo. Também há crescimento no total investido em partos de alto risco. “Essa é uma medida importante para mudar a proporção de partos normais e cesáreos no Brasil, que é ainda muito alta. Precisamos corrigir isso”, afirmou o ministro Chioro.

Há ainda a criação de incentivo para a assistência ao bebê já na sala de parto, o correspondente a um incremento de 8,5%. As novidades foram anunciadas pelo ministro Chioro durante a apresentação da campanha de incentivo à doação de leite materno, cuja meta é ampliar em 15% o número de litros coletados em 2014. No último ano, houve redução no número de doadoras. Apesar disso, o total de bebês beneficiados continua crescendo, uma vez que cada voluntária tem doado uma quantidade maior de leite.

 

Cientistas italianos criam roupa que monitora funções vitais de recém-nascidos

A luta pela vida de um bebê prematuro numa incubadora e coberto por eletrodos é uma experiência difícil para seus pais.

Normalmente, eles têm poucos minutos por dia para estar ao lado da criança e vivem uma rotina desgastante, de grande preocupação com a saúde do recém-nascido.

Amenizar este sofrimento foi o objetivo de três italianos – um engenheiro, um médico e uma empresária do ramo têxtil – ao criar uma roupa com tecido especial capaz de monitorar dados cardíacos, respiratórios e de movimentos de bebês.

“Isso possibilita uma terapia fundamental: a do contato da pele da mãe com a do filho”, diz Rinaldo Zanini, diretor da maternidade e coordenador médico da unidade de terapia intensiva neonatal do hospital da Província de Lecco, no norte da Itália, em entrevista à BBC Brasil.

“Ainda temos controle e segurança, mas sem criar uma barreira entre os dois.”

Fios inteligentes

Na verdade, os cabos e sensores ainda estão lá, mas integrados ao tecido. É como se os recém-nascidos “vestissem” os eletrodos.

Feitos de prata, os fios inteligentes são bons condutores de eletricidade. “Isso garante boa qualidade do sinal para o monitoramento”, afirma pesquisador Giuseppe Andreoni, da Universidade Politécnica de Milão.

Ao mesmo tempo, os fios têm uma textura semelhante à da malha de algodão e propriedades antibacterianas, evitando alergias no bebê.

No protótipo final, os fios inteligentes foram incorporados à costura das mangas. “Assim, temos certeza de que sempre estão em contato com a pele”, explica a empresária Alessia Moltani à BBC Brasil.

Um modem preso à roupa transmite por rede sem fio os dados captados por sensores. As informações podem ser, então, analisadas por computador, tablet ou celular.

Cura e cuidado

Assim, tenta-se conciliar a cura com o cuidado.

O uso do tecido inteligente diminui o impacto psicológico na mãe, que já está sensível pela gravidez encerrada antes da hora.

Também evita uma terapia incômoda, em que os eletrodos presos à pele do bebê devem ser trocados diariamente.

Nos testes, os bebês eram duplamente monitorados, pelo método tradicional e pela roupa. “Cientificamente, chegamos aos mesmos resultados”, diz Zanini. “Mas o novo tratamento é menos estressante e favorece a descida do leite materno”, afirma Zanini.

Marina Padovan foi uma das mães que aceitou fazer parte da pesquisa. Ela chegou à maternidade para um parto prematuro com 32 semanas de gravidez. Seu filho nasceu com 1,340 quilos e ficou um mês e meio no hospital.

“Era difícil ver meu filho com todos aqueles tubos e fios. Pedia ajuda à enfermeira a cada amamentação”, diz ela, que, por isso, decidiu testar o protótipo da roupa inteligente. “Era melhor ter ele monitorado, mas no meu colo, sem precisar da ajuda de ninguém.”

‘Start-up’

Há dez anos, a ciência estuda diferentes aplicações desses tecidos eletrônicos. Seu uso em roupas de bebês é o mais novo passo deste tipo de tecnologia, que poderá ser usada também para monitorar idosos no futuro.

O projeto nasceu há cerca de quatro anos, como uma pequena empresa, ou “start up”, na Universidade de Milão. A Comftech hoje faz parte de um grupo seleto de oito empresas da União Europeia que integram o programa do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, dedicado à saúde e prevenção de doenças.

Segundos dados oficiais, nascem cerca de 40 mil bebês prematuros a cada ano na Itália, o que representa cerca de 7% do total de partos. Nestes casos, a roupa oferece um tratamento mais humanizado.

No entanto, seu uso caseiro requer atenção. “Não é um instrumento genérico para dar uma falsa sensação de segurança aos pais”, alerta Zanini. “A roupa revela situações de crise e perigo, mas é necessário também ensinar a eles a como reagir numa emergência assim.”

Especialista tira dúvidas sobre teste da linguinha em recém-nascidos

A obrigatoriedade do teste da linguinha em recém-nascidos, usado para diagnosticar a chamada língua presa, tem dividido a opinião de especialistas. A proposta de lei já passou na Câmara e está no Senado. De acordo com ela, o exame, que verifica se há uma alteração no frênulo (membrana que conecta a língua ao assoalho da boca), deve ser realizado por profissionais de saúde em todas as maternidades no país.

O projeto de lei foi criado em decorrência do atendimento de crianças mais velhas com problemas de fala por falta de diagnóstico precoce. Porém, para alguns especialistas, a obrigatoriedade do teste pode levar a despesas desnecessárias, uma vez que ele já faz parte da rotina de pediatras. Ainda segundo esses profissionais, a correção na membrana pode ser feita mais tarde, pois são raros os casos de problemas na amamentação decorrentes da língua presa.

Em entrevista à Agência Fiocruz de Notícias, Nádia Mallet, coordenadora técnica de fonoaudiologia da área hospitalar do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), falou sobre o assunto, apontando as vantagens de tornar o exame obrigatório.

AFN: O teste da linguinha em recém-nascidos deve ser obrigatório? Por quê?

Nádia Mallet: Nunca pensei neste procedimento como obrigatório, mas, no IFF/Fiocruz, a fonoaudiologia sempre teve como conduta, desde 1993, solicitar a equipe da cirurgia pediátrica o procedimento do pique no frênulo muito curto  (frenectomia)  nos recém-nascidos em que o frênulo  curto  impedia o movimento da língua durante a ordenha no peito materno, o que dificulta a pega no peito e pode,  mais tarde, trazer  alteração e /ou distorção durante a aquisição da fala, principalmente nos fonemas linguodentais.

O Conselho Federal de Fonoaudiologia está empenhado para aprovação da lei que torna o teste da linguinha obrigatório e gratuito em todo o território nacional, assim como é o teste da orelhinha, do pezinho e do olhinho. Os estados da Paraíba, Mato Grosso do Sul, e alguns municípios de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul já aprovaram.

AFN: E a correção na membrana pode ser realmente feita mais tarde ou ela deve ser feita já na maternidade?

Nádia Mallet:  O momento ideal seria ao nascimento nos casos em que esse frênulo é muito curto e se torna um impedidor da pega no peito materno. O procedimento é rápido e praticamente indolor quando é apenas  uma membrana fina. Já para a membrana mais fibrosa, é necessário  uma pequena sutura (um pontinho) após o pique, a recuperação é rápida. Nos casos em que o frênulo curto não venha a  atrapalhar a amamentação, é necessário que a criança seja reavaliada por uma fonoaudióloga precocemente quando for iniciar a função da  mastigação, e quando da aquisição da fala, para que seja logo detectado se há ou não alteração e/ou ausência na articulação de alguns fonemas.

AFN: Quanto por cento dos casos são diagnosticados em recém-nascidos?

Nádia Mallet: Pesquisa realizada em São Paulo (2011) constatou que em cada 100 bebês, 15% apresentavam alteração no frênulo lingual. Outra pesquisa realizada nos Estados Unidos (2002) constatou que cerca de 16% dos bebês que apresentavam problemas na amamentação tinham a língua presa.

AFN: O teste obrigatório pode levar a cirurgias desnecessárias de corte da membrana?

Nádia Mallet: Todo procedimento deve seguir um protocolo e todos os profissionais envolvidos deverão estar de acordo, e discutir caso a caso, para que não aconteçam procedimentos desnecessários.

AFN: Quais são as outras vantagens e desvantagens de tornar o teste obrigatório?

Nádia Mallet: É importante que os profissionais de saúde tenham conhecimento das consequências negativas no desenvolvimento sensório motor oral da criança de zero a dois anos de idade que nasceu com o freio de língua muito curto e não foi corrigido a tempo de evitar tantos transtornos em cada etapa do seu desenvolvimento oral. A obrigatoriedade traria essa conscientização.