Tag Archives: Reabilitação

Municípios e estados têm até esta sexta para retomar obras de saúde

Objetivo do ministério é reiniciar obras no setor em todo o país

Gestores estaduais e municipais têm até esta sexta-feira (17) para regularizar e assinar o Termo de Repactuação para Retomada de Obras na Saúde (TRR). O objetivo, de acordo com o Ministério da Saúde, é garantir a retomada das obras no setor em todo o país. A previsão inicial era que o prazo fosse encerrado no último dia 3.

Leia Mais

Programa de exercícios com supervisão remota pode ser alternativa na reabilitação pós-COVID

Um programa de exercícios para ser feito em casa, sem auxílio de equipamentos e sob a supervisão remota de profissionais de educação física se mostrou seguro e eficaz para combater duas possíveis sequelas da COVID-19: o endurecimento das artérias e a perda de força dos músculos envolvidos na respiração.

A constatação foi feita por pesquisadores das universidades Estadual Paulista (Unesp) e Federal de São Carlos (UFSCar) em um ensaio clínico com 32 pacientes que foram hospitalizados após contrair o SARS-CoV-2, entre julho de 2020 e fevereiro de 2021. No grupo havia homens e mulheres, com idade média de 52 anos.

Leia Mais

Em jovens, sonhos são primeiras vítimas do diagnóstico de câncer

Maternidade, vida profissional e imagem corporal são os aspectos que mais pesam

Estudo buscou desvendar a realidade da mulher jovem com câncer de mama

O câncer de mama por si só causa muito sofrimento às mulheres quando recebem o diagnóstico. O drama ganha contornos próprios no caso de mulheres jovens, fase em que sonham com o futuro e começam a colocar em prática planos de vida recém-criados. Estudo na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP buscou explorar essa realidade, entendendo que a dor causada pelo câncer de mama vai muito além da física.

“Nessa idade que eu estou a gente tem muitos sonhos ainda. Então essa doença vem e te desmorona. Você está com um monte de planos e tem que parar tudo para viver um outro problema, uma outra situação.” Este é o relato de uma das 12 mulheres, com idade entre 18 e 40 anos, que participaram do estudo. Algumas dessas mulheres estão em tratamento contra o câncer de mama no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP e outras estão sendo atendidas no Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas (Rema), da EERP.

O estudo da enfermeira Paola Alexandria Pinto de Magalhães abordou três focos – trabalho, maternidade e imagem corporal -, mostrando serem esses os pontos mais afetados, tanto por circunstâncias físicas quanto psicossociais, a partir da incidência da doença. Paola conta que as mulheres jovens entrevistadas têm algo em comum na forma de encarar a doença. “Ser vítima do câncer de mama significa, para elas, ter uma parte da vida roubada, sonhos roubados, esperança roubada. Significa, ainda, ter uma parte do seu ser humano e seu ser como mulher, roubados.”

Maternidade

Paola Alexandria Pinto de Magalhães – Foto: Arquivo pessoal

Os relatos das entrevistadas a respeito da maternidade, diz a pesquisadora, foram variados, se moldando de acordo com o que a palavra representa para cada uma delas. Para as que já são mães, maternidade no contexto do câncer de mama significa porto seguro. “Segundo essas mulheres, elas têm em seus filhos a força necessária para lutar contra o câncer, além de se considerarem sortudas e aliviadas por terem sido mães antes da doença.”

A pesquisa também revela que outro significado para maternidade é atribuído quando as mulheres são mães-recentes, que ainda amamentam seus filhos, ou que ainda não tiveram filhos. “Para essas mulheres prevalece o medo de não poder amamentar o bebê e, ainda, de não conseguir acompanhar e participar da melhor forma do crescimento da criança.”

Já para aquelas que ainda não têm filhos, segundo o estudo, maternidade significa tanto medo e incerteza quanto poder gerar uma vida. “Essas mulheres cogitam, inclusive, a ideia de desistirem do sonho de ser mãe, pois acreditam que assim vão evitar futuros sofrimentos e frustrações.”

Vida profissional

Quando se trata de trabalho, todas as mulheres que participaram do estudo disseram que essa atividade é sinônimo de bem-estar, satisfação, autonomia e independência e que parar de trabalhar é o mesmo que regredir em todos esses aspectos. Paola relata que, na visão das entrevistadas, essa “foi uma situação difícil de vivenciar e aceitar, pois significou impotência, limitação, incapacidade, comprometimento da formação e criação dos filhos pequenos, preocupação com o aporte financeiro delas e de suas famílias e insegurança quanto ao futuro, principalmente pelo fato de serem jovens”.

O estudo apontou, ainda, que as mulheres em condições possíveis de voltar ao trabalho sentiram dificuldade para retornar às atividades laborais, tanto no desempenhar das tarefas devido às limitações físicas, quanto pelo relacionamento com colegas de trabalho, que muitas vezes não conseguiam compreender suas limitações.

Imagem corporal

“Derrota, tortura, grande incômodo estético, vergonha e tristeza.” Esses são os sentimentos trazidos à tona nas mulheres que tiveram a perda da mama ou de parte dela. Ainda, segundo as entrevistadas, elas veem seu corpo como anormal, mutilado e menos atraente, o que afetou diretamente a feminilidade e a vida sexual.

A perda dos pelos e cabelos também causou forte impacto nas jovens com câncer de mama, principalmente na visão que elas têm de beleza. De acordo com os relatos, a perda dos cabelos significou “perda da identidade como mulher, como jovem e como ser humano” e “dificuldade em se olhar no espelho e deparar-se com a realidade de estar com câncer, de estar doente”.

Pacientes veem seu corpo como sendo anormal, mutilado e menos atraente – Foto: via Pixabay / CC0 Public Domain

Atenção multiprofissional

Para a pesquisadora, tratar profundamente desse assunto e conhecer a vivência dessa população são muito importantes. “Estudos sobre mulheres jovens com câncer de mama ainda são escassos, sendo que a maioria daqueles que tratam sobre essa temática são internacionais e trabalham mais as questões epidemiológicas da doença nessas mulheres, ou seja, poucos abordam a questão psicossocial, principalmente no que se refere ao trabalho, à maternidade e à imagem corporal, por isso esse estudo é inovador.”

Segundo Paola, todas as mulheres participantes do estudo recebem atendimento multiprofissional e contam com ginecologistas, oncologistas clínicos, mastologistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. Ela explica que, como essa doença afeta a saúde física e emocional, desencadeando estresse físico e psicológico além de outros possíveis problemas, a atenção de vários profissionais é indispensável.

A dissertação O significado da vivência do câncer de mama para mulheres jovens foi defendida na EERP em abril deste ano, sob orientação da professora Marislei Sanches Panobianco. Atualmente, a pesquisadora está desenvolvendo parceria com a Universidade de Queensland, na Austrália, onde deve replicar esse estudo.

Stella Arengheri, de Ribeirão Preto

Mais informações: e-mail paolaalexandria@yahoo.com.br

 

Into inaugura Centro de Atendimento Especializado em Trauma do Esporte

Considerado um legado da Olimpíada e da Paralimpíada Rio 2016, o novo serviço começa a atender, de imediato, atletas e paratletas federados e de associações desportivas

O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), unidade do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, inaugurou nesta segunda-feira (06/02) um centro de tratamento focado em atletas e paratletas federados ou vinculados a associações e ONGs que estejam lesionados ou fraturados. É o Centro de Atendimento Especializado em Trauma do Esporte, que reúne a expertise obtida pelo Into na Olimpíada e na Paralimpíada Rio 2016 e conta com o apoio de profissionais do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Paralímpico Brasileiro.

O serviço começa a funcionar de imediato para tratar atletas e paratletas de alto rendimento que necessitem desde cirurgias a reabilitações. Para tanto, profissionais do Into, que não estavam atuando especificamente em grupos de tratamento (como coluna, pé, mão, ombro, joelho, quadril), mas são especializados em Medicina do Esporte, foram reagrupados e organizados no novo Centro de Atendimento Especializado.

As instalações e a aparelhagem já existentes no Instituto serão utilizadas, o que zerou custos de implantação. “Há a preocupação com a inclusão social neste projeto porque há muitos atletas e paratletas brasileiros, federados ou de associações e ONGs, que só conseguem ter acesso a esse tipo de serviço de média e alta complexidade, como o que o Into oferece, pelo SUS”, ressalta o diretor geral do Into, Christiano Cinelli. “Este é um importante legado da Olimpíada e da Paralimpíada, os dois mais importantes eventos esportivos mundiais, que tivemos no Rio”.

O Centro de Atendimento Especializado passa a ser associado à área de ensino, pesquisa e extensão de que o próprio instituto dispõe. O diretor do COB João Grangeiro é o coordenador do novo centro. Rodrigo Goes, do corpo médico do COB, é o subcoordenador.

“A criação do centro vem de encontro a uma necessidade histórica do atendimento aos atletas e paratletas, sobretudo aqueles desconhecidos do grande público. Precisamos, além de prestar um atendimento de alto nível que eles merecem, também formar profissionais que garantirão cada vez mais atenção médica multidisciplinar nos hospitais públicos de nosso país. É o compromisso de legado que o Into está proporcionando àqueles brasileiros e brasileiras que se dão a vida inteira, sempre com o sonho de um dia representarem o nosso país”, afirma Grangeiro.

COMO FUNCIONA – Associações e ONGs poderão encaminhar esportistas por intermédio de convênios, pelo qual o Instituto já recebe paratletas e ajuda a formar atletas paralímpicos.

“Com certeza, quem vier para o Into estará bem amparado. Quando quebrei minha mão, foi um médico daqui que me tratou. A criação deste centro passa uma maior segurança para quem está começando no esporte e não tem recursos para custear alguma cirurgia ou tratamento. Eu tive a sorte de encontrar o médico que me operou numa época em que eu não tinha nem dinheiro para o ônibus”, relembra José Aldo, lutador de MMA, atual campeão linear de UFC, que participou do evento.

O atendimento será 100% SUS, assim como todos os serviços prestados pelo Into. A partir da próxima semana, entidades que ainda não sejam conveniadas poderão procurar o site www.into.saude.gov.br para obter mais informações sobre como seus esportistas podem ser beneficiados.

“É confortante saber que, caso o atleta sofra qualquer tipo de lesão, há um centro de atendimento especializado para atende-lo prontamente. Por isso, vim conhecer esta nova unidade e vou compartilhar com os meus companheiros do esporte. Todos têm de saber que há no país um centro de atendimento deste nível”, reforça Caio Ribeiro, medalhista de bronze na canoagem de velocidade na Paralimpíada Rio 2016.

Atendimento à imprensa
Ascom/MS/RJ

(21) 3985-7444 / 7475

Governo lança Rede para reinserir profissionais no mercado de trabalho

Grupo multidisciplinar vai integrar e articular políticas de saúde, previdência social, trabalho, assistência social e educação

Para ajudar na reabilitação de pessoas afastadas do trabalho por motivo de doenças ou acidentes, que possuam alguma deficiência ou ainda em situação de vulnerabilidade social, o governo federal lançou a Rede Intersetorial de Reabilitação Integral. A ideia é facilitar a reinserção desses profissionais no mercado de trabalho.

A Rede articula, de forma permanente e descentralizada, políticas de saúde, previdência social, trabalho, assistência social e educação. O objetivo é encontrar soluções para os diferentes problemas enfrentados por pessoas com restrição de funcionalidade, por trabalhadores em reabilitação profissional e, em especial, por pessoas com deficiência.

O diretor de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde e representante da pasta na Rede, Gilberto Pucca, explica que a Rede surgiu para efetivar a reabilitação integral do trabalhador. “Não estamos só preocupados em reabilitar física ou mentalmente o trabalhador, mas, principalmente, em unir forças do poder público para a promoção de ambientes saudáveis e reinserir esses trabalhadores no mercado”, explicou Pucca.

De acordo com a Previdência, há mais de 500 mil segurados em benefícios que duram mais de três anos. Boa parte desses poderiam retornar ao trabalho se houvesse a reabilitação integral. Além disso, 42 mil por ano engrossam a fila junto ao INSS. Com relação à perícia médica do INSS, 850 mil segurados aguardam atendimento, cujo tempo médio de espera em todo o Brasil é de 69 dias.

Integram o Comitê Gestor da Rede, os ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Trabalho e Previdência Social e Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos; além do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nos estados, Distrito Federal e municípios, serão instituídos Comitês Locais, formados por representantes de órgãos que aderiram à Rede, na expectativa de promover impactos positivos nos resultados atingidos pelas políticas públicas envolvidas em âmbito local.

Reabilitação em saúde

Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) promovem ações para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador por meio da prevenção e vigilância em saúde. No Brasil, são atualmente 208 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests), habilitados pela Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), sendo 26 estaduais e 182 regionais. Destes, 10 são rurais. Além disso, a Rede de Reabilitação no SUS conta hoje com 139 Centros de Especialidades em todo o Brasil.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde

Prática do remo reduz reincidência do câncer em mulheres

Ivanir Ferreira, do USP Online

A prática do remo pode ser uma poderosa aliada para o resgate da qualidade de vida das mulheres que tiveram câncer de mama e ainda diminuir a probabilidade de reincidência da doença. Esses são alguns dos resultados obtidos pelo Remama, projeto realizado desde 2013 na Raia Olímpica da USP pelo Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), cujo objetivo é a reabilitação através do esporte.

O Remama acontece em parceria com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e envolve a USP e a Rede de Reabilitação Lucy Montoro. As mulheres são pacientes do Instituto que, logo após passar pelo tratamento da doença, são avaliadas, triadas e encaminhadas por médicos para dar início aos treinamentos das atividades que começam em aparelhos remo ergômetros no próprio Instituto. No Cepeusp, recebem orientação e preparo do professor Ricardo Linares, um dos coordenadores do projeto pela USP, para fazer as aulas ao ar livre. Depois desse processo, as mulheres estão aptas para cair na água e dar as primeiras remadas em barcos e canoas. As aulas são ministradas três vezes por semana, durante uma hora e meia, na Raia Olímpica da USP, na Cidade Universitária. As pacientes não ficam em grupos separados, são incluídas e recebem instruções juntamente às demais alunas do remo. “Respeitada a individualidade e a limitação de cada uma, exijo igualmente de todas”, afirma Linares.

O remo é um esporte aquático completo e proporciona ao praticante disciplinado condicionamento cardiopulmonar, fortalecimento muscular e controle de peso corporal. Braços, pernas e troncos são bastante requisitados para impulsionar e movimentar o barco.

De acordo com Linares, o projeto Remama tem proporcionado inúmeros benefícios fisiológicos e psicológicos às mulheres que passaram pelo câncer. Com a prática do remo, a reincidência da doença é minimizada em virtude do aumento da resistência física de um modo em geral, o que influencia na melhora do sistema imunológico para trabalhar no combate ao desenvolvimento de doenças.

Os inchaços nos braços, comum nas mulheres que tiveram câncer de mama, também são reduzidos em virtude do trabalho feito com os membros superiores – a musculatura peitoral e dorsal. O reequilíbrio corporal é outro benefício que as pacientes relataram depois que passaram a fazer a atividade. A falta de equilíbrio acontece em virtude da perda de massa corporal nas cirurgias para retirada do câncer.

Pelo aspecto psicológico, Linares pôde observar que as mulheres do Remama renasceram ao realizar uma atividade física prazerosa e que estimula o convívio e a interação social. Isso porque elas são vistas como alunas e não como pacientes. A autoestima se eleva e elas conquistam mais qualidade de vida. “A mulher que teve câncer não precisa ficar condicionada ao estigma da doença. A fase de recuperação acaba sendo passageira”, opina.

Câncer de mama
O câncer de mama é o de maior incidência entre as mulheres. A estimativa é que em 2015 ocorram cerca de 57.120 novos casos. Mesmo sendo uma porcentagem pequena, a neoplasia também pode se manifestar em homens.

A doença é causada por alterações genéticas, podendo ou não ser estimulada por fatores do meio ambiente ou pelos hábitos adquiridos, como ingestão de bebida alcoólica e tabagismo. Também são variáveis o uso de hormônio (TRH – terapia de reposição hormonal); o início de menstruação em idade muito jovem; a menopausa em idade tardia; a gravidez tardia; um menor número de filhos; o excesso de peso; e o histórico desta doença na família.

Como tratamento, é indicado o procedimento cirúrgico para retirada parcial (quadrantectomia) ou total (mastectomia) da mama, sendo completado com radioterapia, quimioterapia e hormonoterapia. O diagnóstico é feito através de exames clínicos e por meio de mamografias, ultrassom ou ressonância magnética.

Foto: Cecília Bastos

Mais informações: (11) 3091-3306, email rlinares@usp.br