Tag Archives: Populações Vulneráveis

Livro detalha os caminhos para a construção do Subsistema de Saúde Indígena do SUS

Entre as diversas crises – sanitária, humanitária, social e econômica – emergidas no contexto da Covid-19, a saúde dos povos indígenas no Brasil tem sido uma das mais preocupantes e debatidas. A questão é enfatizada pelos organizadores do mais novo livro da coleção Saúde dos Povos Indígenas da Editora Fiocruz: “a pandemia tornou ainda mais evidentes as deficiências que permanecem na atenção à saúde indígena e a sua frágil articulação com os demais níveis de complexidade da rede SUS”, destacam Ana Lúcia Pontes, Felipe Rangel de Souza Machado e Ricardo Ventura Santos, pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). O trecho encontra-se na apresentação de Políticas Antes da Política de Saúde Indígena, título que estará disponível para aquisição a partir de 24 de novembro, nos formatos impresso – via Livraria Virtual da Editora – e digital, por meio da plataforma SciELO Livros.

Mas e nos anos que antecederam a pandemia? E antes mesmo da criação do nosso Sistema Único de Saúde? Quais foram os muitos caminhos, lutas e articulações que possibilitaram a construção de políticas públicas especificamente voltadas para a saúde indígena? É esse percurso que a coletânea busca – a partir de uma perspectiva histórica e antropológica – detalhar em 13 capítulos. O livro investiga o processo de formulação do atual Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Instituído em 1999, pela lei nº 9.836 – também conhecida como Lei Arouca -, o subsistema foi criado no âmbito do SUS e idealizado para atender a população de territórios indígenas, através de uma estrutura composta de sistemas locais de saúde, denominados Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).

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Radis destaca trabalho da equipe do Consultório na Rua

Antes de chegar à rua Flávia Farnese, Daniel de Souza guarda na mochila o colete azul marinho com muitos bolsos e letras brancas graúdas que o identificam como integrante da equipe de Consultório na Rua de Manguinhos. O uniforme era para ser de grande ajuda, mas em vez disso, já causou muito mal-entendido. “As pessoas acham que somos da polícia e se afastam”, ele explica. São 9h40 da manhã de uma sexta-feira de setembro e vai começar mais uma visita semanal a um território situado na Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro. O local também é conhecido como “Cracolândia”, “cena de uso” ou “Condomínio da Fumaça” — para usar um apelido adotado pelos próprios moradores. Mas é muito mais do que isso. Rua Farnese, s/n, é o endereço de pelo menos 72 pessoas — a casa delas.

Faz um dia nublado. O Rio está cinza, quando a van que leva a médica, a psicóloga residente, a assistente social e Daniel, o articulador da equipe, estaciona na região — que na geografia complicada da cidade é dominada pelo Comando Vermelho. Na calçada, um senhor dorme sobre sacos, indiferente ao vai e vem dos profissionais da saúde, à curiosidade da jornalista e ao copinho sujo com excrementos que alguém já chutou. A alguns passos dali, homens e mulheres dividem barracos, baseados, guimbas, pedras, thinner, comida, dias e noites, a vida.

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Fiocruz celebra cooperação e faz seminário sobre hanseníase

Com duas ações nesta semana, a Fiocruz se engajou ainda mais no combate à hanseníase, uma doença negligenciada que teve sua situação agravada durante a pandemia de Covid-19. Na quarta-feira (17/11), a Fundação assinou um Termo de Cooperação para a adesão à campanha global Não Esqueça da Hanseníase, com o governo do estado e outros parceiros, além de iluminar à noite o castelo com a cor roxa como uma das ações de conscientização. Nesta quinta-feira (18/11), a Fiocruz aprofundou o debate durante o 1º Simpósio de Doenças Negligenciadas Fiocruz-Novartis: foco em doença de Chagas e Hanseníase.

Os dados mais recentes deixam clara a urgência do tema: o diagnóstico de novos casos no país caiu pela metade de 2019 para 2020, de acordo com o Ministério da Saúde. Um fato que o Movimento pela Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), uma das organizações signatárias do Termo de Cooperação, definiu como “subdiagnóstico, ainda mais grave do que a subnotificação”.

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Estudo analisa o acesso de populações mais vulneráveis aos serviços de saúde

Estudo do Projeto de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (Proadess) da Fiocruz mostra que, em municípios com população acima de 80 mil habitantes e situação de alta vulnerabilidade socioeconômica, a maioria das internações hospitalares (60% do total) ocorre em unidades do próprio local de residência do paciente. Porém, quanto maior a complexidade dos procedimentos necessários, maior é a necessidade de busca de tratamento em outros municípios. Por exemplo, quase 80% dos pacientes que precisaram de atendimento hospitalar para câncer tiveram que se internar fora de seu local de residência. Também é significativo o percentual de internações cirúrgicas fora do município de domicílio, chegando a mais de 60% na Região Centro-Oeste.

Esses são alguns dos primeiros resultados parciais da pesquisa Análise dos Fluxos para Internações da População Residente em Municípios Vulneráveis: padrões e consequências da pandemia. Agora, a equipe do Proadess estuda os mesmos dados para o ano de 2020, de forma a avaliar o impacto da pandemia no fluxo de internações hospitalares entre municípios. E, paralelamente, analisa outro agrupamento, com um universo maior: os 1.314 municípios com 20% ou mais da população em situação de extrema pobreza, a partir do Censo Demográfico de 2010.

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Observatório Covid-19 e Editora Fiocruz lançam e-book sobre impactos sociais da pandemia

Refletir e agir sobre os efeitos de uma pandemia vai muito além do processo saúde e doença. No Brasil e em outros países, são várias as iniciativas encabeçadas por organizações, movimentos, instituições, acadêmicos, pesquisadores e especialistas das áreas de ciências sociais e humanidades que vêm analisando os fenômenos causados pela emergência global da Covid-19 a partir de marcadores sociais diversos, como raça, gênero, classe social, sexualidade, territórios e dinâmica social e econômica. É com esse intuito que o Observatório Covid-19 Fiocruz e a Editora Fiocruz lançam, na próxima quarta-feira (28/4), o livro Os Impactos Sociais da Covid-19 no Brasil: populações vulnerabilizadas e respostas à pandemiae-book que estará disponível para download gratuito na plataforma SciELO Livros.

Organizado pelos pesquisadores Gustavo Corrêa Matta, Sergio Rego, Ester Paiva Souto e Jean Segata, o volume é o segundo da série Informação para Ação na Covid-19, uma parceria entre o Observatório e a Editora Fiocruz. Para marcar o lançamento, os organizadores participam, no dia 29 de abril, às 9h30, de um webinar para apresentar a obra. O evento virtual, que será transmitido pelo canal da VideoSaúde da Fiocruz no YouTube, conta também com a participação de Carlos Machado de Freitas, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e coordenador do Observatório Covid-19 Fiocruz.

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