Tag Archives: Pediatria

Revalida 2024: provas da 2ª etapa serão aplicadas neste fim de semana

Exame valida diplomas em medicina de instituições estrangeiras

As provas da segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2024/2 serão aplicadas neste final de semana, dias 14 e 15 de dezembro.

Leia Mais

SUS incorpora teste do coraçãozinho à triagem neonatal

O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União, no mês de maio, a determinação de que em todas as maternidades da rede pública de saúde deve ser realizada a oximetria de pulso – Teste do Coraçãozinho –, como parte da triagem neonatal no Sistema Único de Saúde (SUS). Na triagem, a oximetria de pulso deve ser realizada no braço direito do recém-nascido e em uma das pernas. O exame já era oferecido em algumas maternidades da rede pública de saúde e, agora, se junta aos testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho, feitos de forma universal nos recém-nascidos para identificar doenças e tratá-las precocemente.

O exame detecta a saturação de oxigênio no sangue e pode identificar cardiopatias (problemas de coração) críticas. “No Teste do Coraçãozinho, se a taxa de oxigênio estiver abaixo do valor normal, 95% em ambas as medidas (braço e perna) e diferença menor que 3% entre as medidas do braço em comparação com a da perna, existe a possibilidade de que o recém-nascido tenha cardiopatia. O teste é uma triagem e o recém-nascido que apresentar alterações deverá realizar o ecocardiograma e não receber alta até que o diagnóstico seja esclarecido”, explica a pediatra Tatiana Coimbra, coordenadora-adjunta de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.

A pediatra ressalta que diagnosticar a cardiopatia em recém-nascidos aumenta as chances da eficácia do tratamento, que na maioria das vezes, é cirúrgico. “E isso diminui o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar a óbito ainda no primeiro mês de vida”, esclarece.

O teste deve ser feito na maternidade, entre 24 e 48 horas após o nascimento. Entre os anos de 2000 e 2012, mais de 15 mil crianças com menos dois anos de idade foram a óbito em decorrência de complicações ou transtornos cardíacos no Brasil, de acordo com os dados disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).

De acordo com o Departamento de Cardiologia e Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de um a dois de cada mil recém-nascidos vivos apresentam cardiopatia congênita crítica e 30% destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem o diagnóstico, podendo evoluir para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de receber tratamento adequado.

Pesquisa aborda segurança do paciente pediátrico

Erros de preparo e administração de medicamentos são comuns no ambiente hospitalar. Este risco é ainda maior quando se trata de pacientes pediátricos. Uma análise das ocorrências de erros desta natureza, realizados em uma enfermaria pediátrica, apontou que quase 67% dos erros se referem ao preparo e mais de 87% são erros relacionados à administração de medicamentos. Em sua pesquisa de mestrado realizada na ENSP, Suiane Baptista apontou que erro de medicação é um grave problema de saúde pública e ocorre em todas as etapas do sistema de medicação, trazendo prejuízos tanto para o paciente e seus familiares quanto para os profissionais e sistemas de saúde. Ao concluir a pesquisa, ela defendeu que a maioria dos erros estão relacionados com os processos de trabalho e não com o profissional isoladamente.

Suiane é farmacêutica hospitalar do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e, neste trabalho, teve a orientação do pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde Pública da ENSP Walter Mendes. Em sua defesa, a aluna apontou que erros de preparo e administração de medicamentos são comuns no ambiente hospitalar em pediatria, servindo como um indicador de qualidade do serviço prestado ao paciente. Segundo ela, a detecção desses erros em potencial deve ser uma rotina, pois aponta as fragilidades do sistema permitindo melhorá-lo.

O tema do trabalho foi escolhido pela aluna por ser sua área de atuação. “A pediatria é mais vulnerável ao erro devido às suas características fisiológicas peculiares e à indisponibilidade de formas farmacêuticas adequadas no mercado para este público”. Suiane contou que a experiência de estar na enfermaria e conviver com os pacientes e seus familiares, com a enfermagem e diversos profissionais mostrou a necessidade do farmacêutico estar mais próximo à realidade, conhecendo suas dificuldades e entendendo a melhor forma de contribuir para a qualidade do cuidado “

A participação do farmacêutico nos rounds, sua inserção no planejamento e execução de educação permanente em conjunto com a enfermagem e seu auxílio na elaboração de protocolos para ao preparo e administração podem ser os primeiros passos para a aproximação do profissional com a realidade clínica do paciente”, descreveu ela.

Suiane apontou ainda algumas políticas organizacionais que devem ser desenvolvidas, pois o estabelecimento destas são extremamente relevantes para a resolução de problemas que podem afetar a segurança do paciente e são apoiadas em recomendações de diversas instituições importantes na área.

Entre elas, Suiane citou a elaboração de protocolos e o monitoramento da utilização de antimicrobianos e a elaboração de recomendações para o preparo e administração de medicamentos; a sensibilização contínua dos profissionais de saúde quanto a notificação de erros de medicação e eventos adversos; a manutenção de profissionais em número suficiente para manter a qualidade dos serviços, evitando a sobrecarga de trabalho; ambientes de preparo mais adequados, minimizando o número de interrupções; o envolvimento dos acompanhantes na terapia medicamentosa; disponibilização de fonte de informação sobre medicamentos para os profissionais; informatização dos rótulos e da prescrição médica com suporte clínico; a presença de um farmacêutico clínico na enfermaria; dentro outras.

Segundo a aluna, este é um dos primeiros estudos a investigar erros de preparo e administração de medicamentos em pacientes pediátricos no Brasil utilizando a técnica da observação sistemática. A pesquisa foi realizada em uma enfermaria pediátrica de um hospital público do Rio de Janeiro. Foram observados os profissionais de enfermagem durante os processos de preparo e administração de medicamentos por 23 dias, em todas as equipes, todos os turnos (noite e dia) e dias da semana, incluindo fins de semana. As observações foram registradas com o auxílio de um roteiro semiestruturado por um único observador.

Suiane esclareceu que foram comparados os dados coletados com a prescrição e considerou-se inadequada a discrepância entre eles. “Foi analisado como erro o que, nesse processo, tivesse sustentação na literatura. Por questões éticas, toda vez que se verificou que um erro poderia causar danos ao paciente, o profissional de enfermagem foi comunicado”, disse ela.

Leia Mais

Neste verão, fique atento à hidratação das crianças

Muitas famílias costumam viajar nas férias escolares com seus filhos e desfrutar do calor do verão nas praias, campos e parques brasileiros. As crianças aproveitam esses períodos para brincar o dia todo e passando horas debaixo do sol. Se os pais não prevenirem os filhos, eles certamente irão sentir os efeitos desagradáveis da desidratação.

Tanto as crianças quantos os idosos são mais vulneráveis à desidratação. Isso ocorre devido a uma série de fatores fisiológicos do próprio corpo das crianças e idosos. Esse esclarecimento é feito pelo coordenador da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, que também é médico pediatra. “Tem também a questão da criança depender que o adulto lhe ofereça os líquidos. Muitas vezes ela fica brincando, e se ninguém pará-la para tomar suco ou água, ela não vai tomar”, explica Paulo.

Quando Érika de Paula Pinto, Ecóloga de 35 anos, leva seu filho de cinco anos para brincar em parques ou clubes debaixo do sol quente, ela costuma ter dificuldades em convencê-lo a ficar bebendo água. “Ele é meio agoniado e não gosta de parar a brincadeira e tomar água, então tenho fazer algumas brincadeiras para incentivá-lo. Outra saída é dar fruta em vez de só líquidos. Fruta com bastante caldo, como a laranja. Ele até prefere”, relata Érika.

Minimizar a exposição excessiva ao sol, procurar lugares mais arejados e frescos, e oferecer líquidos frequentemente às crianças são algumas das sugestões do pediatra Paulo Bonilha para mantê-las hidratadas. “A oferta frequente de líquidos deve ser, especialmente, entre as refeições. Não se deve tomar muito líquido nas refeições porque atrapalha a digestão”, explica Bonilha. “Deve-se também usar protetor solar, além de boné e camiseta”, completa.

Apesar de frisar que o mais importante é ingerir água, o Dr. Paulo também acha interessante complementar com outros líquidos, como sucos ou água de coco. “Esses outros líquidos trazem a oferta de sais minerais, cuja perda é maior no verão devido à transpiração”, ressalta o coordenador da Saúde da Criança e Aleitamento Materno.

Paulo Bonilha assegura que dificilmente a questão climática leva a uma desidratação grave, a não ser que a criança esteja com diarreia ou vômito. “De qualquer maneira, deve ser evitada porque traz um mal estar à criança, ela fica desanimada e diminui sua atividade”, lembra o coordenador. Alguns sinais para perceber a desidratação, segundo o especialista, são os longos períodos sem urinar, a boca sem saliva ou o choro sem lágrima.

Em casos de desidratação grave – que geralmente nas crianças está associada à diarreia ou vômitos – deve-se buscar na unidade de saúde mais próxima os sais ou soluções de hidratação oral, que são soros para repor o líquido perdido durante a desidratação.