O infectologista Fernando Gatti estava descansando em casa quando seu celular tocou por volta das 20h do dia 24 de fevereiro de 2020, uma Segunda-Feira de Carnaval.
Do outro lado da linha, um médico que trabalhava no plantão do pronto-socorro do Hospital Israelita Albert Einsten, na zona sul de São Paulo, tinha uma pergunta importante: ele deveria ou não pedir um teste de covid-19 para um paciente que apresentava sintomas de gripe e tinha acabado de voltar de uma viagem à Itália?
Leia MaisDossiê aborda o impacto da pandemia nos povos indígenas
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em parceria com a revista Vukápanavo e o apoio da Fiocruz, lançou o dossiê Pandemia da Covid-19 na vida dos povos indígenas. Segundo os editores do dossiê, Braulina Baniwa, Felipe Cruz Tuxá e Luiz Eloy Terena, a Covid-19 desenhou um cenário inesperado não só no campo epidêmico-biológico, mas também no que diz respeito às políticas sociais de cuidados, a prevenção e atenção à saúde dos povos indígenas. A pandemia também trouxe o desafio de compreender seus múltiplos desdobramentos considerando seus impactos econômicos, culturais, históricos e políticos nos cotidianos das comunidades indígenas. A publicação contou com o apoio da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, por meio do projeto Aprimoramento do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, através do desenvolvimento de estudos técnicos, pesquisas científicas e ações estratégicas, essenciais para a diversificação, ampliação e qualidade dos serviços de saúde prestados aos indígenas.
De acordo com Braulina Baniwa, Felipe Cruz Tuxá e Luiz Eloy Terena, o dossiê Pandemia da Covid-19 na vida dos povos indígenas “se insere na percepção que estamos passando por um divisor de águas na história indígena no país concernente à conquista de maior autonomia e autodeterminação, inclusive ao que se destina a produção de memórias indígenas sobre a pandemia”. Eles afirmam que “foi a partir desse pressuposto que buscamos juntar diversidade de reflexões acerca do impacto da pandemia de Covid-19 sobre os povos indígenas”.
Leia MaisPandemia apresenta níveis críticos na maior parte dos estados
Relativo às semanas epidemiológicas 31 (26 de julho a 1º de agosto) e 32 (2 a 8 de agosto), o novo Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz indica que a disponibilidade de leitos de UTI para Covid-19 vem se mostrando uma questão menos crítica no país como um todo. No entanto, estados como Tocantins, Santa Catarina, Goiás e o Distrito Federal ainda se encontram em alerta máximo. Além disso, Mato Grosso e Rio Grande do Sul estão em níveis preocupantes em relação às suas taxas de ocupação.
Divulgado quinzenalmente pela Fiocruz, o documento traz um panorama geral do cenário epidemiológico da pandemia, com indicadores-chave para o monitoramento da situação nos estados e regiões do país. Em relação ao número de casos e de óbitos, a análise revela que a maior parte das unidades da federação apresentou condições de manutenção da pandemia em níveis ainda críticos nas duas últimas semanas epidemiológicas (26/7 a 8/8), com ligeira tendência de queda no número de casos e óbitos por Covid-19 em Rondônia, Sergipe e Rio de Janeiro. Nas regiões Sul (Paraná e Santa Catarina) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), foi observada tendência de aumento de casos e mortes. Outro dado preocupante é a alta taxa de letalidade observada no Rio de Janeiro e Pernambuco, o que pode indicar a deficiência na realização de testagens e a gravidade dos casos de Covid-19.
Leia MaisPainel da Fiocruz Bahia e da UFBA monitora casos de Covid-19
Qual é a situação atual e o que esperar da pandemia de Covid-19 no Brasil? Foi lançado, na última sexta-feira (27/3), um painel para monitoramento da doença no país, com atualização em tempo real. A plataforma permite que o usuário visualize os dados atuais, a evolução dos casos, os óbitos, a concentração da doença e a previsão da situação nos próximos dias em todos os estados no Brasil.
O painel é a primeira ação lançada pela Rede CoVida, uma iniciativa conjunta do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que reúne colaboradores de diversas instituições científicas de forma solidária. Toda a plataforma de monitoramento foi desenvolvida por quatro profissionais, em colaboração com dezenas de pesquisadores, que atuaram remotamente ao longo de 10 dias, seguindo recomendações do Ministério da Saúde.
Leia MaisEspecialista explica como HIV causou a pandemia de Aids
Agência FAPESP – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Fundação de Pesquisa Alemã (DFG) realizam em 17 de agosto, às 15h, na sede da FAPESP, a palestra “Por que o HIV-1 foi capaz de causar a pandemia de Aids? ”, pelo professor Frank Kirchhoff, diretor do Instituto de Virologia Molecular da Universidade de Ulm, na Alemanha, e ganhador do Prêmio Leibniz em 2009.
O virologista Kirchhoff é um dos principais pesquisadores no mundo sobre a Aids. Nos últimos 20 anos ele contribuiu para a melhoria da compreensão sobre o desenvolvimento da doença e sobre a evolução do HIV. Sua pesquisa tem se concentrado em proteínas responsáveis pela patogenicidade do vírus em seres humanos, apontando novos caminhos para prevenir a transmissão da doença.
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