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Plataforma IdeiaSUS Fiocruz apoia mostra nacional ‘Brasil, aqui tem SUS’

O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) reúne, de forma virtual, nos dias 12, 13 e 14 de novembro (de terça a quinta), gestores, profissionais e trabalhadores da saúde para a 19ª Mostra Brasil, aqui tem SUS. Tradicionalmente realizada de forma presencial, durante o congresso do Conasems, a mostra teve sua dinâmica adaptada este ano, em razão das fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, estado que sediaria a 38ª edição do congresso. 

O evento, que tem como objetivo valorizar e divulgar experiências de sucesso desenvolvidas pelos municípios no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), recebe o apoio da Plataforma IdeiaSUS, que entregará a cinco experiências com maior pontuação, sendo uma de cada região brasileira, o prêmio Fiocruz é SUS: direito universal à saúde, equidade e democracia

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Líder técnica da OMS visita Fiocruz para discutir projetos

A Fiocruz recebeu, na última sexta-feira (10/2), a líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Covid-19, Maria Van Kerkhove, para a discussão de projetos nas áreas da vigilância epidemiológica e da modelagem computacional para a análise de cenários. Pesquisadores da Fundação apresentaram seus projetos, que poderão auxiliar na antecipação de novas emergências sanitárias. O vice-presidente de Pesquisas e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correia, mediou as conversas na parte da manhã e deu as boas-vindas a todos em nome do presidente interino Mario Moreira. “Estamos muito felizes de receber todos vocês para esse trabalho de extrema importância para a preparação para emergências sanitárias por vir”, disse.

A líder técnica Maria Van Kerkhove agradeceu as boas-vindas e afirmou que aprecia muito vir à Fiocruz e aprender com a experiência da Fundação. “É muito bom poder saber o que vocês fizeram antes e durante a pandemia”, comentou, “é uma base para ver o que faremos pela frente”. Ela lembrou uma visita anterior, durante a emergência de zika, e valorizou o acúmulo dessa cooperação. “O que vocês fizeram diante da zika foi uma preparação para enfrentar a Covid”, garantiu. “O que estamos fazendo agora nos servirá para futuras emergências que ainda desconhecemos”.

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Bireme completa 50 anos de democratização do conhecimento

Uma base de dados bibliográficos que reunisse a ciência da saúde produzida na América Latina e Caribe — e que, até então, tinha pouca visibilidade nos índices de comunicação científica internacionais. Foi com este propósito que nasceu, em 1967, a Biblioteca Regional de Medicina (Bireme), como um centro especializado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) / Organização Mundial da Saúde (OMS) com sede em São Paulo. Cinquenta anos depois, o nome Bireme é reconhecido como um bem-sucedido esforço em democratizar o acesso à informação científica e técnica em saúde. Hoje, a antiga biblioteca regional chama-se Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, e é referência no trabalho em rede que tem ajudado a consolidar grandes avanços nas ciências da saúde.

(Confira o hotsite que comemora os 50 anos da Bireme)

Um dos principais frutos desta trajetória é a LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), o mais importante e abrangente índice da literatura científica e técnica da América Latina e Caribe. Até o fechamento desta matéria, a base contabilizava mais de 750 mil registros, entre artigos científicos, teses, áudios, vídeos, livros, resumos de pesquisa, trabalhos apresentados em congressos, projetos etc. Destes, mais de 350 mil estão em acesso aberto. Ou seja, disponíveis na íntegra, para qualquer internauta que queira consultar seu conteúdo.

“Até a década de 1960, a ciência da saúde feita na América Latina e no Caribe tinha pouca visibilidade nas bases de dados bibliográficos. O acesso à produção científica ficava concentrado em sistemas como o Medline, da Biblioteca Nacional de Medicina do Estados Unidos, corroborando a hegemonia do pensamento produzido neste país e na Europa”, explica a bibliotecária Luciana Danielli, coordenadora das Bibliotecas Virtuais em Saúde (BVSs) da Fiocruz, um dos projetos feitos em parceria com a Bireme. “Com o surgimento da então chamada Biblioteca Regional de Medicina, foi possível instaurar um novo olhar sobre a forma de agrupar e de tornar disponível o enorme conhecimento científico que vinha sendo produzido na América Latina e no Caribe. Seu impacto foi enorme, porque não apenas ajudou a divulgar essa produção científica, como também estimulou o trabalho em rede, colaborativo, que é tão caro à evolução da ciência nessa região”, completa.

Cooperação

Com o passar dos anos, a missão de ampliar as fontes de informação nesta região expandiu-se para a formulação de projetos de cooperação técnica, que têm contribuído decisivamente para o desenvolvimento de políticas, programas, padrões, metodologias, tecnologias, projetos, produtos, serviços, eventos e atividades de informação científica e técnica em saúde, em cooperação com instituições nacionais, regionais e internacionais,— tudo em consonância com a estratégia da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) / Organização Mundial da Saúde (OMS) para atender às prioridades dos países da região. Atualmente, a Bireme atua em cooperação com 37 países e 2 mil instituições, dentro e fora da América Latina e do Caribe.

“A criação da Bireme sofisticou as bases de dados sobre os temas da ciência e da saúde, criando um espaço de convergência do conhecimento que é precioso para o trabalho de profissionais da saúde e cientistas, para as grandes descobertas científicas e para o combate às epidemias e doenças características de nosso continente, entre inúmeras outras coisas. Além disso, sua existência fomentou parcerias, cooperações e trabalhos em rede que tiveram grande impacto para a melhoria das condições de vida e da saúde das populações”, destaca Fátima Martins, coordenadora da Rede de Bibliotecas Físicas da Fiocruz.

O desenvolvimento tecnológico e a popularização da Internet também foram marcantes na trajetória da Bireme. Entre os anos 80 e 90, o centro promoveu o uso de computadores em bibliotecas, tanto para a produção descentralizada da base LILACS quanto para a pesquisa bibliográfica em CD-ROM, que passou posteriormente a operar através da Internet. É desta época também a criação do vocabulário Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), que contém a tradução do Medical Subject Headings (MeSH) ao português e espanhol. Foi também a Bireme, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que criou o SciELO – Scientific Electronic Library Online, um modelo pioneiro de publicação em acesso aberto de periódicos científicos na Internet.

Hoje, os desafios do Centro estão concentrados, sobretudo, em ampliar a capacidade de atuação, dentro e fora da América Latina e do Caribe e em fortalecer a cooperação técnica nos países prioritários para a Opas/OMS e as alianças com outras instituições, como define o diretor, Diego González. “Queremos aperfeiçoar os processos de decisão nos sistemas de saúde, utilizando evidências de pesquisa científica para responder às demandas dos gestores e profissionais dos serviços de saúde. Outro objetivo é fortalecer a capacidade da Bireme e da Rede da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) em processos e tecnologias de aprendizagem em rede, bem como ampliar a participação em ações de capacitação presenciais e a distância. Desenvolver e fortalecer continuamente o capital humano, intelectual e social é uma meta que não sai de nosso foco”. A Bireme também pretende continuar ampliando as redes de produtos, serviços e eventos em informação científica, e fortalecer seus canais de comunicação institucional.

Exposição na UnB (DF) exibe trabalho de profissionais do Mais Médicos

Quem passa pelo campus da Universidade de Brasília (UnB) já pode conhecer um pouco mais sobre o trabalho dos profissionais do programa Mais Médicos. A Faculdade de Ciências da Saúde da instituição de ensino abriga uma exposição de fotos fixa sobre a iniciativa, com 12 painéis de quatro metros de altura. Neles, há registros do dia a dia dos médicos cubanos mobilizados pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para trabalhar no Brasil.

As imagens mostram a relação de proximidade entre profissionais e pacientes, como a de uma idosa que é atendida em casa no município de Vitória, Espírito Santo, ou a de um médico rodeado pelos moradores da reserva indígena Trocará, localizada no Estado do Pará.

Também são registradas práticas comuns entre clínicos gerais, como o uso do estetoscópio para escutar os sons internos do corpo, a medição de pressão arterial, o aconselhamento para estimular as pessoas a terem hábitos de vida mais saudáveis e o acompanhamento de crianças e gestantes.

As fotos demonstram ainda trajetos que, por vezes, as médicas e médicos precisam percorrer para chegar até a casa de moradores de áreas de difícil acesso, como certas regiões da Ilha de Marajó, no Pará, onde é necessário se deslocar de barco.

Mais Médicos
O Mais Médicos foi criado em 2013 pelo Governo Federal brasileiro, com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e periferias das grandes cidades. A Representação da OPAS/OMS no Brasil colabora com a iniciativa intermediando a vinda de médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país.

Os médicos cubanos atuam na área de Atenção Básica, atendendo pessoas com diabetes, hipertensão e hanseníase, entre outras doenças, além de promoverem ações educativas. Eles também estão entre os profissionais que trabalham na prevenção e diagnóstico do vírus zika e no acompanhamento de crianças com microcefalia.

Um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) – com aproximadamente 14 mil entrevistas – apresentou avaliações positivas da população sobre o desempenho dos profissionais brasileiros e estrangeiros que integram a iniciativa. Do total de entrevistados, 81% possuem baixa renda e 95% afirmaram estar satisfeitos com o programa. De 0 a 10, deram nota 8,4. Entre os indígenas, a média foi de 8,7.

Experiência bem-sucedida
A publicação “Good Practices in South-South and Triangular Cooperation for Sustainable Development”, primeira de uma série desenvolvida pelo Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresentou o Programa Mais Médicos como uma das boas práticas relevantes para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

De acordo com a publicação, o programa “é replicável e seria potencialmente benéfico em qualquer país que decidisse adotá-lo”. A avaliação é que o Brasil fez investimentos substanciais para a realização do projeto, no entanto, os benefícios de longo prazo “provam superar esses investimentos”. Estados-Membros da OPAS já demostraram interesse em relação ao programa.