O sociólogo Tiago Rangel Côrtes analisou a história da indústria da costura em São Paulo e o fluxo migratório para o setor, envolvendo principalmente bolivianos e paraguaios, além de acompanhar denúncias de trabalho escravo, sobretudo de uma grife de roupas multinacional e os desdobramentos do caso. A pesquisa, realizada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, mostra que as soluções apresentadas para os casos denunciados extrapolam o direito do trabalho e têm entrado em soluções de mercado.
“A tendência é tomar medidas que sugerem aos migrantes se tornarem empreendedores, transformando as oficinas de costura em empresas. A questão é que, neste caso, o empreendedorismo muda o campo de problemática das relações de trabalho e livra as empresas das responsabilidades pelos trabalhadores”, explica o pesquisador.
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