Uma mãe admitiu ter dado ao filho de sete anos, um paciente terminal, uma grande dose de morfina para acabar com seu sofrimento e “silenciosamente pôr fim à sua vida”.
Antonya Cooper, de Abingdon, na Inglaterra, disse que o filho, Hamish, tinha câncer em estágio 4 — e sentia “muita dor” antes de morrer em 1981.
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Novos dados de um “acidente” científico sugerem que a vida pode realmente passar diante de nossos olhos enquanto morremos.
Uma equipe de cientistas se propôs a medir as ondas cerebrais de um paciente de 87 anos que havia desenvolvido epilepsia. No entanto, durante o monitoramento neurológico, ele sofreu um ataque cardíaco fatal — e isso proporcionou o registro inesperado de um cérebro que está morrendo.
Leia MaisMunicípio do Rio de Janeiro tem alto número de óbitos em domicílios
O município do Rio de Janeiro voltou a apresentar alto número de óbitos ocorridos nos domicílios, bem como um grande excesso de mortes em relação aos anos anteriores. Esses são dois fortes indicadores de que a cidade pode estar enfrentando um quadro sério de desassistência geral do sistema de saúde municipal — que não se restringe aos hospitais, mas se concentra principalmente na rede de atenção básica e no sistema de vigilância em saúde.
De acordo com dados da própria Secretaria de Saúde do Rio, somente nos meses de abril a setembro ocorreram cerca de 27 mil óbitos acima do esperado — com base em anos anteriores —, sendo 13 mil deles causados diretamente pela Covid-19. Outras 1 mil pessoas morreram dentro de domicílios – ou seja, fora de qualquer hospital ou outra unidade de saúde e, provavelmente, sem assistência médica. Além disso, os dados apontam que, de março a setembro, houve 1,8 mil mortes além do esperado classificadas com “causas mal definidas”, sem diagnóstico, outro possível indicador de desassistência médica.
Leia MaisSuicídios – tantos porquês
Maria Julia Kovacs é professora associada do Instituto de Psicologia da USP e coordena o Laboratório de Estudos sobre a Morte
A morte ainda é tema tabu na atualidade e o suicídio é o ápice no espectro das interdições. Sempre foi difícil abrir espaço para falar sobre o tema, mas hoje dois eventos abriram a discussão sobre a questão que normalmente é calada, pois o principal aspecto sempre aventado é que falar sobre suicídio pode induzi-lo, pelo contágio.
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Pesquisa aponta importância de preparação ética para aqueles que trabalham com cuidados paliativos
Com o envelhecimento da população brasileira e o avanço da medicina na manutenção da qualidade da vida, a presença de uma equipe preparada para atuar em situações de doenças crônicas que têm risco de morte tornou-se cada vez mais necessária. A pesquisadora Carolina Becker elaborou sua tese de doutorado sobre os profissionais dessa área buscando entender quais os problemas éticos vivenciados pelos chamados paliativistas e qual a sua diferenciação para os demais que atuam na saúde. Os dilemas detectados fizeram com que considerasse a necessidade de uma formação com fundamentos éticos e bioéticos que capacite esses profissionais a lidarem com as complexidades exigidas no cotidiano da profissão.
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