Tag Archives: morte

Saúde confirma casos de febre amarela em macacos em município paulista

Animais doentes não transmitem doença, que tem mosquitos como vetores

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou que exames realizados em quatro macacos do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, interior paulista, tiveram resultado positivo para febre amarela.

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Espírito Santo tem aumento significativo de casos de arboviroses

Dados foram divulgados nesta segunda pelo Ministério da Saúde

O Espírito Santo vem registrando um aumento significativo de casos de arboviroses ao longo das últimas semanas e tem concentrado a maior parte das ocorrências no país. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (2) pelo Ministério da Saúde. Em nota, a pastou avaliou que o cenário gera “preocupações” diante da rápida disseminação das doenças.

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Britânica revela ter matado próprio filho com câncer terminal e agora faz campanha por morte assistida

Uma mãe admitiu ter dado ao filho de sete anos, um paciente terminal, uma grande dose de morfina para acabar com seu sofrimento e “silenciosamente pôr fim à sua vida”.

Antonya Cooper, de Abingdon, na Inglaterra, disse que o filho, Hamish, tinha câncer em estágio 4 — e sentia “muita dor” antes de morrer em 1981.

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Como cientistas mostraram que vida passa mesmo como filme antes da morte

Novos dados de um “acidente” científico sugerem que a vida pode realmente passar diante de nossos olhos enquanto morremos.

Uma equipe de cientistas se propôs a medir as ondas cerebrais de um paciente de 87 anos que havia desenvolvido epilepsia. No entanto, durante o monitoramento neurológico, ele sofreu um ataque cardíaco fatal — e isso proporcionou o registro inesperado de um cérebro que está morrendo.

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Município do Rio de Janeiro tem alto número de óbitos em domicílios

O município do Rio de Janeiro voltou a apresentar alto número de óbitos ocorridos nos domicílios, bem como um grande excesso de mortes em relação aos anos anteriores. Esses são dois fortes indicadores de que a cidade pode estar enfrentando um quadro sério de desassistência geral do sistema de saúde municipal — que não se restringe aos hospitais, mas se concentra principalmente na rede de atenção básica e no sistema de vigilância em saúde.

De acordo com dados da própria Secretaria de Saúde do Rio, somente nos meses de abril a setembro ocorreram cerca de 27 mil óbitos acima do esperado — com base em anos anteriores —, sendo 13 mil deles causados diretamente pela Covid-19. Outras 1 mil pessoas morreram dentro de domicílios – ou seja, fora de qualquer hospital ou outra unidade de saúde e, provavelmente, sem assistência médica. Além disso, os dados apontam que, de março a setembro, houve 1,8 mil mortes além do esperado classificadas com “causas mal definidas”, sem diagnóstico, outro possível indicador de desassistência médica.

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Suicídios – tantos porquês

Maria Julia Kovacs é professora associada do Instituto de Psicologia da USP e coordena o Laboratório de Estudos sobre a Morte

Maria Julia Kovacs – Foto: via YouTube / LLC

A morte ainda é tema tabu na atualidade e o suicídio é o ápice no espectro das interdições. Sempre foi difícil abrir espaço para falar sobre o tema, mas hoje dois eventos abriram a discussão sobre a questão que normalmente é calada, pois o principal aspecto sempre aventado é que falar sobre suicídio pode induzi-lo, pelo contágio.

Nos últimos meses, o assunto viralizou no Facebook, redes sociais e recentemente também em notícias de jornal e TV. Essa onda atual começou com o game Baleia Azul e a série da Netflix – 13 razões por que (Thirteenreasons why). Observamos que do silencio partimos para o escancaramento do tema, com várias inserções cotidianas, e ainda pouca elaboração reflexiva.

O suicídio é morte inesperada, repentina e violenta que atinge de forma impactante 6-8 pessoas, que imediatamente se tornam enlutados de risco, pelo alto grau de culpa que suscita, sendo denominados de sobreviventes por essa razão. Observa-se intensa busca de explicações, que nunca parecem satisfazer a necessidade de compreender o que não tem explicação.

A série 13 razões por que se baseia na necessidade de explicar a morte por suicídio de Hannah Baker, uma jovem de 17 anos que deixa treze fitas destinadas aos seus amigos próximos, apresentando o que não conseguiu que fosse ouvido, enquanto estava viva. Essas fitas têm o caráter de uma carta acusadora, praticamente enlouquecendo seus ouvintes, que ficam muito abalados com o que ouvem. Esse é o ponto contraditório da série, porque implica que pessoas à volta de Hannah são responsáveis pelo suicídio. É preciso ressaltar que o suicídio é responsabilidade de quem o consumou.

O suicídio é responsabilidade, ou seja, é a possibilidade de responder a uma dada situação. Na série são apresentadas situações de bullying, estupro e outras situações de violência. A protagonista menciona em várias cenas que se sentia isolada e invisível. Os sentimentos e percepções apresentados são parte de sua experiência, portanto legítimos, o que está em discussão é que essas percepções sejam apontadas como causa do suicídio. O bullying, a violência, o isolamento, a não consideração de seus anseios podem ser fatores que precipitaram o ato suicida, mas a atribuição de causalidade nos leva a uma avaliação simplista e por isso incorreta. O suicídio é um caminho de ação possível, mas não o único. Inúmeras outras respostas poderiam ser dadas como observamos nos colegas e amigos de Hannah, que também tiveram seus conflitos e sofrimento e responderam com conversas, briga, aceitação, afastamento, atos agressivos, entre outras tantas possibilidades. O suicídio envolve uma longa história que tem seu início nas primeiras ideações, pensamento recorrente, planejamento e tentativa, finalizada com o ato suicida. A série insinua que amigos próximos e os pais são responsáveis pelo suicídio. Essa atribuição causa, além da dor da perda, o ônus da culpa, o que é muito penoso para os enlutados.

Nos últimos meses, o assunto viralizou no Facebook, redes sociais e recentemente também em notícias de jornal e TV. Essa onda atual começou com o game Baleia Azul e a série da Netflix – 13 razões por que (Thirteen reasons why). Observamos que do silencio partimos para o escancaramento do tema, com várias inserções cotidianas, e ainda pouca elaboração reflexiva.

A importância da série é abrir o diálogo, discussão e reflexão, permitindo que se aprofundem questões relativas ao suicídio. Nunca se falou tanto sobre esse tema numa época em que o número de suicídios entre jovens cresce exponencialmente. Portanto, é interessante discutir a série em casa no meio familiar, na escola, nas universidades.

Baleia azul é um game que se iniciou como notícia falsa na Rússia e se espalhou em vários países do mundo, chegando agora ao Brasil. Como jogo, tem suas regras e seus curadores (nome estranho para quem dirige esse jogo), que têm como objetivo propor desafios que devem ser cumpridos pelos jogadores jovens, com o risco de, se desistirem ou deixarem de cumprir uma etapa, serem ameaçados de retaliação. São 50 passos culminando com o ato suicida. Há referencia de jovens que morreram em função do jogo, inclusive no Brasil.

Tanto a minissérie quanto o jogo aumentaram de forma significativa as consultas ao Centro de Valorização da Vida (CVV) para poderem falar e serem ouvidos.

O que motiva o jogo pode ser curiosidade, mas também a busca de respostas para uma vida sem sentido ou como um desafio com mais adrenalina. Ao descobrir a intenção do jogo é possível sair dele, mas o que fazer quando o medo de sair do jogo supera o instinto de proteção da vida? Em meio a um grande número de jovens isolados, deprimidos, vulneráveis, esse jogo cai como bomba. Perguntas são inevitáveis, por que o jogo foi criado? O que querem os seus curadores? Por que há pessoas que têm interesse em levar pessoas ao suicídio? Por que um jovem não abandona o jogo ao se sentir tão ameaçado? Por que precisa ir até o fim? Para que se possam buscar compreensões, esse jogo precisa ser informado, socializado e discutido em vários fóruns.

Tanto a minissérie quanto o jogo aumentaram de forma significativa as consultas ao Centro de Valorização da Vida (CVV) para poderem falar e serem ouvidos. Estimularam também a necessidade de que pais e professores conversem mais com seus filhos e alunos, e observem comportamentos: mudanças de comportamentos habituais, isolamento, queda do rendimento escolar e depressão. Como reação ao game Baleia Azul, surgiu o Baleia Rosa com passos que envolvem busca de situações de valorização da vida.

Suicídios nos trazem mais questões do que respostas. Mais do que calar é preciso refletir e discutir o tema com os jovens, e eles poderão nos orientar nessa difícil tarefa em casa e na escola. Observamos que algumas instituições educacionais já promoveram reuniões com jovens para discutir a questão.

Acreditamos que a melhor forma de compreender e prevenir suicídios é abrir espaço para conversas e reflexão e não simplesmente interditar o tema. Há uma falsa compreensão de que falar sobre suicídio pode incentivar o suicídio. Pelo contrário, ignorar ou não falar sobre os sinais de risco referidos acima leva ao risco de que o suicídio seja a única saída possível. É fundamental nesses casos encaminhar os jovens para atendimento psiquiátrico e psicológico e para ONGs como o Centro de Valorização da Vida.

 

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Profissionais de saúde que lidam com iminência da morte necessitam de formação diferenciada

Pesquisa aponta importância de preparação ética para aqueles que trabalham com cuidados paliativos

Com o envelhecimento da população brasileira e o avanço da medicina na manutenção da qualidade da vida, a presença de uma equipe preparada para atuar em situações de doenças crônicas que têm risco de morte tornou-se cada vez mais necessária. A pesquisadora Carolina Becker elaborou sua tese de doutorado sobre os profissionais dessa área buscando entender quais os problemas éticos vivenciados pelos chamados paliativistas e qual a sua diferenciação para os demais que atuam na saúde. Os dilemas detectados fizeram com que considerasse a necessidade de uma formação com fundamentos éticos e bioéticos que capacite esses profissionais a lidarem com as complexidades exigidas no cotidiano da profissão.

Os cuidados paliativos, como são chamados, foram definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. Segundo Becker, todos da área de saúde podem realizar medidas paliativas. “Vários profissionais de áreas afins aos cuidados paliativos, como por exemplo os que trabalham na oncologia, geriatria/gerontologia já têm, geralmente, bom nível de conhecimento e habilidades para atuar nese ramo. Há, ainda, aqueles que são especializados, e que contribuem no atendimento de pacientes com maior complexidade”, acrescenta Carolina.

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