Tag Archives: Mortalidade Infantil

SUS incorpora vacina contra vírus sincicial respiratório

VSR é uma das principais causas de infecções em bebês

O Ministério da Saúde vai incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) duas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo quadros de bronquiolite.

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Fiocruz recebe delegação da UNFPA e debate cooperação na América Latina e no Caribe

Somar esforços para reduzir os índices de mortalidade materno, infantil e fetal na região o mais rápido possível. Esse foi um dos motes da reunião (14/7) entre a diretora regional do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a América Latina e o Caribe, Susana Sottoli, a delegação da UNFPA no Brasil, a chefe de Gabinete da Presidência da Fiocruz, Zélia Profeta, e outros representantes da Fundação. Sottoli esteve na Fiocruz para conhecer as linhas de cooperação com o Fundo e mapear novas áreas de parcerias, como a proposta para um curso de vigilância do óbito materno, infantil e fetal, ofertado pelo Campus Virtual Fiocruz, que é parte da Vice-Presidência de Educação, Informação e Educação. O encontro teve como objetivo debater a parceria estratégica entre a UNFPA e a Fiocruz, com foco na cooperação sul-sul, com possibilidade de ampliação para América Latina e Caribe, visando ampliar acesso a ações de formação e educação.

O Campus Virtual se mostrou um instrumento com grande potencial para a cooperação por reunir cursos gratuitos, de livre acesso em qualquer parte do mundo. A plataforma foi apresentada durante a reunião, assim como o curso de vigilância do óbito materno, que está na sétima edição e tem alunos em mais de 500 municípios brasileiros. O Portal de Boas Práticas do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) também foi apresentado à delegação da UNFPA como forma de compartilhamento de conhecimento e capacitação.

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Observatório reúne dados sobre mortes evitáveis de crianças

Duas em cada três mortes de bebês de até 1 ano poderiam ser evitadas no Brasil com ações como vacinação, amamentação e acesso à atenção básica de saúde. O país registra, nessa faixa etária, mais de 20 mil óbitos anuais por causas evitáveis, como diarreia e pneumonia, e vê aumentar o risco à saúde das crianças com a queda da cobertura vacinal. Os dados são do Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância, que reúne pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates. 

A partir do cruzamento de grandes bases de dados próprias e dos sistemas de informação nacionais, o Observa Infância identifica as causas de mortes evitáveis entre crianças menores de 5 anos. “Nosso trabalho é perguntar a essas bases aquilo que a sociedade não pode ignorar: o que mata as nossas crianças? O que podemos fazer para evitar essas mortes?”, conta Patricia Boccolini, pesquisadora do Observa Infância vinculada ao Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (Nippis), uma cooperação entre a Fiocruz e a Unifase.

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Agrotóxico mais usado do Brasil está associado a 503 mortes infantis por ano, revela estudo

O glifosato é o agrotóxico mais popular do Brasil. Ele representa 62% do total de herbicidas usados no país e, em 2016, as vendas desse produto químico em milhares de toneladas foi superior à soma dos sete outros pesticidas mais comercializados em território nacional.

Associado à produção de soja transgênica, o herbicida contribuiu para que o Brasil se tornasse o maior produtor do grão no mundo, superando os Estados Unidos.

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Campanha de aleitamento incentiva participação do homem na criação dos filhos

Documento orienta pais e empresas sobre licença-paternidade estendida. Benefício é concedido a pais que comprovarem envolvimento no desenvolvimento do bebê

O Ministério da Saúde lançou, nesta sexta-feira (4), um documento voltado a orientar pais e empresas sobre os benefícios da licença-paternidade estendida. Os pais, com a Lei 13.257/2016 (Marco Legal da Primeira Infância), podem prorrogar de 5 para mais 15 dias o período desde que seja comprovado o seu envolvimento no desenvolvimento do bebê.

A maior ligação do homem com a criação do filho e sua aproximação com a mulher é o foco da campanha nacional de amamentação deste ano.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, explica que busca-se apoiar os pais que são motivados a estar mais próximos das crianças, “para que possam cada vez mais auxiliar as mães, criando um ambiente de conforto e condições adequadas para esta prática tão importante, que é a amamentação”, ressaltou. A amamentação é capaz de reduzir em 13% a mortalidade por causas preveníveis em crianças menores de 5 anos.

Para ter direito à licença-paternidade estendida, os pais precisam entregar os seguintes comprovantes: declaração do profissional de saúde informando a participação do pai no pré-natal, nas atividades educativas durante a gestação ou sua visita à maternidade.

Mortalidade infantil

Os bancos de leite humano (BLH) estão entre as principais iniciativas do Ministério da Saúde para a redução da mortalidade infantil. Atualmente, o Brasil conta com 221 bancos de leite e 188 postos de coleta, além da coleta domiciliar. Todos os estados brasileiros possuem, pelo menos, um banco de leite.

#FAQMS | Dúvidas sobre o câncer infanto-juvenil

O Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA), e o Ministério da Saúde (MS) lançaram na semana passada a publicação Incidência, Mortalidade e Morbidade Hospitalar por Câncer em Crianças, Adolescentes e Adultos jovens no Brasil: Informações dos registros de câncer e do sistema de mortalidade. É a primeira vez que um panorama do câncer em adolescentes e adultos jovens, na faixa etária entre 15 e 29 anos, é traçado no Brasil.

Os dados da publicação mostram que o câncer foi a principal causa de morte por doença entre 2009 e 2013, perdendo apenas para “causas externas”, como acidentes ou mortes violentas. Foram 17.527 mortes por câncer. O trabalho do INCA/MS indica que a taxa média de mortalidade por câncer de adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos) foi de 67 por 1 milhão, no período de 2009 a 2013. Uma boa notícia é que essa taxa está estável nos últimos anos.

Para ajudar a tirar dúvidas a respeito do tema, e orientar adolescentes e jovens a respeito dos mais diversos tipos de câncer, o Blog da Saúde conversou com o oncologista clínico do INCA, Dr. Gélcio Mendes. Confira a seguir:

Blog da Saúde: Quais tipos de câncer atingem mais a faixa etária entre 15 e 29 anos (adolescentes e jovens)?
Dr. Gélcio: Essa é uma faixa etária muito interessante, porque é pouco discutida. Normalmente, pensa-se no câncer infantil e depois nos cânceres do adulto e do idoso. Mas existe essa faixa etária, que vai dos 15 aos 29 anos, em que o desenvolvimento de um câncer é uma situação inesperada e ainda é pouco abordada nos diversos meios.

Nessa faixa etária, os tumores não são mais aqueles tumores típicos das crianças. São tumores mais comuns entre adultos. Câncer do colo do útero, na tireoide, e da mama. Os chamados tumores germinativos (tumor dos testículos e dos ovários) e o melanoma, têm uma representação bem importante nessa faixa. O câncer do colo do útero também tem uma incidência grande, e entre os linfomas, o linfoma de Hodkin também aparece muito nessa faixa etária.

Blog da Saúde: Mas os carcinomas no trato geniturinário (conjunto dos aparelhos genital e urinário) são os principais tumores nessa faixa etária? 
Dr. Gélcio: Os cânceres do aparelho geniturinário são, nessa faixa etária, principalmente, do colo do útero e os tumores germinativos. Apesar de ser típico de mulheres na faixa em torno de 50, 60 anos, observamos tumores acontecendo nas pacientes jovens na faixa dos 20 anos. É o tumor que está associado à infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano). A boa notícia é que hoje temos, dentro do Programa Nacional de Imunização (PNI), a vacina contra HPV, que espera que reduza a frequência e incidência dessa doença.

Outros tumores geniturinários que têm muita importância nessa faixa etária são os de células germinativas: o câncer do testículo e do ovário. São tumores bastante agressivos, mas a notícia boa é que estão entre os tumores com maior probabilidade de cura, mesmo em pacientes com doença avançada. Então, apesar de serem tumores muito graves, são doenças com taxa de cura muito elevada. Esses são os dois grupos de doença dos tumores geniturinários frequentes nessa faixa do adolescente e adulto jovem.

Blog da Saúde: Por que o câncer é a segunda principal causa de morte entre esta faixa etária, perdendo apenas para causas externas?
Dr. Gélcio: A primeira coisa que é importante estar claro é que apesar de ser a segunda principal causa de morte, depois das causas externas, o câncer nessa faixa de 15 a 29 anos é uma doença muito rara. Essa é uma faixa etária que ainda tem a causa externa como a principal causa de mortalidade, especialmente entre os homens. Mas também é uma idade em que as doenças infecciosas não têm tanto impacto, e as doenças relacionadas ao envelhecimento (as crônico-degenerativas) têm menor efeito sobre a mortalidade.

Blog da Saúde: Como os pais, familiares ou os próprios adolescentes e jovens podem ficar atentos aos sinais e sintomas?
Dr. Gélcio: A primeira questão é quando você começa a observar sinais e sintomas que são típicos de um tumor em qualquer idade: emagrecimento sem explicação, surgimento de alguma dor que se mantém persistente durante mais de duas ou três semanas, sangramentos por traumas mínimos e febre por mais de três ou quatro semanas. Esses são sintomas que devem alertar o indivíduo a procurar o médico.

O profissional de saúde precisa estar atento e informado sobre o câncer nessa faixa de idade. A partir do momento em que ele suspeita, começa a buscar o diagnóstico, seja através de um exame radiológico, exame laboratorial, solicitação de uma consulta com especialista, clínico, gastroenterologista, ginecologista, urologista, ou mesmo em um serviço de Oncologia.

Blog da Saúde: Em caso de suspeita de algum tipo de câncer, onde o indivíduo pode recorrer?
Dr. Gélcio: A porta de entrada é pela Atenção Básica. O paciente vai ao posto de saúde e o médico, enfermeiro ou profissional que o atender, uma vez suspeitando dessa condição, deve encaminhar, pelo sistema de referência, para centros especializados, onde possa ser feito o diagnóstico adequado. Caso o diagnóstico seja confirmado, vai passar por um protocolo, a partir de exames de imagem, exames laboratoriais, e avaliação de especialistas.

Blog da Saúde: O que o SUS oferece em termos de suporte e tratamento hoje em dia?
Dr. Gélcio: Para todos esses tumores, pelo SUS, é oferecida atenção oncológica nas chamadas Unidades de Atendimento Oncológico (UNACON) ou nos Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), que estão distribuídos pelo Brasil todo. Esses são tumores que, na maioria das vezes, dispõe de plena capacidade de atendimento, seja cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Toda a questão do cuidado paliativo, e investigação e tratamento é disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Tudo é contemplado dentro da Rede de Atenção à Saúde e à Política Nacional de Atenção Oncológica.

Blog da Saúde: Há algum tipo de adolescente ou jovem que seja considerado grupo de risco?
Dr. Gélcio: Alguns tumores familiares e hereditários começam a surgir com maior frequência em pacientes mais jovens. São tumores raros, mas há casos de câncer de mama familiar, por exemplo. Pacientes que têm esse histórico familiar, marcado por vários casos, devem ter um segmento desde uma faixa etária mais jovem. Na maioria dos casos, os tumores que acontecem nessa faixa de idade não têm uma causa muito bem definida. De modo geral, não há um grupo específico que deva ser observado uma forma diferenciada.

Blog da Saúde: Como os hábitos podem ajudar a evitar o câncer?
Dr. Gélcio: Na lista dos tumores mais frequentes, temos o câncer do colo de útero. A prevenção primária deste câncer está relacionada à redução do contágio pelo papilomavírus humano (HPV), que ocorre por via sexual. A prática sexual desprotegida (sem o uso de preservativos) é um fator de risco importante para transmissão do HPV, e consequentemente de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero*. O primeiro comportamento fundamental é fornecer informação aos jovens sobre a prática do sexo seguro e a utilização de preservativos. Esse é um dos grandes focos de prevenção que devemos deve recomendar.

Como medida de saúde pública, recomendamos a atividade física regular, manutenção do peso adequado, a limitação do uso de alimentos ultraprocessados, que são alimentos que aumentam o risco de obesidade. Outro fator de risco evitável é a exposição solar, que está associada ao desenvolvimento do melanoma, tipo de câncer de pele mais grave. Estimular a prática de atividade ao ar livre sempre com chapéus e roupas compridas e com o uso adequado do protetor solar são comportamentos que devem ser estimulados. Fazer atividades ao ar livre no início da manhã ou no final da tarde para limitar o risco de queimaduras são algumas das medidas muito importantes.

Evidentemente, o tabagismo está relacionado a vários tipos de câncer (pulmão, cavidade oral, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemias). Não há limite seguro para o uso do tabaco.

*O Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, oferta a vacina contra o HPV gratuitamente para meninas entre 9 e 14 anos, e meninos de 12 e 13 anos.  Saiba mais sobre a vacina contra HPV aqui.

Mortalidade infantil continua em queda no Brasil

Estudo do IBGE liga a queda nos óbitos infantis ao aumento da escolaridade feminina e de domicílios com saneamento básico

Anderson Acendino/Governo de Mato Grosso
Em 2015, foram registrados 2.945.344 nascimentos, aumento de 1,4% em relação a 2014

As mortes de crianças com até 1 ano de idade passaram de 4% do total de óbitos registrados em 2005 para 2,5% em 2015, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (24). Na faixa até 5 anos, esse percentual caiu de 4,8% para 3% dos óbitos.

A redução da mortalidade infantil nas últimas décadas é evidente: em 1974, os óbitos de crianças menores de 1 ano representavam 28% do total no Brasil e os de menores de 5 anos, 35,6%. “Cabe enfatizar que a diminuição dos níveis de fecundidade também contribuiu de forma significativa para o declínio destes percentuais”, lembra o estudo.

O IBGE também atribui o declínio na mortalidade infantil ao aumento da escolaridade feminina e à elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo), além do maior acesso da população aos serviços de saúde, o que proporcionou melhoria na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida.

“Enfim, diversas ações advindas não somente das esferas governamentais, mas também de entidades privadas e organizações sociais, foram conduzidas com o propósito de reduzir a mortalidade infantil e infantojuvenil”, mostra a pesquisa.

Envelhecimento da população brasileira

O estudo aponta que o aumento do volume de óbitos registrados no Brasil nos últimos dez anos, passando de 992.477 registros de óbitos em 2005 para 1.227.396 em 2015, acréscimo de 23,7%, ocorre “em virtude da diminuição da mortalidade nas idades iniciais, fazendo com que um maior contingente de indivíduos chegue às idades finais, onde a mortalidade é elevada, gerando um aumento no número de óbitos nas idades mais avançadas”.

Em 1974, a morte das pessoas de mais de 65 anos representava 27,3% do total, quando o País ainda tinha uma população muito jovem. A partir de 2005, 52,4% dos óbitos registrados são da população idosa. Em 2015, este percentual alcança 58,1%.

“A estrutura de óbitos vem se modificando fortemente no Brasil com a tendência que se concentre cada vez mais nas idades finais da vida”, afirmou o pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque.

O estudo Estatísticas do Registro Civil é resultado da coleta das informações prestadas pelos cartórios de registro civil de pessoas naturais, varas de família, foros ou varas cíveis e os tabelionatos de notas do País.

Fontes: IBGE e Agência Brasil

Brasil é referência mundial em amamentação

No País, 41% das mães amamentam exclusivamente até os seis meses. Dobro da taxa registrada nos EUA, Reino Unido e China

A mortalidade de crianças menores de cinco anos no Brasil caiu 80%, passando de 66 para 12,9 para cada mil nascidos vivos entre 1990 e 2014. Um dos responsáveis por essa queda é o aleitamento materno. No Brasil, 41% das mães já mantêm a amamentação exclusiva até os primeiros seis meses de vida do bebê, dobro das taxas registradas nos Estados Unidos, Reino Unido e China.

Além de promover saúde, o leite materno faz bem ao planeta, já que não precisa de outro recurso para ser ofertado às crianças. Essa é a mensagem da Semana Mundial da Amamentação deste ano, campanha que teve início no começo deste mês. A campanha tem apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Saúde.

De acordo com dados da revista The Lancet, o ato de amamentar tornou-se mais comum no Brasil a partir de 2006. Na década de 1970, as crianças brasileiras eram amamentadas em média dois meses e meio. Em 2006-2007, essa média subiu para 1 ano e dois meses. “Temos de ter orgulho desse avanço, que é capaz de salvar vidas”, ressalta o ministro da Saúde, Ricardo Barros. A revista aponta que o aumento se traduz numa economia em tratamentos de saúde de US$ 6 milhões no Brasil.

Economia e ecologia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês recebam leite materno exclusivo até 6º mês de vida e, associado à alimentação complementar saudável, até os dois anos ou mais. Isso porque o leite materno transmite anticorpos e nutrientes essenciais para os bebês: metade dos casos de diarreia e um terço das infecções respiratórias em crianças seriam evitadas com o leite materno. Também seria possível evitar 72% e 57% das internações hospitalares provenientes dessas doenças.

Além de fazer bem para a saúde da criança e da mulher, o aleitamento materno é a forma mais econômica e ecológica de alimentar uma criança.

Para fabricação dos leites em pó ou longa vida é necessário o uso de energia, assim como materiais para embalagem, combustível para a distribuição e de água, além de produtos de limpeza tóxicos para o preparo diário. Por isso, só devem ser utilizados por orientação médica, quando a mulher estiver impedida de amamentar. “O leite materno já vem pronto, está sempre na temperatura correta para o bebê e não necessita de nenhum preparo nem gasto de energia. Ou seja, não agride o meio ambiente“, completa o ministro da Saúde.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde

Política vai fortalecer ações de promoção da saúde da criança

Infância

Objetivo é alinhar programas e recursos para consolidar e ampliar conquistas como a redução da mortalidade infantil e materna e a queda da desnutrição

Para intensificar e alinhar as ações dos governos federal, estaduais e municipais, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, assinou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança. “A Política sintetiza de maneira simples e clara para os gestores estaduais, municipais e profissionais de saúde, os grandes eixos de ações que compõem uma atenção integral à Saúde da Criança e aponta estratégias e dispositivos para a articulação das ações e da rede de serviços de saúde nos municípios e regiões de saúde”, disse o ministro.

A política vai promover o aleitamento materno e atenção à criança da gestação aos nove anos de idade. O texto tem especial atenção à primeira infância (zero a cinco anos) e às populações de maior vulnerabilidade, como crianças com deficiência, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, e em situação de rua.

Avanços

Nos últimos anos, o Brasil tem conseguido avanços importantes para melhorar a saúde das crianças brasileiras. Segundo o Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos do Milênio (ODM) 2013, o Brasil alcançou em 2012 a meta internacional de diminuição da mortalidade na infância (menores de cinco anos)  e infantil (menos de um ano de idade) antes da data limite.

O índice, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), previa a redução em 2/3 da mortalidade desse público entre 1990 e 2015. No Brasil, a taxa passou de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos em 1990 para 17,3 óbitos por mil nascidos vivos em 2012, uma redução de 67,7%. O País também já atingiu a meta estabelecida em relação às mortes de crianças com menos de um ano de idade (mortalidade infantil), passando de 47,1 óbitos por mil nascidos vivos em 1990 para 14,9 óbitos por mil nascidos vivos em 2012, queda de 68,3%.

O Ministério da Saúde avalia que esses avanços decorrentes de ações como a ampliação da cobertura da atenção básica, do acesso à vacinação, das taxas de aleitamento materno e do nível de escolaridade da mãe, além da diminuição da pobreza obtida pelo programa Bolsa Família. Essas ações se somam a outras políticas públicas que levaram à quase extinção de internações por desnutrição (agravo praticamente residual no País), por doenças imunopreveníveis (sarampo, difteria, tétano neonatal, poliomielite, varíola, rubéola, meningites) e por diarreia/pneumonia.

O aumento das consultas de pré-natal é outro exemplo de ação realizada pelo Ministério da Saúde com estados e municípios que contribuiu para a redução da mortalidade infantil e materna. Somente em 2014, foram realizadas mais de 20 milhões de consultas de pré-natal pelo SUS, o que representa aumento de 57% em relação a 2007 (quando foram realizadas 12,7 milhões de consultas).

Para os avanços continuarem, medidas como a Lei nº 1.153/2014 que cria a estratégia Hospital Amigo da Criança estão sendo implementadas. A lei estimula que as unidades hospitalares estabeleçam uma Política de Aleitamento Materno, condições para um parto humanizado e cuidado à criança. Em contrapartida, os hospitais, ao cumprirem os requisitos necessários para se tornarem Amigo da Criança, recebem incentivos financeiros que variam de 2,5% a 17% sobre os recursos destinados aos partos e 8% para cada criança nascida na unidade.

Adolescentes mais tempo na Pediatria

A política considera como criança a pessoa na faixa etária de zero a nove anos e a primeira infância, de zero a cinco anos. Para atendimento em serviços de Pediatria no Sistema Único de Saúde (SUS), são contempladas crianças e adolescentes menores de 16 anos, sendo que este limite etário pode ser alterado conforme as normas e rotinas do estabelecimento de saúde responsável pelo atendimento.

“A ideia é manter por mais tempo o acompanhamento do adolescente pelo serviço de Pediatria, como preconiza a Sociedade Brasileira de Pediatria, principalmente aquele que sofre de problemas de saúde crônicos, para garantir a continuidade do cuidado pelos mesmos profissionais com os quais mantém vínculo desde a infância”, explica o coordenador de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha.

A construção da Política também contou com um Grupo de Trabalho composto por especialistas e gestores, com apoio conceitual e metodológico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis do Instituto Fernandes Figueira.

 

Sete eixos estratégicos da Política

Atenção humanizada e qualificada à gestação, parto, nascimento e recém-nascido
Aleitamento materno e alimentação complementar saudável
Promoção e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral
Atenção a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas
Atenção à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz
Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade
Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno

Fontes: Portal Brasil e Ministério da Saúde.

Lançada campanha para incentivar doação de leite materno

O ministro da saúde, Arthur Chioro, lançou nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro, a campanha nacional de doação de leite humano 2014. Com o slogan “Quando você doa leite materno, doa vida para o bebê e força para a mãe”, a campanha deste ano tem como meta aumentar em 15% o volume de leite coletado no Brasil, ampliando o número de bebês beneficiados. Em 2013, o total coletado foi de 174.493 litros.

No último ano, houve redução no número de mulheres que doaram seu leite. Em 2013, foram 159.592 voluntárias contra 179.113 no ano anterior. Durante a solenidade desta quinta-feira, o ministro ressaltou que a expectativa do governo e das instituições empenhadas nesta campanha é aumentar o número de mães doadoras. Segundo ele, embora tenha ocorrido um crescimento nos últimos anos de 27% no número de doadoras, de 2012 para 2013, foi registrado redução no número de voluntárias. “Faço um apelo às mulheres que passam pela experiência da maternidade e produzam leite, que procurarem um dos postos de coleta. Esta voluntária está fazendo um gesto de amor e solidariedade em benefício a outras mães que, infelizmente, não conseguem amamentar”, afirmou o Chioro.

O ministro ressaltou as vantagens do leite materno, não apenas para a redução da mortalidade infantil, como também na qualidade de vida e na defesa das crianças contra uma série de doenças. Apesar da queda no número de doadoras, o volume de leite doado por cada mãe vem crescendo. Tanto que, entre 2010 e 2013, houve um aumento de 12% no total de recém-nascidos atendidos, chegando a 177.450.

Os bancos de leite figuram entre as principais iniciativas do Ministério da Saúde para a redução da mortalidade infantil, inseridos na estratégia da Rede Cegonha. Cada litro de leite pode atender até 10 recém-nascidos internados por alimentação, dependendo da necessidade. Toda mulher que amamenta pode doar leite materno para atender a demanda de bebês prematuros e de baixo peso.

Para fazer a doação, as mães lactantes podem solicitar orientação diretamente ao Banco de Leite Humano mais próximo da sua residência. A equipe vai até a casa da doadora, fornece todas as instruções e leva os frascos adequados para o armazenamento. Guardando o leite em casa, de acordo com a própria disponibilidade e no máximo até 10 dias após a coleta, basta a doadora solicitar a retirada do leite em sua casa. Qualquer quantidade é importante para a vida dos bebês, já que 1 ml de leite é suficiente para impactar na vida do recém-nascido.

Referência – O modelo do Banco de Leite Humano brasileiro é referência internacional. Desde 2005, o Brasil exporta as técnicas de baixo custo para implantar bancos de leite humano em 23 países na América Latina, Caribe hispânico, Península Ibérica e África. Na América do Sul, três países – Uruguai, Venezuela e Equador – receberam as primeiras tecnologias transferidas.

Logo depois, foram instalados em Portugal e na Espanha os primeiros bancos no modelo brasileiro. O primeiro país africano a adotar o sistema foi Cabo Verde. Missões da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano/Fiocruz estiveram em Moçambique e Angola em 2010 e 2011, onde já existem projetos em fase de implantação.

Para a rede brasileira, o Ministério da Saúde destinou, desde 2011, mais de R$ 7 milhões ao custeio, reforma e construção dos bancos de leite. Neste ano, está previsto R$ 894 mil na capacitação de profissionais para atuação em Banco de Leite Humano, promoção do aleitamento materno e desenvolvimento do sistema de informações integradas.

Madrinhas – A campanha deste ano conta com duas madrinhas, uma mãe doadora e outra receptora. A campanha enfatiza que o leite doado serve para salvar a vida de recém-nascidos prematuros e internados que não podem ser amamentados pela própria mãe. Com o leite humano, o bebê fica protegido de infecções e diarreias, cresce com mais saúde, ganha peso mais rápido e fica menos tempo internado.

As madrinhas da campanha são Andréa Santa Rosa, casada com ator Márcio Garcia, e Rany Souza. Com quatro filhos, Andréa é doadora de leite materno, mas precisou da doação quando o último filho, João, nasceu prematuro. Rany Souza é receptora, mãe de Isabela, que também nasceu prematura e esteve internada na UTI neonatal do IFF/RJ na semana em que a campanha foi produzida e já obteve alta.

“Como nutricionista, sei muito bem a importância do aleitamento materno. Ele é único e exclusivo, não precisar dar água, chá e tem todos os nutrientes fundamentais para a criança, além de ser um alimento de fácil digestão”, enfatizou a madrinha Andrea Santa Rosa, na solenidade desta quinta-feira. Durante a mobilização, que será realizada até o dia 18 de maio de 2015, o Ministério da Saúde irá distribuir um milhão de folders e 40 mil cartazes com as mensagens de incentivo à doação.

Prêmio – No evento, foi anunciado o Prêmio Jovem Pesquisador da Rede BLH que tem como objetivo incentivar estudantes universitários ou graduados, com até 10 anos de formação, para o envio de trabalhos que poderão contribuir no fortalecimento das ações.Foram entregues, ainda, certificados para profissionais colombianos e brasileiros formados no Curso EAD de Processamento e Controle de Qualidade do Leite Humano Ordenhado. A ação integrada do Ministério da Saúde e da Fiocruz com a Agência Brasileira de Cooperação possibilitou que a RedeBLH estabelecesse uma cooperação com os 23 países nas regiões da América Latina, Caribe, Península Ibérica e África. O objetivo do curso é formar multiplicadores para viabilizar a transferência da tecnologia dos bancos do Brasil a outros países.

O governo federal lançou, em 2011, a estratégia Rede Cegonha, que tem como uma das principais metas incentivar o parto normal humanizado e intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças. Atualmente, a Rede Cegonha está presente em mais de cinco mil municípios de todos os estados do país, e atende a 2,6 milhões de gestantes. Desde o lançamento da Rede, já foram investidos mais de R$ 3,3 bilhões.

O Brasil reduziu em 77% a taxa de mortalidade na infância (menores de cinco anos), de acordo com o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No período de 1990 a 2012, o número de óbitos passou de 62 a cada mil nascidos vivos para 14 mortes, nesta faixa etária. Com isso, o Brasil alcançou o índice de redução definido pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM 4), em relação à mortalidade na infância, três anos antes do prazo estabelecido.