Publicado em julho 26, 2017 por marciapinto
A convite do Ministério da Saúde, o pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Armando Schubach, e a médica dermatologista e mestre em Pesquisa Clínica pelo INI/Fiocruz, Maria Cristina Duque, estiveram, no mês de junho, no município de Ibatiba, no Espírito Santo, capacitando 35 profissionais, entre médicos e enfermeiros, no tratamento intralesional da leishmaniose tegumentar. Essa nova metodologia, desenvolvida no INI/Fiocruz ao longo de 30 anos, vem sendo adotada agora pelo Ministério e consiste na injeção, em menores doses, do antimoniato de meglumina – medicação usada para tratar a doença -, de forma subcutânea ao redor das úlceras.
A leishmaniose tegumentar vem ocorrendo como um surto em Ibatiba. Somente em 2017, 27 novos casos da doença surgiram na cidade, que tem cerca de 25 mil habitantes, segundo censo 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A maior parte dos pacientes está acima de 50 anos, cuja indicação é para o tratamento com a anfotericina B lipossomal. Só que essa medicação é feita na veia da pessoa e requer uma monitoração internado ou em um Hospital-dia (regime de assistência intermediário entre a internação e o atendimento ambulatorial. Para a realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, o Hospital-dia é indicado quando a permanência do paciente na unidade é requerida por um período máximo de 12 horas), por exemplo, e para um município pequeno acaba não sendo uma solução. Então, esse treinamento serviu para apresentarmos a nova técnica intralesional que desenvolvemos e foi aplicada em alguns pacientes previamente selecionados e convidados a participar do treinamento. Apenas em duas pessoas, com lesões disseminadas em diferentes partes do corpo, nós resolvemos utilizar a anfotericina, pois se beneficiariam mais com um tratamento sistêmico”, informou Armando Schubach.
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