Tag Archives: Memória

Verme causador da meningite é detectado em 26 cidades do estado do Rio

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificou a presença do verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, em 26 municípios do estado do Rio de Janeiro. O parasito foi detectado em moluscos terrestres, incluindo caramujo gigante africano, caracóis e lesmas. As coletas foram realizadas entre 2015 e 2019. Os dados estão relatados em artigo recém-publicadona revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

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7 coisas que Divertida Mente 2 revela sobre o cérebro e as emoções, segundo especialistas

A animação Divertida Mente 2, da Disney/Pixar, era um dos lançamentos mais aguardados do cinema em 2024 — não à toa, superou o filme Duna 2 e se tornou a maior bilheteria do ano até o momento, com menos de duas semanas em cartaz.

Boa parte do enredo se passa na cabeça de Riley, uma menina que enfrenta todos os desafios da transição para a adolescência — o Divertida Mente 1, de 2015, acompanha a personagem durante a infância.

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Os ‘superidosos’ com memória melhor que pessoas 30 anos mais jovens

Um seleto grupo de idosos na casa dos 80 e 90 anos de idade mantém poderes cognitivos excepcionais

Cientistas americanos acreditam que podem estar perto de responder por que existem idosos que mantêm raras capacidades cognitivas em comparação com pessoas 30 anos mais jovens.

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Uso de celular antes de dormir pode retardar a sensação de sono

É difícil esquecer de uma noite mal dormida, pois o corpo não deixa: o sono domina, o trabalho não rende, a cabeça pesa e o humor fica péssimo. Além disso, quem não dorme bem, ou insuficientemente, pode ter sonolência excessiva durante o dia. Não é preciso ser um especialista no assunto para saber da importância do sono em nossa saúde como um todo e na qualidade de vida.

Na era da tecnologia, como os aparelhos eletrônicos se tornaram mais leves e portáteis, podemos levá-los a qualquer lugar, inclusive para a cama. O celular, hoje, é um instrumento de assessoria quase indispensável, pela praticidade, facilidade e rapidez de comunicação entre as pessoas, mas usá-lo à noite, antes de dormir, pode retardar a sensação do sono e conduzir a uma “diminuição do estado de alerta no dia seguinte, além de alteração na secreção hormonal de melatonina”, segundo artigo recém-publicado na Revista de Medicina.

 

O sono é responsável pelo bom funcionamento da memória. Foto: via Pixabay / CC0 Public Domain

O sono é responsável pelo bom funcionamento da memória e é regulado por três fatores: a necessidade biológica de dormir, o horário em que se dorme, relacionado com o fator claro-escuro do ambiente, e “o fator comportamental, notado principalmente em hábitos próximos à hora de dormir”. O objetivo da pesquisa é verificar a alteração na qualidade e duração do sono, assim como na sonolência diurna após abstenção do uso do telefone celular próximo ao horário de dormir. Para essa pesquisa foram aplicados questionários, testes e estatísticas com estudantes de medicina voluntários, na faixa de idade entre 17 e 40 anos, que já vivenciam a qualidade do sono alterada devido às elevadas cargas horárias de estudo e trabalho.

As autoras associam o uso de smartphones à noite ao fato de o usuário estar disponível a contatos o tempo todo, inclusive durante a noite, fato que se revela um grande desencadeador de estresse, sobretudo quando se usa mais de um aparelho eletrônico por longos períodos de tempo, podendo diminuir a produção de melatonina, responsável pela regulação hormonal do sono. “A melatonina é liberada durante o anoitecer e induz ao sono. A exposição à luz, no entanto, inibe sua produção.”

Os resultados apontam para o perfil sociodemográfico da amostra dos 76 estudantes – “93% dos alunos voluntários mantêm o celular próximo de si, 76% o utilizam mesmo já na cama e 68% dos participantes acordam caso o celular toque, sem contar que 79% participantes utilizam o celular por pelo menos 15 minutos após se deitar”. O artigo cita outras pesquisas que comprovam os benefícios da abstinência do uso de celulares por uma hora antes de dormir, o que diminui a sonolência diurna.

Apesar de outros aparelhos eletrônicos, como tablets, computadores, televisores, também poderem influenciar a qualidade do sono devido à luz emitida por qualquer um deles, os autoras alertam que a pesquisa enfoca apenas os celulares, sugerindo pesquisas sobre esses outros aparelhos e a crise de ansiedade que pode ser gerada pela abstinência dos mesmos. Para as autoras, “com a restrição do uso do aparelho celular por uma hora antes de dormir por um período de 15 dias, foi possível notar mudanças estatisticamente significativas no sono dos participantes”. Dessa forma, é interessante buscar-se hábitos que melhorem o descanso noturno, aumentem a disposição diária com a diminuição do uso dos telefones antes de dormir, pois, definitivamente, celular e sono não combinam.

Vera Lucia Ribeiro Fuess é professora adjunta da Universidade de Mogi das Cruzes e doutora em Otorrinolaringologia pela USP, com certificação em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono.

Carine Cristina Moraes de Freitas, Agda Lopes Donnabella Marconi Gozzoli, Juliana Naomi Konno são acadêmicas do quarto ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes.

FREITAS, Carine Cristina Moraes; GOZZOLI, Agda Lopes Donabella Marconi; KONNO, Juliana Naomi; FUESS, Vera Lucia Ribeiro. Relação entre uso do telefone celular antes de dormir, qualidade do sono e sonolência diurna. Revista de Medicina, São Paulo, v. 96, n. 1, p. 14-20, mar. 2017. ISSN: 1679-9836. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/121890/125311>. Acesso em: 05 abr. 2017.

Treino cognitivo melhora memória em cérebro lesionado

Da Assessoria de Imprensa do Instituto Central do HCFMUSP

Estudo realizado por especialistas do Departamento de Neurologia e Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) revela a eficácia do treino cognitivo na melhora da memória de pacientes submetidos à cirurgia para ressecção de tumores cerebrais no lobo frontal esquerdo. Esta área do cérebro está relacionada à capacidade de codificar e recordar novas informações, especialmente de conteúdo verbal (informações lidas e conversas), além de aplicar estratégias eficientes para melhorar o desempenho da memória.

O estudo é descrito em artigo publicado no periódico internacional Plos One. Segundo a pesquisadora Eliane Miotto, neuropsicóloga do Departamento de Neurologia do HCFMUSP, até então nenhuma pesquisa havia investigado o que poderia ocorrer no cérebro dos pacientes com extensas lesões decorrentes da remoção de um tumor especialmente em áreas relevantes para o funcionamento da memória e funções executivas como o lobo frontal esquerdo.

A pesquisadora destaca ainda que não há, até o momento, medicamentos capazes de restabelecer o funcionamento pleno da memória em pacientes com lesões cerebrais. Por este motivo, tem se buscado novas alternativas de tratamento para os problemas de memória, dentre elas, o treino cognitivo.

Treinamento
Foram avaliados nove pacientes adultos (idade média de 38,8 anos). Esses pacientes haviam sido submetidos à ressecção do tumor na região do lobo frontal esquerdo há cerca de dois anos antes de participarem do estudo. Todos os integrantes realizaram o exame de Ressonância Magnética Funcional antes e depois de uma sessão de treino de memória na qual eram ensinadas estratégias de agrupamento semântico para melhora da capacidade de recordar diversas listas de palavras.

Os resultados surpreenderam os especialistas. Foi comprovada melhora significativa dos pacientes nas tarefas de memória e, esta melhora, segundo Eliane, estava associada a uma maior ativação ou recrutamento da região do giro frontal inferior no hemisfério ou lado direito do cérebro.

O treino também foi administrado em um grupo controle de voluntários saudáveis pareados aos pacientes em termos de idade e escolaridade. Os voluntários saudáveis demonstraram melhora da capacidade de memorizar novas informações após o treino e esta melhora estava associada a uma maior ativação especialmente das regiões do lobo frontal esquerdo.

Foto: Wikimedia Commons

Mais informações: (11) 2661-7879; email bete.subires@hc.fm.usp.br

Estudo analisa crianças e adolescentes com TOC

Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) constatou que crianças e adolescentes portadoras de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) apresentam comprometimento de alguns circuitos cerebrais em decorrência da doença. Apesar de esse comprometimento ainda não ter se manifestado no comportamento, outros dados do estudo sugerem que existe a possibilidade de esses pacientes, ao atingirem a vida adulta, apresentarem dificuldades ou déficits ligados à memória e ao agrupamento semântico (evocar em sequência palavras de uma mesma categoria). “Estudos futuros deverão ser feitos para confirmar esta hipótese”, afirma o autor do estudo, o psicólogo Marcelo Camargo Batistuzzo.

Os resultados foram obtidos pelo pesquisador na tese de doutorado Ativação cerebral associada à memória episódica verbal no transtorno obsessivo-compulsivo por meio de ressonância magnética funcional defendida na FMUSP. O estudo foi desenvolvido no âmbito do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD), coordenado pelo professor Eurípedes Constantino Miguel, da FMUSP. O INPD é um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O TOC é um transtorno psiquiátrico caracterizado por pensamentos obsessivos, compulsões, rituais ligados a pensamentos repetitivos que interferem na rotina da pessoa e causam prejuízos em todas as áreas do relacionamento.

A pesquisa foi realizada com 50 crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos, de ambos os sexos e mesmo nível sócioeconômico, e preferência manual (canhoto/destro) sendo 25 portadoras de TOC e 25 saudáveis (grupo controle). Os pacientes com TOC foram selecionados a partir de um outro estudo realizado no INPD, o SMART, produzido pela pesquisadora Roseli Gedanke Shavitt.

Segundo a literatura, pacientes com TOC apresentam dificuldades de memória e de funções executivas, como planejar e executar um determinado comportamento. “Trabalhamos com a hipótese de que esses problemas de memória acontecem porque as pessoas com TOC não conseguem organizar o conteúdo daquilo que devem memorizar durante a codificação dos estímulos”, conta o psicólogo.

Para investigar essa hipótese, Batistuzzo utilizou a ressonância magnética funcional para verificar a ativação cerebral dos 50 participantes do estudo durante testes de memória. Durante o exame ambos os grupos foram expostos a 32 palavras divididas em duas listas. Na primeira, apareciam imagens de palavras relacionadas (mesma categoria semântica), como flores, roupas ou animais. Já na segunda, as palavras não apresentavam relação entre si. Cada lista continha 16 palavras com duas a cinco sílabas, e todas de substantivos concretos. Dentro da máquina de ressonância magnética, cada participante foi exposto a cada palavra três vezes, durante dois segundos. E no final, os participantes repetiam as palavras lembradas.

Resultados
No que se refere ao número de palavras lembradas, os resultados indicaram que os pacientes com TOC não apresentaram déficits em relação ao grupo controle. Batistuzzo analisou então o índice semântico, que reflete o quanto a criança consegue relacionar palavras em uma mesma categoria. “Quanto maior a categorização das palavras lembradas, maior será o índice semântico e a possibilidade de se evocar uma maior quantidade de palavras”, explica o pesquisador. Os resultados também foram semelhantes nos dois grupos.

As diferenças surgiram quando o pesquisador analisou a correlação entre o índice semântico e o número de palavras lembradas. “No grupo controle a utilização da estratégia foi capaz de prever a quantidade de palavras lembradas de modo que quanto mais categorizam palavra, mais se lembram delas. Isso não foi verificado do grupo de portadores de TOC”, aponta.

Outra diferença foi em relação à idade. Considerando o índice semântico encontrado em cada grupo, nos controles foi verificado que quanto mais velho o participante, maior o nível de categorização, o que não ocorreu no grupo de pacientes. “Essa dificuldade ao longo do desenvolvimento é algo esperado, ou seja, conforme o portador de TOC cresce, ele tem mais tempo de convivência com os sintomas e as dificuldades cognitivas aumentam.

O psicólogo conta que ao analisar as regiões cerebrais ativadas durante a memorização das palavras, foi constatado no grupo de pacientes uma ativação menor na região medial dorsal do lobo frontal. “Nós ficamos intrigados porque o número de palavras lembradas foi semelhante nos dois grupos. Entretanto, em relação à idade e ao índice semântico, os portadores de TOC não foram mais eficientes. Então nós interpretamos que essa hipoativação dos circuitos cerebrais estavam comprometidas em decorrência do TOC, apesar de ainda não se manifestarem no comportamento [índice semântico e na variável de palavras lembradas]“, finaliza. Diante desses resultados, ele sugere que, em um segundo momento, quando os participantes forem adultos, seja realizado um novo estudo sobre o tema.

A pesquisa foi defendida em fevereiro de 2014 na FMUSP sob a orientação da professora Eliane Correa Miotto e coorientaçao do professor Guilherme Vanoni Polanczyk.

Experimento descreve efeitos de memória em sistemas quânticos

Andrei Andreyevich Markov (1856-1922) foi um matemático russo que se notabilizou pelo comportamento político libertário e por seus trabalhos em probabilidade e processos estocásticos. Quase um século depois de sua morte, os substantivos “markovianidade” e “não markovianidade” tornaram-se palavras-chave no estudo da informação e da computação quânticas.

Um sistema é dito “markoviano” quando seu comportamento atual não depende do comportamento anterior. Opostamente, um sistema será “não markoviano” quando o comportamento presente depender do comportamento passado. O conceito de “não markovianidade” traz, implícita, a ideia de memória.

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