Tag Archives: Mães

Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual

Dados são de vítimas menores de 14 anos

A cada ano, 11.607 partos são consequência de violência sexual praticada contra meninas menores de 14 anos de idade. A Lei nº 12.015/2009 determina que esse tipo de violação configura estupro de vulnerável e prevê pena de reclusão de dois a cinco anos.

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Anvisa autoriza registro de vacina que previne bronquiolite em bebês. Dose deve ser administrada na mãe durante a gestação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o registro da vacina Abrysvo, da farmacêutica Pfizer. A dose combate o vírus sincicial respiratório (VSR), causador de infecções no trato respiratório, como a bronquiolite. A resolução foi publicada nesta segunda-feira (1º) no Diário Oficial da União.

Em nota, a Anvisa destacou que a bronquiolite é uma inflamação dos brônquios que acomete com bastante preocupação crianças pequenas e bebês. O imunizante é indicado para a prevenção da doença do trato respiratório inferior em crianças desde o nascimento até os seis meses de idade por meio da imunização ativa em gestantes.

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Universitários criam aplicativo gratuito para mães e gestantes

Mato Grosso do Sul

Um dos principais assuntos abordados no iMom – e que deu início à pesquisa – é o aleitamento materno, que acabou se tornando o foco principal do aplicativo

Facilitar a vida de mães e gestantes é o principal objetivo do aplicativo iMOM, criado por universitários de Mato Grosso do Sul. O enfermeiro Alexandre Rodrigues Mendonça, colaborador do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), idealizou o aplicativo que disponibiliza, via telefone celular, informações sobre temas que frequentemente geram dúvidas nos períodos gestacional e pós-parto.

O aplicativo foi desenvolvido como produto técnico embasado na pesquisa que Alexandre está realizando no curso de mestrado profissional de Ensino em Saúde pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, sob orientação de Antonio Sales.

O software, que é de instalação gratuita e possui versões para telefones com sistema IOS e Android, tem como diferencial a interatividade, pois além de acessar conteúdos técnicos específicos sobre vários assuntos, a usuária pode tirar dúvidas com profissionais de saúde e deixar perguntas públicas, que outras mães ou gestantes podem visualizar e responder.

“A equipe profissional que dá suporte ao aplicativo é toda composta por profissionais que atuam no HU-UFGD. Isso faz da ferramenta uma extensão da maternidade, de forma que a mãe recebe alta, vai para casa com o bebê, mas pode continuar em contato, tirando dúvidas e trocando ideias com o corpo consultivo e com outras mães e gestantes”, explica Alexandre.

Um dos principais assuntos abordados no iMom – e que deu início à pesquisa – é o aleitamento materno, que acabou se tornando o foco principal do aplicativo. Periodicamente, Alexandre publica textos sobre os mais diversos tópicos relacionados à amamentação, como aleitamento de gêmeos, uso do leite de vaca, aplicação de compressas nas mamas, fases do leite materno, doação de leite humano, entre vários outros.

“O aplicativo acaba se tornando uma proposta de promover o aleitamento materno, incentivando as mulheres a amamentarem seus filhos”, diz o enfermeiro que, além de administrar o conteúdo e as publicações, responde, junto aos outros profissionais do HU, às dúvidas das usuárias.

Interação

A enfermeira obstétrica Renata Rodrigues de Paula trabalha há seis anos na área de gestação e parto e é uma das profissionais que participam do corpo consultivo do iMom. “Uma das necessidades no setor da saúde é o atendimento multiprofissional e transdisciplinar que cada paciente precisa receber. Com o avanço tecnológico, o aplicativo agrega virtualmente o ponto de vista de vários profissionais especialistas e proporciona que a paciente receba a melhor conduta para o seu caso”, expõe a enfermeira.

Além de Alexandre e Renata, o corpo consultivo do iMom possui mais uma enfermeira e doula, duas médicas ginecologistas, uma fisioterapeuta, uma fonoaudióloga e uma nutricionista. Atualmente, mais de 1,1 mil pessoas já estão cadastradas no aplicativo.

Para baixar a ferramenta, basta buscar pelo termo iMom nas lojas virtuais de aplicativos, tanto para IOS quanto para Android. O download é gratuito. Os temas publicados também estão disponíveis no blog, e as novidades podem ser acompanhadas, ainda, pela página do aplicativo no Facebook.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde e do Hospital Universitário da UFGD

Sessões de cine-debate revelam vitórias e angústias de mães muito especiais

Viviane Andrade tem dois filhos autistas, mas só ganha do governo um Benefício de Prestação Continuada, no valor de um salário-mínimo. Os adolescentes gêmeos, entretanto, dão trabalho dobrado à mãe. Vítima da burocracia estatal, Viviane agora contará com assessoria jurídica para conseguir os dois benefícios de que precisa. O anúncio do apoio foi feito em 30 de abril pelo advogado Claudio Sarkis Assis, secretário-geral da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – regional Rio de Janeiro (OAB-RJ), no debate realizado na casa após a exibição do documentário Um dia especial, que retrata a rotina de mães de filhos com autismo e outras síndromes mais raras. A realização do filme, produzido e dirigido por Yuri Amorim, teve apoio da Faperj, por meio do Programa de Apoio à Produção e Divulgação das Artes, e da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, na pós-produção.

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Maternidade transforma portadoras de HIV

Estudo na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP analisou narrativas e sentimentos de mães com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV) que infectaram seus filhos durante a gestação. Os resultados apontam que a doença é um fator transformador na maternidade e na vida dessas mulheres, pois essas mães abdicam de suas vidas para que os filhos tenham possibilidade de sobreviver.

“Quando a maternidade acontece na presença da infecção do HIV, este percurso pode ser permeado por dificuldades e ameaças”, diz a autora da pesquisa, a psicóloga Ana Cristina Magazoni Bragheto-Pires. Em seu doutorado, Narrativas de mulheres mães infectadas pelo HIV, defendido em outubro de 2013, ela muda o foco de seus estudos para as mães, antes voltados só para as crianças.

Foram entrevistadas dez mulheres infectadas pelo HIV/Aids e com filho em tratamento na Unidade Especial de Terapia de Doenças Infecciosas (UETDI) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, de abril a novembro de 2011.

Cuidados de uma gestante infectada
Ana Cristina lembra que o quanto antes a síndrome for detectada, mais chances a criança tem de nascer sem o vírus. O primeiro passo, diz a pesquisadora, é uma série de medicamentos para prevenir a infecção no feto. “Mas em algumas regiões, infelizmente a gravidez é percebida tardiamente, por volta dos seis meses. Com essa idade gestacional, os remédios já não fazem efeito, pois a criança já está formada.”

A pesquisadora afirma que essas mulheres não podem ter parto normal, devido a grande troca de sangue com o bebê durante o procedimento. “Além do parto ser cesárea, a mãe não pode amamentar. Mesmo alguns estudos indicando que, caso o nível da infecção esteja baixo, a prática é possível, há controvérsias.”

Entre os relatos das mães que participaram do estudo, há o de uma que diz ter usado crack até momentos antes do parto, atribuindo a esse fato a infecção adquirida pelo seu filho. Nesse caso, diz a pesquisadora, devido ao uso de drogas, o parto teve que ser normal, uma vez que se aplicada a anestesia, haveria contato entre as substâncias do medicamento e da droga, o que levaria a mãe a morte. “O nascimento do bebê com HIV trouxe não apenas uma nova mãe, mas também os recursos emocionais para ela lidar com a vida e os filhos.”

Depois do nascimento, a criança de mãe portadora do HIV é acompanhada por médicos, periodicamente, faz uso de antirretrovirais (remédios utilizados principalmente no tratamento de HIV) e, até os 18 meses de vida, são coletados amostras de sangue para saber se a criança vai ou não desenvolver o vírus da Aids.

Pouco acolhimento e muito julgamento
O estudo aponta, ainda, que as mães, além de precisarem de acompanhamento psicológico, encontram equipes multiprofissionais com pouco acolhimento e muito julgamento. “Eles sempre dizem que se a mulher sabia da sua condição, não deveria ter engravidado”, conta Ana Cristina, que já ouviu diversas vezes profissionais da saúde emitindo essa opinião. “Culpar a pessoa, não vai ajudar. Precisamos de uma equipe mais coesa e que consiga orientar melhor essas mães”, completa.

Ana Cristina lembra que as mães e filhos atendidos na Unidade Especial de Terapia de Doenças Infecciosas (UETDI) do HCFMRP, contam com ajuda do Grupo de Revelação e Diagnóstico composto por enfermeiros, médicos e psicólogos, que orientam qual é o momento certo de contar para a criança sobre sua condição sorológica. Segundo a pesquisadora, cada criança tem o seu “momento certo” de saber sobre o HIV. “A criança em algum momento de sua infância percebe que tem alguma coisa errada com ela, ir no hospital com certa frequência não faz parte do mundo infantil.”

Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids de 2013, em 1980 foram registrados 6.309 casos de crianças infectadas pelo HIV por transmissão vertical (transmissão de mãe para filho). Já em 2012, foram apenas 135. “Nos últimos anos, houve uma queda brusca nesses casos graças aos avanços da medicina, como o adiantamento do uso de retrovirais na gestação e o teste rápido de diagnóstico para o HIV, feito antes do parto”, diz Ana Cristina.

A pesquisadora afirma que incorporar o teste de HIV antes do parto é uma das soluções. “Hoje, no HC, temos um centro de referência, mas na regiões norte e nordeste, por exemplo, não há muitos recursos”, afirma a pesquisadora.