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Surto de Marburg na Tanzânia coloca OMS em alerta; entenda doença

Das seis pessoas infectadas, cinco morreram

No início da semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou a seus Estados-membros sobre um possível surto de infecção pelo vírus Marburg na região de Kagera, na Tanzânia. No dia 10 de janeiro, os primeiros casos suspeitos da doença no país foram reportados à entidade – seis pessoas infectadas, sendo que cinco delas morreram.

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Amamentação pode ser apoiada pelas empresas com salas exclusivas. Agosto Dourado é mês da conscientização da importância do aleitamento

Menos da metade das crianças brasileiras (45,7%) são amamentadas de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) publicado em 2021. Uma das Metas Globais de Nutrição da Agenda 30, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), é subir esse número para 70% até 2030.

prevalência de aleitamento materno continuado no segundo ano de vida (entre crianças de 12 a 23 meses de vida) é de 43,6% das crianças, ou seja, a maioria das crianças nesta faixa etária não estava sendo beneficiada pela amamentação prolongada.

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Dieta rica em leite e derivados pode reduzir intoxicação por chumbo

Estudo comprova capacidade do leite de reduzir concentrações de chumbo em indivíduos cronicamente expostos ao metal

 

Estudo comprova benefícios de dieta rica em cálcio contra intoxicação, mas alimento não substitui equipamentos de segurança para a saúde – Foto: Couleur via Pixabay / CC0 Public Domain

Leite não é panaceia para qualquer intoxicação, como muitos acreditam. Mas é verdade que o alimento ajuda a proteger o organismo humano da ação de metais pesados, como o chumbo. E tudo se deve ao cálcio, mineral abundante no leite e seus derivados,  capaz de competir com o chumbo no organismo e fazer com que o metal tóxico seja eliminado com mais facilidade.

O poder neutralizador de nutrientes já presentes na dieta sobre compostos tóxicos  já é conhecido. Quanto ao chumbo, diversos estudos apontam para uma possível ação protetora do cálcio. Mas agora, grupo de pesquisadores de USP, Unifesp e Universidade Federal do ABC sugerem que a ingestão de leite e produtos lácteos pode diminuir concentrações de chumbo em trabalhadores cronicamente expostos ao metal.

Ao contrário de estudos anteriores, feitos com animais de laboratório ou populações expostas ambientalmente a baixas concentrações do metal, desta vez foram avaliados 237 funcionários de indústrias produtoras de baterias automotivas brasileiras. Conta Willian Robert Gomes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP e responsável pela pesquisa, que estes indivíduos são “expostos ao chumbo por períodos longos, já que alguns passam anos trabalhando com o metal”.

Ao investigar as dietas desses trabalhadores, Gomes relacionou o consumo de leite e derivados e a influência do chumbo nos indivíduos expostos cronicamente ao metal. Além da dieta e estilo de vida, a pesquisa avaliou as concentrações do chumbo no sangue, plasma e urina.

Foto: via Pixabay / CC0 Public Domain

Os resultados corroboram com achados anteriores. O cálcio – fornecido pela ingestão de leite e seus derivados – mostrou efeito benéfico contra o chumbo, mesmo nos casos de exposição crônica. Os trabalhadores que consumiam leite e derivados pelo menos três vezes por semana apresentaram concentrações médias de chumbo em seus organismos muito mais baixas que aqueles com ingestão menor desses produtos.

A concentração do metal no plasma (parte líquida do sangue) também ficou bem menor nesses indivíduos, o que indica que o chumbo “é menos suscetível a causar danos ao sistema biológico desses trabalhadores”, conclui o pesquisador. Por parâmetros toxicológicos, o plasma é considerado de grande importância pois está “relativamente livre para chegar até tecidos-alvo, como o cérebro, rins e medula óssea”.

Gomes enfatiza que as informações obtidas em seu trabalho dizem respeito à relação do trabalho com o agente tóxico e a nutrição – leite e seus derivados. De acordo com a legislação vigente, “as concentrações sanguíneas de chumbo encontradas em todos os indivíduos do presente estudo estão dentro do limite estabelecido”, diz.

Contra o chumbo o melhor é a proteção

A associação entre consumo de leite e derivados e menores concentrações de chumbo no plasma, encontrado no estudo, indica que estes indivíduos (que ingerem mais cálcio) podem estar menos sujeitos aos efeitos tóxicos. Porém, Gomes alerta para as medidas preventivas, principalmente nos casos de exposição em ambientes de trabalho.

O chumbo é fonte de intoxicação para os humanos, seja por exposições ambientais ou ocupacionais. Mas as atividades industriais são as mais preocupantes, com destaque para as fabricantes de baterias de automóveis, pela exposição crônica vivenciada por trabalhadores em todo o mundo.

Entre os efeitos adversos à saúde humana estão alterações hematológicas (relacionadas ao sangue); danos ao sistema nervoso central e periférico, como encefalopatia e neuropatia; distúrbios intestinais e danos aos rins, coração e sistema endócrino.

Foto: via Pixabay / CC0 Public Domain

O metal tem ainda o poder de acumular-se em tecidos ósseos, atingindo meia-vida de até 30 anos. Assim, mesmo que a exposição tenha cessado, pode se deslocar pela corrente sanguínea durante algum processo de remodelação dos ossos, como a osteoporose.

Por esse motivo – capacidade de se ligar ao cálcio em processos biológicos – os efeitos inversos de suplementação de cálcio ajudam a reduzir os efeitos adversos à saúde causados pelo chumbo.

Mesmo com resultados positivos de uma simples dieta na redução dos males provocados pelo metal, o pesquisador afirma que a segurança de trabalhadores expostos ao chumbo só pode e deve ser garantida por meio do uso de equipamentos de proteção adequados – como luvas e máscaras – e da rigorosa observação das diretrizes legais.

Gomes é pesquisador do programa de pós-graduação em toxicologia da FCFRP. Realiza seus estudos nos laboratórios do professor Fernando Barbosa Júnior, com orientação do professor Gustavo Rafael Mazzaron Barcelos, da Unifesp da Baixada Santista. Os principais resultados da pesquisa com funcionários de fábricas de baterias automotivas estão em edição recente da revista Biological Trace Element Research.

Também participaram do estudo as pesquisadoras Paula Picoli Devóz, da FCFRP; Marília Ladeira Araujo, da Faculdade de Medicina da USP e Bruno Lemos Batista, da Universidade Federal do ABC.

Rita Stella, de Ribeirão Preto

Mais informações: e-mails williangomes@usp.brgustavo.barcelos@unifesp.brpaulapicoli@usp.br

Empresa paulista dobra prazo de validade de leite fresco pasteurizado

A Agrindus – empresa agropecuária situada em São Carlos, no interior de São Paulo –conseguiu aumentar de 7 para 15 dias o prazo de validade do leite fresco pasteurizado tipo A que comercializa com a marca Letti em 45 cidades do Estado de São Paulo.

A façanha foi alcançada por meio da incorporação de micropartículas à base de prata, com propriedades bactericida, antimicrobiana e autoesterilizante, no plástico rígido das garrafas usadas para envasar o leite produzido pela empresa.

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Consumo de leite não diminui o risco de fraturas ósseas, diz estudo

Um estudo publicado pelo British Medical Journal (BMJ) sugere que o consumo de leite não diminui o risco de fraturas por fragilidade óssea.

Com base em pesquisas realizadas pela Universidade de Uppsala, na Suécia, o estudo mostrou que mulheres que bebiam mais de três copos de leite por dia na verdade mostravam mais tendência a sofrer lesões do gênero que mulheres consumindo menores quantidades do produto.

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Universidade de Michigan quer aprender com a experiência brasileira dos bancos de leite humano

Descobrir como o Brasil tem sido tão bem sucedido com bancos de leite é o gol da pediatra americana Lisa Hammer, que junto com outros profissionais de saúde da Universidade de Michigan (UM), estiveram no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), entre os dias 25 e 29 de agosto. Este é um exemplo de inovação reversa, com parceiros internacionais da universidade, fornecendo modelos de sucesso que podem ser implantados no sistema de saúde da UM. O sistema de banco de leite humano brasileiro é o principal responsável por um declínio de 73% na mortalidade infantil nas últimas duas décadas.

Nos Estados Unidos, o sistema de banco de leite fica muito aquém da demanda e basicamente não é regulado. “Aqui o leite materno é vendido por U$ 4 por Oz (0.118 L). É uma barreira significativa e no Brasil essa barreira foi removida”, explica Lisa Hammer, uma das profissionais que estiveram no Instituto. Para a coordenadora de Produto e Qualidade da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano do IFF, Danielle Aparecida da Silva, os EUA têm um modelo que não tem a responsabilidade da amamentação, não tem a prática da amamentação, a não ser o dia a dia, e este foi o grande diferencial. “Saber como grande parte da população amamenta, como manter os níveis elevados e como a amamentação ajudou a diminuir a mortalidade infantil foi o que atraiu a atenção da UM. Consequentemente, eles se interessaram em como trabalhamos o leite humano como um fluido funcional. Eles vieram em busca de como manipular o alimento”, explica.

O Brasil é conhecido internacionalmente pela sua rede bem organizada, com bom custo-benefício, regulamentação dos bancos e ampla aceitação social de práticas de aleitamento materno e doação de leite humano. “Os EUA chegaram até nós por meio do Prêmio Sasakawa de Saúde. Esta premiação veio justo pelo diferencial que temos. Não somos somente um banco de leite, onde a mãe o deposita e nós distribuímos. Também começamos a trabalhar a promoção e o incentivo ao aleitamento materno. Não vemos o leite humano como um medicamento. Conseguimos manter um padrão de qualidade de um alimento funcional e com isso trazemos a tecnologia de alimento e a adaptamos para manter características que não vão servir somente a um bebê, mas a diversas necessidades de vários bebês”, comenta Danielle.

O leite materno doado para um banco passa por um processo de seleção, classificação e pasteurização e é então distribuído aos bebês internados em unidades neonatais. “O alimento vai ajudar no sistema imunológico, no crescimento e desenvolvimento e auxilia também em aspectos probióticos. Ou seja, temos um cuidado maior com esse leite, pegamos todas as características dele para suprir as necessidades de cada bebê”, esclarece a coordenadora.

A rede brasileira também fornece educação e treinamento para os funcionários de bancos de leite, realiza pesquisas sobre a metodologia do leite doado e o controle de qualidade humana, divulga informações sobre bancos de leite e colabora com o governo nacional na concepção de políticas de saúde pública. A Universidade de Michigan foi a primeira faculdade de medicina americana interessada na colaboração com a rede de banco de leite brasileiro, e se uniu ao Brasil para saber mais sobre este sistema exclusivo e quem sabe implantá-lo nos EUA.

A delegação incluiu médicos, enfermeiros, nutricionistas, consultores de lactação e estudantes de saúde pública da UM. Eles trabalharam diretamente com os colaboradores para adquirir experiência prática e desenvolver projetos internacionais com foco em aleitamento materno, leite humano e nutrição infantil. Esta semana experimental deve começar a definir o cenário para uma parceria internacional, que potencialmente será que um exemplo de como a colaboração global pode melhorar a saúde infantil em todo o mundo.

Quando a proteína do leite é a inimiga

A estudante Carla Fabieny Brito, de 28 anos, ficava muito tempo doente e não conseguia entender o porquê. Gripe, sinusite, dor no estômago e gastrite eram constantes. “Todas as inflamações que eu podia ter eu tive”, ressalta Carla. Desconfiada que a sua imunidade não estivesse normal, Carla então pediu a sua médica que fizesse todos os exames necessários. Faz cinco meses que a estudante descobriu que tem alergia à proteína do leite.

“A orientação médica foi a de cortar o leite completamente. Não posso consumir nada, meu nível de alergia é bem alto. Melhorei bastante, desde então não fiquei mais doente e não tive mais infecção”, relata Carla Brito. A alergia ocorre quando os anticorpos identificam a proteína do leite como um corpo estranho, o que desencadeia uma série de reações alérgicas por todo o corpo, explica Serly Francine Mergulhão Casella, médica da Unidade Básica de Saúde (UBS) 317 de Samambaia, no Distrito Federal. A alergia é diferente da intolerância à lactose.

A alergia ao leite geralmente se manifesta quando a pessoa ainda é criança. Mas casos como a de Carla Brito não são improváveis, apenas de mais raros. Juliana Marchiori Praça Valente é pediatra e têm dois filhos pequenos, um de três meses e uma de 1 ano e 8 meses. Os dois sofrem com a alergia ao leite, o que a fez se especializar em gastro-pediatria. Ela mesma teve alergia ao leite quando era criança. “A predisposição à alergia ao leite é hereditária. Tive alergia quando era criança. Minha predisposição passou para eles”, comenta.

Juliana explica que sua alergia acabou quando deixou de ser criança. “A grande maioria ganha tolerância ao leite depois que cresce. Como se o sistema imunológico aprendesse a tolerar aquela proteína”, explica a pediatra. Ela conta que pesquisas recentes identificam que de 5% a 8% dos bebes têm alergia ao leite e 0,5% a 1% dos adultos desenvolvem essa alergia.

Existem inúmeros sintomas que podem indicar a alergia ao leite. Desde sintomas respiratórios, como ataques de asma, até infecções no ouvido, sangue ou muco nas fezes, diarreia e refluxo. “A primeira coisa é falar com um médico. Caso o pediatra não tenha experiência com alergias, então se deve procurar um alergista ou um gastro-pediatra”, sugere Juliana Marchiori.

O acompanhamento de um especialista é fundamental porque algumas alergias são mais perigosas e podem reagir com o simples cheiro do leite, como quando é fervido ou até mesmo no contato com cremes ou cosméticos que contenham a proteína. “A alergia tem diferentes graus de sensibilidade. E é o especialista que irá dizer o que precisa de cuidado e o que não precisa em cada caso”, argumenta a pediatra.

Carla Fabieny Brito, que desenvolveu a alergia depois de adulta, relata a dificuldade em alterar o cardápio e mudar os hábitos. “Consumia muito leite e muito queijo. No começo passava fome. Quase tudo tem leite e não sabemos, por isso evitava comer. Perdi muitos quilos. Também não costumo mais comer na rua porque quem serve às vezes não sabe informar se o alimento contém leite”, narra Carla.

Importante lembrar que o leite materno não gera alergia nos bebês. A alergia é devido ao leite consumido pelas mães que amamentam. Portanto, ao constatar alergia na criança, a mãe deve suspender todo o leite e seus derivados da alimentação e não oferecer complemento de leite ao bebê. “Em alguns casos é preciso substituir o leite materno pelo complemento de leite, mas isso pode desencadear a alergia na criança”, explica Juliana.

Alergia ao leite: quando a proteína do leite é a inimiga

A estudante Carla Fabieny Brito, de 28 anos, ficava muito tempo doente e não conseguia entender o porquê. Gripe, sinusite, dor no estômago e gastrite eram constantes. “Todas as inflamações que eu podia ter eu tive”, ressalta Carla. Desconfiada que a sua imunidade não estivesse normal, Carla então pediu a sua médica que fizesse todos os exames necessários. Faz cinco meses que a estudante descobriu que tem alergia à proteína do leite.

“A orientação médica foi a de cortar o leite completamente. Não posso consumir nada, meu nível de alergia é bem alto. Melhorei bastante, desde então não fiquei mais doente e não tive mais infecção”, relata Carla Brito. A alergia ocorre quando os anticorpos identificam a proteína do leite como um corpo estranho, o que desencadeia uma série de reações alérgicas por todo o corpo, explica Serly Francine Mergulhão Casella, médica da Unidade Básica de Saúde (UBS) 317 de Samambaia, no Distrito Federal. A alergia é diferente da intolerância à lactose, conheça as diferenças entre os dois casos aqui.

A alergia ao leite geralmente se manifesta quando a pessoa ainda é criança. Mas casos como a de Carla Brito não são improváveis, apenas de mais raros. Juliana Marchiori Praça Valente é pediatra e têm dois filhos pequenos, um de três meses e uma de 1 ano e 8 meses. Os dois sofrem com a alergia ao leite, o que a fez se especializar em gastro-pediatria. Ela mesma teve alergia ao leite quando era criança. “A predisposição à alergia ao leite é hereditária. Tive alergia quando era criança. Minha predisposição passou para eles”, comenta.

Juliana explica que sua alergia acabou quando deixou de ser criança. “A grande maioria ganha tolerância ao leite depois que cresce. Como se o sistema imunológico aprendesse a tolerar aquela proteína”, explica a pediatra. Ela conta que pesquisas recentes identificam que de 5% a 8% dos bebes têm alergia ao leite e 0,5% a 1% dos adultos desenvolvem essa alergia.

Existem inúmeros sintomas que podem indicar a alergia ao leite. Desde sintomas respiratórios, como ataques de asma, até infecções no ouvido, sangue ou muco nas fezes, diarreia e refluxo. “A primeira coisa é falar com um médico. Caso o pediatra não tenha experiência com alergias, então se deve procurar um alergista ou um gastro-pediatra”, sugere Juliana Marchiori.

O acompanhamento de um especialista é fundamental porque algumas alergias são mais perigosas e podem reagir com o simples cheiro do leite, como quando é fervido ou até mesmo no contato com cremes ou cosméticos que contenham a proteína. “A alergia tem diferentes graus de sensibilidade. E é o especialista que irá dizer o que precisa de cuidado e o que não precisa em cada caso”, argumenta a pediatra.

Carla Fabieny Brito, que desenvolveu a alergia depois de adulta, relata a dificuldade em alterar o cardápio e mudar os hábitos. “Consumia muito leite e muito queijo. No começo passava fome. Quase tudo tem leite e não sabemos, por isso evitava comer. Perdi muitos quilos. Também não costumo mais comer na rua porque quem serve às vezes não sabe informar se o alimento contém leite”, narra Carla.

Importante lembrar que o leite materno não gera alergia nos bebês. A alergia é devido ao leite consumido pelas mães que amamentam. Portanto, ao constatar alergia na criança, a mãe deve suspender todo o leite e seus derivados da alimentação e não oferecer complemento de leite ao bebê. “Em alguns casos é preciso substituir o leite materno pelo complemento de leite, mas isso pode desencadear a alergia na criança”, explica Juliana.

Proteína animal e cafeína podem ser “ladrões” de cálcio

Na tabela periódica, ele é mais conhecido como “Ca”. O cálcio, mineral encontrado principalmente no leite e em alimentos derivados, é essencial para a boa saúde dos ossos e dos dentes. A falta dele no cardápio pode causar uma série doenças. De acordo com Felipe Rizzeto, nutricionista do Hospital Federal da Lagoa/RJ, é importante que o consumo seja feito satisfatoriamente ao longo de todas as fases da vida.

“Até os 30 anos de idade, a gente constrói toda a massa óssea que leva para o resto da vida. É nesse período que o corpo absorve e acumula todo o cálcio que é ingerido. Não ingerir a quantidade pré-dispõe o surgimentos de doenças ligadas à saúde óssea como osteoporose, osteopenia e fraturas recorrentes nos idosos, entre outras comorbidades”, explica. A menopausa também é um período de maior perda óssea por conta da diminuição na produção do hormônio estrógeno; deste modo a oferta adequada de cálcio nesse período é fundamental para a manutenção do conteúdo mineral ósseo. Rizzeto lembra ainda que o cálcio não interfere apenas na massa óssea, mas também outras funções do corpo humano, como contrações musculares e estruturas celulares.

Valores ideais – A recomendação, segundo as pesquisas mais recentes, é de que até os 18 anos o consumo de cálcio varie de 700mg a 1.300mg por dia. A partir dos 19 anos, o indicado é que se consuma de 1.000mg a 1.200mg diariamente. “Para as gestantes, recomenda-se uma ingestão maior desse mineral por conta da formação do feto e também da fase de amamentação”, alerta o nutricionista. É importante lembrar que alguns alimentos dificultam a absorção do cálcio e aumentam a sua excreção pela urina, tais como proteína animal, cafeína e comidas ricas em carboidratos simples, como açúcares e farinha de trigo.

Em contrapartida, alguns alimentos podem facilitar a absorção desse mineral no organismo. “A principal delas é a vitamina D, que apesar do nome foi promovida à condição de hormônio há alguns anos. Ela participa ativamente do metabolismo do cálcio”, ensina. Para manter o corpo abastecido desta substância é importante tomar sol. Há ainda o magnésio que é um nutriente importante neste caso, e pode ser encontrado em frutas e verduras.

Sabe a diferença entre alergia e intolerância ao leite?

Você já deve ter ouvido falar em alguém que tem alergia ou intolerância à lactose. Mas sabe a diferença? A intolerância ao leite é quando existe uma carência da enzima lactase, responsável por digerir o açúcar lactose, presente no leite. Já a alergia ocorre quando os anticorpos identificam a proteína do leite como um corpo estranho que precisa ser combatido, o que desencadeia uma série de reações alérgicas por todo o corpo. Na intolerância, as reações estão restritas ao sistema digestório, com gases, dores abdominais, diarreia e vômito.

Quem nos explica a diferença é Serly Francine Mergulhão Casella, médica e clínica geral da Unidade Básica de Saúde (UBS) 317 de Samambaia, no Distrito Federal. “O mal estar da intolerância é momentâneo, quando passar o efeito volta tudo ao normal. Alergia não. Quando é desencadeado um processo alérgico a reação é no corpo todo. Os anticorpos se voltam contra aquela substância e pode até inflamar a glote, fechá-la e a pessoa morrer”, explica Serly. A médica ressalta que a alergia é bem mais perigosa que a intolerância.

A alergia ao leite normalmente aparece quando a pessoa ainda é criança e pode ser desencadeada a partir da ingestão de leite industrializado como complemento nos primeiros meses de vida ou mesmo por uma questão hereditária. Foi o que aconteceu com os dois sobrinhos-netos da nutricionista Vanderli Marchiori. A mãe deles também é alérgica e os dois receberem complemento de leite. “Eles tiveram ainda criança e não foram diagnosticados. Sofreram bastante. Caso comessem qualquer coisa que tivesse leite, tinham diarreia líquida, muita dor, ficavam com a barriga inchada e com sangue nas fezes”, descreve.

Aos 20 anos, o publicitário Lucas Lobato descobriu que tinha intolerância à lactose – o açúcar do leite. Ele afirma que os sintomas começaram “do nada”, que até então sempre se alimentava com leite e derivados. “Não sabia o que era. Fiz vários exames e não dava nada. Até o médico pedir para fazer o teste da intolerância à lactose e deu positivo. Ele disse que as pessoas desenvolvem isso ao decorrer do tempo”, comenta Lucas Lobato.

O gastroenterologista do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Ângelo Zambam de Mattos, afirma ser comum as pessoas irem perdendo a capacidade de produzir a enzima lactase. “Nós seres humanos fomos programados para consumir leite na infância, como os animais. É muito frequente que uma parcela da população vá perdendo a enzima que digere o leite, causando essa dificuldade na digestão”, completa.

Ângelo ressalta que a pessoa diagnosticada com intolerância à lactose ou alergia ao leite deve procurar um especialista e substituir o alimento para não perder alguns nutrientes. “Quando a pessoa não consome leite tem que ficar atenta caso precise repor vitamina D e cálcio para não desenvolver uma osteoporose no futuro”, conta o médico.

Hoje com 25 anos, o publicitário Lucas Lobato se diz completamente adaptado e acostumado. “Nos primeiros meses fui me virando, tendo que cortar os alimentos com leite, mas não dava muito certo porque perdi muito peso. Não soube substituir, acabei cortando tudo e emagreci muito. Foi quando fui a uma nutricionista. Ela adaptou minha dieta para que não ficasse sem vitaminas e então consegui engordar novamente”, narra Lucas.