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Fiocruz capacita profissionais para tratar leishmaniose cutânea

A convite do Ministério da Saúde, o pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Armando Schubach, e a médica dermatologista e mestre em Pesquisa Clínica pelo INI/Fiocruz, Maria Cristina Duque, estiveram, no mês de junho, no município de Ibatiba, no Espírito Santo, capacitando 35 profissionais, entre médicos e enfermeiros, no tratamento intralesional da leishmaniose tegumentar. Essa nova metodologia, desenvolvida no INI/Fiocruz ao longo de 30 anos, vem sendo adotada agora pelo Ministério e consiste na injeção, em menores doses, do antimoniato de meglumina – medicação usada para tratar a doença -, de forma subcutânea ao redor das úlceras.

A leishmaniose tegumentar vem ocorrendo como um surto em Ibatiba. Somente em 2017, 27 novos casos da doença surgiram na cidade, que tem cerca de 25 mil habitantes, segundo censo 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A maior parte dos pacientes está acima de 50 anos, cuja indicação é para o tratamento com a anfotericina B lipossomal. Só que essa medicação é feita na veia da pessoa e requer uma monitoração internado ou em um Hospital-dia (regime de assistência intermediário entre a internação e o atendimento ambulatorial. Para a realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, o Hospital-dia é indicado quando a permanência do paciente na unidade é requerida por um período máximo de 12 horas), por exemplo, e para um município pequeno acaba não sendo uma solução. Então, esse treinamento serviu para apresentarmos a nova técnica intralesional que desenvolvemos e foi aplicada em alguns pacientes previamente selecionados e convidados a participar do treinamento. Apenas em duas pessoas, com lesões disseminadas em diferentes partes do corpo, nós resolvemos utilizar a anfotericina, pois se beneficiariam mais com um tratamento sistêmico”, informou Armando Schubach.

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Estudo aponta que desnutrição pode agravar leishmaniose

A desnutrição afeta a resposta imune frente a infecções e, entre as diferentes formas de desnutrição, a carência de proteínas na dieta é uma das formas mais prejudiciais. A desnutrição proteica é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento da leishmaniose visceral. Em novo estudo, publicado na revista internacional Scientific Reports, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade Nacional da Colômbia descrevem mecanismos que ajudam a compreender essa associação nociva. O trabalho detalha alterações da desnutrição proteica sobre o timo, órgão de maturação das células de defesa conhecidas como linfócitos T, o que pode prejudicar a resposta imune ao parasito Leishmania infantum, causador da doença. O impacto negativo da desnutrição no desenvolvimento do agravo é mais um fator que caracteriza uma situação social perversa: classificada como doença negligenciada, a leishmaniose afeta majoritariamente populações que vivem em condições de pobreza, que também são as mais afetadas pela carência de proteínas na dieta – os dois aspectos se somam, com efeitos deletérios.

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Combate às leishmanioses: pesquisa investiga hábitos de insetos em cavernas de Minas

Minas Gerais é o estado com o maior número de grutas e cavernas no Brasil, com 2.013 cavidades naturais rochosas, segundo o Cadastro Nacional de Cavernas. Tais ambientes, que atraem um grande número de visitantes, são também o habitat natural de diversas espécies de insetos envolvidos na epidemiologia das leishmanioses, os flebotomíneos. Para compreender os riscos de transmissão da doença em áreas dessa natureza, pesquisadores do Grupo de Estudos em Leishmanioses da Fiocruz Minas investigaram em que horários as espécies ali presentes estão mais ativas. A pesquisa, publicada recentemente na revista científica Journal of Medical Entomology, foi realizada no município de Pains, no Centro-Oeste de Minas, onde está concentrada uma grande quantidade de cavernas.

Com o título Photoperiod Differences in Sand Fly – Diptera: Psychodidae-Species Richness and Abundance in Caves in Minas Gerais State, Brazil (Diferenças de fotoperíodo na riqueza e abundância de flebotomíneos – Diptera: Psychodidae- em cavernas no estado de Minas Gerais, Brasil), o estudo avaliou o ambiente interno e externo de cinco cavernas, em estações seca e chuvosa. Os pesquisadores instalaram armadilhas dentro das cavernas e em seu entorno e, durante cinco dias consecutivos, observaram a cada 12 horas a quantidade de insetos capturada. Ao todo, foram coletados 1.777 mosquitos. Desses, 597 foram apanhados no período diurno, o que corresponde a 34% do total.

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Proteínas reconhecem e ajudam a eliminar leishmania

Estudo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP identificou proteínas que contribuem para a eliminação da leishmania, protozoário parasita responsável pela leishmaniose. O trabalho do biólogo Djalma de Souza Lima Júnior possibilitará o desenvolvimento de novos tratamentos contra a doença. A tese recebeu o Prêmio Capes de Tese 2014 na área de Ciências Biológicas III, que será entregue no dia 10 de dezembro, em Brasília.

Os protozoários do gênero Leishmania são capazes de se replicar no interior das células de defesa do organismo humano (macrófagos) e com isso causa a doença. Entretanto, segundo o biólogo, existem proteínas no citoplasma dos macrófagos que são capazes de reconhecer a leishmania e auxiliam na sua eliminação. “Esse processo induz a ativação de vias de sinalização que culminam com a produção de proteínas importantes para o sistema imunológico”, diz Lima Junior.

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