Simone Camargo trabalha há três anos como motorista de aplicativo madrugada adentro.
Até março de 2024, ela começava a dirigir às 16h e só parava cerca de 12 horas depois, em torno das 4h.
Leia MaisA herança escravista no trabalho doméstico
Agência FAPESP – A despeito de vários estudos realizados nas últimas décadas, a transição da escravidão para o trabalho assalariado no Brasil é um tema que ainda precisa ser esmiuçado. Que destinos tiveram os ex-escravos? Que novas relações de trabalho lhes foi possível estabelecer? Que profissões exerceram? Como conviveram com a chegada maciça de imigrantes europeus? Onde habitavam e em que condições?
Um novo livro, recém-publicado com apoio da FAPESP, ajuda a responder a perguntas como essas. Trata-se de Libertas entre sobrados: mulheres negras e trabalho doméstico em São Paulo (1880-1920), de Lorena Féres da Silva Telles.
Leia MaisEnfermeiros sofrem com carga horária de trabalho extensa
Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP alerta: profissionais de enfermagem que trabalham mais que 30 horas semanais têm maior chance de sofrer com estresse. Outro fator que pode estar relacionado ao estresse é a presença de dois ou mais vínculos empregatícios, detectado em 44,1% dos entrevistados. Para a pesquisadora Márcia Teles Gouveia, esse dado pode ser explicado pelo fato de que a maioria dos profissionais recebe entre um e dois salários mínimos.
A afirmação é baseada em dados estatísticos presentes na tese de doutorado Estresse e jornada laboral dos trabalhadores de enfermagem. Com 145 entrevistados, a pesquisa foi desenvolvida em duas fases. A primeira, que analisou os fatores de risco no ambiente de trabalho e os problemas de saúde dos trabalhadores, foi desenvolvida entre os meses de janeiro a abril de 2013, com 145 trabalhadores, dentre eles enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. “Depois, avaliamos os sintomas de estresse e coletamos amostras de saliva dos trabalhadores, para mensurar o cortisol, o ‘hormônio do estresse’”, conta a pesquisadora.
Leia MaisCondutores de veículos de cargas têm dores osteomusculares
Pesquisa realizada com 195 condutores de veículos de carga na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP aponta a presença de dores osteomusculares, em especial na coluna lombar, ombros e joelhos. De acordo com o estudo do fisioterapeuta Olavo Swerts, as queixas estão relacionadas não apenas a variáveis físicas, como o Índice de Massa Corporal (IMC), mas também a carga horária diária de trabalho, que compreende grandes distâncias percorridas na estrada. O trabalho sugere atenção à postura durante o trabalho, a prática de exercícios e o cumprimento das pausas e da jornada de trabalho estipulada por lei para reduzir as ocorrências de dor.
“Os condutores que compuseram a amostra do estudo foram selecionados a partir de critérios previamente estabelecidos, foram selecionados 195 condutores para compor a amostra do estudo”, conta Swerts. As avaliações foram feitas na cidade de Ribeirão Preto (interior de São Paulo). “Os parâmetros para a avaliação foram as características individuais e ocupacionais e a presença de dor osteomuscular”.
Leia Mais