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Serotonina age de modos diversos em transtornos de ansiedade

Em pessoas com transtornos de ansiedade, existem pelo menos dois grupos que apresentam respostas diferentes a variações abruptas nos níveis de serotonina, conforme o tipo de transtorno. O aumento da sensibilidade como resposta a estímulos de perigo é maior em transtornos ligados ao medo e a ameaças potenciais imediatas, como a fobia social. A evidência é baseada na análise de seis estudos sobre os efeitos da redução abrupta dos níveis do triptofano, aminoácido precursor da serotonina, que faz a comunicação entre neurônios, feita por um grupo de pesquisadores internacionais, com a participação de Felipe Corchs e Marcio Bernik, do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

A descoberta poderá aprimorar o diagnóstico e o tratamento dos transtornos. Os resultados do estudo dão suporte a predição que pode ser obtida da teoria desenvolvida pelos pesquisadores Bill Deakin, da University of Manchester, no Reino Unido e Frederico Graeff, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Eles propuseram que pacientes com quadros psiquiátricos mais relacionados ao medo teriam aumento importante de sintomas e respostas fisiológicas com a redução aguda de serotonina, mas que o mesmo não seria observado nos quadros relacionados à ansiedade.

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Estressores psicossociais influenciam gestação e vida adulta

Projeto da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) acompanhou 900 mulheres grávidas do distrito do Butantã, zona oeste de São Paulo, pertencentes à nova classe C, e constatou que, durante a gestação, 27% sofreram algum tipo de violência (física, psíquica ou sexual), 29% tiveram depressão, 16% ansiedade e 4% dependência de álcool ou drogas. Essas condições estão associadas a uma maior ocorrência de retardo de crescimento intrauterino nos bebês, ou seja, peso e altura abaixo do esperado para a idade gestacional em que o bebê nasceu. “Crianças nascidas nestas condições têm aumentadas as chances de, na vida adulta, apresentarem hipertensão, diabetes, obesidade e transtornos mentais, doenças que têm um custo muito alto para um país”, alerta o médico pediatra e professor da FMUSP, Alexandre Ferraro.

Esses dados fazem parte dos resultados preliminares obtidos pelo Projeto Butantã – Novas Ferramentas na Compreensão do Desenvolvimento Infantil: a Interação gene-ambiente e a Conectividade Neuronal, realizado sob a coordenação de Ferraro e da psiquiatra infantil Bacy Fleitlich-Bylik, do Instituto de Psiquiatria da FMUSP. A pesquisa está inserida no âmbito do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD), coordenado pelo professor Eurípedes Constantino Miguel, da FMUSP. O INPD é um dos Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTI) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

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Livro busca amenizar ansiedade de quem tenta ter filhos

Liliana Seger, psicóloga colaboradora do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), escreveu o livro “Cadê você, bebê?”, lançado recentemente pela editora Segmento Farma. A pesquisadora, durante seu doutorado no Insituto de Psicologia (IP) da USP, diagnosticou que os casais que estavam tentando ter filhos não possuíam ninguém com quem conversar ou algum apoio para dividir, compartilhar e até ouvir frustrações semelhantes. Isso a motivou a encontrar algum meio que pudesse suprir essa necessidade.

Liliana colheu depoimentos tanto de pacientes, quanto de outras pessoas passando pelo problema, e identificou o que trazia mais dor nos diferentes momentos do processo, desde a decisão de ter um bebê, passando pela descoberta da infertilidade do homem ou da mulher, os tratamentos, até a maternidade ou adoção.

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Estudo traça perfil dos consumidores de álcool na Grande São Paulo

Dos moradores da Região Metropolitana de São Paulo que consomem bebidas alcoólicas, 29% têm um padrão de consumo pesado, caracterizado, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pela ingestão de cinco doses ou mais por homens e de pelo menos quatro por mulheres em uma única ocasião, no mínimo uma vez por semana.

A constatação é de um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Universidade de São Paulo (USP) e evidencia os riscos a que boa parte da população se expõe ao exceder os níveis considerados moderados de consumo de álcool.

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Presença de transtorno psiquiátrico entre alunos é de 13%

Pesquisa com cerca de 1.700 alunos de escolas públicas, com idades entre 6 a 16 anos, de quatro regiões brasileiras mostrou que a prevalência de transtornos psiquiátricos entre esses escolares foi estimada em 13%. Os dados estão descritos no Estudo Epidemiológico sobre a Saúde Mental do Escolar Brasileiro.

A pesquisa foi realizada por pesquisadores do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD), coordenado pelo professor Eurípedes Constantino Miguel, do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e teve como pesquisadores principais o psiquiatra Jair de Jesus Mari, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula (também professora da Universidade Mackenzie).

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Clássicos da literatura ganham olhar da psiquiatria

O livro Personagens ou Pacientes? Clássicos da literatura mundial para refletir sobre a natureza humana reúne análises de psiquiatras, psicólogos e outros profissionais envolvidos com a área da saúde mental, que se debruçaram sobre 43 obras de autores como Franz Kafka, Gabriel García Márquez, Graciliano Ramos e Liev Tolstói. O livro foi organizado pelo médico Táki Athanássios Cordás, do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em parceria com o também médico do IPq, Daniel Martins de Barros.

“A literatura oferece visões muito profundas, consegue descrever coisas do mundo interno às vezes muito melhor do que o psiquiatra”, afirma Táki Cordás. Segundo ele, todo psiquiatra tem obrigação de ir além dos livros acadêmicos, específicos da área, alimentando uma visão humanística que extrapole a questão técnica. Foi esse interesse que motivou o médico a organizar a obra.

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Programa incorpora dimensão espiritual a tratamento médico

Embora trabalhe diariamente com a questão da saúde humana, o que com frequência é sinônimo de lidar com o sofrimento alheio, a dor e a morte, o exercício da medicina e a formação na área raramente levam em consideração aspectos como religião e espiritualidade no contato com os pacientes. Mas para o psiquiatra Frederico Camelo Leão, independentemente das crenças pessoais do médico, ele deve estar preparado para lidar com a dimensão espiritual. “O paciente demanda isso”, afirma o pesquisador do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

No Instituto, Leão coordena o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (ProSER), iniciativa que busca compreender a relação entre esses três fatores a partir de atividades de pesquisa, ensino e assistência terapêutica. Segundo o médico, a complexidade do ser humano e a saúde mental vão muito além das questões neuroquímicas — e é essa premissa que guia o programa.

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Maior dose de ondansetrona é eficaz para tratar alcoolismo

A ondansetrona, substância comumente utilizada para evitar náusea em pessoas que estão sob quimioterapia, teve sua eficácia testada no tratamento de dependentes de álcool. Em estudo realizado no Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o médico João Maria Corrêa Filho verificou sua ação em dose maior do que vem sendo utilizada e comprovou o retardamento do consumo de álcool, além da redução de sintomas de depressão e do desejo pelas bebidas alcoólicas. Ele também descobriu quais são os fatores que tornam o abandono do tratamento mais propício.

A ondansetrona atua como antagonista do receptor da serotonina, substância envolvida com a sensação de prazer promovida pela bebida alcoólica. Assim, “esse antagonismo faz com que o prazer que poderia sentir ao se ingerir a bebida diminua”, explica Corrêa Filho, que testou a dose de 16 miligramas (mg) por dia, usada atualmente apenas para tratamento de enjôo. Esta dosagem diária é maior do que a aplicada anteriormente – 4 microgramas a cada quilo do paciente (mcg/kg) – e surtiu efeito nos pesquisados em relação aos medicados com placebo. Os dependentes medicados com o fármaco demoraram mais a ingerir o primeiro gole de bebida alcoólica (54,7 versus 40,9 dias, em média, a partir do início do tratamento) e a ter o primeiro consumo intenso (58,4 versus 45,4 dias, em média).

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