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Mudança na vacinação contra a meningite passa a valer a partir de hoje

Brasil registrou este ano 4.406 casos confirmados da doença

A partir desta terça-feira (1º), a vacina meningocócica ACWY passa a ser ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças com 12 meses de vida. A mudança foi anunciada pelo Ministério da Saúde no último fim de semana e amplia a proteção contra os principais sorogrupos da bactéria causadora da meningite.

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DF: aprenda a prevenir doenças respiratórias no inverno

A onda de frio intenso que se estabeleceu em Brasília, com previsão de perdurar pelo menos até a segunda semana de agosto, inspira cuidados para prevenir ou evitar a piora de doenças respiratórias. O alerta é da médica da área de pneumologia da Secretaria de Saúde, Carmen Lívia Faria. Segundo ela, a lista de doenças respiratórias mais comuns neste período, tanto para crianças quanto para adultos, inclui resfriados, gripes, amigdalites, otites, sinusites, pneumonia e doenças alérgicas – asma e rinites, por exemplo.

A médica explica que o período de frio favorece à subsistência de agentes biológicos causadores de infecções respiratórias, como o vírus da gripe. “As pessoas também tendem a permanecer mais tempo em ambientes fechados, o que facilita a disseminação de doenças pela via respiratória. Além disto, há a necessidade de se retirar agasalhos e cobertores dos armários que, se não forem lavados, podem desencadear doenças alérgicas pelo contato com poeira e ácaros contidos nestas roupas guardadas desde o fim do inverno passado”, alertou a médica.

Segundo a médica, as crianças sofrem mais com as doenças respiratórias em razão da vulnerabilidade inerente à idade. “No inverno, as casas ficam mais fechadas e sem ventilação, tornando mais fácil a propagação de microorganismos entre pessoas e, especialmente, entre as crianças, que nesta época ficam mais tempo dentro de creches e escolas”, explicou.

DICAS – Entre os sinais específicos de infecção respiratória estão tosse, expectoração, falta de ar, chiados e dor no peito. Já os sinais sistêmicos, ou seja, que afetam o corpo todo, são febre, calafrios, sudorese, dor muscular, dor de cabeça, sonolência e mau humor.

Para prevenir as doenças alérgicas, o ideal é ter consultas periódicas com o médico para obter controle dessas patologias. Outra dica, desta vez para as mães, é estender o aleitamento materno, se possível, até a idade de dois anos de vida, bem como vacinar as crianças de até cinco anos de idade, anualmente, contra a gripe.

Para evitar infecções, as pessoas também devem lavar as mãos, além de ter boa alimentação e ingerir líquidos como água e sucos naturais de frutas. “Em Brasília, o frio traz consigo uma redução da umidade do ar. Essa combinação faz com que haja um ressecamento das vias aéreas. Por isso, é importante repor a falta de líquidos para hidrata-las”, destacou Carmen Lívia.

A médica alertou que as pessoas devem procurar o médico quando surgem sinais sistêmicos como falta de ar ou outros. Em geral, procurar assistência médica em caso de persistência por mais de 48h dos sintomas específicos.

O ideal é que o atendimento inicial seja feito por equipe da Estratégia Saúde da Família, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Se não houver essa possibilidade buscar auxílio médico nas UPAs ou, em último caso, no pronto-socorro dos hospitais regionais.

 

Crises de asma costumam aumentar no inverno, aponta pneumologista da Fiocruz

A asma é uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo e sua prevalência está aumentando tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, afetando pessoas de todas as idades. Nos países de baixa renda, calcula-se que comprometa 300 milhões de pessoas, provocando de 40 a 50 mil mortes anuais e gastos na ordem de 10 a 20 bilhões de dólares a cada ano. No Brasil, a asma tem sido uma relevante causa de hospitalizações, representando um dos maiores gastos do SUS na área.

A asma é resultado da integração entre alterações genéticas e fatores ambientais e biológicos. Sua base genética fica evidente quando é focado o traço familiar. “Quando se faz o diagnóstico de asma, frequentemente se encontram outros asmáticos entre os pais, avós, tios e irmãos. Estudos demonstram que diversos genes estão envolvidos na patogenia da doença”, explicou Hisbello Campos, pneumologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

O traço genético da asma é o responsável pela impossibilidade de “cura”, exatamente como na hipertensão arterial, diabetes e outras doenças geneticamente determinadas. No entanto, frequentemente, quando a asma é leve na infância, em 50% dos casos ela desaparece na puberdade. “Isso independe de ter ou não sido tratada adequadamente e, provavelmente, está relacionada às alterações hormonais que acontecem nessa idade. Em parte dessas pessoas nas quais os sintomas da asma desapareceram, eles ressurgem na idade adulta”, esclareceu Hisbello Campos.

Corticosteroides como base do tratamento

Nesta época do ano há um aumento nos índices de crises de asma devido ao frio, poeira, mofo, fumo e por conta de as pessoas permanecerem mais tempo em ambientes fechados, aumentando a exposição aos fatores desencadeantes. “Os principais sintomas da asma são falta de ar (dispneia), tosse (predominantemente seca e noturna), chiado no peito e sensação de opressão torácica. Na asma alérgica, os sintomas agudos estão, mais frequentemente, associados à exposição a ácaros, odores, fumaça, mofo, epitélio animal e outros. Nas formas não atópicas da asma (sem predisposição genética), os sintomas podem estar relacionados ao exercício vigoroso, às mudanças climáticas, ao emprego de determinados medicamentos, à ingestão de determinados alimentos, a poluentes atmosféricos, emoções fortes e outros”, disse o especialista.

O pneumologista lembra que uma pessoa com sintomas respiratórios como tosse, cansaço ou falta de ar deve procurar um médico. O tratamento da asma visa diminuir a inflamação, para isso, utiliza os corticosteroides por serem os mais potentes e fisiológicos dos anti-inflamatórios, o que os torna os melhores remédios para o tratamento da doença. “A falta de ar é o sintoma que mais incomoda o asmático, por isso, na maior parte das vezes, o esquema terapêutico associa o corticosteroide ao broncodilatador. Deve-se ter claro que o tratamento correto da asma inclui mais do que medicamentos, requer mudanças comportamentais para evitar os fatores desencadeantes de sintomas. Para isso, o processo de esclarecimento ao paciente acerca da doença e de sua participação no tratamento é fundamental para promover e manter as alterações comportamentais necessárias”, finalizou Hisbello Campos.

Leptospirose – Saiba mais sobre a doença que é transmitida pela urina de ratos

Durante o inverno, as chuvas são frequentes em grande parte do território brasileiro. Nesta época, os riscos de contrair leptospirose aumentam. A doença, transmitida pela água contaminada pela urina de ratos, infecta as pessoas que têm contato com água de enchentes e alagamentos, mas uma simples poça pode também estar contaminada, principalmente em locais onde há presença de lama.

De acordo com o gerente da Unidade Técnica de Vigilância das Zoonoses do Ministério da Saúde, Eduardo Caldas, quem anda de chinelos e até descalço próximo a esses locais corre risco de ficar doente. “Lugares onde não há sistema de esgotamento adequado, apropriado, que a água passa no meio-fio, passa na sarjeta e que tenha muito presente roedores em função da possibilidade do roedor ter alimento próximo, ele naturalmente vai infectar aquele local, aquele ambiente que está ali. As pessoas descuidadas, nesses ambientes, especialmente na lama residual que fica depois da água, onde o roedor teve a oportunidade de urinar naquele local, as pessoas podem se infectar com a presença do agente a partir desta condição”, afirma Caldas.

O gerente da Unidade Técnica de Vigilância das Zoonoses, Eduardo Caldas, também explicou que nos casos menos graves de leptospirose, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe. O comerciante Gutemberg Gameiro, por exemplo, ficou 29 dias internado em uma UTI depois que contraiu leptospirose dentro de um canil. Gutemberg conta que não percebeu os sinais da doença e ficou assustado com a evolução do problema. “Você começa a sentir, inicialmente, como se você fosse gripar. Começa a arder tua garganta. Aí você vai tomar remédio pra quê? Para garganta. Não teve jeito. Começa a doer os músculos da perna, da batata da perna. Olha, é uma dor que você não consegue nem botar os pés no chão para caminhar”, contou Gameiro.

Para evitar a leptospirose, é preciso se proteger das poças d’água próximas a bueiros e esgotos com botas de borracha. Somente no ano passado, dados do Ministério da Saúde revelam que a doença foi responsável por mais de 4 mil casos e cerca de 350 mortes no Brasil.