Tag Archives: Inca

Obras de ampliação do Inca no Rio serão retomadas

Serão feitas com financiamento do BNDES numa parceria público-privada

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou com o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) contrato para a reforma da atual sede do Inca, no centro do Rio de Janeiro, e a construção de três prédios, no terreno vizinho. O projeto será feito por meio de uma parceria público-privada (PPP), com investimento previsto de R$ 1,1 bilhão.

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4 boas notícias no tratamento do câncer que aumentam sobrevida dos pacientes

Em meio a tantas novidades tecnológicas e lançamentos farmacêuticos, chama atenção o fato de o principal congresso científico sobre câncer do mundo ter dado destaque a remédios já conhecidos, lançados nos últimos anos.

As principais novidades do evento reforçam que um dos maiores desafios dos especialistas reside em como organizar a “trajetória terapêutica” mais efetiva para o paciente, ou qual o momento certo de usar cada um dos recursos disponíveis — de cirurgias a medicações.

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Câncer é primeira causa de morte por doença em crianças

O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. A primeira seria acidente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade.

Hoje (15), Dia Internacional da Luta conta o Câncer Infantil, a oncologista pediátrica do Inca Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria, lembrou que atualmente a doença é altamente curável. “Essa é a principal informação que a gente tem”, disse.

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Mortalidade prematura por câncer no Brasil deve cair até 2030

A mortalidade prematura por câncer no Brasil deverá diminuir no período de 2026/2030. A projeção foi feita por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em comparação à mortalidade prematura observada entre 2011 e 2015, para a faixa etária de 30 a 69 anos de idade, com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade (SIM). Apesar disso, a redução prevista ficará ainda distante da Meta 3.4 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que estabeleceu até 2030 diminuição do risco de morte prematura de um terço para doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), que incluem os diversos tipos de câncer.

A pesquisadora Marianna Cancela, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca (Conprev), informou à Agência Brasil que, para certos tipos de câncer, há previsão de aumento e, para outros, de queda. Para 2026/2030, a previsão é de uma redução nacional de 12% na taxa de mortalidade padronizada por idade por câncer prematuro entre os homens e uma queda menor, de 4,6%, entre as mulheres. Em termos regionais, há uma variação de 2,8% entre as mulheres, na Região Norte, a 14,7% entre os homens, na Região Sul. As previsões foram calculadas usando o software Nordpred, desenvolvido pelo Registro de Câncer da Noruega, e amplamente utilizado para fazer previsões de longo prazo sobre a incidência e mortalidade por câncer.

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Inca prevê 44 mil casos novos de câncer colorretal no Brasil por ano

Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica o surgimento de 44 mil novos casos por ano de câncer de intestino, ou câncer colorretal, no Brasil, com 70% concentrados nas regiões Sudeste e Sul. “É uma doença muito prevalente. É a terceira. Ela vai perder para [câncer de] mama, vai perder para [câncer de] próstata. Em terceiro lugar, vem o câncer colorretal”, disse o cirurgião oncológico Rubens Kesley, coordenador do Grupo de Câncer Colorretal do Inca.

De acordo com o especialista, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, tendem a apresentar maior número de novos casos desse tipo de câncer a cada ano. Entre os norte-americanos, que têm população em torno de 300 milhões de habitantes, a estimativa é de surgimento de 150 mil novos casos anuais. Como o Brasil está melhorando, progressivamente, sua condição socioeconômica, a perspectiva é de expansão de casos. “Há aumento vertiginoso. É uma curva acentuada”.

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INCA lança posicionamento com indicações para evitar sobrepeso e obesidade

Cerca de 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil são atribuídos ao sobrepeso e a obesidade, sugerindo uma carga significativa de doença pelo excesso de gordura corporal. Essa é uma das razões para o lançamento hoje do documento Posicionamento do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva Acerca do Sobrepeso e Obesidade. O alerta é importante para sensibilizar a população de que as medidas propostas são reconhecidas como efetivas para a prevenção e controle desse grave problema de saúde.

“O texto apoia medidas intersetoriais de regulação de alimentos que objetivam a prevenção e o controle do excesso de peso corporal, com o reconhecimento que tais medidas convergem para a prevenção do câncer”, explica Maria Eduarda Melo, nutricionista da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA.

São medidas como aumento da tributação de bebidas açucaradas e adoçadas com adoçantes não calóricos ou de baixa caloria; restrição da publicidade e promoção de alimentos e bebidas não saudáveis dirigidas ao público infantil; restrição da oferta de bebidas e alimentos ultraprocessados nas escolas e aprimoramento das normas de rotulagem de alimentos que deixem a informação mais compreensível e acessível ao consumidor.

Atualmente, o excesso de peso corporal está fortemente associado ao risco de desenvolver 13 tipos de câncer: esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo e possivelmente associado aos de próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.
Outra questão preocupante é a alimentação das crianças, com consumo de açúcar constante. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (2013), a cada 10 crianças menores de dois anos, cerca de três já tomaram refrigerante ou suco artificial, três consumiram doce, bala, ou outros alimentos com açúcar e seis comeram biscoitos ou bolos.

A infância e adolescência são períodos críticos do desenvolvimento em que, além da formação de hábitos de vida, a exposição a determinados fatores de risco pode afetar a saúde do adulto. O documento alerta para o fato de as práticas alimentares não saudáveis e a exposição precoce ao sobrepeso e obesidade atuarem diretamente sobre o risco de câncer pelo efeito cumulativo dos fatores carcinogênicos. Sabe-se que o excesso de peso corporal nestas fases da vida aumenta o risco de obesidade e/ou câncer na fase adulta. O Posicionamento também destaca que a obesidade infantil não apenas compromete o bem-estar físico, como também o social e psicológico das crianças.

O documento lançado pelo INCA é embasado no Relatório da Comissão para o Fim da Obesidade Infantil, da Organização Mundial de Saúde (OMS), no plano de implementação do relatório discutido na Assembleia Mundial da Saúde em 2017, e no Plano de Ação para a Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS, 2014). O texto está alinhado ainda aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável adotados pela Assembleia Geral das Nações Unidas e ao Plano de Ação Global para Prevenção e Controle de Doenças Não-Transmissíveis (2013-2020), da OMS.

INCA 80 anos: inscrições já estão abertas

INCA LOGO

A programação preliminar do Congresso INCA 80 Anos: Desafios e Perspectivas para o Controle do Câncer no Século XXI já pode ser conhecida no site do evento. No Congresso, serão abordados os múltiplos aspectos relacionados ao controle do câncer, como a formulação de políticas públicas, estratégias de prevenção da doença, formação de recursos humanos, desenvolvimento de pesquisas e cuidado integral ao paciente. O evento será realizado nos dias 29 e 30 de setembro, no hotel Othon Palace, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e tem como slogan “Toda uma vida cuidando de vidas”.

As inscrições, que já estão abertas, podem ser feitas no site do Congresso.

Estudo da Fiocruz alerta para danos causados pelo tabagismo

No Dia Mundial sem Tabaco (31/5), o Ministério da Saúde (MS), juntamente com Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), lançaram o estudo Carga de doença atribuível ao uso do tabaco no Brasil e potencial impacto do aumento de preços por meio de impostos. O tabagismo é responsável por seis milhões de mortes ao ano em todo mundo, das quais, cerca de cinco milhões são atribuídas ao uso do tabaco e mais de 600 mil são resultantes do tabagismo passivo. No Brasil, estima-se 156.216 mortes anuais, ou seja, 428 mortes por dia são atribuídas ao tabagismo, o que corresponde a 12,6% das mortes que ocorrem no país. Deste total, 34.999 mortes são por infarto agudo do miocárdio, 23.762 por câncer de pulmão e 10.812 por acidente vascular cerebral (AVC). O tabagismo também é responsável por 59.509 casos de AVC, 73.500 novos diagnósticos de câncer e 378.594 pessoas adoecem devido às doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) anualmente.

Dados das pessoas que adoecem – Infografia por: IECS

“A magnitude deste fator de risco também é observada nos custos que ele gera para o país e que somam 56,9 bilhões de reais ao ano, dos quais, 39,4 bilhões de reais são referentes aos custos médicos e 17,5 bilhões de reais aos custos por perda de produtividade. Este montante representa 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e a arrecadação de impostos sobre a venda de cigarros cobre apenas 23% das perdas geradas pelo tabagismo para o país”, explicou Márcia Pinto, pesquisadora do IFF/Fiocruz e uma das autoras do estudo.

A pesquisa teve coordenação científica da Fiocruz e do Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria (IECS), da Argentina e contou com a participação dos pesquisadores: Márcia Pinto, do IFF/Fiocruz, Ariel Bardach, Alfredo Palacios, Andrea Alcaraz, Belen Rodríguez, Federico Augustovski, Andrés Pichon-Riviere, do IECS e Aline Biz do Instituto de Medicina Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O Inca financiou a pesquisa através de um acordo técnico com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), e que também contou com uma série de subsídios de pesquisa do Centro Internacional para o Desenvolvimento do Canadá (IDRC).

Dados de mortes – Infografia por: IECS

No Brasil, a prevalência do tabagismo vem se reduzindo nas últimas décadas devido às ações adotadas, tais como, a proibição da publicidade de cigarros nos meios de comunicação e pontos de venda e do consumo de derivados do tabaco em ambientes fechados, a obrigatoriedade de advertências nos maços e o programa de controle do tabagismo oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, segundo a OMS, a medida mais efetiva para reduzir o consumo de cigarros é o aumento de preços por meio da elevação dos impostos, pois desencoraja a iniciação de adultos e crianças e desestimula os ex-fumantes a voltarem a fumar. “Apesar do aumento da carga tributária, os maços de cigarros continuam muito baratos no Brasil. A experiência aqui e no mundo mostra que aumentar os impostos, e consequentemente os preços, é a medida mais eficiente para reduzir o consumo, principalmente entre os jovens”, afirma Tânia Cavalcante, secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ).

Tânia enfatizou que a proposta do CONICQ é a aprovação do projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que cria a contribuição de intervenção no domínio econômico, a Cide-Tabaco, nos moldes da Cide-Gasolina. “Os ganhos para os cofres públicos são duplos, no aumento da arrecadação e diminuição dos custos de saúde. Mas o principal são os ganhos para a saúde da nossa população”, conclui.

Dados se o preço aumentasse em 50%  – Infografia por: IECS

O estudo também simulou o que aconteceria no país nos próximos dez anos, caso os preços dos cigarros fossem elevados em 50%. “A elevação de preços levaria a uma redução de consumo que evitaria cerca de 136 mil mortes, 507 mil infartos e outros eventos cardíacos, 100 mil AVCs e 64 mil novos casos de câncer. Além disso, a redução do consumo traria os seguintes ganhos econômicos, também em dez anos: 32,5 bilhões de reais de economia em custos de saúde, 45,4 bilhões de reais de aumento em arrecadação tributária (já considerando a redução nas vendas de cigarros) e 20 bilhões de reais de economia por perda de produtividade evitada, gerando um benefício econômico total de aproximadamente 98 bilhões de reais”, finalizou Márcia Pinto.

*Com a colaboração da Assessoria de Comunicação do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

#FAQMS | Dúvidas sobre o câncer infanto-juvenil

O Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA), e o Ministério da Saúde (MS) lançaram na semana passada a publicação Incidência, Mortalidade e Morbidade Hospitalar por Câncer em Crianças, Adolescentes e Adultos jovens no Brasil: Informações dos registros de câncer e do sistema de mortalidade. É a primeira vez que um panorama do câncer em adolescentes e adultos jovens, na faixa etária entre 15 e 29 anos, é traçado no Brasil.

Os dados da publicação mostram que o câncer foi a principal causa de morte por doença entre 2009 e 2013, perdendo apenas para “causas externas”, como acidentes ou mortes violentas. Foram 17.527 mortes por câncer. O trabalho do INCA/MS indica que a taxa média de mortalidade por câncer de adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos) foi de 67 por 1 milhão, no período de 2009 a 2013. Uma boa notícia é que essa taxa está estável nos últimos anos.

Para ajudar a tirar dúvidas a respeito do tema, e orientar adolescentes e jovens a respeito dos mais diversos tipos de câncer, o Blog da Saúde conversou com o oncologista clínico do INCA, Dr. Gélcio Mendes. Confira a seguir:

Blog da Saúde: Quais tipos de câncer atingem mais a faixa etária entre 15 e 29 anos (adolescentes e jovens)?
Dr. Gélcio: Essa é uma faixa etária muito interessante, porque é pouco discutida. Normalmente, pensa-se no câncer infantil e depois nos cânceres do adulto e do idoso. Mas existe essa faixa etária, que vai dos 15 aos 29 anos, em que o desenvolvimento de um câncer é uma situação inesperada e ainda é pouco abordada nos diversos meios.

Nessa faixa etária, os tumores não são mais aqueles tumores típicos das crianças. São tumores mais comuns entre adultos. Câncer do colo do útero, na tireoide, e da mama. Os chamados tumores germinativos (tumor dos testículos e dos ovários) e o melanoma, têm uma representação bem importante nessa faixa. O câncer do colo do útero também tem uma incidência grande, e entre os linfomas, o linfoma de Hodkin também aparece muito nessa faixa etária.

Blog da Saúde: Mas os carcinomas no trato geniturinário (conjunto dos aparelhos genital e urinário) são os principais tumores nessa faixa etária? 
Dr. Gélcio: Os cânceres do aparelho geniturinário são, nessa faixa etária, principalmente, do colo do útero e os tumores germinativos. Apesar de ser típico de mulheres na faixa em torno de 50, 60 anos, observamos tumores acontecendo nas pacientes jovens na faixa dos 20 anos. É o tumor que está associado à infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano). A boa notícia é que hoje temos, dentro do Programa Nacional de Imunização (PNI), a vacina contra HPV, que espera que reduza a frequência e incidência dessa doença.

Outros tumores geniturinários que têm muita importância nessa faixa etária são os de células germinativas: o câncer do testículo e do ovário. São tumores bastante agressivos, mas a notícia boa é que estão entre os tumores com maior probabilidade de cura, mesmo em pacientes com doença avançada. Então, apesar de serem tumores muito graves, são doenças com taxa de cura muito elevada. Esses são os dois grupos de doença dos tumores geniturinários frequentes nessa faixa do adolescente e adulto jovem.

Blog da Saúde: Por que o câncer é a segunda principal causa de morte entre esta faixa etária, perdendo apenas para causas externas?
Dr. Gélcio: A primeira coisa que é importante estar claro é que apesar de ser a segunda principal causa de morte, depois das causas externas, o câncer nessa faixa de 15 a 29 anos é uma doença muito rara. Essa é uma faixa etária que ainda tem a causa externa como a principal causa de mortalidade, especialmente entre os homens. Mas também é uma idade em que as doenças infecciosas não têm tanto impacto, e as doenças relacionadas ao envelhecimento (as crônico-degenerativas) têm menor efeito sobre a mortalidade.

Blog da Saúde: Como os pais, familiares ou os próprios adolescentes e jovens podem ficar atentos aos sinais e sintomas?
Dr. Gélcio: A primeira questão é quando você começa a observar sinais e sintomas que são típicos de um tumor em qualquer idade: emagrecimento sem explicação, surgimento de alguma dor que se mantém persistente durante mais de duas ou três semanas, sangramentos por traumas mínimos e febre por mais de três ou quatro semanas. Esses são sintomas que devem alertar o indivíduo a procurar o médico.

O profissional de saúde precisa estar atento e informado sobre o câncer nessa faixa de idade. A partir do momento em que ele suspeita, começa a buscar o diagnóstico, seja através de um exame radiológico, exame laboratorial, solicitação de uma consulta com especialista, clínico, gastroenterologista, ginecologista, urologista, ou mesmo em um serviço de Oncologia.

Blog da Saúde: Em caso de suspeita de algum tipo de câncer, onde o indivíduo pode recorrer?
Dr. Gélcio: A porta de entrada é pela Atenção Básica. O paciente vai ao posto de saúde e o médico, enfermeiro ou profissional que o atender, uma vez suspeitando dessa condição, deve encaminhar, pelo sistema de referência, para centros especializados, onde possa ser feito o diagnóstico adequado. Caso o diagnóstico seja confirmado, vai passar por um protocolo, a partir de exames de imagem, exames laboratoriais, e avaliação de especialistas.

Blog da Saúde: O que o SUS oferece em termos de suporte e tratamento hoje em dia?
Dr. Gélcio: Para todos esses tumores, pelo SUS, é oferecida atenção oncológica nas chamadas Unidades de Atendimento Oncológico (UNACON) ou nos Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), que estão distribuídos pelo Brasil todo. Esses são tumores que, na maioria das vezes, dispõe de plena capacidade de atendimento, seja cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Toda a questão do cuidado paliativo, e investigação e tratamento é disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Tudo é contemplado dentro da Rede de Atenção à Saúde e à Política Nacional de Atenção Oncológica.

Blog da Saúde: Há algum tipo de adolescente ou jovem que seja considerado grupo de risco?
Dr. Gélcio: Alguns tumores familiares e hereditários começam a surgir com maior frequência em pacientes mais jovens. São tumores raros, mas há casos de câncer de mama familiar, por exemplo. Pacientes que têm esse histórico familiar, marcado por vários casos, devem ter um segmento desde uma faixa etária mais jovem. Na maioria dos casos, os tumores que acontecem nessa faixa de idade não têm uma causa muito bem definida. De modo geral, não há um grupo específico que deva ser observado uma forma diferenciada.

Blog da Saúde: Como os hábitos podem ajudar a evitar o câncer?
Dr. Gélcio: Na lista dos tumores mais frequentes, temos o câncer do colo de útero. A prevenção primária deste câncer está relacionada à redução do contágio pelo papilomavírus humano (HPV), que ocorre por via sexual. A prática sexual desprotegida (sem o uso de preservativos) é um fator de risco importante para transmissão do HPV, e consequentemente de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero*. O primeiro comportamento fundamental é fornecer informação aos jovens sobre a prática do sexo seguro e a utilização de preservativos. Esse é um dos grandes focos de prevenção que devemos deve recomendar.

Como medida de saúde pública, recomendamos a atividade física regular, manutenção do peso adequado, a limitação do uso de alimentos ultraprocessados, que são alimentos que aumentam o risco de obesidade. Outro fator de risco evitável é a exposição solar, que está associada ao desenvolvimento do melanoma, tipo de câncer de pele mais grave. Estimular a prática de atividade ao ar livre sempre com chapéus e roupas compridas e com o uso adequado do protetor solar são comportamentos que devem ser estimulados. Fazer atividades ao ar livre no início da manhã ou no final da tarde para limitar o risco de queimaduras são algumas das medidas muito importantes.

Evidentemente, o tabagismo está relacionado a vários tipos de câncer (pulmão, cavidade oral, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemias). Não há limite seguro para o uso do tabaco.

*O Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, oferta a vacina contra o HPV gratuitamente para meninas entre 9 e 14 anos, e meninos de 12 e 13 anos.  Saiba mais sobre a vacina contra HPV aqui.

Câncer infanto-juvenil é tema do Dia Mundial do Câncer 2017

A campanha do INCA para o Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro) deste ano tem como tema o câncer infanto-juvenil.  No Brasil, o câncer é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes, sendo superada somente pelos acidentes e mortes violentas. Entre 2009 e 2013, o câncer foi responsável por cerca de 12% dos óbitos na faixa de 1 a 14 anos, e 8% de 1 a 19 anos. No Brasil, foram registradas 2.724 mortes por câncer infanto-juvenil em 2014 (ano mais recente com informações compiladas).

Durante o a cerimônia comemorativa, na sexta-feira, 3, na sede do INCA, no centro do Rio de Janeiro, será lançado pelo Instituto o livro Incidência, mortalidade e morbidade hospitalar por câncer em crianças, adolescentes e adultos jovens no Brasil: informações dos registros de câncer e do sistema de mortalidade. A publicação trará a inclusão inédita das informações sobre morbidade hospitalar, e da faixa etária de 20 a 29 anos (adultos jovens). A base de dados vem das informações sobre incidência (coletadas por 25 Registros de Câncer de Base Populacional-RCBP), mortalidade (registradas no Sistema de Informação sobre Mortalidade-SIM/Ministério da Saúde), e de morbidade hospitalar (provenientes dos Registros Hospitalares de Câncer-RHC).

O INCA estima a ocorrência de 12.600 novos casos de câncer na faixa etária de zero a 19 anos em 2017. O chamado câncer infanto-juvenil inclui, na verdade, vários tipos de câncer. As leucemias representam o maior percentual (26%), seguida dos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso central (SNC) (13%).

O Dia Mundial do Câncer é uma iniciativa da UICC, uma organização não governamental que une a comunidade internacional com o objetivo de reduzir a carga global do câncer, para promover uma maior equidade, e para integrar o controle da doença na saúde mundial e na agenda de desenvolvimento.

Fundada em 1933 e com sede em Genebra, conta com a adesão de mais de 800 organizações em 155 países, entre elas as principais sociedades de câncer do mundo, ministérios da saúde, institutos de pesquisa, centros de tratamento e grupos de pacientes. A Direção-Geral do INCA integra seu corpo diretivo, que se reúne duas vezes ao ano, para traçar planos e avaliar projetos em andamento.

A campanha do INCA para o Dia Mundial do Câncer 2017 tem como o mote a frase “Nós Podemos Eu Posso”, sugerida pela UICC para ser trabalhada entre os anos de biênio 2016 e 2018.