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Covid-19: primeiro caso foi confirmado em São Paulo há cinco anos

Paciente procurou hospital quase três semanas antes da 1ª quarentena

Há cinco anos, em 26 de fevereiro de 2020, foi confirmado o primeiro caso de covid-19 no Brasil: um homem de 61 anos, que havia viajado para a Itália e estava em atendimento desde o dia 24 no Hospital Israelita Albert Einstein. Ele sobreviveu. 

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Modelo de gestão de hospitais federais ainda está em estudo, diz Nísia. Ministra descarta distribuir unidades para estado e município do Rio

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, descartou, nesta terça-feira (23), a ideia de distribuir a gestão dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro entre o estado, o município e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Segundo a ministra, o modelo de administração dessas unidades ainda está sendo estudado, mas deverá envolver uma gestão compartilhada.

“Eu quero ser muito enfática em dizer que não existe [proposta de] distribuição dos hospitais. Isso foi uma notícia veiculada pela imprensa. Não partiu de nós [essa informação]”, disse Nísia. “O governo federal não abrirá mão de coordenar um programa de reconstrução desses hospitais, e isso se dará dentro da visão do SUS [Sistema Único de Saúde]”.

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Área verde humaniza ambiente em hospital

Com o objetivo de divulgar a importância da implantação de áreas verdes em unidades hospitalares, tornando o ambiente mais humanizado e menos estressante, a arquiteta e urbanista Léa Yamaguchi Dobbert realizou pesquisa no Programa de Pós-graduação (PPG) em Recursos Florestais, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.  Orientada pelo professor do Departamento de Ciências Florestais, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, Léa propôs à direção do Santa Casa de Valinhos (interior de São Paulo), a recuperação do local por meio da implantação de componentes arbóreos e vegetação, requalificando as áreas livres existentes entre as alas de internação.

Nas primeiras décadas do século 20, profissionais da área de saúde investiram em ambientes funcionais de trabalho, dando ênfase à implantação de equipamentos de alta tecnologia, sem se preocupar com o grau de conforto proporcionado pelo ambiente físico. Trabalhos científicos nesta área classificaram os espaços como estressantes e inadequados em razão de não observarem as carências emocionais e psicológicas dos usuários.

“Esse estudo provém de uma inquietação, fruto de uma experiência como interna na Irmandade Santa Casa de Valinhos (SP), quando pude vivenciar a falta de um espaço não só agradável, mas saudável, para realizar as caminhadas orientadas pelo médico, tendo de fazê-las nos corredores escuros e com pouca ventilação”, conta a pesquisadora.

Espaços ajardinados
“Para verificar quais interferências foram proporcionadas pelos espaços ajardinados, realizei 596 entrevistas com usuários dos espaços analisados, a fim de verificar seu grau de conforto térmico e bem estar”. A requalificação das áreas foi feita por meio de trabalho voluntário e com doação de viveiros de plantas.

Segundo Léa, os benefícios puderam ser constatados pela satisfação dos usuários dos espaços, em relação ao conforto térmico, visual e psíquico, que pôde ser comprovado por diversos relatos dos entrevistados. “O paciente, já fragilizado pelo estado em que se encontra, quando tem um ambiente mais aconchegante e familiar, certamente se sente mais calmo, o que reflete de forma direta em sua saúde”, afirmou a arquiteta.

Para a pesquisadora, mais estudos devem ser realizados a fim de comprovar a importância das áreas verdes hospitalares. “Hoje existe uma manutenção deficiente, por isso é necessário o reconhecimento por parte dos gestores em relação ao valor desses espaços”. O estudo foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Foto: Léa Yamaguchi Dobbert

Mais informações: (19) 3429-4485 / 3429-4109 / 3447.8613

Hospital britânico lança aplicativo para melhorar sono de crianças

Um hospital britânico lançou um aplicativo gratuito para ajudar a melhorar a qualidade do sono de crianças e adolescentes.

O “Kids Sleep Dr” foi criado por médicos do Evelina Children’s Hospital de Londres e já está disponível para iOS (pode ser baixado por usuários no Brasil). Versões para Android e Windows devem ser lançadas em breve.

A partir do exame dos padrões de sono das crianças e adolescentes, o aplicativo dá aconselhamento personalizado aos pais como, por exemplo, lidar com distúrbios do sono ou convencer adolescentes insones a dormir.

Segundo especialistas, uma boa noite de sono é crucial para o desenvolvimento de uma criança.

Paul Gringras, professor de medicina do sono infantil, afirma que há uma grande lista de espera de pais que querem marcar marcar consultas para seus filhos devido a problemas do sono, o que significa que os médicos estão vendo apenas “a ponta do iceberg”.

 Hora de dormir

O hospital, então, desenvolveu o aplicativo que dá orientações para pais de crianças entre zero e 16 anos de idade que enfrentam diferentes problemas de sono, nas várias fases do desenvolvimento.

Os pais informam detalhes sobre a hora e o local em que a criança, quando tempo ela passa em frente à televisão ou de alguma tela de dispositivo eletrônico e qual o consumo de bebidas com cafeína.

Depois de cinco dias registrando a rotina de sono da criança, como horários e se a criança acorda durante a noite, o aplicativo fornece o aconselhamento personalizado caso o padrão de sono fuja da normalidade.

Há crianças de cinco anos que, por exemplo, “acordam toda noite gritando, não reconhecem os pais e os empurram”, diz Gringas à BBC.

“O aplicativo vai informar que isso é um terror noturno (distúrbio do sono comum entre crianças de 3 a 8 anos, que gritam e se debatem em pânico, sem estarem acordadas) e vai acontecer com 10% das crianças nesta faixa etária”, diz o especialista.

Ele agrega que esse distúrbio é superado pelas próprias crianças, mas o aplicativo dá dicas para os pais lidarem com a situação.

 Em outro cenário, o “Kids Sleep Dr” pode aconselhar os pais de adolescentes que só conseguem dormir muito tarde (a acabam ficando cansados durante a aula) para se exercitarem durante a tarde, o que pode ser tão poderoso quanto remédios para dormir.

“Não são aquelas dicas diárias irritantes, é um aconselhamento personalizado”, acrescenta o professor.

O aplicativo também tem cores mais escuras e próximas ao laranja, para minimizar a quantidade de luz azul emitida pelo dispositivo eletrônico – que, segundo especialistas, prejudica o sono.

Sem médicos

Para Gringras, o aplicativo pode substituir consultas para problemas simples, mas não será suficiente em casos mais graves como narcolepsia ou apneia do sono obstrutiva.

 A psicóloga e terapeuta infantil Tanya Byron afirma que “muitas crianças são afetadas por problemas do sono que podem ter um grande efeito na família inteira”.

“Sabemos que os pais conhecem os filhos melhor do que ninguém e tenho certeza de que o aplicativo ‘Kids Sleep Dr’ vai ajudar os pais a compreender e gerenciar melhor os problemas de sono dos filhos”, diz.

 

Pesquisa aborda segurança do paciente pediátrico

Erros de preparo e administração de medicamentos são comuns no ambiente hospitalar. Este risco é ainda maior quando se trata de pacientes pediátricos. Uma análise das ocorrências de erros desta natureza, realizados em uma enfermaria pediátrica, apontou que quase 67% dos erros se referem ao preparo e mais de 87% são erros relacionados à administração de medicamentos. Em sua pesquisa de mestrado realizada na ENSP, Suiane Baptista apontou que erro de medicação é um grave problema de saúde pública e ocorre em todas as etapas do sistema de medicação, trazendo prejuízos tanto para o paciente e seus familiares quanto para os profissionais e sistemas de saúde. Ao concluir a pesquisa, ela defendeu que a maioria dos erros estão relacionados com os processos de trabalho e não com o profissional isoladamente.

Suiane é farmacêutica hospitalar do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e, neste trabalho, teve a orientação do pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde Pública da ENSP Walter Mendes. Em sua defesa, a aluna apontou que erros de preparo e administração de medicamentos são comuns no ambiente hospitalar em pediatria, servindo como um indicador de qualidade do serviço prestado ao paciente. Segundo ela, a detecção desses erros em potencial deve ser uma rotina, pois aponta as fragilidades do sistema permitindo melhorá-lo.

O tema do trabalho foi escolhido pela aluna por ser sua área de atuação. “A pediatria é mais vulnerável ao erro devido às suas características fisiológicas peculiares e à indisponibilidade de formas farmacêuticas adequadas no mercado para este público”. Suiane contou que a experiência de estar na enfermaria e conviver com os pacientes e seus familiares, com a enfermagem e diversos profissionais mostrou a necessidade do farmacêutico estar mais próximo à realidade, conhecendo suas dificuldades e entendendo a melhor forma de contribuir para a qualidade do cuidado “

A participação do farmacêutico nos rounds, sua inserção no planejamento e execução de educação permanente em conjunto com a enfermagem e seu auxílio na elaboração de protocolos para ao preparo e administração podem ser os primeiros passos para a aproximação do profissional com a realidade clínica do paciente”, descreveu ela.

Suiane apontou ainda algumas políticas organizacionais que devem ser desenvolvidas, pois o estabelecimento destas são extremamente relevantes para a resolução de problemas que podem afetar a segurança do paciente e são apoiadas em recomendações de diversas instituições importantes na área.

Entre elas, Suiane citou a elaboração de protocolos e o monitoramento da utilização de antimicrobianos e a elaboração de recomendações para o preparo e administração de medicamentos; a sensibilização contínua dos profissionais de saúde quanto a notificação de erros de medicação e eventos adversos; a manutenção de profissionais em número suficiente para manter a qualidade dos serviços, evitando a sobrecarga de trabalho; ambientes de preparo mais adequados, minimizando o número de interrupções; o envolvimento dos acompanhantes na terapia medicamentosa; disponibilização de fonte de informação sobre medicamentos para os profissionais; informatização dos rótulos e da prescrição médica com suporte clínico; a presença de um farmacêutico clínico na enfermaria; dentro outras.

Segundo a aluna, este é um dos primeiros estudos a investigar erros de preparo e administração de medicamentos em pacientes pediátricos no Brasil utilizando a técnica da observação sistemática. A pesquisa foi realizada em uma enfermaria pediátrica de um hospital público do Rio de Janeiro. Foram observados os profissionais de enfermagem durante os processos de preparo e administração de medicamentos por 23 dias, em todas as equipes, todos os turnos (noite e dia) e dias da semana, incluindo fins de semana. As observações foram registradas com o auxílio de um roteiro semiestruturado por um único observador.

Suiane esclareceu que foram comparados os dados coletados com a prescrição e considerou-se inadequada a discrepância entre eles. “Foi analisado como erro o que, nesse processo, tivesse sustentação na literatura. Por questões éticas, toda vez que se verificou que um erro poderia causar danos ao paciente, o profissional de enfermagem foi comunicado”, disse ela.

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