Tag Archives: Hanseníase

Hemorio lança hoje campanha Unidos pelo Sangue

Haverá apresentação de artistas e influenciadores digitais

O Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti – Hemorio – completa 80 anos com o lançamento da campanha Unidos pelo Sangue, nesta segunda-feira (25), quando é celebrado o Dia Nacional do Doador de Sangue.

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As doenças ‘esquecidas’ que deixam 28 milhões de brasileiros sob risco

Todos os anos, 28,9 milhões de brasileiros correm o risco de sofrer com alguma das doenças tropicais negligenciadas que ainda assolam o país. Isso representa 14% da população total.

Essa estimativa praticamente dobrou no período entre 2016 e 2020 — até 2015, acreditava-se que esses problemas de saúde poderiam afetar cerca de 15 milhões de pessoas (ou 7,3% da população).

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IdeiaSUS Fiocruz: abordagem da hanseníase destaca-se no município de Pilar

Identificação de clusters e treinamento em serviço: estratégias para a abordagem da hanseníase no município do Pilar dá título à prática acompanhada pela curadoria em saúde da Plataforma IdeiaSUS Fiocruz. O projeto do município alagoano surgiu da necessidade de se compreender a dinâmica da hanseníase por meio de dados epidemiológicos. Por esta razão, o município chegou ao denominado “cluster”, que nada mais é do que uma área considerada de risco para a doença, permitindo uma análise fiel das ações de controle, bem como o diagnóstico precoce. Trata-se de um trabalho inovador que busca enfrentar uma doença ainda negligenciada no Brasil. O país é o primeiro do ranking de incidência da hanseníase e o segundo em números absolutos da doença, atrás apenas da Índia.

A prática de Pilar mostra a importância da articulação entre as áreas de Vigilância em Saúde e Atenção Primária. “Foi por conta desse projeto que recebemos a visita dos representantes da Fiocruz, que viajam o Brasil inteiro para conhecer práticas exitosas em saúde pública. Após concluir as atividades da curadoria, iniciadas no ano passado, a fundação vai relatar nossas ações em um livro, além de veicular os resultados de todo esse trabalho no Canal Saúde [emissora de TV pública sediada na Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde são produzidos diversos conteúdos sobre saúde pública]”, explica a coordenadora Francinny Wanderley, acrescentando que, atualmente, Pilar já conta com um grupo de autocuidado para pessoas atingidas pela hanseníase e seus familiares.

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Fiocruz e Fuham realizam 1º Inquérito da Hanseníase no Brasil

A hanseníase, conhecida no passado como lepra, é uma doença incapacitante e que pode trazer danos ao paciente mesmo após a alta médica depois de curado. Uma parceria viabilizada pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD – Fiocruz Amazônia) e a Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), unidade de referência no tratamento da doença, permitirá, pela primeira vez no país, a realização de um inquérito de incapacidades físicas ocasionadas pela hanseníase em mais de 200 municípios brasileiros mapeados pelo Projeto Inquérito da Hanseníase no Brasil (Inqhans). O trabalho de campo tem início previsto para março com atividades realizadas por equipes multidisciplinares formadas por profissionais de todo o Brasil e ao final permitirá a criação de um banco de dados nacional sobre as incapacidades físicas pós-cura da hanseníase.

“Hoje, esse é um número desconhecido no Brasil. O paciente sai de alta e sai dos registros. Com o tempo, a incapacidade motivada pela doença pode aumentar no pós-cura e é preciso termos políticas públicas para combater esse problema e ajudar as pessoas incapacitadas”, afirma a diretora de Ensino e Pesquisa da Fuham, Valderiza Lourenço Pedrosa, coordenadora nacional do trabalho. Segundo ela, o objetivo do projeto é estimar a magnitude das incapacidades físicas da hanseníase pós-alta por cura no Brasil, visando a implementação de políticas de cuidados voltados para prevenção, reabilitação e cirurgias, evitando piora e melhorando a qualidade de vida desses pacientes.

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Fiocruz celebra cooperação e faz seminário sobre hanseníase

Com duas ações nesta semana, a Fiocruz se engajou ainda mais no combate à hanseníase, uma doença negligenciada que teve sua situação agravada durante a pandemia de Covid-19. Na quarta-feira (17/11), a Fundação assinou um Termo de Cooperação para a adesão à campanha global Não Esqueça da Hanseníase, com o governo do estado e outros parceiros, além de iluminar à noite o castelo com a cor roxa como uma das ações de conscientização. Nesta quinta-feira (18/11), a Fiocruz aprofundou o debate durante o 1º Simpósio de Doenças Negligenciadas Fiocruz-Novartis: foco em doença de Chagas e Hanseníase.

Os dados mais recentes deixam clara a urgência do tema: o diagnóstico de novos casos no país caiu pela metade de 2019 para 2020, de acordo com o Ministério da Saúde. Um fato que o Movimento pela Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), uma das organizações signatárias do Termo de Cooperação, definiu como “subdiagnóstico, ainda mais grave do que a subnotificação”.

Fundação assinou um Termo de Cooperação para a adesão à campanha global ‘Não Esqueça da Hanseníase’, com o governo do estado e outros parceiros (foto: Peter Ilicciev)

Populações negligenciadas 

A campanha Não Esqueça da Hanseníase foi lançada pelo embaixador da boa vontade da Organização Mundial da Saúde (OMS), Yohei Sasakawa. No Rio, ela ganhou os apoios da Secretaria de Estado de Saúde, do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems-RJ), do Instituto Carlos Chagas, da Rede Universitária de Combate à Hanseníase (ReúnaHans/RJ), da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), além do Morhan e da Fiocruz. Os signatários se comprometeram a promover a conscientização e a combater a discriminação sofrida pelas pessoas afetadas pela doença, entre outras ações.

A hanseníase é uma doença infecciosa de caráter crônico, que afeta principalmente os nervos periféricos, olhos e pele, atingindo principalmente populações de regiões mais carentes. No entanto, a doença tem tratamento e cura. O Brasil é o segundo país com maior número de casos, atrás apenas da Índia, segundo a OMS. Em 2019, 27.864 novos casos foram notificados em território brasileiro.

“Nossa instituição tem um laboratório de pesquisa dedicado à hanseníase e que, neste momento, está trabalhando de forma intensa com a questão do diagnóstico mais apurado e também com o desenvolvimento de uma vacina”, contou Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, referindo-se ao Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). “Como dizemos aqui na Fiocruz, mais do que doenças negligenciadas são populações negligenciadas”, acrescentou.

Não esqueça da hanseníase

Aumento de casos com sequelas 

Coordenador nacional do Morhan e conselheiro nacional de Saúde, Artur Custódio ressaltou o “esquecimento” de várias doenças durante a pandemia. “Na hanseníase houve uma queda de quase 55% nos diagnósticos. E já começamos a ver os efeitos em 2021, pois começam a chegar os casos com sequelas. No Rio de Janeiro, são quase 20% de novos casos com sequelas”, afirmou.

Ao lado do lema da campanha, aparecem duas engrenagens que representam as rodas de uma bicicleta: a primeira simboliza as ações biomédicas, como pesquisa e tratamento. E a segunda, as ações sociais, como o enfrentamento ao estigma. “Uma roda não pode andar sem a outra, e a seta indica o movimento para a frente”, explicou Custódio. “Não é uma ação só da saúde. Ela requer a integração com outros setores da sociedade”.

O subsecretário de Estado de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (Subvaps), Mario Sérgio Ribeiro, destacou que “é incrível que, no caso de uma doença com diagnóstico e tratamento acessíveis, ainda seja preciso fazer uma campanha para que ela não seja esquecida”. “Essa assinatura não é um ato proforma. Vamos dar continuidade ao nosso trabalho com a hanseníase e a população do estado do Rio de Janeiro”, disse Ribeiro.

A presidente da Fiocruz destacou a parceria com o Governo do Rio, que já ocorre em ações de atenção básica e especializada, e que pode avançar ainda mais no campo da hanseníase. “Esses avanços têm que ser com a continuidade dos tratamentos e diagnósticos mais precoces”, disse Nísia, lembrando que o trabalho do Laboratório de Hanseníase está associado ao da Fiocruz Paraná e ao Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP).

Primeira vice-presidente do Cosems-RJ, Maria Augusta Monteiro, lembrou que um dos impactos da pandemia foi interromper o treinamento regional feito nas equipes de atenção básica, que ocorreu em 2019, mas que não pôde se repetir no ano passado. Já Sandra Maria Barbosa Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, destacou o treinamento de profissionais para diagnóstico e tratamento, enquanto Ricardo Cavalcanti Ribeiro, presidente do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas, destacou não só a atuação do ICC na educação, mas também na criação de áreas dedicadas à doença e mesmo na cirurgia plástica em casos mais avançados.


Os signatários se comprometeram a promover a conscientização e a combater a discriminação sofrida pelas pessoas afetadas pela doença, entre outras ações (foto: Peter Ilicciev)

Participaram ainda da cerimônia o coordenador do Morhan Estadual do RJ, Rafael Feitosa; a vice coordenadora da ReúnaHans/RJ, Daisy Almeida Bastos; a pesquisadora Roberta Olmo, representando o Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz; e a Miss Brasil Mundo CNB 2021, Caroline Teixeira, que é embaixadora da causa pela eliminação da hanseníase, e assinou o documento como testemunha.

Novas plataformas para antigas doenças 

O trabalho para a eliminação da hanseníase e outras enfermidades velhas conhecidas do mundo pode se beneficiar do uso de novas plataformas. Esse foi um dos pontos levantados no 1º Simpósio de Doenças Negligenciadas Fiocruz-Novartis: foco em doença de Chagas e Hanseníase. Aberto ao público, o webinário discutiu temas como a importância de políticas públicas para doenças negligenciadas e a abordagem integral no cuidado com pacientes, além de contar com duas mesas específicas sobre doença de Chagas e hanseníase.

Na abertura, Marco Aurelio Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, destacou o trabalho com a Novartis, que começou antes mesmo da pandemia, e as possibilidades que isso traz. “Essa parceria visa estabelecer um campo de desenvolvimento e cooperação para que possamos trabalhar nas novas plataformas tecnológicas da saúde, como no caso da pandemia, mas utilizá-las também para os tradicionais problemas que ainda persistem em boa parte do mundo, como as doenças negligenciadas.”

Krieger lembrou que a Fiocruz vem trabalhando com essas doenças desde a sua criação, há 121 anos, e citou como exemplo a descrição da doença de Chagas e de seu vetor. Mas ressaltou também que a Fundação vem testando novas soluções e ferramentas de diagnóstico. No campo da hanseníase, ele destacou a atuação com a Novartis para a busca de melhor diagnóstico e controle da doença, assim como na difusão do conhecimento.

A parceria para a realização do webinário é resultado de um Memorando de Entendimento assinado entre a Fiocruz e a Novartis, com o objetivo de firmar uma cooperação internacional para o desenvolvimento de atividades nas áreas de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, comunicação, informação, gestão e políticas no campo da saúde, com foco em doenças negligenciadas.

Renato Carvalho, CEO da Novartis Brasil, disse que esperar que este seminário seja apenas o primeiro de uma jornada que traga retornos e ajude a saúde no Brasil. A empresa está há 85 anos no país, onde tem mais de 60 pesquisas em andamento. “É muito importante gerar ciência e incentivar novos cientistas”, disse ao citar um programa da empresa de auxílio a estudantes.

Rômulo Paes, pesquisador do Instituto de Pesquisa René Rachou (Fiocruz Minas) e vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), trouxe o debate da saúde e do pós-pandemia para o campo da Agenda 2030 – o plano de ação global que reúne 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, criados para erradicar a pobreza e promover melhores condições de vida. “Essa pandemia de Covid-19 é melhor explicada pelas nossas condições de vida do que pelo agente etiológico”, disse. Ele destacou que as intervenções devem ser baseadas no conhecimento científico, garantir maior equidade, como no acesso às vacinas, e “não deixar ninguém para trás”. “Neste momento de crise, a Agenda apresenta alternativas. Cabe a nós enfrentar a doença não só como país, mas como planeta”.

Fiocruz cria teste molecular para hanseníase inédito no Brasil

Um novo teste de diagnóstico desenvolvido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pode contribuir para o enfrentamento da hanseníase. Baseado na metodologia de PCR, o Kit NAT Hanseníase obteve registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O exame detecta o DNA do bacilo Mycobacterium leprae, causador do agravo, e pode facilitar a detecção precoce da doença, que atinge, em média, 27 mil pessoas por ano no Brasil.

A inovação foi desenvolvida pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fiocruz e ao governo paranaense. Os pesquisadores ressaltam a importância da aplicação de uma metodologia de ponta contra uma doença negligenciada.

“Até então, não havia testes diagnósticos de hanseníase considerados padrão-ouro. É um marco colocar este exame à disposição de populações vulneráveis, que são as que mais desenvolvem a doença e carecem de avanços tecnológicos”, afirma o líder do projeto e chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC, Milton Ozório Moraes.

“Doenças tropicais negligenciadas, que são importantes no nosso país, não atraem o interesse da indústria. Com o Kit NAT Hanseníase, temos um teste nacional, com qualidade de primeiro mundo, que pode contribuir para a saúde da nossa população”, acrescenta o pesquisador da Fiocruz-PR, Alexandre Costa, que coordenou o desenvolvimento do exame no IBMP.

O Kit NAT Hanseníase é primeiro teste molecular comercial para a doença desenvolvido no Brasil e o segundo exame deste tipo a obter o registro da Anvisa. Ao longo de anos de pesquisas, o projeto contou com investimentos do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação Novartis e da Leprosy Research Initiative (iniciativa internacional de apoio à pesquisa em hanseníase), além de recursos próprios da Fiocruz e do IBMP.

Problema de saúde pública

Uma das doenças mais antigas da humanidade, com relatos de casos desde 600 a.C., a hanseníase é um grave problema de saúde pública, especialmente no Brasil. O país registra o segundo maior número de casos do mundo. Além disso, entre as pessoas acometidas anualmente, mais de duas mil são diagnosticadas de forma tardia, com lesões neurológicas que provocam deformidades visíveis e prejudicam a visão ou o movimento das mãos ou dos pés.

A bactéria da hanseníase atinge principalmente a pele e os nervos. Entre os sintomas mais comuns da doença estão manchas na pele, que podem ter alteração de sensibilidade ao frio, calor ou dor. Mesmo sem manchas, áreas da pele com alteração de sensibilidade, diminuição de pelos e do suor também podem ser sinal do agravo, assim como o aparecimento de caroços no corpo, sensação de formigamento ou fisgadas e comprometimento neurológico, incluindo alterações sensitivas, motoras ou anatômicas.

Cerca de 70% das pessoas com hanseníase são diagnosticadas na atenção básica, pelo clínico geral, sem necessidade de exames complementares. Quando há dúvidas, os pacientes são encaminhados para atendimento especializado com o dermatologista. Porém, existem casos em que mesmo o especialista tem dificuldade de confirmar o diagnóstico. Nestas situações, o médico pode solicitar a biópsia, que é a retirada de fragmentos de pele para análise.

Segundo Milton, é justamente nestes casos que o Kit NAT Hanseníase pode ser um aliado valioso. Os exames atualmente disponíveis são a baciloscopia, que busca visualizar a bactéria, e a histopatologia, que analisa as alterações do tecido. Em relação a estas técnicas, o teste molecular apresenta uma vantagem importante: o aumento da sensibilidade.

“A baciloscopia costuma ser negativa nos pacientes que apresentam poucas lesões na pele. Nestes casos, chamados de paucibacilares, observamos que a sensibilidade da histopatologia é de 35%, enquanto o teste de PCR alcança 57%. Isso significa que, de cada cem pacientes com hanseníase paucibacilar, a histopatologia consegue identificar 35 e a PCR, 57. A combinação dos dois testes pode elevar a sensibilidade para 65%. É um ganho importante”, diz o pesquisador.

Pioneirismo para o SUS

O desenvolvimento do Kit NAT Hanseníase é resultado de décadas de pesquisas pioneiras com o objetivo de contribuir para o Sistema Único de Saúde (SUS). Centro de referência nacional junto ao Ministério da Saúde, o Laboratório de Hanseníase do IOC atua na pesquisa, no ensino e no atendimento a pacientes, que é realizado por meio do Ambulatório Souza Araújo.

Metodologia que permite amplificar e detectar o material genético, a reação em cadeia da polimerase, conhecida pela sigla em inglês PCR, foi inventada em 1985. Em 1993, o Laboratório de Hanseníase foi o primeiro do Brasil a aplicar a técnica para a detecção do M. leprae.

Posteriormente, os pesquisadores aprimoraram a metodologia com base na técnica de PCR em tempo real, que simplificou e barateou o procedimento. Estudos realizados por diversos pesquisadores e estudantes de pós-graduação do IOC foram fundamentais para o sucesso do projeto.

A última etapa de trabalho consistiu na padronização da metodologia, com estudos de reprodutibilidade e estabilidade, que são essenciais para o registro na Anvisa. O desenvolvimento foi realizado em parceria com o IBMP, responsável pela produção de kits utilizados para o diagnóstico molecular de diversas doenças no SUS, como HIV, hepatites, dengue, zika e chikungunya.

“A produção com boas práticas de fabricação, com controle de qualidade lote a lote, garante o desempenho do exame em diferentes laboratórios”, ressalta Alexandre.

O registro na Anvisa permite a comercialização do teste e é uma exigência para que o exame possa ser oferecido no SUS. A adoção da metodologia depende da avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que envia a recomendação ao Ministério da Saúde, responsável pela decisão final. “Se o kit for aprovado, temos capacidade de produção em larga escala para atender à população brasileira”, destaca Milton.

Panorama da doença

No Brasil, a hanseníase ocorre em todos os estados, com maior parte dos registros no Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Assim como outras doenças negligenciadas, a infecção está associada à pobreza. Pessoas com condições de habitação e alimentação precárias têm mais chance de adoecer por hanseníase. A dificuldade de acesso das populações vulneráveis aos serviços de saúde é um dos desafios para o diagnóstico precoce do agravo.

Em 2020, a pandemia de Covid-19 dificultou ainda mais as ações de controle da doença. Segundo o Ministério da Saúde, os números preliminares indicam que menos de 14 mil casos foram diagnosticados no ano passado, contra mais de 27 mil em 2019. Especialistas consideram que a redução pode ter ocorrido pela sobrecarga dos serviços de saúde e pelo medo dos pacientes de procurar atendimento.

O tratamento da hanseníase é oferecido gratuitamente pelo SUS. Feito com uma combinação de antibióticos, tem duração entre seis e 12 meses. Recentemente, a eficácia da terapia foi confirmada em uma pesquisa realizada no Ambulatório Souza Araújo. Logo após o começo do tratamento, os pacientes param de eliminar as bactérias em secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro, interrompendo a transmissão do agravo.

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Conheça mais sobre os sinais e sintomas da Hanseníase

Hanseníase é uma doença crônica, transmissível, tem preferência pela pele e nervos periféricos, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e preconceito que permeia a doença. A transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um contato próximo e prolongado.

O Ministério da Saúde (MS) promove em parceria aos estados e municípios, ações de vigilância e educação em saúde, com o objetivo de alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença e incentivar a procura pelos serviços de saúde, além de mobilizar os profissionais de saúde à busca ativa de casos novos de hanseníase e exame dos contatos, especialmente os de convivência domiciliar (grupo com maior risco de adoecimento). As ações de busca ativa têm como foco o diagnóstico precoce da doença e a prevenção das incapacidades e deformidades físicas.

O MS recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde ao aparecimento de manchas em qualquer parte do corpo, principalmente, se essa mancha apresentar alteração de sensibilidade ao calor e ao toque, configurando como um dos sinais e sintomas sugestivos da doença.

Entre 2006 a 2015, o Brasil conseguiu reduzir em 28% a taxa de detecção da doença, reduzindo de 43.652 para 28.761 o número de casos novos diagnosticados, no mesmo período. Entretanto, mesmo com a redução apresentada, a detecção no país ainda é considerada alta para a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dos 28.761 casos registrados em 2015, 2.113 (7,34%) foram em crianças com menos de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissões recentes.

No mês em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra à Hanseníase (janeiro roxo) –  cor definida em 2015 para simbolização do enfrentamento a doença no país -, para alertar a população a respeito da doença, o Blog da Saúde entrevistou a Coordenadora Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro Filha. Confira a entrevista:

Blog da Saúde: O que é a Hanseníase?

Carmelita Filha: É uma doença dermato neurológica, que tem manifestação na pele, como manchas. E essas manchas têm alteração de sensibilidade, por isso são consideradas dermato neurológicas. A parte neurológica vem dos nervos periféricos, responsáveis pela sensibilidade e motricidade. Então a Hanseníase é a única doença dermatológica que tem alteração de sensibilidade na pele.

Blog da Saúde: E quais são os principais sinais e sintomas?

Carmelita Filha: Os principais sinais e sintomas são:- manchas na pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa; comprometimento neural periférica em mãos e/ou pés e/ou face.

É comum as pessoas falarem que estão com uma mancha dormente no corpo e chegarem ao consultório com uma cicatriz no local por terem feito o teste da sensibilidade. Mas é importante ressaltar que nem sempre a mancha doença vai estar totalmente dormente. Ela pode estar mais ou menos, dependendo do tempo. As manchas podem ser esbranquiçadas, que não dói, não coça e aparecem geralmente em lugares como as costas, braços, perna e rosto, mas isso não elimina outras áreas do corpo. É uma mancha que aparece no corpo e que muitas vezes as pessoas não se sentem incomodadas. Também pode haver alteração de sensibilidade sem a mancha.

Blog da Saúde: E quais são as causas? É uma doença transmissível?

Carmelita Filha: A hanseníase é uma doença milenar, é sinônimo de lepra. No Brasil que foi alterado a nomenclatura pelo preconceito a doença. O período de encubação da doença é longo e é transmissível. Então uma pessoa que possui Hanseníase do tipo multibacilar que não esteja em tratamento transmite a doença, geralmente para quem está mais próximo. São as pessoas que moram com ela ou que estão próximas, que tem maior chance de adoecer. A bactéria causadora da Hanseníase é a microbacterium lepra, e ela entra pelas vias aéreas superiores através de um espirro, tosse ou até mesmo uma conversa. Mas só uma conversa rápida não é o suficiente para desenvolver a doença, precisa que a pessoa esteja todo dia recebendo a bactéria. As pessoas ficam muito receosas em estar perto de quem tem a doença, mas falta conhecimento de que não é em um contato rápido que haverá transmissão. Envolve uma rotina diária. E ainda assim, para você adoecer, a pessoa que recebeu a carga bacilar teria que estar em condições para adoecer, como resistência baixa, por exemplo. Então sim, é uma doença transmissível, mas não tem toda essa facilidade de transmissão como às pessoas acham.

Blog da Saúde: Quais são os tipos de hanseníase? Todos eles são transmissíveis?

Carmelita Filha: A hanseníase tem duas fases ou formas clínicas: paucibacilar e multibacilar. A forma paucibacilar, é a inicial da doença e o tratamento é realizado com seis doses de PQT; na forma multibacilar, o tratamento é realizado com doze doses de PQT. Quem faz diagnóstico é o médico da equipe de Estratégia de Saúde da Família/ESF, da Unidade de Saúde mais próxima a residência, inicialmente de maneira clínica e se necessário, com a confirmação no laboratório.

Blog da Saúde: E como as pessoas podem evitar a contaminação? Quais os cuidados?

Carmelita Filha: A forma de prevenção é diagnosticar os casos precocemente. Não é uma doença que tem vacina para evitar. A prevenção consiste no diagnóstico de todas as pessoas o mais rápido possível, e tratar para que as pessoas evitem a transmissão. Iniciado o tratamento, imediatamente a pessoa deixa de transmitir a doença. Outra coisa interessante é que é muito difícil saber de quem pegou a doença, por que tem um período de incubação longo, e pode ficar em média cinco anos sem apresentar sintomas e a pessoa não saber que é portadora da doença. Além disso, a pessoa pode ficar com a mancha ou outros sintomas, e não dar importância. A gente estimula que os profissionais de saúde fiquem atentos para os sinais e sintomas da hanseníase, pois somos um país endêmico e precisamos ficar alerta para o diagnóstico não só do paciente, mas que a família e os contatos próximos também venham para ser examinados e diagnosticados o quanto antes.

Blog da Saúde: E como as pessoas podem procurar um serviço de saúde para fazer o diagnóstico?

Carmelita Filha: A hanseníase é uma doença que está na Atenção Básica, então qualquer Unidade de Saúde no seu município, deve fazer o diagnóstico. Se uma pessoa tiver qualquer sinal e sintoma, e suspeitar que tenha a doença, deve procurar a Unidade mais perto da sua casa. Ali a equipe pode examinar, dar o diagnóstico, e logo iniciar o tratamento. Toda Unidade oferece tratamento de hanseníase gratuito pelo SUS.

Blog da Saúde: Mesmo sem sintomas, eu posso procurar a Atenção Básica?

Carmelita Filha: O ideal é que todas as pessoas procurem. Se algum amigo ou parente da família teve historia de hanseníase, mesmo que não tenha nenhum sinal. O ideal é que uma equipe da ESF examine e faça a prevenção.

Blog da Saúde: E como funciona o tratamento?

Carmelita Filha: Quando o paciente tem o diagnóstico de hanseníase, ele recebe todas as informações e é imediatamente indicado para o tratamento. O período do tratamento dura um ano para casos de hanseníase multibacilar, e seis meses para os casos paucibacilares. A primeira dose é dada diretamente na unidade de saúde. Funciona assim: todo mês o paciente tem que ir à Unidade para tomar uma dose supervisionada do remédio, ou seja, na frente do profissional de saúde, e pegar o resto da medicação para ser tomada durante 28 dias, todos os dias. Em casos de paucibacilar, um comprimido por dia, no caso de multibacilar, dois comprimidos. Concluindo o tratamento em casa, o paciente volta à Unidade, toma a medicação supervisionada, e pega o restante da medicação novamente, até o fim do tratamento quando ela está curada. Caso tenha algum problema com a medicação, é na Unidade que ele deve pedir orientação.

Blog da Saúde: Hanseníase mata?

Carmelita Filha: Não mata, mas traz deformidades físicas se não for tratada adequadamente e precocemente.

Blog da Saúde: Por que as pessoas que possuem a doença são estigmatizadas?

Carmelita Filha: O principal fator são as sequelas, pois a hanseníase poderá causar deformidade física. A pessoa que tem o tipo multibacilar, que é o tipo que transmite, quando tem o diagnóstico tardio, tem mais chance de ter uma incapacidade física. A micobactéria pode acometer os nervos periféricos dos olhos, mãos e pés. As pessoas que estão curadas, não transmitem mais, mas são estigmatizadas pela aparência, e a gente não deve discriminar o próximo pelo que está vendo. É uma pessoa como qualquer outra, apesar de alguns casos apresentarem algum tipo de sequela decorrente da doença. Assim, devemos evitar o preconceito, com qualquer pessoa que tenha qualquer tipo de deficiência física.

Estudos internacionais abordam bullying e hanseníase

Por Raquel Duarte, da Assessoria de Comunicação da EERP

A influência de variáveis familiares na prática do bullying escolar e a hanseníase na perspectiva de profissionais da saúde são os temas de dois estudos internacionais realizados por pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. O doutorando Wanderlei Oliveira e a mestranda Karen Santos, ambos da EERP, fazem pós-graduação sanduíche na Universidade Católica do Sagrado Coração, Itália, e na Universidade de Limoges, França, respectivamente.

Wanderlei é psicólogo, e doutorando no Programa de Enfermagem em Saúde Pública, da EERP, com orientação da professora Marta Angélica Iossi. O pós-graduando iniciou suas atividades no exterior em janeiro de 2015, com a pesquisa Relações entre bullying na adolescência e interações familiares: do singular ao plural. Na Itália recebe orientação da professora Simona Caravita.

O tema do estudo de Karen é Significados e Sentidos da Hanseníase para os trabalhadores da saúde, orientada no Brasil por Cinira Fortuna e na França é pela professora Patricia Alonso

Segundo Wanderlei, os objetivos da pesquisa são conhecer e analisar a relação entre a qualidade das interações familiares de adolescentes e o envolvimento em práticas de bullyingescolar, na perspectiva dos próprios adolescentes. “A novidade do estudo reside na incorporação de variáveis familiares no debate sobre esse fenômeno, uma vez que as pesquisas, sobretudo no Brasil, ainda se concentram na caracterização do fenômeno ou em abordagens focalizadas no cenário escolar”.

Para o pesquisador, “o estudo ampliará, dessa forma, a compreensão do bullyinge incorporará análises que poderão subsidiar práticas em saúde, principalmente na atenção primária, e programas de intervenção intersetoriais, com diferentes frentes de atuação”. O doutorando explica que, na realidade italiana, as questões sobre o bullying estão relacionadas com a origem étnica ou territorial. Para ele, o Brasil também pode ser visto da mesma forma, uma vez que é um país com vasta diversidade e de proporções continentais.

Dentre algumas experiências que a pesquisa proporcionou em sua vida, o aluno destaca que, “quando se trata de doutorado sanduíche, se estabelece relação que preza pelo compartilhar do saber, como em Grupo de Estudos, Ensino e Pesquisa do Programa de Atenção Primária de Saúde do Escolar (PROASE) na área da violência escolar ou mesmo em questões metodológicas.” O estágio sanduíche de Wanderlei, termina em no dia 31 de dezembro de 2015. Seu doutorado será concluído no Brasil, com previsão da defesa para o mês de outubro de 2016.

Hanseníase
Karen Santos é mestranda no Programa de Saúde Pública, participa do Grupo Núcleo de Pesquisas e Estudos em Saúde Coletiva (NUPESCO) e está na França desde agosto de 2015. No Brasil, ela recebe a orientação da professora Cinira Fortuna, já na França é orientada pela professora Patricia Alonso. O tema da pesquisa de Karen no Brasil é Significados e Sentidos da Hanseníase para os trabalhadores da saúde. Na França, a aluna pretende manter o mesmo tema, trabalhando com a temática da hanseníase e utilizando o referencial teórico da análise institucional.

Segundo a mestranda, sua pesquisa é importante para a compreensão do pensamento e da linguagem utilizada pelos trabalhadores que lidam com pessoas atingidas pela hanseníase. O estudo irá possibilitar interpretação das relações entre profissional e usuário, profissional e serviço e profissional e sociedade. Karen explica que as aulas do mestrado na França são direcionadas aos aspectos pedagógicos e institucionais da formação de adultos. O mestrado sanduíche termina no mês de junho de 2016, e então a aluna retorna ao Brasil para finalizar o estudo na EERP.

No Brasil, a aluna participou como diretora do documentário Hanseníase recontada, revivida, da Liga de Hanseníase da EERP. Karen também foi a primeira presidente da Liga. Todos os seus trabalhos foram orientados pela professora Cinira Fortuna.

A pós-graduação sanduíche é um período que o aluno realiza seus estudos fora do seu país de origem. A média é de um ano, mas antes de ingressar na universidade estrangeira, é necessário que tenha iniciado uma parte dos estudos em seu país. O termo sanduíche se dá em função de acontecer a vivência no exterior  no meio do curso.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Mais informações: email wanderleio@hotmail.com, com Wanderlei Oliveira; email karen-web@hotmail.com, com Karen Santos

Mulheres com hanseníase devem evitar gravidez

Estudo realizado por pesquisadoras da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP revela que mulheres que já tiveram ou ainda têm hanseníase não recebem aconselhamento para evitar gravidez. E alerta que profissionais da saúde devem orientá-las sobre os riscos da gestação.

A enfermeira Clódis Maria Tavares entrevistou 60 mulheres, com idade entre 14 e 49 anos, da cidade de Maceió, Alagoas. Todas elas apresentavam a doença ou já tiveram a doença. Os resultados mostraram que elas não fazem uso de nenhum método anticoncepcional.

O dado despertou a atenção da pesquisadora, pois a maioria afirmou conhecer contraceptivos, como a camisinha masculina (98,3%), a pílula anticoncepcional (88,8%) e a laqueadura tubária (86,7%). Para Clódis, o problema não está apenas na falta de informação, “mas sim em um conjunto de fatores, como baixo nível de escolaridade e serviços de saúde deficientes”.

Segundo a enfermeira, as consequências da gravidez nessas condições não se restringem apenas às mães, que podem ter reações imunológicas graves, “mas também aos bebês, que correm o risco de nascerem com baixo peso e complicações obstétricas”.

Problemas pré-existentes
Mulheres que, mesmo portando a doença, arriscam-se a engravidar estão sujeitas a desenvolver problemas pré-existentes, derivados da doença, já que “a condição delas exige acompanhamento e prática anticonceptiva segura”, afirma a pesquisadora ao lembrar que esses cuidados não são excessivos e podem evitar mortes, incapacidades e preconceitos.

Para Clódis, as unidades de saúde prestadoras de atendimento a pacientes com hanseníase devem sensibilizar seus profissionais para que as mulheres sejam aconselhadas quanto à anticoncepção. ‘Essas pacientes precisam ser alertadas para esse risco durante todo o tempo do tratamento e por mais cinco anos após a alta”, conclui.

Sobre os resultados da pesquisa com população da região nordeste do país, a enfermeira adianta que o Brasil possui a segunda maior incidência mundial de hanseníase no mundo. E essa mesma realidade encontrada em Alagoas pode ser estendida para as demais regiões do país.

A tese de doutorado A saúde reprodutiva de mulheres portadoras e ex-portadoras de hanseníase em uma capital do Nordeste – Brasil foi desenvolvida sob orientação da professora Ana Maria de Almeida e apresentada no início deste ano na EERP.

Campanha de combate a hanseníase deste ano inclui orientações aos profissionais de saúde

A Campanha “Hanseníase tem Cura“, do Ministério da Saúde, lançada nesta terça-feira (14), irá promover ações educativas para a população sobre tratamento e prevenção. Este ano, a campanha também será direcionada para os profissionais de saúde. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a orientação aos profissionais é importante porque muitos deles nunca tiveram contato com um paciente com hanseníase.

“Em alguns estados do Brasil a chance de um estudante de medicina, hoje, ver um caso de hanseníase já é muito baixa. Então a gente também tem um material para profissional de saúde, chamando a atenção, e nós também vamos estar lançando, já, um treinamento de ensino à distância para profissionais de saúde para apoiar o diagnóstico da hanseníase”, afirma o secretário. A principal ação da campanha direcionada aos profissionais de saúde será o envio de e-mails com orientações sobre como diagnosticar e tratar a hanseníase.

Segundo o secretário Jarbas Barbosa, a falta de um exame para detectar a doença é a principal dificuldade enfrentada por esses profissionais.”Nós ainda não temos um exame de laboratório, um exame de sangue, capaz de confirmar o diagnóstico. Hoje em dia é feito um diagnóstico clínico. Fundamentalmente, você manda para laboratório alguns tipos para fazer algumas reparações, mas o diagnóstico, fundamentalmente, é clínico. Qualquer mancha, a pessoa vai perdendo a sensibilidade naquele local da mancha”,explica.

A campanha “Hanseníase tem Cura” vai ser concentrada em todas as capitais e nas cidades com mais de 100 mil habitantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Estes locais são considerados prioritários pelo Ministério da Saúde por concentrarem a maioria dos casos da doença.