Tag Archives: Gestantes

Sem gotinha: entenda como fica novo esquema vacinal contra a pólio

Reforço vacinal aos 15 meses passa a ser injetável

Em 2025, crianças de 2 meses, 4 meses e 6 meses recebem exclusivamente a vacina injetável para prevenir casos de poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. Há também uma dose injetável de reforço, a ser aplicada aos 15 meses de vida. As populares gotinhas foram oficialmente aposentadas e deixaram de fazer parte do calendário de vacinação infantil brasileiro em novembro do ano passado.

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Médicos alertam gestantes sobre importância da vacinação no pré-natal. Especialistas lembram que muitas grávidas não estão se vacinando

A cobertura da Dtpa, ou tríplice bacteriana acelular, foi de apenas 75% em 2023. Essa é uma vacina aplicada quase exclusivamente em grávidas e deve ser tomada em todas as gestações, justamente para proteger os recém-nascidos da coqueluche. Mas ela também protege a gestante e o bebê contra o tétano e a difteria. Muitas mulheres em fase de gestação, no entanto, não estão se vacinando.

A jornalista e atriz Natália Gadioli, está grávida pela segunda vez e vai tomar a Dtpa assim que atingir o tempo recomendado, de 20 semanas de gestação. Ela alerta, no entanto, sobre o que pode estar afastando as gestantes das salas de vacina. “Infelizmente, a gente vê muita fake news, muita desinformação, que tenta assustar as pessoas. E isso acaba prejudicando individualmente e coletivamente. É uma pena, sempre que posso tento combater de alguma forma e defender a vacina para todos. Especialmente nessa fase de gestação, quando é muito importante a gente se cuidar e proteger o bebê”.

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Saúde Malária: gestantes, crianças e pessoas vulneráveis são mais afetadas. 94% dos casos da doença foram registrados na África

Ao longo dos últimos anos, o progresso na redução da malária estagnou – a doença não apenas continua colocando em risco a saúde e a vida das pessoas, mas também perpetua um ciclo vicioso de desigualdade. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS) em razão do Dia Mundial da Malária, lembrado nesta quinta-feira (25).

“Pessoas que vivem em situações mais vulneráveis, incluindo gestantes, bebês, crianças menores de cinco anos, refugiados, migrantes, pessoas deslocadas internamente e povos indígenas continuam a ser desproporcionalmente afetadas”, analisa a entidade. Dados da OMS indicam que, em 2022, foram contabilizados 249 milhões de novos casos de malária, além de 608 mortes em todo o planeta.

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Saúde antecipa vacinação contra gripe; campanha começa em 25 de março. Medida é adotada em razão do aumento de vírus respiratórios

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe vai começar no dia 25 de março. Em nota, o Ministério da Saúde informou que a imunização, tradicionalmente realizada entre os meses de abril e maio, foi antecipada este ano em razão do aumento da circulação de vírus respiratórios no país.

A pasta informou ainda ter negociado a entrega antecipada das doses, que estão previstas para serem distribuídas aos estados das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul a partir do dia 20 de março. Municípios do Norte já realizaram a imunização entre novembro e dezembro do ano passado, atendendo às particularidades climáticas da região.

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Estudo aponta impacto étnico-racial no desenvolvimento infantil

Existem diferentes parâmetros para avaliar o desenvolvimento de uma criança desde seu nascimento, e o ganho de peso e altura é um desses fatores. No entanto, há influências indiretas que atuam sobre esse fator do desenvolvimento. Isso é o que aponta um novo estudo publicado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia). Os achados da pesquisa sugerem que a etnia/cor da gestante afeta a trajetória de ganho de peso e crescimento de seus filhos. Em especial, o estudo alerta para uma maior desigualdade em relação ao desenvolvimento infantil de filhos de mulheres indígenas.

Publicada no periódico BMC Pediatrics, a pesquisa constatou que filhos de mães indígenas exibiram maiores taxas de baixa estatura para a idade (26,74%) e baixo peso para a idade (5,90%). Características de magreza foram mais prevalentes entre crianças filhas de mães pardas e pretas (5,52% e 3,91%, respectivamente), indígenas (4,20%) e de descendência asiática (5,46%), em relação às crianças filhas de mulheres brancas (3,91%).

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Estudo aponta que vacinas contra Covid-19 são seguras para gestantes e bebês

Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo para avaliar a segurança das vacinas contra Covid-19 de plataforma de vírus inativado (CoronaVac) e de mRNA (Pfizer) durante a gravidez, observando se a imunização poderia estar associada a problemas no nascimento do bebê e na mortalidade neonatal. O trabalho demonstrou que a vacinação contra a Covid-19, em todos os trimestres da gravidez, independentemente do tipo de vacina, é segura e não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento ou de óbito. A pesquisa contou com base de dados e coautoria da Prefeitura do Rio de Janeiro.

O estudo de coorte retrospectivo com população da cidade do Rio de Janeiro, contou com 17.513 nascidos vivos únicos, concebidos entre 15 de maio e 23 de outubro de 2021. Não foi encontrado aumento significativo de bebês com nascimento prematuro, com baixo peso ou pequeno para a idade gestacional, com Apgar abaixo de 5 (escala de avaliação clínica rápida de recém-nascidos) ou de morte neonatal. Uma proteção leve, mas consistente, foi demonstrada contra o nascimento prematuro em mulheres que receberam diferentes plataformas de vacinas durante o terceiro trimestre de gravidez.

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Estudo aponta excesso de 40% em óbitos maternos em 2020

Divulgado nesta quinta-feira (19/1), um estudo do Observatório Covid-19 Fiocruz aponta que, em 2020, houve um excesso de óbitos maternos de 40%, quando comparado aos anos anteriores. Mesmo considerando a expectativa de aumento das mortes em geral em decorrência da pandemia de Covid-19, ainda assim houve um excesso de 14%. A pesquisa, que estimou o excesso de mortes maternas causadas direta e indiretamente pela Covid-19 no Brasil no ano de 2020, foi publicada (12/1) na revista cientifica BMC Pregnancy and Childbirth.

O artigo mostra que as gestantes e puérperas foram mais penalizadas pela pandemia do que a população em geral. As chances de ser mulher negra, residir na zona rural e estar internada fora do município de residência entre os óbitos maternos foram 44, 61 e 28% maiores do que o grupo controle. Ao longo de 2020, o país registrou 549 mortes maternas por Covid-19, principalmente em gestantes no segundo e terceiro trimestre.

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Foto destacada: Wikimedia Commons

Pesquisadores fazem mapeamento inédito da incidência de malária gestacional no Brasil

Publicado no periódico Lancet Regional Health – Americas, estudo ajuda a nortear ações para o combate desse problema de saúde pública no país

Um mapeamento inédito sobre a incidência de malária entre gestantes brasileiras foi divulgado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) na revista Lancet Regional Health – Americas.

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Saúde recomenda Pfizer a gestantes que tomaram 1ª dose da AstraZeneca. Não é permitida a intercambialidade nos casos normais, diz ministério

O Ministério da Saúde anunciou hoje (26) uma nova recomendação para a vacinação de gestantes e puérperas contra a covid-19. Aquelas que receberam a primeira dose da AstraZeneca poderão tomar a segunda dose de outro tipo de imunizante para completar o ciclo vacinal. A preferência é que essa nova aplicação seja da vacina da Pfizer/BioNTech.

A recomendação, até agora, era que mulheres nesse grupo esperassem o fim do puerpério para a tomar a segunda dose. Essa orientação foi dada após a morte de uma gestante no Rio de Janeiro, cujo falecimento teria relação com o fato de ter sido tomada a primeira dose da vacina AstraZeneca.

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Estudo contraria suspeita de que dengue aumenta risco de microcefalia associada ao zika

A infecção prévia por dengue não aumenta o risco de uma gestante infectada pelo zika dar à luz um bebê com microcefalia. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa que comparou dados de mulheres grávidas de duas capitais brasileiras, Rio de Janeiro e Manaus.

A epidemia de zika no Brasil ocorreu entre 2015 e 2016 em regiões historicamente endêmicas para a dengue e ambos os vírus têm o mesmo vetor de transmissão, o mosquito Aedes aegypti. À época, alguns Estados afetados registraram um aumento de casos de microcefalia (um raro distúrbio neurológico no qual o cérebro do bebê não se desenvolve completamente), enquanto outras regiões não tiveram o mesmo crescimento.

De acordo com o estudo, dois fatores explicam o maior número de registros de microcefalia em algumas áreas: a alta taxa de casos de zika em relação ao total da população (a chamada taxa de ataque) e o fato de as mães dos bebês com o distúrbio terem contraído o vírus no primeiro trimestre da gravidez.

Apoiado pela FAPESP por meio de dois projetos (16/15021-1 e 13/21719-3), o trabalho está inserido na Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo, conhecida como Rede Zika. Os resultados foram publicados no periódico Viruses, ligado ao Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI), no fim de abril, em uma edição especial sobre zika e gravidez.

“As discrepâncias do número de registros de microcefalia entre regiões durante a epidemia de zika levaram a muitos questionamentos. Uma das hipóteses era de que a pré-exposição à dengue poderia agravar os casos. Mas no interior de São Paulo, mesmo sendo uma região altamente endêmica para dengue, não houve muitos efeitos adversos do zika. Por isso, fomos investigar o que poderia explicar as diferenças”, afirma o virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e um dos orientadores do grupo juntamente com a pesquisadora Patrícia Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo Nogueira, ao analisar os dados das duas capitais, a taxa de ataque teve destaque. Enquanto no Rio de Janeiro, que registrou muitos casos de microcefalia, o número de pessoas contaminadas com o vírus zika foi de dez para cada 10 mil habitantes, em Manaus, onde o índice de bebês com a síndrome foi baixo, a taxa de casos ficou em 0,6 por 10 mil pessoas.

“A microcefalia causada por zika é um fenômeno raro. Porém, quando há muitos casos da doença em uma região, esse fenômeno torna-se mais aparente. O fato de a mulher se contaminar com o vírus no primeiro trimestre da gestação já havia sido apontado como relevante e agora comprovamos isso”, explica o virologista.

Metodologia

Para realizar a pesquisa, o grupo investigou as diferenças nos resultados adversos da gravidez e nos bebês nas duas coortes (conjunto de pessoas que têm em comum um evento que se deu no mesmo período), compreendendo 114 gestantes com infecção pelo vírus zika confirmada por PCR entre setembro de 2015 e junho de 2016. As participantes foram recrutadas na Fundação Heitor Vieira Dourado de Medicina Tropical (FMT-HVD), um centro de referência para doenças infecciosas em Manaus, e no ambulatório de doenças febris agudas da Fiocruz, no Rio.

A exposição prévia à dengue foi avaliada por meio de ensaios de anticorpos neutralizantes e sorologias. Foram exploradas as associações potenciais entre os resultados da gravidez e as taxas de ataque do zika, definidas como o número de casos relatados em sistemas oficiais durante o período de estudo dividido pelo tamanho total da população das duas cidades.

No geral, 31 mulheres tiveram resultados adversos (27 no Rio e quatro em Manaus). Desse total, houve quatro perdas na gravidez e 27 bebês nasceram com anomalia cerebral. “Apenas as taxas de ataque de zika e infecção no primeiro trimestre da gravidez foram associadas a efeitos adversos. A imunidade preexistente à dengue não foi associada a resultados [normais ou anormais] em pacientes com infecção por zika durante a gravidez”, concluem os pesquisadores no artigo.

E completam: “Os pontos fortes de nosso estudo incluem uma classificação cuidadosa dos resultados infantis, possibilitada por avaliações detalhadas no nascimento por uma equipe multidisciplinar. Além disso, o uso de um ensaio altamente sensível e específico para caracterizar a imunidade de dengue preexistente e o uso de soros coletados durante a fase aguda do zika por RT-PCR conferem credibilidade aos nossos resultados. Nossas principais limitações são o tamanho modesto da amostra e a seleção da amostra de conveniência”.

Nogueira cita que, em outro estudo coordenado por ele em 2017, já havia sido mostrado que pacientes infectados pelo zika depois de terem tido dengue não apresentavam uma enfermidade mais severa do que outras pessoas. Esse trabalho foi o primeiro a indicar esse resultado em seres humanos. À época, estudos anteriores realizados apenas com células e com roedores sugeriam a potencialização de uma infecção pela outra (leia mais em: agencia.fapesp.br/25549/).

Histórico

A microcefalia é resultado de alterações no processo de formação do sistema nervoso durante o desenvolvimento embrionário, o que faz com que a cabeça e o cérebro do bebê sejam menores se comparados aos valores de referência para a idade. Na maior parte dos casos, as crianças apresentam atrasos e problemas de desenvolvimento mental, físico e motor.

Entre as causas da microcefalia estão fatores genéticos, exposição a substâncias químicas, bactérias e vírus. Recentemente, mostrou-se que o vírus zika, ao infectar gestantes, pode comprometer o desenvolvimento do feto.

Durante a epidemia no Brasil, o zika afetou pessoas de todas as idades e foi associado à ocorrência de um grande número de casos congênitos. Em novembro de 2015, o Brasil declarou situação de emergência em saúde pública por causa do aumento de ocorrências. Em seguida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta epidemiológico, destacando a possibilidade de desenvolvimento de malformações neurológicas congênitas associadas à infecção de gestantes pelo zika.

Somente naquele ano foram registrados mais de 2.400 casos de microcefalia no país, distribuídos em pouco mais de 540 municípios de 20 Estados. Para ter uma ideia do crescimento, o total de registros no Brasil entre 2010 e 2014 havia sido de 781 casos em todo o período.

Em relação ao zika, o país teve cerca de 214 mil casos prováveis em 2016. No ano seguinte foram 17 mil casos, caindo para 8 mil em 2018. De janeiro a março deste ano, o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta 448 registros prováveis da doença.

Transmitido pela picada do Aedes aegypti, o zika tem sintomas parecidos aos da dengue. Na maior parte dos contaminados provoca febre, dor de cabeça, vermelhidão nos olhos, dores nas articulações e manchas no corpo, desaparecendo, em média, em dez dias.

Agora, o grupo de estudos continua analisando a interação entre zika e dengue e avaliando se o zika também modula a infecção por dengue. Nogueira também participa de um grupo internacional que busca modelos capazes de prever epidemias de zika, dengue e febre amarela (leia mais aqui agencia.fapesp.br/35156/).