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A cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo

Informação é da OMS ao lembrar hoje o Dia Mundial do Câncer

No Dia Mundial do Câncer, lembrado nesta terça-feira (4), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que, a cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com a doença em todo o planeta – e embarcam em uma verdadeira jornada para vencer a enfermidade.

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Por que o açúcar nas frutas não prejudica a saúde como o processado

As frutas são um tipo de alimento presente em todas as dietas saudáveis. Elas são caracterizadas, entre outras coisas, pela sua doçura, especialmente quando amadurecem corretamente.

Esse sabor doce das frutas é porque elas contém uma grande quantidade de um tipo de açúcar chamado frutose. Elas também contém glicose, mas em quantidade muito menor.

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Crianças brasileiras comem mais fruta no lanche, mas açúcar ainda está em excesso

Frutas participam de 98,8% das composições dos lanches realizados entre as refeições, porém o consumo de açúcares está muito perto do nível aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

O lanche da tarde mostrou-se mais calórico e com consumo mais frequente de alimentos variados com baixo valor nutricional e com alto teor de açúcares de adição – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Embora as frutas participem de 98,8% das composições dos lanches intermediários (realizados entre as principais refeições) de crianças em idade pré-escolar, o consumo de açúcares de adição, presentes em alimentos como balas, sorvetes, biscoitos e chocolates, está muito próximo do nível máximo aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A conclusão faz parte de uma pesquisa que descreve os hábitos alimentares em relação ao consumo de lanches realizada em conjunto por professores e pós-graduandos do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi (Hospital Infantil Sabará) e do curso de Nutrição da Universidade São Judas Tadeu, com o apoio da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Foto: Trec_lit via Visual Hunt

Foram analisadas as respostas dos pais ou responsáveis de 1.391 crianças, com idade entre 4 e 6 anos, de todas as regiões do Brasil. No projeto, identificou-se que o lanche intermediário foi consumido por 98,20% das crianças brasileiras, sendo compostos, em média, de três grupos de alimentos: frutas, biscoitos e iogurtes. O lanche da tarde, no geral, foi mais frequente (96,69%) do que o lanche da manhã (71,17%).

Além disso, foi constatado também que o valor calórico desses lanches, considerando nível socioeconômico e gênero, estava de acordo com o preconizado (entre 180 e 270 kcal), variando de 190 a 250 kcal. Entretanto, o lanche da manhã da Região Centro-Oeste e o lanche da tarde da Região Sudeste se mostraram abaixo da recomendação, com 146 kcal e 168 kcal, respectivamente.

“O lanche da tarde mostrou-se mais calórico e com consumo mais frequente de alimentos variados com baixo valor nutricional e com alto teor de açúcares de adição, como balas, sorvetes e chocolates”, revela o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, que é professor associado do Setor de Medicina do Adolescente da EPM e um dos coordenadores do estudo. O consumo de açúcar de adição, somadas as quantidades de açúcares do lanche da manhã e da tarde, no geral, aproximou-se do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a dieta de uma criança de 4 a 6 anos: 22,5 gramas por dia.

Açúcares de adição

Na Região Centro-Oeste, por exemplo, os lanches atingiram sozinhos esse limite, apresentando um consumo de 29,6 gramas/dia (131,5% do limite). Somente o lanche da tarde (21,4 g) contribui com quase a totalidade da recomendação para o dia. Tal contribuição é explicada pela composição do lanche da tarde dessa região, formado pelos alimentos consumidos com maior frequência pelas crianças: biscoito doce com recheio, banana e suco de frutas industrializado.

Foto: Devid Dennis Photos via Visual Hunt

Já a ingestão de frutas em geral esteve presente em 98,8% das composições de lanches estudadas, que pode ser entendida como uma tendência de melhoria da educação nutricional no Brasil. O leite e bebidas à base de leite estiveram presentes em quase 10% das composições de lanches e o suco compôs 8,3% dos lanches intermediários estudados. O refrigerante apresentou frequência de ingestão próximo a 5% no lanche da tarde das crianças. “A composição dos lanches intermediários é de suma importância, uma vez que são oportunidades para o preenchimento das necessidades nutricionais das crianças dessa faixa etária, que precisam de aporte nutricional adequado por estarem em período de crescimento e desenvolvimento”, explica o professor.

Segundo o Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), durante a idade pré-escolar, é recomendado que sejam realizadas as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), com três lanches intermediários entre elas: lanches da manhã, tarde e noite, em horários regulares e com intervalos entre duas e três horas, suficientes para que a criança sinta fome na próxima refeição.

De acordo com as recomendações dietéticas do Manual do Lanche Saudável da SBP, o lanche intermediário para ser considerado saudável deve ser composto de uma fruta, um tipo de carboidrato e um alimento fonte de proteína, quase sempre láctea. No caso das bebidas, que seja água ou sucos não adoçados. “Na elaboração dos lanches, a presença de alimentos in natura é muito importante, além de produtos que sejam práticos para a realização dessa refeição”, ressalta Fisberg.

Da Assessoria de Imprensa da Unifesp

 

Consumo de frutas aumenta durante o verão

Com a chegada do verão e das altas temperaturas, as frutas são ótimas aliadas, pois refrescam e hidratam, além de serem muito nutritivas. O nutricionista do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) Marcelo Barros, ressalta que o ideal é consumir de 4 a 6 porções de frutas por dia. “O consumo desses alimentos ainda é baixo. O paladar precisa ser adequadamente estimulado e desenvolvido desde a infância. As pessoas precisam entender a importância desses alimentos para ter uma vida saudável”, afirma.

Uma boa dica é aproveitar a estação mais quente do ano e aumentar o consumo de frutas. Barros ainda aconselha que caso a pessoa não tenha o hábito de comê-las, uma alternativa é investir no preparo de sucos ou incluí-las em uma salada. “O ideal é o suco fresco, consumido imediatamente após o preparo. A maioria das frutas tropicais também pode ser consumida em pratos doces ou salgados, o que é uma vantagem”.

Outra dica é aproveitar as frutas da época para garantir um bom preço na hora da compra. O presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio (Acegri), Waldir Lemos, afirma que as frutas mais em conta no momento são: ameixas, pêssego, melancia, uvas, melão e manga. “No verão a venda das frutas costuma aumentar. Devido ao clima mais seco, essas frutas podem ser encontradas com mais facilidade”, explica Lemos.

Segundo o nutricionista do INC, essas frutas são ricas em água e vitamina C, que hidratam e amenizam a sensação de calor. “Esses alimentos são fundamentais para a saúde, pois são ricos em vitaminas, fibras e minerais, além de ter grande quantidade de água”, destaca.

Receita de suco nutritivo com frutas da estação
. 2 pêssegos
· 1 maçã
· Ameixa e uva bordeaux em quantidades suficientes para diluir o suco.
Benefício: quando frescas, as frutas contêm mais antocianinas, capazes de combater a ação dos radicais livres. Quanto mais escuro for, maior é a concentração da substância. Já os nutrientes do pêssego ajudam a equilibrar os níveis de açúcar e de colesterol no sangue.

Propriedades funcionais das frutas
Ameixa: Contém antioxidantes que combatem os radicais livres, responsáveis por romper o colágeno e a elastina, fibras que sustentam a pele.

Pêssego: Fonte de beta caroteno, luteína e zeaxantina, que podem ter ação preventiva em alguns tipos de câncer e diminuem o risco de patologias oculares como degeneração macular e catarata. Suas vitaminas C e E também têm importante ação antioxidante e contribuem para o bom funcionamento do sistema de defesas do corpo, prevenindo infecções. Entre seus minerais mais abundantes, o potássio atua como regulador da pressão e do pH sanguíneos e auxilia os processos digestivos e contrações musculares.
Melancia: Contém citrulina, um aminoácido vasodilatador e hipotensor.

Uva: Antioxidante. Previne doenças cardiovasculares, cancerígenas, neurológicas e outras. É rica em compostos anti-inflamatórios, atua na manutenção do sistema imune e reduz a formação de radicais livres.

Melão: Fonte de vitaminas antioxidantes (A, E e C) famosas por adiar o envelhecimento precoce. Ferro (importante para combater anemia) e cálcio (indispensável para os ossos).

Manga: Diurética.Retarda o envelhecimento da pele graças a sua ação antioxidante e é rica em betacaroteno, que o corpo transforma em vitamina A e prolonga o bronzeado. Dica: descascar, picar e congelar para bater no liquidificador. Fica cremoso como sorvete.

Novo site envolve escolas, pais e alunos na construção de Cantinas Saudáveis

Além do excesso de peso dos adultos brasileiros – que, segundo pesquisa Vigitel 2012, já atinge 51% da população, sendo 17% de obesos –, as crianças e adolescentes também estão apresentando aumento de peso. E é justamente nesta fase da vida que se constroem os hábitos alimentares que podem definir a saúde dos adultos. Para reverter essa situação e promover a alimentação saudável, o Ministério da Saúde em parceria com a Federação Nacional das Escolas Privadas (Fenep) lançou o site Cantina Saudável.

O site é a continuação de um projeto que começou em 2012, quando o Ministério da Saúde e a Fenep fecharam um acordo para tornar as cantinas mais saudáveis. “É uma ação que pretende chegar às famílias a aos alunos, dar mais capilaridade ao projeto de maneira que as famílias possam ser ouvidas, e não só o diretor e cantineiro da escola”, explica Amábile Pacios, presidente da Fenep. Segundo ela, houve uma grande adesão das escolas do país todo.

Essa será uma ferramenta de apoio para divulgar as ações de promoção da alimentação saudável nas escolas. “A expectativa é acompanhar o processo de adesão voluntária, conhecer o perfil das escolas, bem como as ações que são desenvolvidas. Além disso, permitirá uma rica troca de experiências entre as escolas, que podem colaborar entre si para a promoção de hábitos saudáveis”, ressalta Patrícia Jaime, coordenadora geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do Ministério da Saúde.

Antes do acordo firmado com o Ministério não havia uma mobilização das escolas nesse sentido. “Eram casos pontuais, dependia muito do diretor da escola”, confirma Amábile. Ela diz ainda que após o acordo, os sindicatos filiados à Fenep divulgaram o projeto nas escolas, que modificaram suas cantinas. “Iniciaram com campanhas para combater a obesidade e trazer mais frutas na lancheira. Os cantineiros também receberam uma cartilha, além de fazer um curso on-line que foi disponibilizado. Mais de 21 mil pessoas fizeram o curso”, ressalta a presidente da Fenep.

A contadora Larissa dos Santos Silva prepara a lancheirinha da filha de seis anos todos os dias antes da escola. Apesar de a filha levar o lanche de casa, ela aprova essas iniciativas para tornar a alimentação nas escolas mais saudável, pois a criança sempre arruma um jeito de levar umas moedas para comprar guloseimas. “Eu acho excelente essa ideia porque é difícil para a mãe controlar o que a criança esta comprando na escola. Com alimentos mais saudáveis na cantina dá certa segurança”, resume Larissa.

Para ela, essas ações que estimulam a alimentação saudável funcionam. Como exemplo, a contadora cita a iniciativa da escola da filha, o chamado: Dia da Fruta. “É o dia que todo aluno deve levar uma fruta. Ela sempre se empolga para escolher a fruta que quer levar. Acho que essas ações ajudam sim a construir hábitos mais saudáveis”, completa Larissa dos Santos. Essa inciativa do Dia da Fruta poderá ser compartilhada no site e estimular outras escolas a adotá-la.

O mais interessante no projeto, segundo a presidente do Fenep, é que não se fala em proibição e nem em punições, somente em educação. “O projeto é todo baseado em conscientização. Assim nós acreditamos que teremos melhores resultados. Se educamos uma criança com alimentação saudável, isso vai acompanhá-la pelo resto da vida. Se obrigamos uma criança, quando sair da escola a primeira coisa que fará é comer o que não faz bem”, acredita Amábile Pacios.

Comer 7 em vez de 5 porções de frutas e vegetais por dia reduz risco de morte

Comer sete ou mais porções de frutas, verduras e legumes por dia é mais saudável do que as cinco recomendadas pelos médicos e prolongaria a expectativa de vida, revela uma nova pesquisa.

Cada porção contém cerca de 80 gramas, equivalente a uma fruta grande ou um punhado de frutas ou verduras e legumes pequenos.

O estudo, feito com cerca de 65 mil homens e mulheres, sugere que quanto mais alimentos desse tipo as pessoas ingerirem, menos chances têm de morrer – em qualquer idade.

Entre os benefícios comprovados, está a redução do risco de câncer e de doenças cardíacas.

Os cientistas, da Universidade College de Londres, analisaram dados do National Health Survey entre 2001 e 2008, uma espécie de Censo da Saúde do Reino Unido, que coleta informações sobre a saúde dos britânicos por meio de questionários e visitas médicas, além da análise da dieta alimentar e do estilo de vida dos pacientes.

Além disso, os estudiosos avaliaram a mortalidade geral, além das mortes causadas por câncer, doenças cardíacas e derrame.

Eles descobriram que o risco de morte precoce provocada por qualquer uma dessas doenças caiu, ao passo que a ingestão de frutas e vegetais aumentou.

Ao longo da pesquisa, os cientistas descobriram que o risco de morte foi reduzido em:

  • 14% se o indivíduo ingerir entre uma e três porções de frutas, verduras e legumes por dia
  • 29% entre três e cinco
  • 36% entre cinco e sete
  • 42% para sete ou maisA pesquisa também constatou que vegetais frescos possuem um potencial maior de proteção, seguidos pelas saladas e depois pelas frutas.

    Já o suco de frutas não oferece benefícios, enquanto que frutas enlatadas aumentam o risco de morte – possivelmente porque elas são armazenadas em uma calda de açúcar, dizem os pesquisadores.

    Segundo Oyinlola Oyebode, responsável pela pesquisa, os benefícios para a saúde crescem à medida que mais porções de vegetais e frutas são ingeridas por dia.

    Ela lembrou, no entanto, que mesmo pequenas frações são “melhor do que nada”.

    A proteção que frutas e vegetais conferem ao organismo contra doenças está ligada a presença de antioxidantes, que curam os danos às células, acrescentou Oyebode.

    Oyebode também afirmou que esses tipos de alimentos contêm micronutrientes e fibra, que são benéficos para a saúde.

    Desconfiança

    Alguns especialistas, no entanto, demonstraram desconfiança em relação à pesquisa e alegaram que a queda na mortalidade do grupo analisado pode estar mais associada à mudança do estilo de vida, como deixar de fumar ou beber em excesso, do que ingerir frutas e vegetais com frequência.

    Segundo o professor Tom Sander, da Escola de Medicina da King’s College de Londres, “já era sabido” que as pessoas que ingerem mais frutas e vegetais são mais preocupadas com sua saúde, mais educadas e com mais renda, o que, eventualmente, pode reduzir os riscos de morte.

    “Acho temerário fazer qualquer afirmação sobre o que as pessoas devem comer baseado apenas nas informações encontradas pelo estudo”, disse.

    Naveed Sattar, da Universidade de Glasgow, afirmou que comer sete porções de frutas e vegetais ao dia seria um “desafio”.

    “Esse hábito exigiria um apoio do governo como o subsídio do preço das frutas e dos vegetais, talvez a partir da sobretaxação dos alimentos ricos em açúcar, além de tornar disponíveis produtos de alta qualidade à toda sociedade”, sugeriu.

    Já Alison Tedstone, da Public Health England, órgão do governo britânico voltado para a saúde, diz ter achado o estudo “interessante”, mas “prematuro” ao recomendar a ingestão diária de mais de sete porções de frutas e vegetais ao dia.

    Ela lembrou que dois terços dos britânicos não chegam a comer nem cinco porções desses alimentos diariamente.

    “Estamos trabalhando intensamente para aumentar a disponibilidade de frutas e vegetais”, afirmou Tedstone.

Gestantes apresentam baixo consumo de frutas e hortaliças

Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP analisou a relação entre o ambiente alimentar e das práticas alimentares com o consumo de frutas e hortaliças em gestantes.  No total, 282 gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Ribeirão Preto (interior de São Paulo) foram avaliadas pela nutricionista Daniela Zuccolotto.  A média de consumo de frutas e hortaliças foi de 207 gramas (g) por dia, abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a população em geral, que é de 400 g.

“Em relação ao ambiente alimentar, a pesquisa verificou se a percepção da gestante em relação à distância de sua residência até o mercadinho, supermercado, varejão ou feira livre, lanchonete, padaria loja de conveniência e restaurantes mais próximos de sua casa apresentava relação com maior consumo de frutas e hortaliças”, diz Daniela. “Além disso, questionamos sobre a percepção em relação a qualidade e variedade de frutas e hortaliças no local onde ela adquiria esses alimentos (boa ou ruim), se apresentava relação com maior consumo desses alimentos”. Foi questionado também se a gestante possuía horta em casa para ver se as que possuíam apresentavam maior consumo de frutas e hortaliças. Nenhuma dessas questões apresentou associação com maior consumo de frutas e hortaliças entre as gestantes estudadas.

No que diz respeito às práticas alimentares, foi questionado o número de refeições que a gestante fazia por dia, se ela fazia refeições no trabalho, na casa de amigos ou parentes, restaurantes do tipo self service e lanchonetes, o meio de transporte utilizado para ir fazer compras, se ela tinha o hábito de comprar alimentos em supermercados, mercearias, varejão ou feira livre, lanchonetes, padarias, lojas de conveniência ou vendedores ambulantes. “Elas também foram perguntadas  se costumavam comprar frutas e hortaliças para consumir em casa e com qual freqüência, se frutas e hortaliças fossem mais baratos se ela consumiria mais, se ela considerava que consumia quantidade suficiente desses alimentos e se ela costumava ganhar frutas e hortaliças de vizinhos ou parentes”.

As gestantes que reportaram fazer quatro ou mais refeições ao dia apresentaram maior chance de consumir uma maior quantidade de frutas e hortaliças quando comparadas àquelas que relataram menos refeições ao dia, independente de idade, escolaridade e classe econômica. “As gestantes que consideraram que consumiam frutas e hortaliças suficientes também apresentaram maior chance de consumir uma maior quantidade de frutas e hortaliças quando comparadas àquelas que não consideravam, independente de idade, escolaridade e classe econômica”, aponta a nutricionista.

Abaixo do recomendado
A OMS  recomenda o consumo de 400 g por dia ou mais de frutas e hortaliças para a população em geral. Não há uma recomendação específica para gestantes. “No presente estudo, a estimativa média de consumo de frutas e hortaliças foi de 207 g entre as gestantes avaliadas”, aponta Daniela. “Apenas 10% delas consumiam a quantidade recomendada pela OMS. A mediana de consumo, que foi utilizada como o desfecho de interesse, foi de 158 g”.

Embora a pesquisa tenha avaliado o consumo de frutas, verduras e legumes, de modo geral, pode-se observar um consumo elevado de alimentos fritos, salgadinhos tipo chips, refrigerantes e bolachas entre as gestantes avaliadas.  “O consumo elevado de alimentos gordurosos  é muito preocupante, uma vez que podem levar a um ganho de peso excessivo durante a gestação causando sérias complicações tanto para mãe quanto para o bebê”, ressalta a nutricionista.

De acordo com Daniela, os estudos mostram que a gestação é um período permeado por muitas crenças, prescrições e proibições. “Na maioria das sociedades, as mulheres quando engravidam alteram a sua dieta, pois acreditam que as prescrições e proibições durante esse período visam proteger mãe e filho, e, se caso não forem seguidas, podem apresentar sérias conseqüências para o bebê”, conta.  “Essas modificações na dieta são baseadas em saberes diversos, provenientes da cultura familiar, da cultura de gênero e da cultura biomédica. Assim, os cuidados que a gestante realiza, os quais, na maioria das vezes, são provenientes de orientações biomédicas, direcionam-se para o bem-estar fetal”.

A nutricionista também observa que em todas as sociedades, os aspectos culturais são sempre valorizados. “Geralmente ouve-se, por exemplo, desde o início do período gravídico, que a mulher precisa ‘comer por dois’ ou então que o companheiro precisa atender os desejos alimentares da gestante para que o bebê não apresente marcas ao nascer e até mesmo deformidades corporais”, afirma.  “As crenças alimentares durante a gestação têm como objetivo principal proteger a saúde da mulher e do bebê. Além do que, a mulher passa para um espaço provisório que a encaminha para um novo status social, o de mãe”.

Daniela afirma que uma alimentação adequada durante a gestação é fundamental para que a gestante consiga suprir as suas necessidades de energia e nutrientes, que estão aumentadas, e para que ela tenha um ganho de peso adequado neste período, evitando complicações futuras. “É importante que a gestante esteja consciente disto e que o profissional de saúde saiba orientá-la e motivá-la a ter hábitos alimentares saudáveis nesse período”, conclui.  A pesquisa foi orientada pela professora Daniela Saes Sartorelli, da FMRP.