Minas Gerais é o estado com o maior número de grutas e cavernas no Brasil, com 2.013 cavidades naturais rochosas, segundo o Cadastro Nacional de Cavernas. Tais ambientes, que atraem um grande número de visitantes, são também o habitat natural de diversas espécies de insetos envolvidos na epidemiologia das leishmanioses, os flebotomíneos. Para compreender os riscos de transmissão da doença em áreas dessa natureza, pesquisadores do Grupo de Estudos em Leishmanioses da Fiocruz Minas investigaram em que horários as espécies ali presentes estão mais ativas. A pesquisa, publicada recentemente na revista científica Journal of Medical Entomology, foi realizada no município de Pains, no Centro-Oeste de Minas, onde está concentrada uma grande quantidade de cavernas.
Com o título Photoperiod Differences in Sand Fly – Diptera: Psychodidae-Species Richness and Abundance in Caves in Minas Gerais State, Brazil (Diferenças de fotoperíodo na riqueza e abundância de flebotomíneos – Diptera: Psychodidae- em cavernas no estado de Minas Gerais, Brasil), o estudo avaliou o ambiente interno e externo de cinco cavernas, em estações seca e chuvosa. Os pesquisadores instalaram armadilhas dentro das cavernas e em seu entorno e, durante cinco dias consecutivos, observaram a cada 12 horas a quantidade de insetos capturada. Ao todo, foram coletados 1.777 mosquitos. Desses, 597 foram apanhados no período diurno, o que corresponde a 34% do total.
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