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Plataforma IdeiaSUS Fiocruz apoia mostra nacional ‘Brasil, aqui tem SUS’

O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) reúne, de forma virtual, nos dias 12, 13 e 14 de novembro (de terça a quinta), gestores, profissionais e trabalhadores da saúde para a 19ª Mostra Brasil, aqui tem SUS. Tradicionalmente realizada de forma presencial, durante o congresso do Conasems, a mostra teve sua dinâmica adaptada este ano, em razão das fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, estado que sediaria a 38ª edição do congresso. 

O evento, que tem como objetivo valorizar e divulgar experiências de sucesso desenvolvidas pelos municípios no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), recebe o apoio da Plataforma IdeiaSUS, que entregará a cinco experiências com maior pontuação, sendo uma de cada região brasileira, o prêmio Fiocruz é SUS: direito universal à saúde, equidade e democracia

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Espetáculo ‘Cidadela’ volta aos palcos do Museu da Vida Fiocruz

Cidadela volta com novo elenco para uma temporada com apresentações gratuitas em novembro e dezembro no Museu da Vida Fiocruz (foto: Vitor Vogel)

Em uma cidade fictícia, a voz e os saberes femininos são silenciados pelos homens, que detêm o poder em todas as instâncias. O silenciamento delas é literal: elas só podem falar longe da presença dos homens. Esse é o cenário da peça Cidadela, que volta com novo elenco para uma temporada com apresentações gratuitas em novembro e dezembro no Museu da Vida Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro.

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Seminário debate Saúde Global, Inovação e Produção Global

Os Seminários Avançados em Saúde Global e Diplomacia da Saúde desta quarta-feira (13/11) vão discutir Saúde global, inovação e produção global. E, para isso, o Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), que organiza quinzenalmente o webinário, convidou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics) do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, para participar. Ex-coordenador do Centro de Estudos Estratégicos Antonio Ivo de Carvalho (CEE/Fiocruz), Gadelha abordará a Produção local para a saúde: perspectivas do Brasil, Brics e G20. O seminário começa às 10h e terá transmissão simultânea em português, espanhol e inglês.

Mediado pela professora e pesquisadora Claudia Chamas e pelo pesquisador Bernardo Cesario, ambos da Fiocruz, o seminário traz outros participantes importantes, como o professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Vitor Ido, que falará sobre Desafios para o acesso: debates internacionais

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Aumento de infecções graves por rinovírus afeta crianças em 4 estados: Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão tiveram crescimento nos casos

A sinalização do aumento dos casos considerados mais críticos envolvendo infecções por rinovírus entre crianças e adolescentes na Bahia, no Ceará, no Rio de Janeiro e no Maranhão é um dos principais destaques do boletim Infogripe divulgado nesta quinta feira (7) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A publicação reúne dados referentes à semana epidemiológica que vai de 27 de outubro a 2 de novembro.

O Infogripe é elaborado com base nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registradas no Sivep-gripe, sistema de informação mantido pelo Ministério de Saúde e alimentado por estados e municípios. 

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Seminário debate a história das relações entre Brasil e Alemanha

As relações entre Brasil e Alemanha, em suas diferentes expressões, serão tema de um evento internacional no auditório do Museu da Vida Fiocruz nos dias 26 e 27 de setembro. As inscrições deverão ser realizadas de 15 de agosto a 1º de setembro pelo site do Campus Virtual Fiocruz e as vagas são limitadas. O 1º Seminário Internacional Brasil-Alemanha: Circulação, Intercâmbio, Zonas de Contato coincide com o bicentenário da imigração alemã no Sul do Brasil e abordará a complexidade das relações entre os dois países. Vinte e quatro pesquisadores de Brasil, Alemanha, Espanha, Israel e Itália, de 16 diferentes instituições, estarão juntos para tratar de temas como refugiados, ecologia, vetores, saúde e crise climática, ciências naturais e sociais, saúde mental e política, além de metodologias que envolvem arquivos dos dois lados do Atlântico.

Vinte e quatro pesquisadores de Brasil, Alemanha, Espanha, Israel e Itália, de 17 diferentes instituições, estarão juntos para tratar de temas como refugiados, saúde e crise climática, ciências naturais e sociais e saúde mental

As pesquisas de naturalistas alemães no Brasil desde o século 18, as trocas entre os dois países no que tange a ciências naturais e sociais, além de temas mais contemporâneos como ecologia e crise climática, estão entre os assuntos que serão discutidos no primeiro dia do seminário. Na conferência de abertura, os professores Stefan Rinke e Karina Kriegesmann, da Universidade Livre de Berlim (FU-Berlin), apresentarão uma edição crítica da obra de Hugo Gensch A educação de uma criança índia, de 1908, sobre a adoção de uma criança indígena pelo médico alemão. Um debate sobre as relações bilaterais de pesquisas em arquivos históricos e a circulação de fontes fecharão o debate do dia.

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Fiocruz abre Chamada Pública para formação em Direitos Humanos e Promoção de Saúde

A Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz lança a terceira Chamada Pública: Rede de Defensores de Direitos Humanos e Promoção da Saúde no Estado do Rio de Janeiro. As inscrições vão do dia 26 de agosto até às 23h59min (horário de Brasília) do dia 1º de setembro de 2024 e podem ser realizadas através do formulário de inscrições. A convocatória é voltada para lideranças comunitárias e defensores de direitos que atuem em grupos, movimentos, organizações, coletivos ou instituições em territórios populares de áreas urbanas ou rurais do Estado do Rio de Janeiro. A primeira edição da Chamada Pública aconteceu do dia 16 ao dia 27 de maio de 2022 e a segunda edição da Chamada Pública ocorreu do dia 13 ao dia 27 de setembro de 2023.

A terceira chamada pública irá selecionar 20 lideranças para fortalecer a rede e participar de uma formação de 10 meses, com oficinas temáticas em Direitos Humanos e Promoção de Saúde, previstas para serem iniciadas em outubro deste ano. O objetivo do projeto é formar e capacitar Defensores de Direitos Humanos e lideranças comunitárias, desenvolvendo uma rede de articuladores no Estado do Rio de Janeiro. Além disso, também está prevista a realização de um mapeamento das violações em Direitos Humanos nos territórios de favelas e periferias, pensando nas possibilidades de trabalho em parceria entre defensores que vão compor a rede.

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Equidade e produção local são destaques no primeiro dia da cúpula sobre prevenção de pandemias

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, afirmou que o desafio é garantir que as vacinas desenvolvidas possam ser produzidas em escala mundial e distribuídas de forma igualitária (Foto: Peter Ilicciev)

Discussões em torno da equidade no acesso a vacinas e sua relação com a produção local, financiamento e cooperação foram alguns dos pontos-chave das discussões no primeiro dia da Cúpula Global de Preparação para Pandemias (GPPS 2024, na sigla em inglês), organizada pelo Ministério da Saúde (MS), a Fiocruz e a Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi). O evento, que ocorre no Rio de Janeiro e termina nesta terça-feira (30/7), teve, na abertura, a participação de autoridades da saúde, como o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, o diretor-executivo do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, e a presidente da Cepi, Jane Halton.

Durante a mesa que debateu a Missão 100 dias, que prevê que nesse período seja possível responder a uma nova ameaça viral, Mario Moreira enfatizou que há numerosos desafios, como pesquisa, desenvolvimento e escalonamento da produção em tempo necessário. Segundo ele, algo que também o preocupa é o desafio de garantir o acesso a todos. “Temos acúmulo de conhecimento e capacidade para desenvolver as vacinas cada vez em tempo mais curto, mas essa não é a maior questão”, afirmou. “O desafio é garantir que as vacinas desenvolvidas possam ser produzidas em escala mundial e distribuídas de forma igualitária”.

‘O país só vacina se produz’

Possibilitando o acesso equitativo por meio da produção local e regional foi justamente o tema escolhido para uma das principais mesas do dia. Nela, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo Econômico-Industrial da Saúde do MS, Carlos Gadelha, destacou que a pandemia mostrou que os países sem capacidade produtiva e tecnológica não conseguem enfrentar as crises. “O Brasil só vacina quando tem produção local”, disse. Ele lembrou a concentração de insumos em países ricos durante a pandemia de Covid-19 e afirmou: “Queria enfatizar o vínculo entre a capacidade produtora e o acesso universal à saúde. No Brasil, a produção local salvou 200 mil vidas. Devemos isso à Fiocruz e ao Butantan, que junto a redes privadas permitiram essa vitória”. Para Gadelha, é preciso “enxergar o Sul Global não apenas como consumidor, mas com riqueza de pessoas e tecnologia para cooperar numa rede de inovação e produção em saúde”.

O acordo entre a Cepi e a Fiocruz para a entrada na rede mundial de fabricantes de vacinas da Coalizão, assinado durante a Cúpula, foi classificado pelo diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/ Fiocruz), Mauricio Zuma, como uma “grande responsabilidade” e a possibilidade de demonstrar o compromisso da Fundação com os esforços globais em propiciar o acesso equitativo a vacinas. “Estamos num grande momento para fortalecer a produção regional, mas sabemos que isso só não é suficiente. O desenvolvimento de capacidades tecnológicas demanda outros requisitos que não são simples de obter”, afirmou Zuma. “Precisamos ter mais liberdade de operar, menos restrições de propriedade intelectual, mais acesso a capital para continuar investindo e modernizando nossas instalações, em pesquisa e desenvolvimento”. Ele acrescentou que também é necessário mais colaboração e coordenação: “E é neste ponto que acredito que as organizações internacionais têm um papel importante para que possamos atingir o que estamos debatendo aqui [equidade]”.

Zuma explicou que a produção de Bio-Manguinhos durante a pandemia foi resultado de uma longa trajetória de aprendizado. “Foi calcado em processos de transferência de tecnologia, e agora estamos nos pautando pelo desenvolvimento de nossos produtos, com parceiros estratégicos”, disse. “Se não tivermos essa capacidade [de produção local], não teremos futuro”.

O evento foi aberto pela ministra Nísia Trindade Lima, que como membro do conselho da Coalizão participou da primeira cúpula da Cepi, em 2022, em plena pandemia, quando ainda era presidente da Fiocruz. A ministra defendeu a necessidade de financiamentos contínuos e robustos para iniciativas de enfrentamento de emergências de saúde e para o desenvolvimento de tecnologias para testes diagnósticos e medicamentos.

“Muito se falou da velocidade no desenvolvimento das vacinas naquele período, fruto do financiamento constante de pesquisa a laboratórios, que fizeram a diferença no enfrentamento à pandemia. Mas é necessário que a pesquisa e o desenvolvimento sejam mais equitativos, focados nos desafios globais”, ressaltou, lembrando momentos difíceis que o país atravessou e destacando que “a ciência voltou ao Brasil”.

O secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom, admitiu que Covax, o mecanismo de fornecimento de vacinas a países pobres durante a pandemia, não foi rápido o suficiente. “Não podemos permitir que o mesmo ocorra da próxima vez. E vai haver uma próxima vez. Não é questão de ‘se’, mas de ‘quando’”, disse Adhanom, em vídeo. Ele citou iniciativas, como a transferência de tecnologia para vacinas de plataforma mRNA e o Hub da OMS para Inteligência Epidêmica e Pandêmica, em Berlim. “Ainda temos um longo caminho a percorrer. Mas, juntos, estamos deixando o mundo mais preparado do que jamais esteve”, acrescentou.

O secretário-geral da Organização Pan-Americana de Saúde, Jarbas Barbosa, concorda que o mundo está melhor do que antes da pandemia, mas ainda longe de onde precisa estar. “Temos uma visão clara de nossa fraqueza. Os países estão mais realistas. Foi uma lição dolorosa”, disse.

Financiamento e cooperação no Sul Global

O diretor-geral do CDC África, Jean Kaseya, destacou em um painel sobre vigilância  que, mais do que pensar no futuro, é preciso enfrentar o presente, diante de um quadro de surtos de doenças infecciosas, como Mpox, no continente. “Não estou pensando no que virá, mas no que estamos vivendo hoje”, afirmou, ressaltando que há lacunas a serem superadas. Kaseya destacou a importância de ações coordenadas entre os países africanos. Hoje, segundo ele, a África não teria como enfrentar uma pandemia de forma adequada, pois são necessários investimentos em diversas frentes, como em pesquisa e fortalecimento dos sistemas de saúde. “Em nível global, a resposta [à Covid-19] não foi ideal”, lembrou, destacando que espera que o Tratado de Pandemias seja finalizado e aceito para garantir acesso menos desigual a insumos, por exemplo.

A questão do financiamento voltou ao debate na mesa sobre a Missão 100 dias. A presidente da organização Find, Ayoade Alakija, puxou a discussão para como se preparar para enfrentar uma crise ou investir na capacidade produtiva local sem fundos suficientes. “Como vamos produzir, regulamentar? Precisamos olhar para trás e entender nossa história para olhar para frente”, referindo-se às iniquidades na pandemia. Assim como Kaseya, ela chamou atenção para surtos em curso na África e a dificuldade para diagnóstico de casos: “Estamos enfrentando ameaças agora, doenças das quais ninguém está falando”.

Refletindo também sobre as diferenças de acesso a insumos de saúde na pandemia, Mario Moreira enfatizou que a Missão 100 dias só será possível com um “novo arranjo global”. O presidente da Fiocruz destacou ainda a tradição da Fundação de colaboração na América Latina e África, especialmente com países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP), na área de ensino, com oferta de cursos de capacitação e especialização, e no apoio à estruturação e fortalecimento dos sistemas de saúde.

Uma pesquisa apresentada pela presidente da Cepi mostrou que, se a Missão de 100 Dias fosse implementada e bem-sucedida quando a Covid-19 surgiu, 800 milhões de infecções teriam sido evitadas. “Por isso estamos comprometidos em acelerar e apoiar de forma sustentável a pesquisa, o desenvolvimento e as capacidades em todo o mundo. Todo país, independentemente de riqueza ou localização geográfica, deveria poder proteger sua população”, disse Jane Halton. “A colaboração não é opcional. Quando se trata de uma doença infecciosa, a ameaça a um é uma ameaça a todos”.

Richard Hatchett, CEO da Cepi, ressaltou que para alcançar a Missão dos 100 Dias é necessário “desenvolver capacidades com contramedidas médicas e globalizar o acesso a estas tecnologias”, aproveitando novas ferramentas como a Inteligência Artificial para eliminar gargalos. “Enfrentar pandemias é essencial para o bem-estar da população mundial, e a liderança do Brasil pode causar um impacto significativo nesse sentido”.

‘Não vamos nos sair melhor na próxima pandemia nos preparando para a passada’

Em vários momentos do dia, participantes ressaltaram que a prevenção de pandemias passa pela preparação constante e reforço dos sistemas de saúde. Comparando a pandemia de Covid-19 à travessia de um navio em meio à uma tempestade, o diretor-executivo do Programa de Emergências Sanitárias e diretor-geral adjunto da OMS, Mike Ryan, alertou que é preciso emergir com um renovado senso de propósito e um trabalho diário permita para traçar um rumo que permita navegar por futuras epidemias.

“Não vamos nos sair melhor na próxima pandemia nos preparando para a passada. Somente nos sairemos melhor se pudermos prever, prevenir, detectar e responder coletivamente a emergências sanitárias todo santo dia. Se construirmos juntos sistemas de saúde mais resilientes, que absorvam os choques enquanto são ampliados e que protejam a força de trabalho. Só poderemos nos sair melhor investindo em nossas comunidades”, disse Ryan.

Para ele, a alta conectividade do mundo acaba por expô-lo. “Somos a população mais conectada da História. Nos movemos em horas entre os centros urbanos ao redor do mundo. Essa conexão nos trouxe muitos benefícios em termos de desenvolvimento humano, mas também nos deixa vulneráveis. O contágio do patógeno se move rapidamente entre nós, assim como o contágio da desinformação. É uma faca de dois gumes. Diante das pandemias, pode ser a nossa maior fraqueza, mas afirmo que é a nossa maior força. O caminho que trilharmos agora determinará até que ponto poderemos proteger o nosso mundo da próxima ameaça pandêmica”, disse o diretor-geral adjunto. “Devemos repensar as nossas abordagens e reimaginar o nosso futuro se quisermos enfrentar as tempestades que estão por vir”, aconselhou.

Fiocruz se une a rede mundial de fabricantes de vacinas e reforça potencial do Sul Global

Um dos maiores fabricantes de vacinas da América Latina, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) é o mais novo parceiro a se juntar à rede da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi) de fabricantes de vacinas no Sul Global. A rede trabalha para apoiar respostas mais rápidas e equitativas a futuras ameaças de doenças infecciosas emergentes. A inclusão da Fiocruz impulsionará significativamente os esforços de produção de vacinas na região da América Latina e do Caribe, aumentando a capacidade para produzir imunizantes em resposta a ameaças epidêmicas e pandêmicas.

Com um investimento de US$ 17,9 milhões (aproximadamente R$ 92 milhões) da Cepi, as organizações vão colaborar para diversificar as capacidades de fabricação de vacinas de Bio-Manguinhos/Fiocruz, expandindo novas plataformas de tecnologia de imunizantes de resposta rápida de mRNA e vetor viral contra doenças infecciosas. O financiamento também vai otimizar os processos de fabricação e capacidades tecnológicas para fortalecer o suprimento regional de vacinas, além de aprimorar capacidades, como o envase e a finalização de imunizantes. Reduzir o tempo necessário para fabricar e validar os primeiros lotes de vacinas experimentais será fundamental para possibilitar uma resposta a um surto crescente em apenas 100 dias — um objetivo abraçado pelos líderes do G7, do G20 e da indústria — e poderia ajudar a deter uma futura pandemia durante seu curso. O investimento se baseará no histórico de Bio-Manguinhos na produção de vacinas de alta qualidade em grande escala, ao mesmo tempo em que expandirá sua capacidade existente de atuar como um centro de fabricação capaz de fornecer rapidamente vacinas para ensaios clínicos para a região em caso de um futuro surto.

O CEO da Cepi, Richard Hatchett, afirma que “expandir a capacidade global de fabricação de vacinas é crucial para fortalecer nossas defesas coletivas contra surtos. A expertise renomada em fabricação de Bio-Manguinhos/Fiocruz e suas crescentes capacidades de resposta rápida estão posicionadas para desempenhar um papel vital na ampliação do acesso a vacinas na região e além. Esta crescente rede de fabricantes apoiada pela Cepi, dedicada ao acesso no Sul Global, está ajudando a equipar melhor o mundo para responder de forma mais rápida e equitativa às ameaças futuras de pandemia”.

Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, “é muito promissor para a Fiocruz, por meio de Bio-Manguinhos, integrar a rede global de fabricação de vacinas da Cepi. Somos reconhecidos por desempenhar um papel estratégico na promoção da produção de vacinas na América Latina, e, com esta parceria, visamos ir além de sermos fabricantes de referência”, observa Moreira. “Nosso objetivo é ser agentes de transformação e facilitadores para expandir a capacidade de produção de vacinas nos países do Sul Global, especialmente em plataformas de mRNA e vetor viral, garantindo uma resposta mais ágil e eficaz a surtos emergentes e acesso mais equitativo às vacinas para nossas populações”.

O diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma Medeiros, afirma que “construir capacidade local e regional no Sul Global é crucial para uma resposta rápida a emergências de saúde. Bio-Manguinhos tem se dedicado a garantir capacidades locais em tecnologia, inovação e manufatura para apoiar o acesso sustentável e equitativo a produtos biológicos. Fazer parte da rede de fabricantes da Cepi representa um marco em nossos esforços atuais de preparação e reforça nosso compromisso em construir ecossistemas de saúde resilientes, não deixando ninguém para trás”, diz.

Impacto desproporcional da pandemia na América Latina

A pandemia de Covid-19 destacou a necessidade urgente de expandir o desenvolvimento de vacinas e regionalizar a fabricação de ponta a ponta na América Latina. Embora os latino-americanos representem apenas cerca de 8% da população mundial, foram desproporcionalmente afetados pela doença, respondendo por mais de um em cada quatro óbitos até outubro de 2023. Isso ocorreu, em grande parte, porque o acesso a vacinas e outras medidas de combate na América Latina e outras regiões do Sul Global foram prejudicados devido à concentração da capacidade de fabricação global em um pequeno número de países de alta renda ou com grande população. Outros fatores que contribuíram incluem o acesso dificultado a produtos, insumos e tecnologias necessários, além de desafios sociais e políticos.

Como a primeira instituição no Brasil capaz de distribuir uma vacina recombinante contra a Covid-19 produzida integralmente no território nacional, a Fiocruz foi fundamental na resposta do país à pandemia. Apesar desses esforços, o Brasil registrou o maior número de mortes na região, com 700 mil óbitos até dezembro de 2023.

Aproveitando o crescente pipeline de fabricação de vacinas de Bio-Manguinhos/Fiocruz, o financiamento da Cepi apoiará um novo e multifacetado local de envase, o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), no Campus de Santa Cruz (Rio de Janeiro). O investimento da Cepi vai, em última instância, fortalecer as capacidades de desenvolvimento de vacinas de ponta a ponta de Bio-Manguinhos, desde a pesquisa e desenvolvimento até o envase e acabamento, alinhadas com as boas práticas de fabricação locais e da Organização Mundial de Saúde (padrões mínimos que um fabricante de medicamentos deve cumprir em seus processos de produção). Além disso, a diversificação e expansão das capacidades de fabricação de vacinas de Bio-Manguinhos, baseadas em mRNA e vetores virais, tanto para patógenos de surtos quanto endêmicos na região, ajudarão a garantir maior sustentabilidade das instalações de fabricação de vacinas entre pandemias, gerando demanda suficiente para manter suas operações.

O desenvolvimento adicional do Cibs no Campus de Santa Cruz, já em construção, tornará este local o maior centro de produção de vacinas na região. Será capaz de produzir 120 milhões de frascos por ano, ajudando a atender à crescente demanda no Brasil, na América Latina e no mundo.

Uma rede de fabricação de vacinas para o mundo 

Criada pela Cepi para expandir a produção global de vacinas, a rede de fabricação concentra-se em fabricantes de vacinas no Sul Global, próximos a áreas de alto risco de surtos causados por ameaças virais mortais como chikungunya, febre lassa, nipah, doença X e outros patógenos com potencial epidêmico ou pandêmico priorizados pela organização. A Fiocruz torna-se o quinto membro da rede global de fabricação da Cepi. Outros membros incluem o Serum Institute, da Índia, a Aspen, na África do Sul, o Institut Pasteur de Dakar, no Senegal, e a Bio Farma, na Indonésia. A Fiocruz apoiará o desenvolvimento, fabricação, fornecimento e licenciamento de novas vacinas contra patógenos de doenças no futuro, potencialmente incluindo contra as doenças prioritárias da Cepi.

A parceria com Bio-Manguinhos/Fiocruz vai se basear em parcerias e sinergias existentes para fortalecer a fabricação de vacinas e a preparação para surtos na região, incluindo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Governo do Brasil — unidos sob a visão compartilhada de criar um mundo mais seguro para todos.

É no mesmo espírito de colaboração que o Ministério da Saúde do Brasil, a Fiocruz e a Cepi estão co-organizando a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, que ocorrerá no Rio de Janeiro em 29 e 30 de julho. A Cúpula reunirá especialistas em P&D e fabricação, autoridades governamentais, representantes da sociedade civil e líderes da indústria e da comunidade de saúde global para abordar desafios e explorar progressos rumo ao acesso equitativo, fortalecendo a capacidade de produção local e regional, cumprindo a Missão 100 Dias, melhorando os sistemas de vigilância de doenças e construindo um mundo mais bem preparado para enfrentar equitativamente os desafios das ameaças virais.

A Cepi

A Cepi foi lançada em 2017 como uma parceria inovadora entre organizações públicas, privadas, filantrópicas e civis. Sua missão é acelerar o desenvolvimento de vacinas e outras contramedidas biológicas contra ameaças de doenças epidêmicas e pandêmicas e possibilitar acesso equitativo a elas. A Cepi tem apoiado o desenvolvimento de mais de 50 candidatos a vacinas ou tecnologias de plataformas contra múltiplos patógenos de alto risco conhecidos e também está avançando no desenvolvimento de plataformas de resposta rápida para vacinas contra uma futura doença X. Central para o plano quinquenal da Cepi de vencer pandemias de 2022 a 2026 está a Missão 100 Dias para reduzir o tempo necessário para desenvolver vacinas seguras, eficazes e globalmente acessíveis contra novas ameaças para apenas 100 dias.

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Fiocruz e Merck avançam para tornar o Brasil o primeiro produtor global de Arpraziquantel

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e a farmacêutica alemã Merck, no âmbito do Consórcio Praziquantel Pediátrico, anunciaram colaboração para que a unidade da Fundação se torne o primeiro produtor global de Arpraziquantel, uma nova opção terapêutica focada no tratamento da esquistossomose em crianças de idade pré-escolar, entre 3 meses e 6 anos. Como resultado da transferência de tecnologia da Merck para a Fiocruz, a produção no Brasil abastecerá não apenas o país (após aprovação regulatória), como também outras regiões onde a doença é altamente endêmica, especialmente a África. A disponibilização de cerca de 1 milhão de comprimidos de Arpraziquantel para tratar 200 mil crianças no continente africano está planejada para 2024.

Dispersível em água, palatável e de tamanho adequado, o novo medicamento atende às necessidades de milhões de crianças em idade pré-escolar. A nova opção de terapia pediátrica foi desenvolvida para resistir aos desafios de calor e umidade dos países tropicais, onde a doença é mais prevalente. No Brasil, estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas vivam em áreas de risco de contrair a doença.

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Pesquisa inédita da Fiocruz detecta contaminação por cocaína em tubarões

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) detectou, pela primeira vez no mundo, a contaminação de tubarões por cocaína e seu metabólito, a benzoilecgonia. O dado chama atenção para a alta quantidade da droga que é consumida na cidade e descartada no mar via esgoto sanitário. Conduzido pelo Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do IOC, o estudo identificou a presença de cocaína em 13 animais da espécie Rhizoprionodon lalandii, popularmente conhecida como “tubarão-bico-fino-brasileiro”, “cação rola rola” ou “cação-frango”. Os resultados foram publicados na revista científica Science of The Total Environment.

O principal metabólito da substância, a benzoilecgonina, resultante da metabolização da cocaína no organismo, foi encontrada em 12 destes animais. As coletas foram realizadas no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre setembro de 2021 e agosto de 2023, como parte de um esforço para avaliação da saúde ambiental, com foco em acompanhar mudanças no ambiente, sejam ocorridas de forma natural ou a partir da interferência humana – e seus impactos sobre as diversas formas de vida marinha.

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